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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"A Última Festa", de Clare Mackintosh

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A última leitura de 2022 e, simultaneamente, primeira leitura de 2023, foi "A Última Festa", festa essa que, por coincidência, teve lugar, também ela, no último dia do ano!

 

Numa "disputa" entre País de Gales e Inglaterra, entre os locais e os estrangeiros, entre a comunidade e os "novos ricos" que vieram ocupar o resort, mais conhecido por "The Shore", com o qual pouca gente está satisfeita, há alguém que conseguiu despoletar o ódio de muita gente.

Tanto do seu lado, como do lado oposto.

 

 Rhys Lloyd já foi um dos locais.

Depois, foi embora.

Voltou, e construiu um mundo "à parte".

Muitos podem vê-lo como um herói. Mas, ali, todos o veem como um vilão.

 

Na véspera de ano novo, ele dá uma festa, para a qual convida os locais, numa tentativa de aproximação, misturando o que, até então, estava devidamente separado pelas circunstâncias.

No primeiro dia do ano, enquanto os locais cumpriam a tradição do mergulho, o seu corpo é encontrado no lago.

Suicídio? Ou homicídio? 

 

À medida que vamos conhecendo cada uma das personagens, percebemos que todas elas guardam os seus segredos, e todas elas teriam os seus motivos para se livrar de um homem que tanto as prejudicou, de uma forma ou de outra.

Ainda assim, não gostar de alguém, não faz dessa pessoa um assassino.

Ou faz?

Numa realidade em que é preciso tão pouco para se matar alguém, a verdade é que podemos suspeitar de todos.

Até da detective Ffion Morgan que, após um primeiro momento em que não queria participar na investigação insiste, a determinado momento, em manter-se no caso.

 

O que mais gostei neste livro foi a forma como desmistifica a vida de aparências daqueles "novos ricos". As parcerias. Os acordos com vista ao lucro.

As carreiras em decadência, e ao que os artistas recorrem, para se manter na ribalta ou, pelo menos, manter o "status".

A imagem a manter, e como deixam de viver a sua vida, ou vivem uma outra paralela, na sombra da primeira. 

Ao mesmo tempo, a forma como mostra a luta dos locais para não ver os seus negócios afundar, à custa das modernices que lhes tiram o sustento.

Algures na história, pode ler-se, acerca de uma das personagens: "Todos os anos, ele trabalha um pouco mais; todos os anos, ele ganha um pouco menos de dinheiro."

E não é essa a realidade de todos nós, nos dias que correm?

 

"A Última Festa" pode não ter corrido da melhor forma para Rhys Lloyd. 

Mas para nós, leitores, é uma boa aposta!

Deixa-nos sempre em suspense, sem saber ao certo o que aconteceu e, mesmo quando pensamos que sabemos, afinal ainda não era bem assim.

Vão continuar a haver segredos. 

A verdade (ou, pelo menos, parte dela), continuará ocultada até que, uma dia, quem sabe, numa outra primeira manhã do ano, venha à tona. 

 

 

"Na véspera de Ano Novo, Rhys Lloyd tem a casa cheia de visitas. O seu resort à beira do lago é um sucesso, e ele convidou, generosamente, toda a gente na localidade para beber um copo na companhia dos novos vizinhos ricos. Será a melhor festa de sempre! Mas nem toda a gente aparece para celebrar. À meia-noite, Rhys surge a flutuar, morto, nas águas geladas do lago.
No dia de Ano Novo, a detetive Ffion Morgan tem uma localidade cheia de suspeitos. Aquela pequena comunidade é a sua casa, portanto os suspeitos são os seus vizinhos, amigos, familiares… — e a própria Ffion tem mistérios para proteger.
Com uma mentira descoberta a cada passo, rapidamente o que importa já não é apenas saber quem queria ver Rhys morto, mas quem realmente o matou."

Deixa-me Mentir, de Clare Mackintosh

Bertrand.pt - Deixa-me Mentir

 

Porque é que as pessoas mentem?

Para se protegerem? Para protegerem outros?

Por hábito? Por necessidade?

O que leva alguém a mentir, e a mexer com a vida daquees que lhes são próximos, com essas mentiras?

 

Como o próprio título indica, alguém mentiu nesta história. Ou mente.

Mas há, também, alguém que sabe a verdade.

E pessoas que, neste momento, estão entre uma verdade que não deve ser descoberta e as pode prejudicar ainda mais, e uma mentira que, embora assente a sua poeira, não convence e não deixa seguir em frente.

Há quem prefira conviver com a mentira. Há quem busque eternamente a verdade. Há quem queira deixar o passado no passado. E quem queira remexer nele, até porque ele acaba por vir parar ao presente, e pode ditar o futuro.

 

Assim, quem mente. E quem diz a verdade?

A arte de contar uma história, através das personagens, na primeira pessoa, sem as revelar, é algo que nem todos conseguem. Clare Mackintosh conseguiu. 

E passei quase toda a história a achar que estava a ler uma pessoa quando, na verdade, era outra.

 

Anna perdeu os pais. Ambos se suicidaram, deixando-a por sua conta.

Embora fosse difícil, para Anna, imaginar motivos para os pais o fazerem, tudo levava a crer que assim tivesse acontecido e, como tal, a investigação depressa foi concluída.

No entanto, no aniversário da morte da sua mãe, Anna recebe um postal misterioso que lhe sugere que as mortes podem não ter sido um suicídio.

Se não foi suicídio, significa que poderá ter sido homicídio. E, se o foi, há que voltar a abrir a investigação.

Mas com base em quê? Num simples postal?

 

A verdade é que uma série de outras ocorrências fazem Murray, um polícia reformado a quem Anna recorre, tentar juntar as peças e chegar a alguma conclusão, sem saber bem o que pensar, e por onde começar a investigar. E, quando parecia que Murray estava a fazer progressos e chegar à verdade, é Anna que pede para ele parar por ali, e esquecer tudo. O que terá feito Anna mudar, subitamente, de ideia?

 

Paralelamente à intriga principal, temos a história do casal Murray e Sarah. Uma relação de vários anos, pontuados por momentos complicados, por conta da doença de Sarah - uma perturbação mental - que a leva a querer, por vontade própria, ser internada, durante períodos em que a perturbação se manifesta de forma mais acentuada, mas também por momentos românticos e divertidos, quando está melhor.

Sarah dá, até, uma mãozinha na investigação do marido. Até ao dia em que acontece aquilo que não era suposto acontecer...

 

E se as coincidências existem, devo dizer que esta foi uma delas. 

Depois de ter comentado esta frase com o meu marido, e escrito sobre ela no blog e no facebook, qual o meu espanto quando, quase no final do livro, me deparo com ela, ali escarrapachada na página "Espera o melhor. Prepara-te para o pior." 

 

Este é um livro que aborda um outro lado do alcoolismo e da violência doméstica. Aquele de que quase não se fala. Que fica, muitas vezes, esquecido como se não existisse.

É um livro que fala de relações "forçadas" pelas circunstâncias, às quais nem sempre se tem coragem para pôr um fim, mas que não assentam em bases sólidas, e estão condenadas a não dar certo.

E de circunstâncias difíceis que, nem por isso, esmorecem o verdadeiro amor, dure ele o tempo que durar.

 

Percebi agora que é o terceiro livro que leio desta autora. E, se pelo que referi dos anteriores, já era uma autora a recomendar, depois da leitura deste, só posso dizer que não se irão arrepender de o ler, porque vale mesmo a pena!

Deixei-te Ir, de Clare Mackintosh

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Sabem aqueles desafios que nos costumam surgir, de frases com palavras pela metade, ou frases escritas no sentido inverso que, ainda assim, conseguimos decifrar porque o nosso cérebro faz a associação automática?

Também na escrita, acontece o mesmo. O autor do livro pode descrever dois acontecimentos separadamente, e o nosso cérebro fazer a associação entre os dois, sem qualquer dúvida. Por vezes, essa associação é correcta. Outras vezes, não. Pode apenas servir para o autor conduzir o leitor ao caminho que quer que ele siga, para depois o impacto da verdade ser maior. Ou significa apenas distracção ou falta de atenção do leitor.

