Será que a tradição ainda é o que era? Ou estaremos perante mais uma "americanização"?
Segundo o Bispo Auxiliar de Lisboa, grande parte da responsabilidade pela celebração "errada" desta festa é dos professores, tanto nas escolas, como nos jardins-de-infância, ao incentivarem a celebração do famoso Halloween que, diz ele, nada tem a ver com a nossa tradição e cultura.
Em Portugal, no dia 1 de Novembro, Dia de Todos-os-Santos, as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos grupos para pedir o Pão-por-Deus. Antigamente, as crianças recitavam versos e recebiam como oferenda: pão, broas, bolos, romãs, nozes, tremoços, amêndoas ou castanhas, que colocavam dentro dos seus sacos de pano, de retalhos ou de borlas.
Neste dia, as manhãs eram para as crianças e, à tarde, as pessoas abriam as suas casas para receber familiares e vizinhos, e confraternizar. Normalmente, eram as crianças mais pobres que participavam neste "peditório".
Hoje, os meninos batem de porta em porta, e recebem rebuçados, pastilhas, chupa-chupas, chocolates, broas, frutos secos e, por vezes, uma moedinha. Fazem-no, porque é tradição, mas não sabem explicar o que realmente se comemora.
De uma forma geral, é uma festa em honra de todos os santos e mártires, também conhecido pelo dia em que se repartia o pão pelos mais pobres.
Já o Halloween, celebra-se à noite, véspera do dia de todos os santos, por considerarem que era a noite sagrada.
As origens de um e de outro são, basicamente, semelhantes.
O que acontece é que, com o tempo, foram sendo adicionados elementos estranhos a esta comemoração, como os disfarces, e a alusão a bruxas, vampiros, fantasmas e outros.
E, de facto, este ano, vimos muitas crianças mascaradas a pedir o Pão-por-deus!
Se estamos a adoptar uma tradição e cultura americanizada? Talvez... Mas não será apenas nesta celebração!