O amor é como uma série?!
"O amor, muitas vezes, é como uma série que não renova a temporada."
Li esta frase, a propósito da separação da Ana Guiomar e do Diogo Valsassina, juntos há 18 anos.
E fez algum sentido.
Na verdade, muitas séries começam com uma temporada muito boa e, por isso, os seus autores decidem criar novas temporadas que, muitas vezes, acabam por ir perdendo a qualidade, à medida que se vão sucedendo, até que chegam ao fim, já sem a glória e o sucesso alcançado no início.
E, ainda que as temporadas seguintes sejam tão boas como a primeira, chega-se a um ponto em que já não há mais novidades a introduzir, para cativar o público, e acabam por se tornar mais do mesmo, com os riscos a isso inerentes.
Depois, há aquelas mais longas, de uma só temporada, que cumpriu o seu propósito mas, simplesmente, não renova, porque os seus autores querem apostar em caminhos diferentes.
E há as que, logo na primeira temporada, estão condenadas ao fracasso e, como tal, sem hipótese de renovação.
Também as relações funcionam um pouco assim.
Quantas vezes não "renovamos" a temporada da nossa relação, na esperança de que os episódios seguintes sejam melhores, e superem os anteriores, na esperança de que o mesmo sucesso de antes continue, na esperança de que, na nova temporada, algo de diferente possa vingar?
E, quantas vezes, não pensamos que, se calhar, a relação está condenada, não importa quantas vezes renovemos as suas temporadas, e que só nos estamos a enganar?
Que, cada temporada renovada, é tempo perdido?
Se calhar, o que nos falta, é a ousadia de pôr fim à série. A coragem de não a renovar, de todo...