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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"A Justiça do Amor", de Telma Nunes

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Será que o amor é justo?

Receio que nem sempre seja.

E não só não é justo como, por vezes, se paga um preço muito alto por ele.

Mas também é verdade que não haverá nada melhor que o amor, para se ter alguma justiça, numa vida onde ela teima em não existir.

 

Ana foi uma vítima de um amor que, tarde demais, percebeu que era unilateral e, pior que isso, lhe poderia ser fatal.

E foi, depois de uma série de agressões, cada vez mais violentas, que decidiu, por receio, por si e pelo seu filho, pedir o divórcio. Enquanto isso, o seu ex-marido foi condenado a uma pena de prisão, e com ordem de afastamento dela.

Algo que, mal sai em liberdade, não tem intenções de cumprir.

Porque, para estes monstros, as mulheres são propriedade sua, a partir do momento em que casam e, como tal, podem fazer o que bem entenderem com elas, inclusive, agredir ou matar.

Porque, infelizmente, não há justiça nem leis que protejam estas mulheres, que as defendam, que as levem a sério.

Porque os agressores safam-se sempre, de uma forma ou de outra. Mesmo que deixem um rasto de sangue que, mais do que às vítimas, se estende à família e a quem se atrever a meter no seu caminho.

 

Miguel é um empresário bem sucedido que, mal vê Ana, se apaixona por ela. Ela também não fica indiferente.

E o cupido até dá uma ajudinha, tal como o seu irmão Ricardo, e a sua amiga Raquel.

Miguel pode ser a salvação para Ana, e o seu filho Pedro.

Miguel poderá protegê-los. Fazê-los acreditar novamente no amor. Dar-lhes a família que não têm.

Mas Ana tem medo. Por si mas, principalmente, pelos que se aproximam dela ou tentam ajudá-la. Porque foi assim que o seu irmão ficou ferido. 

E a sua culpa aumentou. Sim, porque são as vítimas que ainda se sentem culpadas, ao contrário dos agressores, cujos actos não lhes pesam minimamente na consciência. 

 

Daniel, o ex-marido de Ana, saiu em liberdade, e tem enviado mensagens a Ana, em tom ameaçador.

A qualquer momento, pode descobrir onde ela está, e sabe-se lá o que poderá acontecer.

Mas Miguel tem uma equipa de segurança pronta a proteger a vida de todos, por isso, não haverá razão para receios.

Ou será que há?

 

Muita coisa acontecerá ao longo desta história, que explora traições, enganos, oportunismo, assédio, intrigas... O vale tudo para se obter o que se deseja, a qualquer preço.

Uma história que aborda as relações familiares, a união, a simplicidade e o amor entre pais e filhos, e entre irmãos.

 

E que traz à luz um pouco do trabalho dos vigilantes de protecção e acompanhamento pessoal.

Um trabalho, muitas vezes, ingrato, e que nem sempre consegue o seu propósito.

 

O final deste livro deixa tudo em aberto e, no entanto, soa mais a injustiça, do que à justiça do amor, que lhe dá o nome. O que não deixa de ser a realidade, na maioria das vezes, e dos casos de que temos conhecimento.

Quem sabe uma continuação não nos devolve a esperança que este desfecho acabou de nos tirar.

E nos faz acreditar que nem sempre os monstros levam a melhor. Que nem sempre saem vencedores.

E que ainda é possível ser-se feliz novamente.

 

Sinopse

"Miguel Pereira Fontes é um empresário respeitado, poderoso e ligado à família. Um trintão bilionário, desejado por dezenas de mulheres, que anseia pelo amor da sua vida.

Uma partida do destino volta a colocar Ana Vieira no seu caminho, depois dele se convencer que teria de a esquecer e, desta vez, ele está disposto a tudo para a conquistar, mas Ana tem um passado de sofrimento e não está pronta para voltar a confiar em mais nenhum homem. Quando Miguel descobre, ele mostra- lhe que fará de tudo para provar o que sente e não descansará até que a justiça seja feita."

