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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Falha na comunicação ou burrice mesmo?!

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No domingo fui a uma loja ver se arranjava sandálias para usar este verão.

Vi um ou dois pares que gostei mas andava ali, numa roda viva, à procura das caixas correspondentes, para ver se havia o meu número.

Às tantas, veio uma funcionária perguntar se precisava de ajuda. Agradeci, e ela lá me encontrou de um dos pares.

Do outro, dizia ela, não havia.

No entanto, expliquei-lhe que, estando uma em exposição, tinha que ter o par em alguma caixa. Ao fim de algum tempo, encontrou também.

 

Perguntei-lhe onde poderia experimentar, e indicou-me um banquinho, tendo ficado ali parada a ver-me calçar as ditas.

Experimentado o primeiro par, gostei, e disse que ia levar.

A mesma coisa com o segundo par. 

Disse-lhe, então, que ia levar as duas mas que ia ver se gostava de mais alguma coisa.

Não havendo mais nada de especial, ainda lhe pedi um terceiro par igual a umas delas, para a minha filha.

 

E, qual não é o meu espanto, quando percebo que a dita cuja, em vez de ter separado as caixas para eu levar, tinha voltado a arrumar tudo.

Claro que já não sabia onde é que estavam, e lá tive que esperar que procurasse novamente!

Não sei se foi apenas uma falha na comunicação (até porque não falamos a mesma língua), ou se foi só burrice mesmo.

 

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"Dia do Diploma" na Escola Secundária José Saramago

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Ontem foi um dia em grande na Escola Secundária José Saramago.

De manhã, e no âmbito da celebração do centenário do escritor esteve presente, na escola, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

 

Ao final do dia, decorreu a cerimónia de entrega dos diplomas aos alunos distinguidos com mérito, e a todos os finalistas do ano lectivo 2021/2022, naquele que é chamado o "Dia do Diploma".

 

De salientar que a escola não publicou nada no seu site, nem contactou os alunos.

Apenas pediu aos Directores de Turma, das turmas do ano passado, para enviarem email aos seus alunos. Isto, para o dito "email institucional", usado ao longo do ano lectivo para comunicações entre professores/ alunos e que, uma vez terminados os estudos, a maior parte já nem usa, ou vê.

Ou seja, a minha filha só soube porque uma amiga e colega de turma a avisou.

 

A directora de turma pediu a confirmação, algo que já fizemos depois do prazo, porque não sabíamos qual seria o horário da minha filha nesse dia.

Ontem, lá estivemos.

Da turma dela, creio que só apareceu a minha filha e duas amigas.

Quando chegámos, já o recinto estava cheio.

 

Elas ficaram perto da Directora de Turma.

Nós arranjámos lá um espaço para assistir.

 

Começou a entrega dos diplomas de mérito, com direito a palco, anúncio e palmas pelos presentes.

Tudo como manda a ocasião.

Mas...

 

Terminada essa entrega, cada um foi à sua vida.

Que é como quem diz, cada director de turma foi com os seus alunos para um canto qualquer, para lhes entregar os diplomas, à pressão.

Isto cabe na cabeça de alguém?

Então não fazia mais sentido chamar as turmas ao palco, para a entrega dos diplomas?

 

Enfim.

Lá pedimos para tirar uma foto com a professora.

E um dos alunos, encarregado da reportagem fotográfica, tirou fotos também, mas não sabemos se as chegaremos a ver.

A professora despediu-se, porque tinha mais turmas a quem entregar diplomas.

A seguir, quem quissesse ia comer bolo, e quem não quisesse, estava despachada, em menos de meia hora.

 

Sinceramente, foi uma desilusão.

Esperava algo diferente, mais condizente com aquilo que se espera de uma cerimónia.

Para isso, quase nem valia a pena termos ido lá.

Em qualquer momento os alunos iam levantar os diplomas.

 

 

 

A falta de comunicação e de noção (na elaboração) das medidas impostas pelo governo

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Se há coisa que me complica mais com o sistema nervoso, do que a aplicação de uma medida, é a falta de clareza com que a mesma é apresentada e explicada e que leva, muitas vezes, a diferentes interpretações, algumas contradições, e diversas dúvidas por esclarecer.

