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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Como lido diariamente com a ameaça do Covid-19?

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Há uns tempos, disse que não sabia se tinha mais receio de ser contagiada pelo vírus, ou pelo histerismo que me rodeava.

Mantenho a mesma ideia.

Se não me assusta o vírus? Claro que sim!

Mas assustam-me mais comportamentos extremos, tanto daqueles que se preocupam demais e pensam que o mundo está prestes a acabar, como daqueles que acham que o vírus só veio cá passar a Páscoa, e até é fixe conviver com ele.

Assusta-me quem, em nome das medidas preventivas, usa e abusa do álcool até ficar com as mãos em carne viva. Tal como me assusta quem nem sequer pensa em lavar as mãos.

Assusta-me quem se quer fechar e isolar de tudo e todos, ainda que não esteja em risco, tal como quem ignora os avisos para evitar espaços públicos e grandes aglomerados de pessoas.

Assusta-me quem deixe tudo para mais tarde e ignore as eventuais consequências de uma infecção pelo vírus, tal como quem associa, automaticamente, o vírus a morte certa.

Assusta-me quem peca por falta de prevenção, como pelo excesso, como aqueles que andam por aí a açabarcar e esvaziar os hipermercados, não vão ter que ficar vários meses em casa.

Assusta-me que, de um momento para o outro, se feche e pare tudo, tal como me assusta que se deixe andar tudo normalmente, como se nenhum vírus andasse por aqui.

Vejo muita gente preocupada em ser contagiada, mas poucas a tentar evitar o contágio.

Vejo as entidades competentes e responsáveis quererem evitar a propagação do vírus, com medidas que em nada contribuem para esse fim, agindo de acordo com aquele velho ditado "Depois da casa roubada, trancas a porta!".

Vejo exigir, a uns, quarentena profilática e, a outros, permitir o livre trânsito, sem qualquer rastreio.

 

No outro dia, perguntaram-me? Não tens receio pela tua filha?

Claro que sim. Mas não vou deixar esse receio a limite, enquanto ela puder viver com o mínimo de normalidade.

E, tal como referi, não considerava o fecho das escolas uma boa medida, neste momento, como acabou por se comprovar ontem quando vimos alunos, sem aulas, a aproveitar o dia de sol, nas praias portuguesas.

 

No meu dia a dia:

Não utilizo transportes públicos, pelo que, por aí, não há perigo.

Mas tenho, por vezes, que me deslocar a serviços públicos, a trabalho, seja correios, conservatórias, finanças, onde se desloca um grande número de pessoas, das mais diversas proveniências, e concentradas num pequeno espaço.

Por outro lado, também vem muita gente aqui onde trabalho, por vezes, regressada de outros países. Ou que trabalham, também elas, em espaços públicos, ou locais de risco de contágio, como hospitais.

E vivo numa vila que recebe, dirariamente, turistas de várias nacionalidades

Ainda assim, mantenho-me serena, dada a situação, e dentro dos possíveis.

Não vou deixar de trabalhar, enquanto isso me for permitido. Não vou deixar de andar na rua, enquanto não houver ordem em contrário.

 

Acredito que, o que tiver que ser, será.

Não facilito, mas também sei que, muitas vezes, protegemo-nos tanto, de todas as formas e mais alguma e, depois, sem saber como, acaba mesmo por nos calhar aquilo que tentámos evitar.

Porque nem sempre conseguimos proteger todas as frentes e, enquanto estamos focados numas, outras podem ser fintadas. 

 

Por isso, como em tudo na vida, haja precaução e prevenção, sim! Mas haja bom senso, também!

E, apesar de tudo o que nos é atirado para cima, seja das redes sociais, seja da comunicação social, alguma calma. 

Até porque o stress pode afectar o sistema imunitário, e elevar ainda mais o risco de infecção.

 

Quando existe um orgulho recíproco entre pais e filhos

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Os pais são o principal exemplo para os filhos. A sua referência.

Muitas vezes, os seus ídolos, as pessoas que mais admiram.

Como tal, é normal que, até pela educação que lhes é dada, por esses pais, os filhos tenham vários comportamentos e atitudes semelhantes aos pais.

E isso acaba por incluir as mesmas qualidades, e os mesmos defeitos que, quando colocados frente a frente, chocam.

Sobretudo quando essas características são influenciadas por gerações diferentes, e pela sociedade em que cada uma dessas gerações se insere.

 

 

Todos sabemos que, muitas vezes, as discussões entre pais e filhos surgem mais pelas semelhanças entre ambos, do que pelas diferenças.

Se pais e filhos são determinados, vão querer levar a sua avante, achando que a sua forma é a melhor. Se pais e filhos são teimosos, cada um vai puxar para o seu lado a razão. E por aí fora.

 

 

No outro dia, num filme que vi, mãe e filha tinham ideais muito semelhantes mas, ainda assim, elas chocavam uma com a outra.

Porquê?

Porque aquilo que, na geração da mãe, era tido como coragem e determinação, numa época em que esses comportamentos não eram muito aceitáveis, hoje, apenas representa algo banal, aceitável e, como tal, ineficaz, sendo necessário enveredar por outro tipo de acções, que causem impacto e levem à mudança, na geração actual.