 

 

Autor: Telma Nunes

Data de publicação: Julho de 2021

Número de páginas: 266

ISBN: 978-989-37-1236-8

Colecção: Viagens na Ficção

Idioma: PT

 

 

"Se Ainda Me Quiseres, Eu Fico", de Armindo Mota

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Por cada decisão que se toma, há consequências.

Algumas, têm apenas efeito em quem as toma.

Outras, afectam também quem está, de alguma forma, envolvido com quem as tomou.

Algumas, podem ser revertidas. E os seus efeitos atenuados.

Outras, nem tanto. E os efeitos podem permanecer ao longo do tempo.

Ainda assim, é preferível decidir, do que deixar que decidam por nós...

 

 

A história começa com uma viagem de Pedro, a Portugal, para tentar descobrir mais sobre a história e as origens dos seus pais, já falecidos, que sempre fizeram um grande mistério sobre o passado, sobre o que os levou a emigrar para Nova Iorque, e nunca mais querer regressar ao seu país.

Eles apenas dizem que foi um período complicado, tempos difíceis que não desejam a ninguém, e que não lhes foi permitido viver a sua vida e história de amor livremente.

No início, o autor dá a entender que se tratou de alguma interferência familiar, de alguma imposição ou manipulação, de algum esquema para os separar. Ou, quem sabe, discriminação ou preconceito.

Na aldeia, onde Pedro tenta saber mais sobre os pais, também quase ninguém parece disposto a esclarecê-lo, adensando ainda mais o mistério, apenas revelando que o pai era tido como um jovem estranho para a época, incompreendido, e que muitos criticavam.

No entanto, Pedro percebe que, apesar dos caminhos dos pais se terem separado na juventude, eles acabaram por se reencontrar, viver o seu amor e ser felizes. Só não sabe, o que poderia ter levado à separação.

 

E é isso que nos é revelado em seguida.

A história de Pedro e Inês, que tiveram dois filhos, a que deram os nomes de Pedro e Inês, e cujos netos, atrevo-me a dizer, mais à falta de originalidade, do que em homenagem aos avós, também herdaram os mesmos nomes!

Nesta segunda parte, Pedro e Inês reencontram-se, vários anos depois, e tentam perceber o que os afastou, e o que ainda os une.

Afinal, ao contrário do que foi dado a entender, foi Inês quem terminou o namoro, porque queria “viver outras experiências”, dizendo a Pedro que não o amava mais. E Pedro, aceitando a sua decisão, sofreu em silêncio, sem tentar fazê-la mudar de ideias.

Portanto, enquanto Inês foi, talvez, inconsequente, Pedro foi conformista, algo de que ambos se arrependem.

 

Pedro casou-se. Trabalha, agora, no ramo da hotelaria. Inês casou-se, teve filhos, e trabalha na área da saúde.

Ambos andaram com a sua vida para a frente, sem nunca serem totalmente felizes, porque o amor que sentiam um pelo outro o impedia.

Mas, agora, depois de esclarecidos os mal entendidos, ilibados de culpa e percebendo que o amor se mantém, não podendo mudar o passado, podem mudar o presente e o futuro, assim o queiram verdadeiramente.

 

E é aqui que considero que o autor atribuiu às personagens um sofrimento desnecessário, e alguma inconsistência nos seus actos.

É certo que, havendo outras pessoas envolvidas, não se pode tomar uma decisão de ânimo leve, e é preciso medir as consequências que essa decisão implicará em todos os que os rodeiam, nomeadamente, as suas famílias.

Mas Pedro, afinal, até já estava separado da mulher, embora tenha passado a maior parte do tempo sem o revelar.

E Inês, a quem no início lhe parecia impossível deixar o marido e os filhos, para viver este amor do passado, a partir do momento em que descobre a traição do marido, parece esquecer tudo isso, e já está disposta a ir viver com Pedro noutro continente!

 

Pedro e Inês passam a maior parte do tempo a recordar o passado, embora concordem que não devem mais falar do passado.

Passam a maior parte do tempo a chorar, apesar de acordarem que já chega de lágrimas.

Passam a maior parte do tempo a falar de culpas, a ilibar o outro da culpa, a auto culpar-se e desculpar-se pela culpa que tiveram mas, afinal, não tiveram, ou numa tentativa de medir quem teve mais ou menos culpa.

