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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

É egoísta não querer ter mais filhos?

Desenho de mãe grávida para o dia das mães | Vetor Premium

É egoísta não querer ter mais filhos?

Eu sou mãe.

O meu marido nunca foi pai. Mas gostava de ser.

Eu já tive essa experiência. E, sinceramente, não me vejo a repeti-la novamente.

Numa fase em que a minha filha está uma mulher feita, a conquistar aos poucos a sua independência e, com ela, também a devolver um pouco da minha, não me vejo a voltar a passar por tudo o que um filho implica.

Não me vejo a perder noites de sono. Não me vejo novamente a dar biberãos, a mudar fraldas, a ouvir choros, a lidar com birras, a ter paciência para educar uma nova criança.

 

Ah e tal, mas não é uma experiência gratificante?

Gratificante é fazer voluntariado, por exemplo!

Gratificante é ajudar alguém, de alguma forma, e estar lá para ver que pudemos fazer a diferença da vida dessa pessoa/ animal. Que pudemos contribuir para proporcionar algo de bom.

E, ainda que seja gratificante dar à luz um ser vivo, criar, cuidar, proteger, educar, e vê-lo transformar-se num adulto... Ainda que seja parte de nós...

Ainda que tenha valido tudo o que vivemos...

Não significa que queira repetir.

 

Ah e tal, mas assim estás a ser egoísta! Estás só a pensar em ti!

Estou? Talvez!

Afinal, seria eu a carregar a criança durante meses, a ver o corpo modificado, a ter que aguentar enjoos e afins, e a sofrer as dores de parto. Já me dá o direito de ser um pouco "egoísta", não? 

Então, e se tiver um filho só para fazer a vontade ao parceiro, não estará ele a ser, igualmente, egoísta?

Mas, na verdade, não vejo isso como egoísmo.

Egoísta seria trazer uma criança ao mundo sem a mínima vontade de a ter, e de cuidar dela. 

Sem ter disponibilidade para ela.

 

E nem me venham com aquela frase que tanto irrita "ah e tal, mas eu ajudava".

Tretas. Não se trata de uma ajuda, trata-se de estarem lá os dois.

 

E, como é óbvio, quando se decide ter um filho, é uma decisão para a vida.

Uma criança não é algo que hoje se quer, mas amanhã já não.

Não é algo para o qual, hoje, até temos condições, mas que podemos descartar ou desistir, amanhã, se as coisas mudarem.

Não deve ser um capricho, um desejo do momento. 

É um compromisso a tempo inteiro. Em termos psicológicos, e financeiros.

 

Enquanto não houver condições para assumir esse compromisso (e isso vê-se perfeitamente no dia a dia, e nas mais pequenas coisas), não vale a pena sequer pensar no assunto "filhos".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A "ilha das gaivotas"

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Naquela que, outrora, foi uma praia, observa-se, agora, um fenómeno nunca antes visto, a que apelidei de "ilha das gaivotas"!

 

 

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Primeiro, porque são mesmo muitas. E estão todas concentradas naquele espaço.

Depois, porque com a remoção diária de areia que, segundo dizem, a praia tem em excesso e é preciso tirar, acabou por se formar mesmo uma espécie de ilha, no meio da praia.

 

 

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Sim, a praia está reduzida, muito menos apelativa para os banhistas, do ponto de vista do espaço, condições, e mar.

Nem parece a mesma.

Atrever-me-ia, até, a dizer que estão a ponto de "assassinar" a praia. E o verão deste ano, a muita gente.

 

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Não sei como ficará a praia quando terminarem os trabalhos mas, para já, fica o registo desta "colónia" de gaivotas.

Praticar educação física em casa é simplesmente estúpido

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Das várias disciplinas que podem ser prejudicadas, e difíceis de adaptar a um ensino à distância, a educação física é uma delas e, talvez, a pior.

Ainda assim, há professores que insistem em que os alunos pratiquem exercícios físicos em casa, como se num ginásio estivessem.

 

Só que nem todas as pessoas têm um "ginásio" em casa.

Nem todas as pessoas têm uma divisão espaçosa, onde os filhos possam praticar algumas actividades de forma cómoda e segura.

Nem todas as pessoas têm os materiais existentes na escola, como um simples colchão.

No nosso caso, as divisões são tão pequenas, e tão cheias de móveis, que será impossível fazer o que quer que seja, sem tropeçar numa coisa, ou dar um encontrão na outra. 