Desde que começou a pandemia, que vemos, constantemente, o governo e quem de direito, a falhar na comunicação, sempre que se dirigem aos portugueses, ou respondem às questões colocadas.

 

Que os canais de comunicação, jornais, revistas, internet, noticiários, dêem, cada um, a sua versão das coisas, à medida que a informação lhes vai chegando, ou que passem informação errada, ou incompleta, é grave, mas já estamos habituados, e damos um desconto.

Mas que essa falha na comunicação exista quando o governo se dirige directamente aos portugueses, aí é mais grave.

 

Ao ouvir as declarações de António Costa, a ideia que ficou foi a de que o que é essencial é ir à escola, e trabalhar, mas tudo o resto é supérfluo. Portanto, temos direito a ganhar o nosso sustento, mas não a momentos de lazer.

E que a partir das 13 horas de sábado e de domingo, toda a gente tem que ficar em casa, sendo que, o que houver para fazer, é para se fazer de manhã. As compras? De manhã. Passear? De manhã. Ir ao shopping? De manhã. E por aí fora.

Com as devidas excepções. Que eram poucas, as que ele falou. Mas que, afinal, eram muitas mais, que ele se esqueceu, ou não convinha, dizer.

Porque, a ideia a passar é a de confinamento total. O resto, vem nas entrelinhas, ou em letras mais pequeninas, para aqueles que estiverem mais atentos.

Ah e tal, está tudo explicado no decreto.

Pois está! Mas nem toda a gente tem acesso ao decreto. Nem toda a gente sabe procura-lo, e perceber o que lá vem.

 

Ontem, ao ouvir as declarações de António Costa, o que eu percebi (e pelo que fui lendo, muitas pessoas mais) foi que, se quisesse ir às compras, o que faço por norma à hora de almoço de sábado, teria que me levantar mais cedo, e sujeitar-me a uma fila para entrada no supermercado que, supostamente, encerraria às 13 horas. Isto, se conseguisse entrar a tempo. Uma situação que acabaria por gerar um aglomerado e concentração de pessoas no mesmo espaço, o que não seria uma boa medida de combate à pandemia.

Afinal, as mercearias e supermercados estão abertos, e as pessoas podem lá ir fazer compras. Mas os estabelecimentos comerciais têm que fechar às 13 horas. Então, em que é que ficamos?

Ah, afinal os estabelecimentos comercais têm que fechar às 13 horas, à excepção das mercearias e supermercados. É isso?!

 

Ontem, ao ouvir as declarações de António Costa, e depois de andar a pesquisar as excepções, fiquei sem saber como seria o cumprimento das responsabilidades parentais.

Não vinha nas excepções que ele falou. Mas também, verdade seja dita, também nem sequer se falou disso.

Há quem diga que, o que não está especificamente proibido, é permitido. Neste caso, e no meu ponto de vista, se não vinha nas excepções, seria proibido.

Mas as coisas não funcionam à base do entendimento de cada um. Já estava a ver como iria conjugar as idas da minha filha para o pai, nos próximos fins de semana, para não prejudicar nem eu nem o pai e, sobretudo, paa não prejudicar a minha filha.

Só hoje, ao ver o decreto, percebi que, afinal, no lote das excepções, que afinal são bem mais que aquelas que António Costa referiu, vem contemplado o exercício das responsabilidades parentais.

 

Ontem, ao ouvir as declarações de António Costa, ele falava constantemente do horário de recolhimento obrigatório como terminando às 5 horas. No entanto, nas legendas colocadas pelo canal, aparecia sempre 6 horas. A jornalista ainda o “corrigiu”, mas ele voltou a vincar que eram 5 horas.

 

Ainda ontem, li que o não cumprimento não daria lugar a multa, mas apenas ao acompanhamento ao domicílio. Hoje, já se fala em multas e crimes de desobediência. Em que ficamos?

Isto só serve para gerar dúvidas, porque são omissões, contradições e falhas na comunicação, de algo que deveria ser o mais claro possível, e para que todos possam entender, sem dar azo a diferentes interpretações e versões, de algo em que só existe uma interpretação e versão.

