Viver pela metade...
Porque é que as pessoas se acomodam?
Porque é que as pessoas se deixam estar com o mesmo "sapato" calçado, ainda que esse sapato já não seja bem o que o seu pé está a pedir?
Porque é que as pessoas se contentam com o "copo meio cheio", ainda que tivessem vontade de beber muito mais?
Porque é que as pessoas preferem não se sentir totalmente felizes e realizadas, a lutar por aquilo que, verdadeiramente, sonham e anseiam?
Por receio?
Por hábito?
Por vergonha?
Por puro comodismo ou conveniência?
Por falta de coragem?
O que leva tantas pessoas a viver pela metade, quando poderiam (e deveriam) viver por inteiro?
Talvez por preferirem saber com o que contam, em vez de se aventurarem num desconhecido incerto.
Ou por considerarem que não merecem. Que isso não é para elas.
Ou por recearem o julgamento público.
O julgamento de quem se admira por algumas pessoas, mais destemidas, terem a ousadia de querer uma vida plena, como se fosse um pecado, ou um crime.
Quando, no fundo, também elas queriam ter essa audácia.
E, assim, se levam vidas, e anos, num mesmo marasmo. Por vezes, até à morte.
E para quê?
Se, depois, já não podemos viver mais?
No fim, terá, realmente, valido a pena?