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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Alguém me explique...

 

 

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...(como se eu fosse muito burra) porque é que alguém que é criticado e condenado por agir de forma errada, é igualmente condenado por, atempadamente, corrigir o erro?

Um árbitro num jogo de futebol (ou outro qualquer) é como um juiz num tribunal - é ele sobre ele que recai a responsabilidade de decidir, e decidir bem!

Mas, como humanos, têm falhas. Nem sempre é possível ver os lances da mesma forma que os vêem quem está sentado em frente ao ecrã. Nem sempre os auxiliares esclarecem as dúvidas e o árbitro não pode esperar, nem hesitar, tem que decidir e continuar o jogo.

Muitas vezes, são justos. Outras, cometem erros. E, quando isso acontece, têm contra eles os treinadores, os adeptos, os jogadores, e todos aqueles que se sentem, de alguma forma, prejudicados por essas decisões. E podem, inclusivé, ser alvo de processo, se assim o entenderem as entidades reguladoras.

No entanto, o que aconteceu ao árbitro German Delfino é, no mínimo, absurdo!

Num desafio do campeonato argentino, entre o Velez Sarsfield e o Arsenal, o árbitro tomou uma decisão errada mas, informado por um dos assistentes com acesso a imagens televisivas, do seu engano, o árbitro alterou a decisão tomada, e pediu publicamente desculpas pelo erro. 

Ora, não será precisamente isto que se espera de alguém? Que assuma e desfaça o seu erro de imediato, enquanto ainda é tempo?

Então por que raio se coloca a possibilidade de o dito árbitro vir a ser suspenso de toda a actividade, por ter tomado uma decisão certa? 

A lei do silêncio

 

De há uns tempos para cá, são vários os casos, que se têm sucedido, de violações na Índia. Em comum, têm o facto de terem conseguido gerar uma onda de indignação e revolta. Já para os familiares das vítimas, há uma certeza - as condenações por tais crimes tarde ou nunca virão.

Muito comuns no país em questão, esse crimes são muitas vezes abafados para proteger a honra da família ou por medo de represálias. A questãoé que a cultura indiana culpa a vítima nas questões relacionadas com crimes sexuais. O governo e os agentes policiais alegam que a maioria dos violadores não pode ser processada na Índia, porque, são conhecidos das mulheres atacadas, que muitas vezes, na sua opinião, estão "a pedi-las" devido ao facto de circularem na rua a qualquer hora. Ou seja, as próprias mulheres, são acusados pela violência sexual praticada pelos homens contra elas, enquanto os violadores não são responsabilizados.

Por tudo isto, as mulheres que vão à polícia são aconselhadas a não apresentarem queixa.

Por outro lado, o sistema indiano de combate ao abuso sexual é inadequado. Não há garantia de protecção para as crianças e as pessoas acabam por perder a pouca fé que lhes resta. Muito dificilmente, um menor abusado sexualmente (ou parente da vítima) denuncia o caso ou pede ajuda. Mas, quando isso acontece, as autoridades indianas, em vez de tratarem esses casos com sensibilidade, costumam frequentemente humilhar e voltar a traumatizar às vítimas, que são desprezadas ou ignoradas pela polícia, por médicos ou por outras autoridades.

Não é pois, de admirar, que para muitos indianos a sua paciência e passividade tenha acabado. Nem são de estranhar os protestos e as manifestações cada vez mais violentas para exigir que o governo garanta a segurança das mulheres e crianças, e pare de tratar os violadores com impunidade.

Já está mais que na hora de quebrar o silêncio!