À Conversa com Carlos Santos
Carlos Santos tem, enquanto músico, múltiplas facetas. Para além de cantor, é compositor, multi-instrumentista e produtor musical.
Integrou bandas como os Expensive Soul, Three Angle e Morpheu, e é detentor do Record Mundial da maior maratona de bateria.
Influenciado por diversos estilos musicais, que vão do Rock ao Blues, do Jazz ao Funk, e até MPB, fruto da heterogeneidade de experiências que foi tendo ao longo da vida, apresenta-se agora a solo.
O tema “Se Tu Me Amas”, disponibilizado nas plataformas digitais a 29 de junho, é o primeiro single de Carlos Santos, que assina também a composição e produção.
Para ficarem a conhecê-lo melhor, aqui fica a entrevista:
Quem é o Carlos Santos?
Sou uma pessoa apaixonada pela música desde que me conheço, quando era mais novo não conseguia passar muito tempo sem ouvir música, sempre fiz um esforço por estar ligado à música, e felizmente a vida foi-me permitindo explorar diversas vertentes mesmo dentro dela, como instrumentista, letrista, compositor, produtor, não só de conteúdos musicais como também de multimédia, que é aliás o que tenho vindo a fazer ao longo dos últimos tempos, produção musical e audiovisual.
Como é que a música surgiu na sua vida?
Se calhar a memória mais remota que tenho da música na minha vida é mesmo quando tinha cerca de 3 anos e ia com a minha avó à igreja, ficava fascinado com o piano, e acabava sempre perto do pianista a ver o que ele fazia.
Desde pequeno que tentava replicar o que ouvia na igreja ou na rádio no piano que tinha em casa.
Entretanto na minha adolescência comecei a integrar projetos musicais, o que hoje chamam de bandas de garagem até começar a fazer parte de projetos mais sérios e começar a trabalhar com a música de uma forma mais profissional.
O Carlos já integrou diversos projetos musicais. Que aprendizagem lhe trouxe cada um deles?
Integrei projetos musicais com ondas musicais bastante diversas e também com formações instrumentais variadas. Em todos eles aprendi muito tanto musicalmente como também em termos pessoais e profissionais.
Acho que é fundamental, para um músico, esta diversidade, poder passar por diversas experiencias para poder integrar a diversidade e definir o que é a sua própria personalidade musical.
Como instrumentista, essas experiências fizeram-me aprender a comunicar musicalmente com outros músicos, já passei por experiencias de bandas muito bem organizadas em que o papel musical de cada um era muito restrito e delimitado, assim como projetos em que a musicalidade dependia muito da interligação dos membros e da sua capacidade de improvisação sobre uma base.
Acho que todas elas nos fazem adicionar valor ao nosso ser musical. Por um lado fazer parte de um todo que conta com uma participação mais mecânica da nossa parte obriga-nos a desenvolver a memória e capacidade técnica de execução, enquanto algo mais livre dá asas à nossa criatividade do momento, todas estas valências são extremamente importantes.
Há componentes não musicais nos projetos que também vamos aprendendo e que fazem parte da organização de palco e fora dele, tudo isso são mais-valias que vamos adicionando à medida que vamos tendo essas experiencias.
Como artista, o Carlos divide-se entre as facetas de cantor, compositor, produtor e instrumentista. Em qual destas vertentes se sente mais à vontade?
Nunca penso nisso dessa forma, faço o que tiver de fazer na altura em que é necessário, as dificuldades que vou tendo num ou noutro aspecto vou tentando aprender a resolver.
Um músico hoje em dia tem de desenvolver essas aptidões para poder demorar cada vez menos a ver o seu trabalho feito, em adição a essas valências também tem de saber vender o seu produto, publicitá-lo, se produzir os próprios conteúdos de imagem também tem de saber um pouco de fotografia e vídeo, porque hoje em dia tudo isso é importantíssimo.
Se calhar tenho um à vontade natural com os instrumentos que foi constituído com mais tempo uma vez que a parte técnica de som só surgiu mais tarde na minha vida, de qualquer dos modos sempre fui bastante interessado por tecnologia e por equipamento de som, não só para tocar mas também para gravar.
