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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A vida é um jogo

 

Com uma casa de partida, uma meta ou casa de chegada, e todo um percurso a fazer pelo meio, para lá chegar.

Neste jogo, lançamos os dados. Por vezes, eles levam-nos a avançar vários passos. Outras vezes, obrigam-nos a recuar, a retroceder alguns passos ou, simplesmente, a não nos movermos. Nem sempre avançar é bom. Pode-nos levar a casas que gostaríamos de evitar. Nem sempre recuar é mau. Podemos ir parar a uma casa que até nos traga vantagens.

Cada uma das casas à qual os dados lançados nos levam, nos trazem desafios, objetivos a alcançar, perguntas às quais temos que responder. Algumas casas trazem coisas boas, pequenos incentivos, bónus, alegrias, a oportunidade de avançar mais um pouco neste jogo. Outras, nem tanto. São casas que não nos levam a lado nenhum, sem utilidade mas que, ainda assim, fazem parte do jogo.

Como todos os jogos, também a vida é um risco.

Mas, ao contrário de um jogo comum, que jogamos ou não consoante a nossa vontade, neste jogo da vida não pedimos para entrar. Ainda assim, fomos colocados no tabuleiro a partir do momento em que nascemos, e "obrigados" a jogá-lo, a correr esse risco. 

Ao contrário de um jogo comum, a maior parte de nós não tem pressa de chegar à meta, à fatídica casa de chegada, na qual iremos abandonar de vez o jogo, e esta vida que nos foi dada.

Queremos,sim, aproveitar aquilo que as diversas casas, que lhe precedem, nos têm para dar. Embora nem sempre o consigamos fazer como deveríamos. É que, mesmo avançando devagarinho, estamos a avançar, e as casas pelas quais passámos, ou não, vão ficando para trás, sem que possamos, muito provavelmente,lá retornar. E não nos esqueçamos que, a qualquer momento, e sem contarmos com isso, podemos ser eliminados do jogo.

A vida é um jogo, e este jogo é também feito de apostas. Algumas, serão apostas ganhas. Outras, poderemos eventualmente, perder. Mas só saberemos o resultado da aposta, depois de a fazer.

Só saberemos aquilo que nos espera, e onde nos levará este jogo, se nos mantivermos activos, em movimento, se continuarmos a lançar os dados, a fazer apostas, a utilizar os botões que temos ao nosso dispôr, a percorrer o tabuleiro onde fomos colocados como peões mas, ao mesmo tempo, como jogadores. 

Só conseguiremos aproveitar ao máximo este jogo, se soubermos aprender com as más jogadas, celebrar os pequenos avanços e conquistas, tirar partido das casas mais vantajosas onde os dados nos levem, e contornar aquelas que mais nos prejudicam.

Podemos não ter pedido para jogar este jogo da vida, mas a verdade é que estamos dentro dele.

E valerá a pena passar todo o percurso do jogo sem arriscar, sem o viver, sem tomar as rédeas do mesmo nas nossas mãos? Valerá a pena ficar parado, a ver os outros jogadores passar por nós, ou à espera que alguém lance os dados por nós, avance por nós, viva por nós?

Valerá a pena desperdiçar todas as ferramentas que nos foram fornecidas para nos ajudar nesta caminhada, e esperar que o destino se encarregue de nos empurrar de uma casa para a outra, quando não era nessas casas que queríamos estar?

A vida é um jogo, sim. E já que estamos nele, vamos jogá-lo como sabemos e podemos, e deixar a nossa marca enquanto nele nos mantivermos, sem receios!

Conversa típica de senhorios!

 

 

O que os senhorios respondem quando os inquilinos se queixam que a casa é húmida, ou quando alguém fala sobre isso:

"Ah e tal, a casa não é húmida. Os inquilinos é que não abrem as janelas para arejar!"

 

O que os senhorios respondem quando os inquilinos se queixam dos canos entupidos:

"Ah e tal, têm a certeza que não foi o(a) vosso(a) filho(a) que deixou cair alguma coisa dentro da sanita? É que deve ter sido isso, porque os canos nunca entupiram antes."

 

O que os senhorios respondem quando os inquilinos se queixam que entra água dentro de casa por alguma janela:

"Ah e tal, isso o melhor é fazer como nós e comprar aqueles rolos de protecção para janelas!"

 

E estas são apenas algumas das "pérolas" que já tive a infelicidade de ouvir da boca de muitos senhorios, que acham que os inquilinos é que são culpados, e que as suas casas são verdadeiras relíquias sem qualquer defeito. 

 

(A propósito deste post da Joana.)

As casas Ronald McDonald

 

“Naquela noite, ninguém poderia imaginar o que estaria para acontecer. Era só mais uma consulta, após a da semana anterior, para saber ao certo o que se passava com a sua filha, cujos sintomas, ao invés de melhorar, agravaram. A médica examinou-a, e disse para a mãe “pois, é o que eu suspeitava, vai cá ficar internada”.