 

 

Então e, quanto às medidas em si?

Se me afectam? Com as previstas excepções, não muito. Mesmo sem estas medidas, raramente saímos, até porque vem aí a segunda fase de testes, e os fins de semana são passados em estudos. As noites são para dormir, por isso, também não me afectam as restrições.

Se acho que serão eficazes? Tenho dúvidas.

As pessoas deixam de ir a restaurantes. Mas ninguém as impede de se juntarem em casa.

Tal como a medida de proibir a venda de bebidas alcoólicas a partir das 20 horas não impedia ninguém de as comprar antes.

Não podem andar a circular sem uma boa desculpa? Arranjam-na. Ou então, encontram-se à sexta e ficam para o fim de semana!

Naqueles estabelecimentos que agora veem o seu horário reduzido, pode acontecer as pessoas juntarem-se mais, no pouco tempo que têm.

Vão haver sectores que sofrem, mais uma vez, a nível económico. E sem garantias de que os números baixem.

Por outro lado, basta um pai que esteja a trabalhar, chegar a casa e infectar um filho, que entretanto vai à escola e infecta colegas e/ou professores, que entretanto contactam com outras turmas, e com as suas próprias famílias, para haver aí uma imensa quantidade de contágios, até se descobrir o primeiro infectado, com um teste positivo, e se seguir e isolar a cadeia.

Pessoalmente, sou a favor do ensino presencial. Nós bem sabemos como foram os últimos meses de ensino à distância, e não foi bom para ninguém. Mas acho que, neste momento, seria uma medida adequada. O governo entende que não. Até porque os tão prometidos equipamentos a que todos teriam direito, e que eliminariam as desigualdades, ainda não chegaram.

E, assim, pode acontecer uma mesma turma ir para casa várias vezes, ao longo do ano, de quarentena, enquanto os restantes continuam em ensino normal. E professores comuns irem para casa, e as turmas não afectadas ficarem sem aula daquela disciplina.

 

De resto, concordo que a maioria dos contágios se dá em ambiente familiar, ou em grupos de amigos, que desrespeitam as regras, e que depois transportam o resultado desse incumprimento para o trabalho e escola, e não propriamente nos transportes, nas compras, nas coisas básicas.

Mas, lá está, para essas pessoas, podem vir todas as medidas e mais algumas que, não havendo bom senso, não produzirão grandes efeitos. E acabam por pagar os "justos" pelos "pecadores".

 

A verdade é só uma: ninguém sabe como lidar com o vírus, nem que medidas funcionarão. Então, vai-se por tentativa/ erro.

Como alguém que vai ao médico e queixa-se, e o médico manda fazer um exame. Mas não acusa nada. Então, se o problema não é dali, muda para outro lado. E assim vai andando até acertar, se acertar. Porque algumas vezes nunca chegam a descobrir o problema. 

Mas, tal como alguns médicos têm uma falta de noção absoluta (como um que insistia que o meu problema era na garganta, e me receitou um injecção de penincilina para o efeito, quando o meu problema era uma infecção urinária!), parece-me que também quem pensa e elabora algumas destas medidas também não tem a menor noção do que elas, na prática, implicam para quem tem que se sujeitar a elas.

Porque se há coisas de que podemos perfeitamente prescindir, porque não são essenciais para nós, também há quem tire daí o seu rendimento e, para essas sim, é essencial.

Mas o que é isso para os governantes que, se for preciso, estão abrangidos por todas as excepções possíveis, e podem fazer a sua vidinha à vontade, com o dinheiro dos portugueses nos bolsos.

 

 

Imagem: https://sicnoticias.pt/pais/2020-11-07-As-novas-medidas-do-estado-de-emergencia

Achei uma nota de 5 euros

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Eu, a carochinha de serviço, habituada a encontrar na rua moedas de 1 e 2 cêntimos, esporadicamente uma moedita de 10 ou 20 cêntimos, e uma única vez uma moeda de 50 cêntimos, mais habituada a perder notas sem saber bem como, do que a encontrá-las, achei uma nota de 5 euros!

 

Li no outro dia, que encontrar moedas na rua pode ser um sinal, uma forma de aqueles que já partiram comunicarem com quem cá está.