Não sei se a autora de "Deixei-te Ir" teve alguma dessas intenções, mas a verdade é que o meu cérebro associou, de tal forma, uma coisa à outra que passei metade do livro, enganada!

De facto, nesta história, nada é o que parece. Nem sempre aqueles que julgamos vítimas são as verdadeiras vítimas. Nem sempre os que julgamos bons o são de verdade. Nem sempre aqueles que nos parecem culpados, têm culpa.

A qual destes grupos pertencerá Jenna Gray? Quem poderá confiar nela, e em quem poderá ela confiar?

Um livro a ler, para quem gosta do género!

 

SINOPSE

"Numa fração de segundos, um acidente trágico faz desabar o mundo de Jenna Gray, obrigando uma mãe a viver o seu pior pesadelo. Nada poderia ter feito para evitar esse acidente.
Ou poderia? Essa é a pergunta que a inquieta quando tenta deixar para trás tudo o que conhece, procurando um novo recomeço refugiada num chalé isolado na costa de Gales.

Também o detetive Ray Stevens, responsável pela investigação por este caso que procura a verdade, começa a ser consumido pela sua entrega ao mesmo, deixando a vida pessoal e profissional à beira do precipício.
À medida que o detetive e a sua equipa vão juntando as pontas do mistério, Jenna, lentamente, permite-se vislumbrar uma luz de esperança no futuro, o que lhe dá alguma segurança, mas é o passado que está prestes a apanhá-la, e as consequências serão devastadoras."

Estou a Ver-te, de Clare Mackintosh

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Comecei a ler este livro, e percebi que é mais um daqueles que não entusiasma logo às primeiras páginas. Como eu costumo dizer, tem muita "palha".

Mais à frente, começamos então a entrar no que interessa e eu, com os meus palpites, disse para comigo que, se fosse eu, teria escolhido determinada personagem para mau da fita.

Percebo, no final, que a autora, mesmo sem saber, me fez a vontade!

 

Costuma-se dizer, muitas vezes, que devemos sempre agir como se estivéssemos a ser observados. 

E se, de facto, estivermos mesmo a ser observados?

Se alguém por aí souber exactamente o que nós levamos vestido, onde moramos, onde trabalhamos, que percurso fazemos habitualmente, se usamos escadas ou elevadores, se costumamos andar sozinhas ou acompanhadas... E se esse alguém resolver partilhar, com quem quiser, todas essas informações?

E se, à custa disso, começarem a aparecer mulheres roubadas, violadas, assassinadas?

Imaginem que era a vossa foto que viam, no lugar onde outras tiveram antes, com um destes finais atrás referidos.

Seria possível não nos tornarmos paranoicas, e procurar o inimigo em cada pessoa com quem lidamos, e em cada desconhecido com que nos deparamos no dia a dia?

Seria possível ignorar que, a qualquer momento, podemos ser atacadas e perder a vida?

E se, em vez de nós, esse perigo se tornar real para a nossa filha, numa espécie de jogo de gato e rato, e não pudermos fazer nada para o impedir?

Será que a polícia vai descobrir quem está por detrás deste site, usado para fins criminosos, e evitar que mais alguém seja apanhado na rede?

 

Sinopse:

"Todas as manhãs, Zoe Walker faz o mesmo caminho para a estação de metro, espera no mesmo lugar da plataforma e escolhe o seu assento preferido na carruagem, sem nunca suspeitar que alguém a observa. 

Durante uma dessas viagens, certo fim de tarde, enquanto lê o jornal local, Zoe vê a sua cara num dos anúncios: uma foto de má qualidade, um número de telefone e a morada de um website: FindTheOne.com (Encontra-a.com).

Nos dias seguintes, as fotografias de outras mulheres começam a aparecer no mesmo anúncio, e Zoe percebe que foram vítimas de crimes extremamente violentos, incluindo homicídio. 

Com a ajuda de uma polícia determinada, Zoe procura saber o que está por trás daquele anúncio perverso, uma descoberta que vai transformar a sua paranoia em pânico total. Alguém anda a seguir todos os seus passos. E Zoe tem a certeza de que alguém próximo de si a escolheu como próximo alvo."