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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Carta a uma amiga que, um dia, foi especial...

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"Conheci-te numa fase da minha vida, em que esta não fazia qualquer sentido para mim.

Andava perdido, sem rumo...

Tu surgiste na minha vida e, como uma espécie de magia, com a tua varinha de condão, transformaste-a por completo.

A amizade que construímos era valiosa, e tu eras a minha melhor amiga!

Nessa altura, ouvias-me, apoiavas-me, davas-me a força que eu precisava. Fizeste-me voltar a sorrir.

 

Contigo, eu era outra pessoa!

Estava diferente, motivado, confiante, feliz!

Contigo, reaprendi a divertir-me, a sentir-me acarinhado, a sentir-me amado, a sentir que gostavam de mim pelo que eu era.

 

O dia em que nos conhecemos, em que estivemos juntos, e não me viraste costas, foi um dos dias mais felizes da minha vida!

E, se eu já gostava de ti, passei a gostar ainda mais.

Para minha sorte, ou meu azar, apaixonei-me por ti.  Tu eras o meu mundo. Aquele onde me podia refugiar nos dias menos bons. Aquele onde podia partilhar as minhas alegrias contigo.

E saber que partilhavas dos mesmos sentimentos por mim, deixava-me ainda mais feliz.

Sabia que teríamos que ser amigos, por enquanto, mas imaginei tantas coisas que viríamos, um dia mais tarde, a viver juntos.

 

Tive um dos verões mais felizes da minha vida mas, mal sabia eu, acabaria por ser o pior verão da minha vida. Porque ele irá para sempre recordar-me aquilo que eu tive, e não terei mais, ou aquilo que eu pensei que tinha, e nunca tive.

Não estou aqui a julgar-te, nem a culpar-te, nem tão pouco condenar-te.

Talvez tenhas deixado de gostar de mim. Talvez não saibas exactamente o que queres para ti. Talvez eu não seja aquele que procuras, que precisas. Ou talvez me tenhas visto sempre apenas como um amigo, e eu interpretei mal os teus gestos, as tuas palavras.

 

Mas aquela miúda que eu um dia conheci, e por quem me apaixonei, não a consigo mais ver.

No seu lugar, surgiu outra, que não consigo compreender, da qual não consigo gostar. Não posso dizer que me decepcionaste, porque não são os outros que nos decepcionam. Eu é que me decepcionei porque, na minha mente, imaginei algo que, provavelmente, não era real. Ou deixou de ser, a determinado momento.

 

Como minha amiga, e especial que eras, poderias ter sido sincera comigo. Talvez, assim, continuássemos a ser amigos como antes.

Hoje, não consigo acreditar nas tuas palavras, por mais que as repitas mil vezes, porque os teus gestos mostram o contrário.

A miúda que hoje vejo, não é aquela que quero na minha vida.

Hoje, estou a voltar a ser o mesmo rapaz que conheceste quando começámos a falar.

Estou triste...Porque, mais uma vez, perdi alguém que amava, sem saber bem porquê. E a concha, da qual tinha saído sem medo, vai voltar a fechar-se, ainda com mais força.

 

Não guardo mágoa. Apenas te desejo que, um dia, consigas encontrar o que tanto procuras, e que sejas feliz. Gostava que tivesse sido comigo. Mas no coração e nos sentimentos não mandamos. Resta-me aceitar...

E talvez, um dia, quem sabe, voltemos a ser amigos, como um dia fomos.

Mas, neste momento, para não sofrer mais do que já estou, talvez tenha que me afastar de ti. 

 

E dói...

Porque deixar de falar contigo, é voltar aos tempos em que andava perdido, logo agora que pensava ter encontrado um rumo.

Porque deixar de te ver, de estar contigo, de te abraçar, de te acarinhar, é perceber que um dia te tive e vivi os melhores momentos que poderia imaginar, e agora eles não voltarão mais.

Mas preciso de aprender a viver sem ti. Preciso de me proteger agora, para não me magoar ainda mais, depois.

 

Sê feliz...

Eu irei também tentar encontrar a minha felicidade... Ainda que, neste momento, seja difícil descobri-la por entre as lágrimas que derramo, enquanto te escrevo estas palavras que não sei se, algum dia, te direi...

Quero que saibas que, um dia, foste realmente alguém especial para mim!

Espero, um dia, vir também eu a ser especial para alguém, da mesma forma.

 

De um amigo que nunca te esquecerá..." 

 

Carta para a Tica - Parte II

 

 

"Querida Tica, 

Ontem, finalmente, voltaste para casa!

Quando o teu dono me ligou à hora do almoço a dizer que estavas em casa, quase nem acreditei. Mas, quando corri para ver com os meus próprios olhos, lá estavas tu à janela da sala, como se nunca tivesses deixado de lá estar.

Voltaste, sã e salva. Pela tua própria pata! E entraste pelo mesmo sítio por onde tinhas fugido.

O que aconteceu nesta tua aventura, nunca vamos saber. Mas sei que vinhas atordoada, exausta e com muito frio. Fome, não tinhas. Apenas petiscaste, antes de te enroscares na nossa cama completamente tapada com cobertores e edredons, e fechares os olhos (saudades da caminha dos donos).

Ali ficaste toda a tarde, até quase às 22 horas. Houve alturas em que temi que estivesses doente, ou algo pior. Não te mexias. Mas quando abriste os olhos, ainda que por segundos, sosseguei.

E fiquei surpresa e contente por te ver caminhar até à cozinha para comeres, já mais restabelecida.

Mas ainda não tinhas recuperado totalmente. Não te apetecia brincar nem fazer mais nada que não fosse receber muitos miminhos e deitares-te de novo. 