Curiosamente, encontrei a nota no dia 25, um ano após a morte da Tica. Coincidência?

Suponho que sim. Até porque era um nota, e não uma moeda!

Mas o que quer que signifique, a verdade é que deu jeito. 

A Linguagem Secreta das Irmãs - Luanne Rice

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Mais um livro que tinha por lá guardado há algum tempo, e que li nestes últimos dias.

Foi a minha estreia também com esta autora, e posso-vos dizer que gostei muito, embora o título não me pareça o mais apropriado para a história.

É que, baseada no título, estava à espera de ver uma forma muito própria e especial destas duas irmãs se comunicarem, quando mais ninguém conseguia, mas não é isso que acontece, nem é tanto sobre isso que se foca o enredo, embora a relação forte e única entre irmãs esteja presente.

 

Ruth Ann - Roo, e Mathilda Mae - Tilly, são duas irmãs com uma diferença de dois anos de idade, sendo Roo a mais velha e, para muitos, a mais bonita, a mais talentosa, a mais especial, aquela que possui "poesia de vida"!

Tinha um futuro promissor à sua frente, estando a preparar-se para se candidatar à universidade no próximo ano lectivo. Enquanto isso, ia completando o seu portfólio de fotografias, que adorava tirar, e cujas imagens conseguia captar como ninguém.

Tilly era a irmã mais nova. Ambas tinham uma relação especial, e eram muito amigas, embora Tilly sentisse, por vezes, alguns ciúmes da irmã e, de certa forma, um sentimento de inferioridade, por não ter tantas qualidades e talento como Roo.

Naquele dia, Tilly estava à espera da irmã. Roo tinha ficado de ir buscá-la mas, pela primeira vez na sua vida, Roo estava atrasada. Tinha feito várias paragens pelo caminho, para fotografar.

Tilly estava possessa e enviou mensagem atrás de mensagem para o telemóvel da irmã, a demonstrar isso mesmo. Roo, que tinha por lema nunca enviar mensagens enquanto conduzia, mas vendo que a irmã não sossegava, quebrou as regras, e enviou-lhe uma simples mensagem a dizer que estava a 5 minutos.

Foi uma mensagem curta, mas suficiente para a distrair da sua condução, para a fazer perder o controlo do carro e, ao tentar evitar o atropelamento de uma senhora idosa e do seu cão, capotar e cair pela ribanceira, direito ao rio.

Este será o primeiro tema abordado pela autora. Porque continuamos a ver constantemente pessoas a falarem ao telemóvel, enquanto conduzem, bem como a ler ou enviar mensagens, apesar de saberem os riscos que correm.

 

Na sequência do acidente, a vida de Roo irá mudar para sempre. Aparentemente em coma, os médicos descobrirão, mais tarde, que ela está consciente, mas sofre de Síndrome de Encarceramento, uma doença neurológica rara, em que ocorre paralisia de todos os músculos do corpo, com exceção dos músculos que controlam o movimento dos olhos ou das pálpebras.

Nesta doença, o paciente fica preso dentro do seu próprio corpo, sem conseguir movimentar ou comunicar, porém mantém-se consciente e intelectualmente ativo.

Não existe cura para esta doença, apenas alguns tratamentos que podem atenuar os sintomas, e tecnologias que podem ajudar as vítimas a comunicarem com as outras pessoas. 

Roo fica, assim, com os seus sonhos totalmente destruídos. Como se isso não bastasse, vai perceber a proximidade entre o seu namorado, com quem tinha intenção de terminar, e da sua irmã e melhor amiga, e isso vai abalar a relação entre as irmãs.

 

Serão elas capazes de ultrapassar estes percalços? Conseguirá Tilly viver com a culpa pelo acidente da irmã? Conseguirá Roo perdoá-la? Haverá culpados?

Conseguirá Roo aceitar o seu problema e a nova vida que a espera? Haverá no meio de tudo isto, alguma chance para o amor?

 

Eu recomendo este livro!

 

 

E deixo-vos aqui algumas histórias reais de pessoas que foram vítimas desta doença:

Martin Pistorius

Kate Allatt

Christine Waddell

Richard Marsh