Até parece que os seus encontros, em vez de lhes proporcionarem momentos felizes, trazem ainda mais sofrimento.

Passam o tempo todo a planear viver uma relação extraconjugal, limitada no tempo e espaço, com muitas reservas e receios, quando bastava separarem-se dos respectivos cônjuges (o que Pedro já tinha feito), se o seu amor é assim tão forte como dizem, e não estão dispostos a abdicar dele novamente.

Mas a Inês, faltava-lhe coragem. Se da primeira vez, falhou e arrependeu-se desde então, parece ainda não ter aprendido a lição, e estar prestes a falhar novamente.

E, apesar de ela própria já estar a trair o seu marido, acabou por usar a traição dele como a chave para sua cobardia, como a desculpa de que ela precisava para terminar a relação, e poder viver o seu amor livremente, sem se sentir responsável pelo término do casamento.

Na verdade, depois de conhecermos o Pedro e a Inês da adolescência, percebemos que ambos mudaram muito. Pedro para melhor. Inês, nem por isso.

 

Outro dos aspectos que considero desnecessário e, até, maçador para quem lê, são os eternos "esquecimentos" sobre o que iam dizer, o "engonhar" das conversas, e a excessiva lamechice "meu querido", "minha querida", "és tão querido", "és tão querida" a toda a hora.

E quando parecia que a história ia ganhar um novo fôlego, e tornar-se mais intrigante, logo o mistério foi resolvido, e voltámos ao mesmo.

 

Confesso que as minhas expectativas relativamente a esta história foram um pouco defraudadas.

Prometia mais do que deu.

E poderia ter dado tanto, se tivesse cortado aquilo que era desnecessário, para nos dar mais sobre o tanto que ficou por saber.

 

 

Sinopse

"Não havia luar e o céu estava carregado de nuvens negras. A escuridão era total. Ouvia-se um leve murmúrio da brisa que corria lá fora, e o rumorejar das árvores batidas pelo vento. Ao longe, no terminal de cruzeiros de Leixões, um barco produzia um sinal sonoro, porventura a assinalar a sua presença no cais. Não tardaria e as nuvens cumpririam a ameaça de que, quando menos se esperasse, descarregariam sobre a terra a imensidão de água que acumulavam nas suas entranhas, adivinhando-se, por consequência, uma noite imprópria para se estar fora de casa. Inês não se importou com isso. A sua cabeça estava ocupada com um só pensamento: tenho de o encontrar. Custe o que custar, tenho de o encontrar. E, a espaços, a sua memória reportava-lhe as palavras que, vezes sem conta, ouvira da boca do Pedro: “só se vive uma vez, minha querida; só se vive uma vez”. Era a réstia de motivação que lhe faltava. Vestiu o seu casaco acolchoado, impermeável, com capuz, enrolou um cachecol à volta do pescoço, calçou botas, forradas com pele de carneiro, desceu as escadas do prédio que habita, saiu para a rua e apanhou o primeiro táxi que apareceu.

– Para a Avenida da Boavista, por favor – disse ao taxista, ainda emocionada e com dificuldade em conter os soluços que a tomaram de assalto."

 

 

Autor: Armindo Mota

Data de publicação: Maio de 2021

Número de páginas: 388

ISBN: 978-989-37-0030-3

Colecção: Viagens na Ficção

Idioma: PT

 

"Perdeste o Meu Nome", de Ricardo Mota Pereira

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Existem duas formas de reagir ao amor:

Ou se corre para ele. Ou se foge dele.

Ou se abre os braços para o receber. Ou se fecha a porta, para não o deixar entrar.

O amor pode ser comunhão, ou conflito.

Ou ele acalma, ou ele desassossega.

Ou ele faz bem, ou gera mal estar.

Mas uma coisa é certa: para ele florescer e se fortalecer, têm que ser dois a querer.

 

E, nesta história, a maior parte dos protagonistas está numa dança solitária, que o par parece não estar disposto a dançar.

 

Fernando e Alice têm uma relação há vários anos.

