Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Amor(es) Verdadeiro(s)

Amores Verdadeiros 

 

Estreou ontem, nos cinemas.

Vi o trailer, há uns dias, e pensei: "quero vê-lo"!

Entretanto, percebi que era baseado num romance da autora Taylor Jenkins Reid, e fui pesquisar o livro.

Acabei por lê-lo primeiro.

 

Emma Blair apaixonou-se por Jesse ainda na adolescência, e é com ele que está, desde então.

Viveram mil e uma aventuras, viajaram, apoiaram-se mutuamente. Amavam-se, tinham os mesmos sonhos, eram perfeitos um para o outro.

Numa viagem em trabalho, desta vez sozinho, na véspera de celebrarem um ano de casamento, após uma queda do helicóptero onde seguia, ele é dado como morto.

Ao fim de alguns anos, Emma reencontra Sam, o seu melhor amigo de há muitos anos, que sempre gostou dela, e dão início a uma nova história de amor.

Até que Jesse liga a Emma, a dizer que está vivo, e de volta a casa...

De certa forma, fez-me imediatamente lembrar o meu próprio romance, em que Sofia perde Filipe, também num acidente, quando ele viajava em trabalho, e ela começa a reconstruir a sua vida com uma outra pessoa, até ele voltar a aparecer.

Só que, ao contrário do destino que dei às minhas personagens, nesta história, estava a torcer precisamente pelo oposto. O que não deixa de ser curioso.

 

 

7803130-frente.jpg

 

Já sabemos que, quase sempre, o livro é melhor que o filme, e este não é excepção.

No livro, conhecemos mais profundamente cada personagem, o contexto em que toda a história se desenrolou.

Vamos avançando no tempo, à medida que também eles vão ficando mais velhos.

O livro realça ainda mais cada uma das perspectivas, e a dúvida legítima.

Não há ninguém certo, nem errado, nem ninguém culpado.

Todos sofreram. Todos ainda podem sofrer. Por conta de um destino que decidiu brincar com eles.

 

Jesse passou por um inferno, isolado numa ilha. Teve que aprender a sobreviver, a lutar, a superar os seus piores pesadelos, para voltar à vida, e para Emma (o seu maior foco para não desistir). Agora que finalmente o conseguiu, percebe que Emma está noiva de outro homem.

Emma sofreu por ter perdido o amor da sua vida. O seu companheiro. O seu porto de abrigo. Quase enlouqueceu mas, com a ajuda da família, foi-se recompondo, até que a vida lhe deu uma segunda oportunidade de amar e ser amada. Quem a poderá condenar?

Sam já abdicou de Emma uma vez. Reencontrou-a, conquistou-a, e agora está a ponto de perdê-la novamente, para o mesmo homem. Não é justo estar na sua situação, à espera que a mulher que ama descubra de quem gosta mais, com quem quer ficar.

Mas, como disse a irmã de Emma, talvez a questão não seja essa: quem Emma ama mais. Talvez seja se Emma quer voltar a ser a Emma  que era com Jesse, a do passado, ou a Emma que é com Sam, a do presente.

Porque Emma não é mais a mesma de antes.

 

 

 

 

O filme, como é óbvio, não poderia contar a história com todos os pormenores que o livro contém.

Ainda assim, não considerei que tenha sido a melhor forma de a contar.

Ficou tudo muito banal. E faltaram algumas peças do puzzle que, não sendo imprescindíveis, ajudariam.

Para quem se depara com estas personagens pela primeira vez, parece tudo muito forçado, rápido demais, pouco sentido, assim um pouco a querer "despejar" a história, com algumas inovações, mas sem conseguir o resultado pretendido.

Por outro lado, foi bom poder visualizar e identificar algumas cenas, locais, pessoas.

A destacar, relativamente ao filme, a interpretação de Simu Liu (Sam), que é a pessoa que mais abre o seu coração, e mostra a toda a sua fragilidade e o seu receio mas, ao mesmo tempo, todo o seu amor, em cada gesto, em cada passo. É de uma generosidade e bondade, que poucos teriam, no seu lugar.

Era, definitivamente, por ele, que eu estava a torcer.

 

Ontem, vi o filme com a minha filha, em casa.

Na versão original, apenas com legendas em inglês (uma estreia para mim).

A minha filha dizia que nem sabia o que dizer, nem o que Emma deveria fazer mas, talvez, o mais justo fosse ela escolher ficar sozinha.

E, claro, aposto que haverá muita gente a torcer para que Emma fique com Jesse.

 

Mas só ela poderá tomar uma decisão...

 

 

 

"A Rapariga Selvagem": o regresso ao cinema pós pandemia!

A Rapariga Selvagem - Cinemas NOS

 

Há muito tempo que não íamos ao cinema.

Já antes da pandemia. E com a pandemia, menos ainda.

Este ano, estava a tentar arranjar um programa para fazermos com as amigas da minha filha, e surgiu essa ideia.