A mãe ainda não se tinha apercebido que, de certa forma, a filha queria seguir o mesmo caminho da mãe, mas com as ferramentas que existem agora à sua disposição, e que são mais úteis que as da mãe.

Por outro lado, a filha encarava cada refutação, cada questão, cada confrontação da mãe, como um ataque, como manifestação de superioridade, revoltando-se, e sentindo-se inferiorizada ou desvalorizada.

Quando, na verdade, a mãe apenas o fazia para que ela pudesse mostrar a sua opinião, debater, expôr as suas ideias e formas de ver o mesmo problema, tal como, anteriormente, a sua própria mãe tinha feito com ela.

 

 

É nessa partilha, nesse debate, que se quer saudável, que surge aquilo que nos enche o coração: o orgulho recíproco!

É nesses momentos que percebemos que os nossos filhos cresceram numa outra época, e devem dar uso às ferramentas que têm ao dispor, bem melhores que as nossas, que já estão obsoletas.

E, quando os vemos em acção, não conseguimos esconder o orgulho que sentimos por ver como cresceram, e como fazem bom uso daquilo que lhes transmitimos, mas lhe dão, ao mesmo tempo, o seu próprio cunho.

Por outro lado, os filhos não esquecem aquilo que os pais são, o que defendem, aquilo pelo qual lutam e, se por vezes, lhes tentam mostrar um outro lado, uma outra visão, não é porque estejam do contra, ou porque não gostem daquilo que somos ou fazemos, mas porque têm orgulho nesses pais, e querem que eles continuem a ser aquilo que sempre foram, e lhes transmitiram.

"Team Strada" - quantas mais haverá por aí?

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Algo alheia a estas modernices da actualidade, foi com total surpresa que ouvi falar, no sábado, na "Team Strada" e de Hugo Strada.

Não fazia a mínima ideia de quem eram, ou do que faziam, até a minha filha me explicar, e falar da polémica em que estavam envolvidos.

Fiquei curiosa, e estivemos as duas a ver as notícias sobre o caso, e as acusações contra este senhor, que já colocaram em acção a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção de Crianças e Jovens.

 

 

Ao que parece, Hugo Strada, um Youtuber português, de 36 anos, que se diz gestor de artistas e influencers, e mentor do grupo de Youtubers "Team Strada",  recrutou/ contratou jovens, menores de idade, para formarem a "Team Strada", e participarem no canal do Youtube, agora encerrado por violação das regras da comunidade e também pelo facto do caso estar já a ser investigado pelo Ministério Público (embora se pense que, entretanto, criaram um novo), bem como torná-los famosos youtubers.

 

O projeto destacou-se, no YouTube, através de vídeos publicados quase diariamente no canal “Team Strada”, no qual eram mostradas partidas, desafios e atividades radicais realizadas pelo grupo.

 

A "Team Strada", desde o seu lançamento, tem sido presença em diversos programas de televisão, festas e eventos públicos, incluindo colaborações com algumas marcas, como a JD Sports e McDonald's, e artistas, como Mastiksoul, David Carreira e outros. Estas participações constituíam a grande fonte de receita da "Team Strada".

Prometendo oferecer-lhes 80% dos lucros que obtivessem, segundo afirmam os jovens que, agora, denunciam o seu mentor, nunca lhes foi pago um único cêntimo, acusando-o também de prometer coisas que nunca se chegaram a concretizar.

 

 

 

(Minuto 4.21)

 

Mas a grande polémica começou no passado dia 19 de julho, quando o grupo foi ao programa Curto Circuito, da SIC Radical.  Com o objetivo de promover uma escola para influenciadores digitais, durante a emissão, Douglas Dias jovem de 17 anos mais conhecido por "Dumbástico", aluno da "Team Strada", apareceu no programa e beijou na boca o seu mentor.

Num outro vídeo, surgem imagens de Hugo Strada, em interação com os jovens que fazem parte do projeto, alguns deles menores de idade, incluindo um momento em que o mentor entra numa casa de banho onde se encontra uma jovem do grupo.

Em algumas imagens, divulgadas pela comunicação social, é possível ver-se Hugo Strada com comportamentos impróprios para com estes jovens.

 

 

Após a polémica, vários youtuberes, que já tinham saído do projecto, como João Sousa, Luana Santos e Melanie Vicente, utilizaram também as redes sociais para denunciar o ex-agente e partilhar a sua história.

Ao que parece, há, inclusive, ameaças aos jovens caso denunciassem o seu mentor ou o acusassem de alguma coisa. É o que se ouve num audio, gravado por um dos jovens, em que ele diz que pega no carro, e passa por cima da pessoa/ pessoas que mancharem o seu nome.

Terão sido estas ameaças que levaram os jovens a recear o que Hugo lhes pudesse fazer, a optar por permanecerem calados, e a ocultar o que se passava.

 

 

 

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De acordo com as noticias, Hugo Strada está, assim, a ser acusado pelos menores de burla, ameaças e assédio sexual. 