Ele ama-a. Faz tudo por ela. É capaz de tudo, por ela. Até anular-se. O que leva a suspeitar antes de uma obsessão. Ou libertá-la, o que confirma o seu amor.

Ela, acredita que o ama.

Alice vai ser operada a um tumor no cérebro e, após a cirurgia, começa a tratar Fernando de forma diferente. Nada é como antes.

Ou, acredito eu, já nada era, antes da cirurgia, mas Alice andava a adiar o inevitável. 

E a cirurgia foi a desculpa perfeita.

A história leva-nos a crer que Alice tem medo de não sobreviver à delicada operação a que vai ser submetida. Não digo que não. Mas havia, também, a certeza do que aconteceria após a cirurgia.

O saber que, ultrapassada aquela barreira, se sobrevivesse, não haveria mais desculpas, e tudo o que tinha estado a conter, correria livre e sem barreiras.

Alice era amada, mas não sabia aceitar esse amor. Nem, talvez, amar. 

 

Num outro núcleo, Teresa amava.

E Pedro, parecia começar a saber o significado disso. E o peso do amor que ameaçava surgir, também, da parte dele.

Mas não sabia lidar com isso. E, por isso, antes que o amor o matasse, matou ele o amor.

 

Amélia amava António.

António, à sua maneira, amava Amélia.

Mas, então, por força das circunstâncias, Ana entrou nas suas vidas. Ou foram eles que entraram na vida dela.

E, desde então, Amélia desistiu do seu amor.

Ana começou a amar António, mas António fugiu desse amor.

No fim, restou o amor puro, e genuíno, de uma mãe, pelo seu filho, seja ele de sangue ou não.

Um filho que lhe foi tirado e que, só passados vários anos, voltou a reencontrar.

 

Poderá, no meio de tantos amores destruídos, haver um final feliz?

Amélia, que amava, morreu.

Teresa, que amava, morreu.

António, que fugiu do amor, morreu.

Pedro, ao rejeitar o amor, morreu.

Ana, morreu amando, e sentindo-se amada.

De uma forma, ou de outra, todas estas vidas, e mortes, se cruzam na história de Alice e Fernando.

 

O que estará destinado a Fernando e Alice, outrora tão unidos, agora dois estranhos?

Uma vez separados os caminhos de cada um poderão, algum dia, voltar a transformar-se num só?

Ou será cada um deles mais feliz, em caminhos separados?

 

Pessoalmente, penso que o autor se dispersou por várias histórias e personagens em simultaneo, não desenvolvendo muito algumas delas, pelo que poderia ter optado por se focar mais, naquelas que mais relevância têm, em todo o enredo.

Por outro lado, foi um pouco difícil habituar-me à escrita do autor, nomeadamente quando passa da terceira pessoa, enquanto narrador, para a primeira pessoa, enquanto personagem.

Talvez por isso, apesar da questão central, não me tenha conseguido prender.

 

Sinopse

"Parada diante do mar, Alice percebe que a sua vida está prestes a mudar para sempre. Dentro da sua cabeça existe um tumor que vai ser removido nesse dia. Fernando, que a vigia à distância, deseja apenas que a sua vida volte à nor­malidade dos dias felizes. Contudo, não sabe que a Alice que ele ama desaparecerá no meio da cirurgia.

Até onde estamos dispostos a ir em nome do amor? Até onde podemos ir para não perder o centro da nossa perso­nalidade? Estas são as questões que as personagens têm de responder. Estas são as perguntas que todos fazemos em algum momento das nossas vidas."

 

 

Autor: Ricardo Mota Pereira

Data de publicação: Maio de 2021

Número de páginas: 652

ISBN: 978-989-37-0831-6

Colecção: Viagens na Ficção

Idioma: PT

 

 

53S76O – Draco Cola, A Cauda do Dragão, de Douglas Portelinha

53S76O – Draco Cola, A Cauda do Dragão

 

Um determinado território é pertença do povo que nele vive ou daquele que, intencional ou inesperadamente, o descobre?

E o que significa, exactamente, descobrir um território?

