Considerações sobre a Corrida da Criança
e para todas, em geral:
N.º 1 - Ainda que na brincadeira, não dá jeito nenhum correr presa a quem quer que seja! Na Corrida da Criança, tínhamos que nos unir uns aos outros (cada equipa ou dupla) com um laço, para que ninguém ficasse para traz, e para incentivar o espírito de equipa. A intenção era boa, mas na prática, as coisas não resultam muito bem.
N.º 2 - Não dá jeito nenhum correr com mochilas às costas! A manhã adivinhava-se memorável e de festa, e não queríamos perder nada desses momento. Por isso, toca de levar máquina fotográfica, telemóvel, lenços de papel (para o caso de ser necessário), a carteira, os óculos de sol, etc. Tudo numa mochila pequena que encontrei lá por casa. Mas uma das alças do raio da mochila rebentou, tive que correr com ela só presa de um lado, a segurar para não rebentar a outra, com a fivela sempre a roçar no braço da Inês, e quando passei ao meu marido, tive um trabalhão para me desenvencilhar dos laços que nos ligavam.
N.º 3 - Caminhada e corrida juntas, é para esquecer! Quem ia caminhar, ia do lado direito. Quem ia correr, do lado esquerdo. Na prática, não resulta. Saímos todos ao mesmo tempo, pelo que tínhamos gente à nossa frente a caminhar, que nem sempre se mantinha à direita, e era difícil passar à frente e correr estando presos uns aos outros.
N.º 4 - Correr preso, só com bastante espaço. Num carreiro estreito, como havia no percurso, três pessoas a correr presas, sem se atropelarem é difícil. Houve uma altura em que a Inês teve que se desviar para o meu lado, tropeçou no meu pé e ia caindo. Houve alturas em que, para passarmos à frente, o meu marido e a minha filha encolhiam-se e ficavam à minha frente, logo, eu não conseguia correr. Se houvesse mais largura, podíamos ir os três, lado a lado, sem nos atropelarmos uns aos outros.
N.º 5 - Quando se corre em duplas ou equipas, em que nem todos os membros têm a mesma preparação física e resistência, e nos termos acima mencionados, não se pode pensar em cortar a meta nos primeiros lugares, nem em tempos de prova. O meu marido, que está habituado a correr (na véspera foi fazer outra prova, de 10km), queria ver se fazíamos o percurso todo a correr. Queria passar à frente dos que estavam no nosso caminho mas é mais fácil passar uma pessoa que três e, como estavamos presos, era só puxões nos braços uns dos outros. Depois, a Inês dizia que queria caminhar porque estava cansada. Ele, insistia para ela fazer um esforço. Ela estava feliz por estar a participar, mesmo que fosse só a caminhar. Ele, com o seu espírito competitivo e para quem 2km eram um aquecimento, queria correr e cortar a meta o quanto antes. É complicado. Mas, no fim, a Inês acelerou e cortámos a meta, quando ainda vinha metade dos participantes atrás de nós!