Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Toda a Verdade", de Cara Hunter

500x.jpg

 

Há muitos anos, um homem foi julgado e condenado com base em provas "plantadas" para o incriminar.

Ele era, sem dúvida, culpado.

Mas, na falta de provas contra ele, e sob pena de ficar em liberdade e continuar a actuar, alguém tinha que o travar. E essa foi a forma.

Ele jurou vingança contra quem o tramou.

 

Agora que está em liberdade condicional, chegou a hora.

E ele vai pagar na mesma moeda.

Destruir a vida e carreira daquele que, um dia conspirou contra ele, incriminando-o com provas plantadas, que ninguém pode refutar.

A diferença é que, esta pessoa, está inocente.

 

Adam sabe quem o está a incriminar, e porquê.

Mas não parece haver muita gente a acreditar na sua teoria.

Conseguirá Alex, a sua mulher, grávida de risco, e principal responsável por esta situação, salvar o marido, e proteger o bebé que espera? 

 

Numa história paralela, uma professora é acusada de assédio sexual por um dos seus alunos.

Ela nega. Mas esconde alguma coisa.

Ele confirma. Mas esconde alguma coisa.

Onde termina a verdade, e começa a mentira?

Até onde são capazes de ir, para manter a sua versão da história?

 

"Toda a Verdade" é um livro que, de certa forma, encerra um capítulo, há muito, em aberto.

Um ponto final, e um recomeço para Adam e Alex.

Ao mesmo tempo, umas reticências para Marina.

Nós ficamos a saber a verdade mas, neste caso, os intervenientes safam-se sem grandes consequências, e sem que a realidade seja descoberta.

Mais uma vez, a autora entrega-nos uma boa história, que não queremos parar de ler até ao final.

 

 

"Pura Raiva", de Cara Hunter

500x.jpg 

 

Há por aí um homem perigoso à solta, que vai atacar quem, e quando, menos se espera...

 

Em primeiro lugar, tenho a dizer que a autora podia ter encurtado um pouco a história, sem fazer render tanto o peixe.

Depois, confesso que me ludibriou. Comecei a ler, e levei tudo para um lado, ainda que sem entender que ligação poderia haver, até porque nada parecia bater certo. Entretanto, embrenhei-me tanto na ação que estava a decorrer que, quase a chegar ao fim, tive dificuldade em recordar aquilo que tinha lido logo no início e que, agora sim, fazia sentido. Mas já tinham passado tantas páginas, e tantos acontecimentos...

Por fim, referir que, em determinados momentos, a informação é excessiva, e fica tantas vezes pendente, que é muito fácil perder o fio à meada e, às tantas, não perceber nada do que se está a ler.

 

Posto isto, "Pura Raiva" é uma história sobre raiva, e sobre inveja.

Sentimentos pouco nobres que não são exclusivos dos adultos, e que podem manifestar-se em tenra idade.

Se isso se traduz, na prática, em agressões, em violência, em crime?

Quem sabe...

E é caso para dizer que, por norma, quem mais parece estar do nosso lado, e ter menos motivos, é quem, na verdade, mais tem algo contra nós, que disfarça, dissimuladamente.

Família.

Amigos.

Ninguém está livre de suspeitas.

 

Há por aí alguém perigoso à solta, que vai atacar quem, e quando, menos se espera...

 

A primeira vítima escapou com vida. Uma adolescente.

Sorte? Ou intencional?

Faith não quer apresentar queixa e tenta, a todo o custo, esconder algo que ela quer pôr para trás das costas. 

Determinada a não dar nas vistas, nem chamar a atenção sobre si, Faith acaba por mudar de ideias, quando surge a possibilidade de haver novas vítimas.

E a seguinte não tarda a desaparecer. Outra adolescente.

Residente na mesma zona. Estudante na mesma escola.

Terá ela a mesma sorte?

 

Os suspeitos são muitos. Quase todos vão dar a um beco sem saída.

Mas não se pode confiar em ninguém.

Nem mesmo, num pai. Numa irmã. Nas melhores amigas...

 

Cada criminoso tem a sua própria justificação, ainda que nada justifique, para os seus crimes.

Mas há "motivos" que nos levam mesmo a ter dificuldade em digerir a maldade de que o ser humano é capaz, por razões tão fúteis, tão estúpidas, tão sem sentido.

Ainda que para eles, cada vez mais cedo, lhes pareça motivo e razão suficiente para tratar alguém assim.

 

E é por isso que, quando a justiça parece querer falhar, há que dar um empurrão, para que os criminosos não se safem.

Para que não façam novas vítimas.

Para que, quem foi atacado, e sobreviveu, possa seguir a sua vida, sem medos.

Até ao dia em que a justiça lhes devolva a liberdade, e volte a aprisionar as vítimas...

Até ao dia em que o passado se torne presente, e ameace o futuro das mesmas...

 

 

SINOPSE

 

"UMA RAPARIGA É RAPTADA NAS RUAS DE OXFORD. MAS ESTE É UM RAPTO DIFERENTE, PARA O INSPETOR FAWLEY.
Uma adolescente é encontrada a vaguear pelos arredores de Oxford, desorientada e angustiada. A história que Faith Appleford conta é assustadora: amarraram-lhe um saco de plástico na cabeça e levaram-na para um local isolado. Por milagre, sobreviveu. Mesmo assim, recusa-se a apresentar queixa.
O Inspetor Fawley investiga, mas há pouco que ele possa fazer sem a cooperação de Faith, que parece esconder alguma coisa. Mas o quê? E porque será que Fawley continua com a sensação de que já viu um caso como este?
Quando outra rapariga desaparece, Adam Fawley não tem escolha e tem mesmo de enfrentar o seu passado."