Ser o primeiro a saber da sua existência, para além dos que lá vivem? Quem lhes garante que foram os primeiros? Que não houve outros antes? E em que medida é que, o facto de os terem descoberto, lhes confere qualquer poder que seja sobre eles?

 

Ao longo de toda a História, e ainda hoje, assistimos a lutas entre povos, por territórios que reivindicam como seus, como se os tivessem adquirido, ou ganhado autoridade sobre eles, quando, na verdade, deles se apoderaram com recurso às armas, à força, à subjugação, ao poder superior que possuem, e que os leva a crer que podem dominar quem lá vive, sempre viveu e que teria, por lógica, direito à sua posse.

Depois, para além desta apropriação das terras de um povo, por outro povo, ainda existem as guerras entre reinos ou países em expansão, que reclamam ter sido os primeiros a descobri-las.

E, assim, assistimos a uma outra luta pelo poder, pela supremacia, pela conquista e manutenção de territórios de que, nem uns, nem outros, são donos, mas que querem, à força, governar e garantir para si.

Sobretudo, se esses territórios gerarem riqueza e lucro, e se traduzirem em pontos, favoravelmente localizados, para as suas rotas comerciais. Se trouxerem vantagens. Se ajudarem esses países ou reinos, a afirmar e solidificar a sua hegemonia. manter as suas rotas comerciais.

 

Foi o que aconteceu, por exemplo, entre o Reino de Portugal e a Coroa de Castela, quando assinaram o Tratado de Tordesilhas, dividindo as terras “descobertas e por descobrir” por ambos, fora da Europa. Como se o mundo lhes pertencesse, apenas a eles, e por direito, a partir do momento em que assim o decidem. 

 

“53S76O: Draco Cola, A Cauda do Dragão”, aborda este mesmo Tratado, bem como as viagens que eram empreendidas na busca de novas rotas, novos territórios, quem sabe novas fronteiras.

Recuamos no tempo, em que as novas tecnologias "conhecem" os seus antecessores: os mapas, as cartas de marear, os instrumentos de navegação e orientação de antigamente.

Recuamos à expedição que levou a Armada de Vasco da Gama (a primeira armada da Índia portuguesa), formada pelas naus São Gabriel, São Rafael, Bérrio e São Miguel, na primeira viagem marítima à Índia.

E à Armada de Pedro Álvares Cabral (a segunda armada da Índia portuguesa), que partiu de Lisboa no ano 1500, onde seguia, na nau de Pêro de Ataíde, a personagem Miguel, o capitão que, até então, tinha andado a espiar para a Coroa Portuguesa e que, depois do naufrágio, se tornou prisioneiro dos castelhanos.

No entanto, acabou por ser de grande valia nessa viagem e, ao regressar a Castela, conseguiu fugir, sendo ajudado, justamente, pelo cosmógrafo que tinha andado a espiar e a seguir os passos.

 

Dessa expedição, resultaram importantes e valiosas informações e conhecimentos.

E esta história, de Douglas Portelinha, faz-nos relembrar a História que é, também, a nossa, a dos nossos navegadores e das suas descobertas, como o caminho marítimo para a Índia, ou o Brasil, com um toque de mistério, sabotagem, crime e espionagem à mistura.

 

Penso que é um bom livro para aqueles que têm mais renitência a factos históricos, como habitualmente lhes são apresentados, e que cativa os leitores.

 

 

Sinopse

"Uma embaixatriz que comanda uma agência de espionagem, um cartografo e navegador que trocou seu nome e assumiu uma nova nacionalidade por razões não muito clara, um cavaleiro templário com a missão de conseguir mais conhecimento e informações para transformar uma pequena nação em um Império Naval.

Esta aventura se passa em uma época de acontecimentos extraordinários, descobertas fantásticas, avanços tecnológicos e transformação das artes, como se fosse nos dias de hoje.

As pessoas também usavam a tecnologias de ponta que se tinham na época. Em vez de GPS, astrolábio e bússola, em vez de grandes navios de contêineres cruzando os mares, caravelas e naus.

Um alquimista surpreende seus convidados soltando um mecanismo autônomo fantástico em forma de mosquito que voa e sempre volta na palma de sua mão.

A história antecipa invenções que em pouco tempo apareceriam como relógios, lápis e telescópio e também mostra no lugar de nobres e fidalgos com roupas espalhafatosas, nobres de ternos como se fossem executivos."

 

 

Autor: Douglas Portelinha

Data de publicação: Janeiro de 2021

Número de páginas: 340

ISBN: 978-989-52-8393-4

Colecção: Viagens na Ficção

Idioma: Português/BR

 

 

Assassinato Na Praia, de Mike Flint

 

Eduardo é um engenheiro que decide tirar uns meses, da correria e falta de tempo do dia-a-dia, causados pela sua profissão, viajando para longe da capital, para escrever o seu livro.

Na ilha, conhece Márcia, que o irá ajudar a concretizar o seu objectivo, e com quem viverá um romance.

Até ao momento em que é encontrada morta na praia, e Eduardo é levado para a delegacia, para ser interrogado, visto que era a única pessoa na praia àquela hora.

A história vai alternando entre o tempo presente, em que Eduardo aguarda a chegada do seu advogado, para se dar início ao interrogatório, e as recordações do tempo que passou com Márcia, e com todas as pessoas que ele conheceu ali na ilha, bem como os projectos que tinha idealizado para aquele local.

Márcia era uma excelente nadadora. Por isso, ter-se afogado, acidentalmente, está fora de questão. Alguém a matou. Resta saber quem, e por que motivo.

 

Confesso que fiquei um pouco apreensiva quando o autor matou logo no início a personagem principal. 

Ela parecia importante para a história. E, com a morte dela, lá se foi o romance.

Então, o que me esperava dali para a frente?

O autor soube compensar isso com os pensamentos de Eduardo sobre Márcia, relatando aquilo que tinham vivido.

 

No entanto, o meu destaque, nesta obra, vai para as dicas que vão sendo deixadas para quem quer escrever um livro, como estas:

- é preciso desenvolver diálogos, e investir nas descrições necessárias para que o leitor consiga visualizar o cenário imaginado (Pessoalmente, stou a tentar aperfeiçoar esta parte)

 - "O primeiro capitulo é essencial. Se os leitores não gostarem dele não vão ler o resto do livro". (Nem sempre. Já cheguei a ler livros cujo primeiro capítulo não prometia, mas acabei por ler o resto e gostar. Mas nem todos os leitores estão dispostos a dar essa oportunidade, por isso, é um bom conselho)

- há que saber intercalar as descrições, com os factos que estão a ocorrer, "obrigando o leitor a ler tudo, sob pena de ter que voltar atrás na leitura". (Isto já me aconteceu. Normalmente, quando começo a ver longas descrições, passo à frente, dou uma leitura na diagonal mas, depois, percebo que me falta ali um pormenor, e lá tenho eu que voltar ao ponto anterior)

 

Há, nesta obra, uma crítica ao sistema policial corrupto, que se deixa comprar a troco de dinheiro, regalias, e algum receio do que possa acontecer caso se coloquem do lado errado que, na verdade, seria o mais acertado tendo em conta o cargo que desempenham.

 

Por outro lado, é visível entre alguns dos residentes da ilha, um grande espírito de entreajuda, até porque se conhecem bem uns aos outros, para o bem e para o mal.

E quando se juntam, para tentar ajudar a desvendar o crime, parece quase certo, apesar de no início as suspeitas se dividirem, de que o culpado é um só. E eles estão prestes a conseguir as provas que necessitam para inocentar Eduardo.

 

Só que, para o final, o autor reserva-nos uma grande surpresa de que, certamente, não estávamos à espera!

 

 

Sinopse

"Engenheiro bem sucedido resolve escrever um livro e muda-se para uma praia paradisíaca em uma ilha.

Lá conheceu Marcia, dona do melhor restaurante da cidade, que coincidentemente tinha trabalhado como revisora de livros em uma editora.

Uma forte paixão une o casal e de repente é interrompida por um ASSASSINATO NA PRAIA."

 

 

Autor: Mike Flint

Data de publicação: Março de 2021

Número de páginas: 256

ISBN: 978-989-37-0250-5

Colecção: Viagens na Ficção

Idioma: Português/BR