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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Enquanto espero...

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... aproveito uma aberta, e procuro um banco de jardim, onde me possa sentar, e aquecer ao sol, num dia tão frio.

Por incrível que pareça, tempo não me falta.

Pelo contrário, parece ser tempo a mais, ainda que nunca o seja.

É irónico que esteja sempre a queixar-me de que me falta tempo e, quando o tenho, não o possa aproveitar como gostaria, e só queira vê-lo passar depressa.

 

Por mim, passam pessoas. 

Estudantes, num qualquer intervalo entre aulas, ou já com o dia terminado.

Acompanhantes que, tal como eu, tentam ocupar o tempo.

Funcionários, que aproveitam a pausa para petiscar, ou fumar um cigarrinho.

Pacientes, que vão, ou vêm, de alguma consulta.

Familiares que chegam para visitas.

 

Poucos se atrevem a sentar.

Afinal, os bancos estão molhados da chuva que, pouco tempo antes, tinha caído.

O vento também não convida a ficar parado muito tempo.

Mas eu, deixo-me estar.

Ali, posso respirar. Aliviar a dor de cabeça. Abstrair.

 

Olho para o céu.

Nuvens brancas percorrem-no, em passo apressado.

Também não querem ficar ali muito tempo.

E quem quer?

 

O sol vai aproveitando os seus últimos minutos de esplendor.

A caminho, vêm as nuvens negras que, depressa, o esconderão.

Tiro, para memória futura, uma fotografia daquele pedacinho de paz, no meio da incerteza que me aguarda.

Levanto-me, e dirijo-me de volta ao caos, para me proteger da chuva que não há-de tardar a cair.

 

E espero...

Abrigada de uma intempérie. Desabrigada de outra.

Eu, e tantas outras pessoas. 

 

 

1 Foto, 1 Texto #26

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Se tivesse chovido tudo aquilo que prometia, talvez tudo fosse diferente.

Ou não...

Há muito que o céu se veste de cinzento, e que as nuvens ameaçam o dilúvio.

No entanto, ainda não tinha caído nenhuma gota.

 

Seria apenas uma ameaça?

Umas nuvens mais negras que por ali pairavam mas que, em breve, dispersariam?

Ou a chuva viria, mais cedo ou mais tarde?

 

Certo é que acabaram mesmo por cair algumas pingas.

Não tantas quanto se esperaria. Pelo menos, para já.

Até poderia ter chovido bastante, se o céu assim o permitisse, ou desejasse. 

Como quem abre as comportas de uma barragem, para deixar passar toda a água contida durante anos.

Mas, quem sabe, a água já não fosse assim tanta, e a barragem estivesse mais seca do que se pensaria.

 

Certo é que o céu, que durante tanto tempo se mostrou ameaçador, de repente, voltou a ficar azul.

E das poucas pingas, que caíram por breves instantes, pouco ou nada resta.

Por quanto tempo, ninguém sabe...

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto

Arco-íris

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Consulto a previsão do tempo para hoje: céu limpo!

Boa! 

Estendo a roupa, logo de manhã cedo.

Vou a caminho do trabalho, e vejo o céu todo negro de um lado, e sol do outro.

Por cima deste edifício, deparo-me com o arco-íris.

Tiro duas ou três fotos, e não deu para mais porque, entretanto, começou a chover.

Com que então, céu limpo, nao era?!

1 Foto, 1 Texto #9

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O dia amanheceu cinzento...

Amanheceu chuvoso...

 

Essa chuva que tantos pedem... Que tantos agradecem...

Chuva abençoada, dizem...

 

Alguns... Porque nem todos a adoram. Nem todos a apreciam.

 Ainda assim, mesmo àqueles que não gostam dela, em algum momento, a chuva sabe bem.

 

O ar purifica, depois da chuva levar (e lavar) todas as energias e poeiras que o contaminavam. 

Tudo (e todos) ganham uma nova frescura.

Como se reanimassem. E reavivassem.

 

Quando para, ainda que por breves instantes, a chuva deixa a sua marca.

Uma prova de que por cá passou.

Pequenas gotas que adornam as folhas verdes.

O cheiro a terra molhada.

A atmosfera mais leve.

 

E depois?

Depois...

Ou volta a cair, até limpar tudo...

Ou se dissipa, por entre as nuvens que abrem aos poucos, e o sol que espreita no céu.  

 

 

 

 

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1Texto

 

 

O caracol

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Nada como um dia de chuva, para ele sair à rua!

 

Íamos pelo caminho e, às tantas, digo à minha filha: "Olha, um caracol!"

Mais à frente: "Olha, outro caracol!"

Uns passos adiante: "Olh'ó caracol!"

 

A minha filha, já farta, vira-se para mim e diz: "Não tarda nada vais ver mais um caracol e dizer o mesmo"!

E eu, olhando para o chão: "Como é que sabias?! Olha, mais um caracol"!