Hugo afirma que as imagens dos vídeos foram manipuladas. Até poderia ser... Mas não acredito!

Mas o beijo dado em pleno programa não terá, por certo, sido manipulado e, por mais que o jovem em questão e Hugo tentem desvalorizar, afirmando que é uma espécie de relação de pai/ filho, não há como negar que algo está mal, e que poderá, eventualmente, haver muito mais por detrás.

 

 

No meio de toda esta polémica, à qual eu estava totalmente alheia, até este fim de semana, houve algo que me chocou.

Num relato de um dos jovens, quando a jornalista lhe pergunta se os pais deles sabiam o que se estava a passar, e como reagiram ou estavam a encarar esta situação, foi esta a resposta: "Alguns sabiam, outros não, e outros provavelmente sabiam, mas não se importavam, porque queriam que os filhos fossem bem sucedidos!".

 

 

Bem sucedidos?

O que é ter um filho "bem sucedido"?

Um filho que ganhe dinheiro à custa de abusos físicos e psicológicos?

Um filho que se submeta a tudo isso, ainda que não receba nada, mas que tem muitas visualizações, seguidores e aparece ao lado de artistas conhecidos?

Um filho a quem lhes seja incutido que vale tudo em nome de 5 minutos de fama?

Isso não é um filho bem sucedido! Isso será um filho, mais cedo ou mais tarde, fracassado e destruído. E que, um dia, se revoltarão contra os pais que não só não os souberam defender, como ainda os encorajaram a ser vítimas de um abusador.

Mais preocupante do que quantas mais "Team Strada" haverá por aí, é quantos pais como estes, haverá a serem coniventes com os abusos. 

 

 

Por isso, pais, não "vendam" os vossos filhos. Não "prostituam" os vossos filhos. 

Nada vale mais do que a sua integridade.

E para aqueles que até não sabem, acham que é tudo muito inocente e profissional, dêem abertura aos vossos filhos para que confiem e possam contar o que se passa, desconfiem, sejam cautelosos, meçam os riscos e perigos e, acima de tudo, expliquem e passem aos vossos filhos que eles não precisam de ser famosos youtuberes ou influencers, de fazer cenas maradas e radicais, e ser conhecido, para fazer deles jovens e futuros adultos bem sucedidos, e melhores pessoas do que aqueles que vivem longe da ribalta e das redes sociais.

 

É difícil lidar com as pessoas

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Cada vez mais compreendo porque muita gente prefere lidar com os animais, e não com os humanos!

É que lidar com determinadas pessoas pode revelar-se uma tarefa complicada e esgotante, principalmente:

 

- quando olhamos para elas e percebemos, logo de longe, que estão de mau-humor e não há-de vir dali nada de bom

 

- quando tentamos ignorar o mais possível e, ainda assim, as pessoas fazem questão de evidenciar a sua presença

 

- quando falamos cordialmente, para manter a paz, e as pessoas arranjam forma de transformar uma conversa numa guerra, como se procurassem uma discussão para descarregar as suas frustrações e o seu mau-humor 

 

- quando temos que optar dizer a tudo que sim, e a concordar não concordando, só para que a conversa não descambe

 

- quando percebemos, mal abrimos a boca, que mais valia termos ficado calados

 

É algo que acontece cada vez mais em serviços públicos, e a quem lida com o público, embora também possa ocorrer noutras ocasiões. 

 

Reconhecem alguma destas situações?!

Já passaram por situações destas?

Para se educar, tem que se dar o exemplo?

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Costuma-se usar um velho ditado para justificar algo que pedimos aos outros para fazer, mas que nós próprios não fazemos: "faz aquilo que eu digo, e não aquilo que eu faço"!

Mas será que na educação de uma criança esse ditado se aplica?

No outro dia, em debate, dizia-me o meu marido que, para educar um filho, não temos que estar sempre a dar exemplo atrás de exemplo, só temos que lhe explicar o que é o melhor para ele, e fazê-lo entender.

Já eu, sou da opinião que a única forma de nos fazermos entender, de os nossos filhos apreenderem a mensagem que lhes tentamos transmitir, é através dos nossos exemplos e, mesmo assim, nem sempre resulta!

Por norma, os filhos tendem a "copiar" os comportamentos dos pais, porque é aquilo que vêem, com que lidam no dia-a-dia, e que supõem ser o normal e correcto. Logo, se os pais dão maus exemplos e se comportam de forma contrária aquela que, depois, pedem aos filhos para agir, como é que vão ter autoridade ou moral para lhes exigir isso, se eles próprios não o fazem?

Como é que se pode exigir a um filho que tenha uma alimentação saudável, se ele vir constantemente os pais a comer alimentos que fazem mal?

Como é que se pode pedir a um filho para ser organizado, se os pais vivem em total desorganização?

E por aí fora!

Para mim, mais do que ensinar, mais do que dizer o que deve ou não ser feito a um filho, são as nossas atitudes, os nossos comportamentos, a nossa forma de estar na vida e no quotidiano, enquanto pais, que lhe vão dar, ou não, o melhor exemplo.