No que respeita a instrumentos musicais, a bateria tem um lugar especial?
A bateria tem um lugar imensamente especial na minha vida, além de ser um dos principais ginásios, tanto a nível físico como mental, é o instrumento que escolhi para defender uma causa que me é muito próxima que é a alienação parental, igualmente para tentar alertar a sociedade para uma guerra que continua a causar muitas dificuldades a muitas pessoas inocentes nomeadamente a muitas crianças que passam por imensas dificuldades neste momento na Síria.
De todos os instrumentos, foi aquele que sempre mais me uniu a outras pessoas, e a música tem essa valência muito especial que é a de unir as pessoas e de as fazer sentir parte de algo de que nos transmite muita paz e bem-estar.
Quais são as suas grandes referências a nível musical?
Os meus gostos musicais são muito variados e é algo injusto estar a nomear alguns artistas sem percorrer uma longa lista de músicos e bandas que aprecio em diversos aspetos, seja a nível de timbre ou som, composicional, ou em termos de ritmo, alguns também não tanto pela parte musical mas pelo que representaram em termos do papel que tiveram como pessoas para o mundo, e pela mensagem que foram deixando nas suas músicas.
Gosto bastante entre outros estilos de Rock, Blues, Soul, Jazz, Raggae música brasileira especialmente MPB e Bossa, alguns dos artistas que mais fui ouvindo e influenciaram ao longo da vida foram Stevie Wonder, Tom Jobim, Sting, Bob Marley, Queen, Seu Jorge, Prince, Cazuza, Jimmy Hendrix, Led Zeppelin, U2, Pat Metheny, Dave Weckl Band, James Brown, Ed Motta, Aretha Franklin, Radiohead, Michael Jackson, Elvis Presley, Beatles, Nina Simone, Etta James, David Bowie, Alva Noto, Bruno Mars, entre um montão de outros artistas cujo trabalho aprecio.
“Se Tu Me Amas” é o primeiro single a solo de Carlos Santos. Considera-se uma pessoa romântica?
Considero-me uma pessoa bastante emotiva e apaixonada sim. Sempre foi parte da minha personalidade ser assim nas coisas que faço, seja nos relacionamentos ou seja nos projetos que vou fazendo na vida. Acho que o Amor é a maior força criadora.
Sobre o que nos fala este tema?
Este tema fala de um amor vivido numa distância muito próxima entre duas pessoas apaixonadas que por força das circunstâncias não o podem viver de uma forma livre e completa.
O single foi lançado a 29 de junho. Que feedback tem recebido por parte do público que já o ouviu?
Toda a gente que me tem falado relativamente ao tema diz que gosta bastante do estilo do tema, da voz, algumas pessoas que estão mais habituadas a ver-me na bateria dizem-me que é uma boa surpresa saber que afinal também canto, acho que tem tido uma boa aceitação.
Quais são os objetivos do Carlos, a nível musical, para este ano de 2018?
O meu principal objectivo musical para este ano é conseguir gravar e produzir todos os temas que tenho já concretizados, em termos de composição, para antes do final do ano conseguir lançar os restantes temas, apesar de conseguir tocar, gravar e produzir todos eles prefiro contar com a participação de algumas pessoas que considero especiais, o que me vai levar um pouco mais de tempo a concretizar.
Onde é que o público poderá ver, ouvir e acompanhar o Carlos Santos?
Vou tendo concertos semanalmente, em vários locais. O lançamento do single ocorreu em Aveiro com os restantes membros que integram o projeto, mas vou tendo atuações em zonas dispersas do País num formato a solo ou em dueto.
Estou a dar mais atenção ao término do trabalho em termos de gravações no decurso deste tempo, para poder mostrar os restantes temas a par do lançamento dos mesmos, excepcionalmente foram tocados no lançamento do “Se tu me amas” os restantes temas que integrarão o EP, mas até que o mesmo esteja pronto, prefiro mantê-los como novidade.
Muito obrigada, Carlos!
Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens.