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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

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Pode/ deve a inteligência artificial substituir a inteligência humana no futuro?

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Na escola da minha filha, na disciplina de filosofia, tanto no 10º como no 11º ano, os alunos tiveram que fazer um ensaio filosófico, sobre um dos temas propostos.

O ano passado, ela escolheu a eutanásia. Este ano, a inteligência artificial.

 

A questão que ela formulou foi esta: 

"Pode/ deve a inteligência artificial substituir a inteligência humana no futuro?"

 

Até que ponto a inteligência artificial pode (ou deve) substituir ou, até, suplantar, a inteligência humana no futuro?

Será esse o cenário mais desejável e o principal objetivo para o qual foi criada e está, desde então, a ser desenvolvida e aperfeiçoada, ou apenas como instrumento de apoio?

 

Sendo uma ferramenta já usada por nós em inúmeras situações, à semelhança de outras ferramentas e instrumentos à disposição do ser humano, pode ser usada para o bem, mas também para o mal, tendo vindo a suscitar diversas preocupações, nomeadamente a nível ético e moral, e como possível ameaça para a humanidade.

 

Por exemplo, numa empresa que está a recrutar funcionários, usando a inteligência artificial, analisando as últimas contratações feitas, apenas a pessoas de raça branca, ou apenas a homens, esta pode seguir esse critério, discriminando qualquer outro candidato que não corresponda a esse critério.

Da mesma forma, será de esperar que um veículo de condução autónoma, quando confrontado com o dilema de salvar o condutor do veículo, ou as pessoas que se encontram no seu caminho, optará pelo primeiro, enquanto se a decisão fosse tomada pelo condutor, provavelmente, ele optaria pela segunda opção.

Da mesma forma, a inteligência artificial pode considerar que seria uma decisão ética eliminar qualquer ser humano que desrespeite o planeta e o ambiente, tornando-se uma ameaça para a espécie humana.

 

Assim, o mais importante é garantir, sempre, a intervenção humana, complementarmente à tecnologia, nomeadamente no que à ética diz respeito, estabelecendo regulamentação, através de diferentes profissionais e abordagens, que confiram liberdade ao desenvolvimento da inteligência artificial, mas preservando e protegendo o ser humano.

Promovendo uma coexistência equilibrada e complementar entre a inteligência humana e a inteligência artificial, e nunca a substituição de uma, pela outra.

O que é isso do espaço nas relações?

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Muito se fala, hoje em dia, do espaço nas relações.

Mas, afinal, o que é isso do espaço nas relações?

O que significa e em que consiste, na prática, esse espaço?

 

É muito simples.

Seja em que relação for, amorosa, de amizade, ou familiar, essas relações envolvem sempre duas pessoas que, antes de constituírem, em conjunto com a outra, essa mesma relação, têm a sua própria individualidade.

E é essa individualidade que deve ser mantida, ainda que apenas em parte.

Tal como no diagrama, nenhuma das pessoas se anula, nem anula totalmente a outra. Passam sim, a coexistir também, na nova relação formada.

Esse espaço, que não foi fundido, é o espaço que todas as relações necessitam, para permanecerem saudáveis.

Caso contrário, quando uma anula a outra, ou se deixa anular, é como se deixasse de existir enquanto pessoa, com a sua personalidade própria, e passasse a viver apenas para aquela relação, ou para o outro.

E isso, a longo prazo, torna-se sufocante, desgastante. Como um vírus que irá acabar por destruir a relação, e deixar mazelas na pessoa que deixou de existir.

 

 

De acordo com a psicóloga Cláudia Morais, a forma como cada uma das pessoas cresceu e viveu até ali, num ambiente de caos e ansiedade, ou num ambiente de segurança e liberdade, pode influenciar a forma como a pessoa depois age na relação, exigindo muitas vezes, do outro, aquilo que mais lhe faltou ou, da outra parte, aquilo que sempre teve e quer manter.

Cabe a cada membro da relação perceber que, ao mesmo tempo que mantém a sua individualidade e características só suas, tem agora também que pensar no outro, e na relação que está a construir, de forma equilibrada.

 

Cada um de nós tem a sua cor de origem, e a cor que resulta das várias relações que vamos estabelecendo ao longo da vida. Podem, e devem coexistir ambas, em simultâneo.

 

Artigo completo AQUI

 

 

Quando o "eu" é anulado pelo "nós"

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Numa relação, existem sempre duas pessoas que, antes de formarem um casal, já existiam individualmente.

Cada uma com a sua personalidade, identidade, características, qualidades e defeitos, sonhos e aspirações, objectivos e metas.

A partir do momento em que nascemos, somos um "eu", que nos acompanhará por toda a vida.

Quando estamos numa relação, esse "eu" deve continuar a coexistir com o "tu" e com o "nós".

Porque "eu" sou assim, "tu" és assim, e "nós" somos a junção dos dois, o complemento um do outro, o equilíbrio entre as duas partes.

 

 

Se deixamos que o "eu" seja anulado pelo "nós", é como se deixássemos de existir enquanto pessoas individuais, e passássemos a existir unicamente enquanto casal. 

E isso não é benéfico para ninguém. Nem para a pessoa que se anula, que vive exclusivamente em função do nós, que deposita aí toda a a sua energia e pensamento, esquecendo-se de si próprio, nem para a pessoa que continua a saber separar as águas, que se começa a sentir sufocada e esgotada, por do outro lado não perceberem que para além do "nós", há um "eu" que não quer, nem deve, ser apagado.

Se quem se anula começa a exigir o mesmo do outro, quem se mantém firme percebe que a pessoa que tem ao seu lado não lhe interessa, que não tem a sua própria individualidade, que não traz nada de seu.

 

 

Ao vermos o programa "Casados à Primeira Vista", eu e o meu marido vamos discutindo as personalidades dos concorrentes, nomeadamente, do Hugo.

O meu marido "defende" o Hugo, diz que ele tem um bom coração, que está iludido, e que a Ana não está a fazer jogo limpo, daí muitas das suas acções. Ah e tal, o Hugo ficava melhor com uma pessoa como a Daniela ou a Eliana.

E eu contraponho: do Hugo, qualquer mulher quer distância. Nenhuma mulher conseguiria ter uma relação com um homem assim.

O meu marido diz que se identifica com o Hugo, e que também já foi assim.

Eu contraponho: pois eras, não a este ponto tão doentio, mas mudaste, senão já não estaríamos juntos.

 

 

É provável que o seu comportamento esteja a ser condicionado pela pressão, pelo programa, pelo facto de a Ana não querer saber dele para nada. É provável que, com uma mulher que se mostrasse mais interessada, mais aberta, mais disponível, mais carente, as coisas funcionassem, no início. Mas, chegaria o momento em que até elas quereriam o seu espaço, o seu tempo. Quereriam manter o seu "eu", e um homem assim não o permitiria porque, para estas pessoas, a partir do momento em que há uma relação, o "eu" e o "tu" têm que ser sacrificados, em prol do "nós".

E, tal como há homens assim, também há mulheres que pensam desta forma.

Quando de uma parte começa a haver exigências, cobranças, conflitos porque se anularam totalmente, e não vêem o mesmo sacrifício do outro lado, está aberto caminho para o fracasso.

A culpa? Será daquele “eu” que não se anulou, ou daquele “eu” que decidiu apagar-se?