Foi uma semana, dividida entre casa e hospital, a almoçar e jantar no refeitório, e a dormir naquele desconfortável sofá azul, da sala onde a menina estava internada. Felizmente, apesar de invulgar, a doença não era grave, e a menina acabou por ter alta uma semana depois.”

 

Agora, imaginem casos mais complicados, crianças com doenças graves ou prolongadas, que têm que se deslocar constantemente a hospitais, que muitas vezes ficam longe das suas casas, para receberem tratamentos, ou que se encontram hospitalizadas. Podem ali permanecer dias, meses e até anos.

Imaginem o impacto que uma situação dessas pode causar na vida familiar dessas crianças, e o estado psicológico dos familiares que passam a “viver” no hospital, a observar todo o tipo de situações que ali decorrem, muitas vezes dormindo em cadeiras, mal se alimentando, só para ficarem perto dos filhos.

Nem sempre esses pais têm condições financeiras que lhes permitam suportar os custos de um alojamento que, muitas vezes, se localiza longe do hospital.

Foi com o intuito de ajudar estas pessoas que surgiu o conceito de “casa longe de casa”.

Existem actualmente algumas instituições que o aplicam e criaram instalações para esse fim, tanto em Portugal como no resto do mundo. Uma dessas instituições é a Fundação Infantil Ronald McDonald.

Para saberem mais sobre estas casas, leiam o artigo completo na edição deste mês da BLOGAZINE (págs. 6 e 7).

 

 

Uma “casa” longe de casa

 

Estávamos em pleno verão. O tempo estava quente mas, mais quente que o tempo, estava a minha bebé de apenas 4 meses, com quase 40 graus de febre!

Levei-a ao hospital local, onde me pediram que lhe desse banho para ver se a febre baixava. Não resultou. Com uma carta de recomendação, uma espécie de passaporte ou bilhete de entrada directa, dirigi-me então ao serviço de pediatria do hospital para o qual nos tinham enviado.

Tal como eu, havia mais mães e pais que aguardavam ser chamados, ou por resultados de exames e análises, e que se encontravam ali há horas.

Quando nos vemos nestas situações, temos que estar psicologicamente preparados para tudo – para a espera, para o mau humor de certos médicos, para vermos aquilo que preferíamos não ver.

Ainda hoje me lembro da minha pequenina a ser espetada na cabeça (procedimento perfeitamente normal mas que nem por isso deixou de me chocar) para lhe ser retirado sangue para análises, a chorar sem parar.

Depois de ouvir da médica que nem sequer lá deveríamos ter ido, porque era só uma febre de dois dias e não era possível saber o que tinha, lá receitou um antibiótico e regressámos a casa de madrugada. Foi uma situação rotineira, um susto, mas nada de grave.

Mas imaginem casos mais complicados, crianças com doenças graves ou prolongadas, que têm que se deslocar constantemente a hospitais, que muitas vezes ficam longe das suas casas, para receberem tratamentos, ou que se encontram hospitalizados. Podem ali permanecer dias, meses e até anos.

Imaginem o impacto que uma situação dessas pode causar na vida familiar dessas crianças.

Imaginem o estado psicológico dos familiares que passam a “viver” no hospital, a observar todo o tipo de situações que ali decorrem, muitas vezes dormindo em cadeiras, mal se alimentando, só para ficarem perto dos filhos.

Nem sempre esses pais têm condições financeiras que lhes permitam suportar os custos de um alojamento que, nem sempre, se localiza próximo do hospital.

Foi com o intuito de ajudar estas pessoas que surgiu o conceito de “casa longe de casa”.

Existem actualmente algumas instituições que o aplicam e criaram instalações para esse fim, tanto em Portugal como no resto do mundo.

Em Portugal, a Fundação Infantil Ronald McDonald foi criada em 2000, e a primeira Casa Ronald McDonald construída junto ao Hospital D. Estefânia, em Lisboa.

Nesta casa, tudo é feito para que as famílias das crianças se sintam como se na sua própria casa estivessem, funcionando como um refúgio permanente em ambiente familiar, onde podem contar com apoio moral, conforto, ajuda, carinho e atenção, promovendo e realizando iniciativas que contribuam tanto para o bem-estar das crianças, como das suas famílias.

A casa é constituída por quartos individuais, casas de banho, cozinha onde podem preparar as suas refeições, lavandaria, salas de estar e jantar.

É uma forma de os pais e familiares das crianças internadas ou em tratamento as acompanharem nesse processo, contribuindo para uma mais rápida recuperação das mesmas.

Actualmente, existem mais de 200 Casas Ronald McDonald espalhadas por todo o mundo.

Como qualquer instituição, estas casas dependem de donativos, campanhas e eventos, do trabalho voluntário, e acções de consciencialização e angariação de fundos, para que possa continuar a ajudar aqueles que precisam.

E porque nunca se sabe se algum dia iremos precisar de recorrer a uma casa longe da nossa casa, aqui fica a mensagem!