Emocionei-me quando miaste daquela forma tão intensa para mim, como que a pedir para eu me despachar depressa que me querias só para ti e quando, no meio de toda a atenção que estavas a receber do dono e da Inês, saltaste para o meu colo e ajeitaste-te a dormir (saudades do velho roupão da dona).

E depois de te ter levado para a nossa cama, ali dormiste toda a noite, ao meu lado, tal como no sonho que tive na noite anterior. Desta vez, era mesmo verdade!

Hoje, ainda não estás a 100%, mas já começas a voltar à tua rotina normal - comer ervinhas, estar à janela, miar para ir à rua (não te serviu de emenda)!

Voltaste, e estás de novo na tua casa, e com a tua família! Benvinda de volta, Tica!"

Carta para a Tica

"Querida Tica,

Esta foi a segunda noite que passaste fora de casa. Lá fora esteve, mais uma vez, a chover.

Não sei se foi por isso que ainda não regressaste. Ou se estás demasiado assustada para saires de onde estás. Mas, pelo menos, espero que não estejas ferida, e que não seja esse o motivo da tua demora. 

Ontem, o avô foi apanhar ervinhas frescas para comeres - por isso não podes estar muito tempo fora senão estragam-se!

Quando me deitei, como de costume, ia arrumar o meu travessão na gaveta, para não andares a brincar com ele durante a noite. Mas percebi que não havia essa necessidade, pois não estavas em casa.

O teu dono escolheu uma foto tua e colocou um anúncio na internet, para ver se alguém te encontra. Estás a ficar famosa! Mas não era preciso sê-lo à custa de tamanha aventura.

Depois, imprimimos folhetos com a tua foto, descrição e contactos, e o dono, juntamente com a Inês, andou a distribuir pelos vizinhos e nos cafés aqui próximos. 

Todos nós estamos preocupados e sentimos muito a tua falta. A Inês estava muito triste, mas tentámos animá-la. Afinal, hoje é o dia da sua prova de matemática, e não queríamos que ela tivesse mais preocupações. Já eu e o dono, a continuar assim, ficamos velhos enrugados e engelhados de tanto chorar! Por isso, vê lá se colaboras e não demoras muito tempo, ou já nem nos reconhecerás.

Além disso, sem ti cá em casa, quem vai caçar as moscas? E quem vai descobrir os mais variados bichos de que tenho tanto medo, para os mandar para fora de casa?

Esta noite, no pouco tempo que dormi, sonhei que tinhas voltado e que estavas deitada ao meu lado na cama, como de costume. Mas foi só um sonho. Não voltaste, ainda...

Até o gato da Sr.ª Olímpia sente a tua falta. Estava habituado a ver-te todos os dias na janela. E os passarinhos, que andam por aqui, não têm com quem falar. E como era bom ver-te conversar com eles!

Sei que a rua exercia um grande fascínio sobre ti, tal como tudo o que é proibido mas muito apetecido. Sei que querias experimentar a liberdade que vias os teus companheiros terem. Aventurares-te com eles, e como eles.

Mas, se nunca te demos essa liberdade, não foi porque não gostássemos de ti. Foi, sim, por te amarmos demais para te deixar ir ou para te deixar quebrar o focinho sozinha. Foi para te proteger.

És a nossa pequenina, a nossa princesa bonita, e queríamos o melhor para ti. Ainda queremos.

Sei que te sentias muito sozinha em casa. Passavas muitas horas sozinha mas, podes ter a certeza, fiz o melhor que podia para compensar esse tempo. Todos os dias à hora do almoço ia a casa de propósito para tratar de ti, brincar contigo e levar-te um bocadinho à rua. Aos fins de semana, sentava-me no sofá a ver televisão ou a ler porque sabia que querias colinho, e ali passavas horas a dormir. Quando saíamos, nunca queria chegar muito tarde porque sabia que estavas sozinha em casa. Adorava mimar-te e levar-te à rua como neste domingo, em que estivemos sentadas na cadeira ao solinho por um bom tempo.

Agora, chego a casa e tu não estás... Não é justo. Não faz sentido.

E sabes o que é pior? É não saber o que é feito de ti.

Ainda ontem o teu dono me perguntou se me estava a custar mais agora, ou quando morreu a Fofinha. Quando a Fofinha morreu, também sofri muito. Foram mais de 15 anos com ela. Mas ela estava doente e velhinha. E morreu na nossa casa. Deixou de sofrer.

Contigo é muito diferente, porque és muito nova, e ainda tens muitos anos pela frente para viver connosco. Mas, por tua livre vontade, foste embora. E agora não sei se estás arrependida e não podes voltar, ou se estás mais feliz na tua nova vida. Não sei se arranjaste uma nova família. Não sei se estás viva. Não faço ideia de onde te procurar...Talvez nunca mais te volte a ver e nunca saiba o que, de facto, te aconteceu.

Embora não haja comparação possível ainda assim, agora, sei como se sentem aqueles pais a quem desaparecem os filhos, e nunca chegam a saber o que lhes aconteceu. É triste...

Mas há que ter esperança, e digo-te que tudo está tal e qual como tu deixaste, para o dia em que voltares à tua casa!"

 

 

Os animais têm sentimentos, sim!

 

Estava ontem a ver o programa SOS Animal e emocionei-me com este vídeo e com esta iniciativa de "dar voz aos animais".

Uma carta que exprime os sentimentos de todos os cães maltratados e abandonados em condições desumanas, enviada para os seus donos. Porque, por muito que digam o contrário, os animais têm sentimentos, sim!

E eu também. Por isso é que não consegui conter as lágrimas :)

 

Veja aqui a carta: 

https://www.facebook.com/photo.php?v=773180636045327&set=vb.220639584632771&type=2&theater