"No Escuro", de Cara Hunter

500x.jpg

 

Uma mulher que quase não sobrevive, descoberta por mero acaso.

Uma criança traumatizada.

Um idoso com Alzheimer, e com uma linguagem um pouco ordinária, acusado de manter em cativeiro a jovem e a criança, mas que afirma que não faz a mínima ideia do que os policiais estão a falar.

 

Um corpo, de outra mulher, descoberto no jardim daquela mesma casa.

Um marido que ficou sem mulher, e um bebé que ficou sem mãe.

Uma ama prestativa que agora cuida de ambos.

Numa casa muito perto de onde o terror aconteceu.

Estarão os dois casos relacionados?

 

Depois de uma investigação que parece sempre não sair do mesmo sítio, todos os indícios apontam para um único suspeito.

E nós, leitores, ficamos a pensar: não! Não pode ser! Tem de haver mais qualquer coisa. Nem sequer estamos perto do fim. Isto não fica por aqui. Apesar das evidências. Apesar dos factos.

 

No entanto, é preciso perceber que, apesar de tudo estar lá, basta ler o quadro por outro prisma, por outra perspectiva, para alterar todo o sentido.

Para se encontrar outras motivações. Para se enverear por outra linha de investigação. E deparar com outros suspeitos!

Já tantas vezes ouvimos a expressão "nem tudo é o que parece", mas ainda temos a tendência de ignorá-la.

Há momentos em que devemos ir pelo mais simples. E outros, em que nada é assim tão simples.

 

O que é certo é que uma mulher e uma criança foram trancadas numa cave, e abandonadas à sua sorte. Quem sabe, esquecidas... Quem sabe, propositadamente, para morrer...

Sozinhas. Sem comida. Sem água.

No escuro...

Mas a escuridão que as espera, depois de serem resgatadas, poderá ser ainda maior que aquela em que passaram os últimos três anos.

 

Cara Hunter, mais uma vez, a não desiludir com as suas histórias e desfechos imprevisíveis.

Uma reflexão sobre a ineficácia dos serviços sociais. 

Sobre o abandono dos idosos mais vulneráveis, e os abusos de que os mesmos podem ser vítimas.

Sobre como uma doença pode transformar uma pessoa em outra completamente desconhecida, até mesmo para ela própria.

Sobre psicopatia, e tudo o que dela pode decorrer.

 

 

 

 

 

Perto de Casa, de Cara Hunter

Resultado de imagem para perto de casa

 

 

Um família como tantas outras celebra, naquele dia, o aniversário da sua filha Daisy, com uma grande festa no seu jardim, tendo por convidados as colegas de escola e amigas da menina, e respectivos pais, e os vizinhos.

Tudo corria aparentemente bem, até ao momento em que percebem que Daisy desapareceu. Terá saído sozinha? Ou alguém a levou? E se alguém a levou, quem poderá ter sido?

A polícia começa a fazer o seu trabalho e tenta reconstituir todos os passos de Daisy no dia do desaparecimento, recuando, a determinada altura, aos dias e semanas anteriores.

 

 

Ao mesmo tempo que se percebe que nem Sharon, a mãe, é a mulher e mãe perfeita que aparenta, nem Barry, o pai, é o típico pai de família, chegado aos filhos que se poderia pensar, tal como Leo, o irmão, que parece saber mais do que conta e esconder algum segredo, compreendemos que também a amizade de Daisy com as amigas não estava no seu melhor.

À medida que se vai desenrolando o fio da meada, vão surgindo surpresas atrás de surpresas, que podem explicar e justificar muita coisa.

Daisy parecia ser molestada pelo pai, vítima de ciúmes e inveja doentios por parte da mãe, ser odiada por algumas amigas, e encontrar-se clandestinamente com um rapaz ligado a redes de pedofilia e pornografia.

Todos eles tinham motivos. Nem sempre as famílias desestruturadas e problemáticas têm de ter, obrigatoriamente, no seu seio, alguém capaz de cometer os crimes mais hediondos. Por outro lado, até das famílias mais perfeitas pode surgir o mau da história.

 

 

O que a autora diz na capa do livro é verdade. 

Alguém levou Daisy. Alguém que todos conhecem.

Se, num primeiro momento, tudo aponta na direcção do pai, ou até do irmão, para depois de desviar para o rapaz misterioso com quem Daisy se encontrava, mais tarde, parece haver cada vez mais certeza de que realmente foi o pai, até ao momento em que as provas passam a apontar, sem sombra de dúvidas, para a mãe, que acaba por ser condenada.

 

 

Mas, será que Sharon assassinou mesmo a sua filha?

Será que Daisy está sequer morta?

Depois de tanto suspense, fiquei boqueaberta com o final da história, que é mesmo o ponto mais alto.

Estava mesmo ali à nossa frente a resposta! Mas, de tão insignificante ou indiferente, passou completamente ao lado!