Vi os filmes que estariam em cartaz, enviámos o trailer para ver se todas gostavam, e escolhemos "A Rapariga Selvagem", baseado no livro "Lá, Onde o Vento Chora", de Delia Owens.

 

O filme conta a história da "menina do pântano", uma criança que foi abandonada por todos, e que cedo teve que aprender a sobreviver sozinha, tendo por única companhia os sapais e os animais que por lá habitam.

Não é que ela não se queira relacionar com os outros. Mas o seu pai sempre lhe disse para nunca confiar em ninguém.

E a verdade é que, quando voltou a confiar, voltaram a traí-la, e abandoná-la.

Apenas Jumpin' e a sua mulher, Mabel, mostraram alguma compaixão pela pequena Kya.

 

A história começa com a descoberta de um corpo, e a captura de Kya, agora mulher, como suspeita do crime.

Teria ela motivos para tal? Tinha!

Mas, fará isso, dela, uma assassina?

Todos os habitantes da cidade de Barkley Cove parecem acreditar nisso.

Ela é a estranha. A desgarrada da comunidade. A selvagem.

 

Mas um advogado, Tom, acredita na inocência de Kya, e irá tentar provar que tudo poderá não ter passado de um mero acidente.

Até porque não há qualquer prova contra Kya, apenas suposições de quem tem que, ou quer, encontrar um culpado à força.

 

Assim, vamos alternando entre o presente, o julgamento, e a decisão final, e o passado, o que levou Kya até àquele momento.

Mais para o fim, o tempo avança, até à morte de Kya, altura em que nós, público, ficamos a conhecer a verdade sobre a morte de Chase.

 

Culpada ou inocente?

Acidente ou crime?

Presa, ou predadora?

Que destino estará reservado a Kya? 

 

Valeu a pena ver o filme, por isso, foi um regresso em grande!

As paisagens do pântano e dos sapais são deslumbrantes.

Depois, tem toda a parte social e psicológica, para quem gosta dos temas.

E tem o mistério, e segredos muito bem guardados.

 

 

Modernices: cinematograficamente falando

 

Antes, era tudo muito mais simples e objectivo.

Havia a história original e, eventualmente, havia as sequelas, que davam continuidade à mesma, ou as prequelas, que mostravam o que acontecia antes da história principal.

OUTROS 300: 18º VITÓRIA CINE VÍDEO: CURTAS JÁ FORAM ESCOLHIDOS

 

Agora, é todo um conjunto de termos novos:

reboot uma nova versão de uma obra de ficção

spin off - história derivada de qualquer obra de ficção

remake - recria a mesma obra e conta a mesma história, mas adaptada à actualidade

crossover - obra que junta personagens de histórias e universos distintos

 

Por aí, já estão familiarizados com estas designações?

Lembram-se de mais algum termo cinematográfico do género?

Cinema de fim de semana

Nota negativa para:

 

Resultado de imagem para o regresso de johnny english

 

Quem me conhece sabe que comédias deste género não são o meu forte e, logo aí, já ia de pé atrás. Mas como a minha filha queria ver, lá acedi.

A história até dava um bom filme de acção. 

Sim, porque de comédia tem muito pouco. O famoso "Mr. Bean" é bom nesse papel em que, mesmo sem abrir a boca, nos faz rir.

Já neste género de filme, perde a sua graça, e a sua personagem chega até a irritar, de tão burra e desastrada que é.

 

 

 

Nota positiva para:

 

Imagem relacionada

 

Um filme com mais de 20 anos, mas que permanece actual.

Que mostra como nem todos os jovens provenientes de bairros problemáticos,  são delinquentes.

Que mostra que, por vezes, basta que acreditem neles e lhes dêem uma oportunidade, para que mostrem todo o seu potencial, conhecimento, vontade de aprender e de ser alguém na vida.

Que prova que, nem sempre, as escolas, e os professores, estão preparados para tirar o melhor destes jovens, discriminando-os, desistindo deles, considerando-os casos perdidos.

Que exemplifica como, para um jovem aprender e se motivar, o segredo não está num programa de ensino convencional, sem graça e, muitas vezes, ultrapassado. Os jovens podem aprender a mesma coisa de diferentes maneiras, e de forma mais cativante.

Que demonstra que, muitas vezes, as famílias desestruturadas, a pobreza, o meio em que estão inseridos, pode influenciar os jovens negativamente mas, se houver alguém que lhes estenda a mão, que lhes mostre que podem ser diferentes, que podem escrever a sua história, tudo pode ser diferente.

Claro que seria uma utopia pensar que basta uma professora excêntrica, e verdadeiramente preocupada, para mudar o destino de todos.

E, como tal, até nesse ponto o filme é realista, ao mostrar que houve jovens que Louanne não conseguiu salvar.

O meu marido, que já trabalhou com jovens em risco e lidou de perto com eles, estava a ver o filme e a reconhecer, de certa forma, os jovens que conheceu, naquelas personagens.