1.º Panicanço
No outro dia, estava a chegar a casa e procuro, como habitualmente, a chave de casa dentro da mala.
Não a vejo mas, como lá dentro tenho sempre mil tralhas, e nem sempre arrumadinhas, não liguei. Sabia que o meu marido estava em casa e bati à porta.
Já em casa, reviro a mala toda, e nada de chave.
Será que perdi pelo caminho? Será que saiu sem eu dar conta, ao tirar outras coisas da mala, num dos locais onde fui? Será que a levei sequer? Terei deixado na porta no dia anterior, e alguém ma roubou?
Já estava a stressar, não só pela chave em si, mas pelo próprio porta-chaves, que me foi oferecido e tem um significado especial.
Já sem grandes opções de onde pudesse estar, e com a barriga a dar horas, ainda assim lembrei-me de ir a casa da minha mãe, onde tinha estado antes, para ver se por acaso tinha caído por lá. Não tinha muita esperança.
Ela abre a porta, pergunto-lhe se por acaso viu alguma chave e responde-me ela: "Sim, deixaste-a ali em cima da mesa!"
E eu só pensei "E não me podia ter ligado logo, assim que a viu, para eu não me preocupar!?"
2.º Panicanço
Tinha a ideia de ter estendido um par de meias mas, quando estava a arrumar a roupa, só tinha uma. Procurei no chão, no quintal, nas máquinas de lavar e secar, na dispensa, nos carapuços da camisola e casaco, não fosse lá estr enfiada, e nada.
Já tinha desistido quando, ao dobrar uma camisola, descubro a meia enfiada dentro da manga daquela!
3.º Panicanço
Também com uma meia!
Sabia que tinha estendido as duas, e que as tinha apanhado, mas voltava a só ter uma. Depois de ter procurado em todos os sítios da situação anterior, descubro-a no chão, quase debaixo do sofá.
4.º Panicanço
Porque não sou só eu que perco coisas lá por casa, estávamos a sair de casa, para ir celebrar o aniversário do meu marido, quando ele percebe que não tem a chave do carro. Procuramos nos sítios mais comuns, onde ele costuma deixar, mas não encontrámos.
Como estávamos atrasados, acabou por levar a suplente.
Ainda procurámos, mais tarde, na roupa que ele tinha vestido no dia anterior, na máquina de lavar, e nada.
Ele dizia que tinha quase a certeza que a chave tinha caído para debaixo da cama.
Andei a tirar tudo lá de baixo, mas nem sinal.
No dia seguinte, fui à entrada porque a gata me estava a chamar, olho para a máquina de secar, que estava a trabalhar, e deparo-me com a chave ali encostada ao vidro, a rir-se de nós!
Os panicanços da filha
Quase sempre, quando ela não sabe de alguma coisa, chama-me.
Como se fosse eu que tivesse mexido nas coisas e soubesse onde ela as enfiou.
Mas a resposta dela é sempre esta "Tu és mãe, e as mães descobrem sempre tudo!"