Deitar no chão, esticados, é impossível. Não há espaço disponível, ainda que se desviem mesas ou secretárias.

Então, faz-se exercício na cama? De pé, sem sair do mesmo círculo?

Vão andar com o telemóvel atrás, ou o computador, para o professor vê-los a fazer os exercícios?

 

É daquelas coisas que, para mim, não faz qualquer sentido.

Se querem que os alunos não estejam parados, mais valia incentivá-los a fazer caminhadas, a correr alguns minutos por dia, a fazer alguns exercícios ao ar livre, se o tempo permitisse.

 

E em caso de acidente?

Imaginemos que um aluno se lesiona a fazer um exercício em casa, muitas vezes por falta de condições, ou por faltar um acompanhamento mais directo do professor.

Quem se responsabiliza? A escola? O seguro escolar abrange o ensino à distância?

 

Mostrar eficiência com recurso a implicância gratuita e intimidação

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Em qualquer trabalho, existem situações e formas de estar que podem alternar entre o 8 e o 80.

Nenhuma delas é boa.

A primeira, porque permite a rebaldaria, o abuso, o deixa andar que não acontece nada. Permite as desculpas esfarrapadas. Permite a habituação, a descontração, o excesso de confiança.

A segunda, porque corta tudo aquilo que a outra provocou, mas virando-se para o extremo oposto, tornando-se rigorosa e exigente a um nível que provoca desconforto, receio, intimidação.

 

Mostrar, e exigir eficiência, não se deve fazer com despotismo. Apenas para mostrar quem manda, e quem tem que obedecer. Quem tem poder, e quem tem que se sujeitar a ele.

Há uma grande diferença entre ser bom profissional, e mostrar serviço.

Entre eficiência, e implicância gratuita.

 

Um bom profissional, eficiente, que tenha carta branca para pôr ordem aquilo que o seu antecessor deixou desarrumado e de pernas para o ar, não vem com vontade de fazer participações por tudo e por nada no primeiro dia em que se apresenta, e nos seguintes. Não vem com vontade de "armar ciladas" aos seus funcionários, que possam resultar em processos disciplinares.

Um bom profissional, não se apresenta com ameaças, com avisos, com imposições sem sentido.

 

Pelo contrário.

Deveria conhecer os postos, os clientes, averiguar a política do cliente, e ver em que medida essa política interfere, ou não se conjuga com a da empresa.

Conhecer os seus subordinados, explicar as alterações que serão feitas, o que é permitido e o que passa a deixar de ser, e como quer que sejam exercidas as funções, dali em diante.

Proporcionar todas as condições para que as funções e exigências possam ser cumpridas, sem desculpas.

E só então, se verificar que, após esclarecidos, os funcionários não cumprem, agir em conformidade.

 

Tudo o que não passe pelo bom senso, pela vontade de levar tudo a bom porto, a bem, não passa de alguém a querer mostrar serviço, da pior forma, ou alguém que foi deliberadamente escolhido para "varrer" da empresa o maior número de funcionários possível, com justificações da treta, ou por levar os funcionários a sairem por vontade própria. 

 

No primeiro dia em que o supervisor do meu marido apareceu no posto, para se apresentar, a primeira coisa que fez foi dizer que ele não podia estar com o casaco próprio vestido, e iria fazer participação.

Depois, lá mudou de ideias, quando o meu marido lhe explicou que, como naquele posto faz frio, e a empresa nunca, em dois anos, forneceu fardamento adequado, são obrigados a usar casacos que não da farda. Com autorização do cliente para tal.

Mas isso dá direito a multa, para o funcionário e para a empresa. Portanto, não seria o caso de a empresa entregar uma farda adequada, em vez de "entrar a matar"?

 

Ontem, apareceu novamente.

Não avisou. Não ligou. Não tocou à campainha.

O meu marido apenas foi avisado pela central, que o supervisor estaria à porta do posto.

O dito fez de propósito. Esperou por ali cerca de 40/50 minutos, sem dizer nada, para ver quanto tempo demorava o funcionário a aparecer na portaria.

Ora, naquele posto, fazem-se rondas. Os funcionários podem estar noutros espaços do edifício, nomeadamente, no piso inferior, com autorização do cliente. Os funcionários podem ir à casa de banho, obviamente.

Vir um supervisor, que chegou agora, afirmar que as rondas se fazem em 15 minutos, no máximo e, se for preciso, põe ali postos de picagem. Que afirma que o funcionário deve ficar o menor tempo possível na casa de banho, e que faz uma participação pelo tempo que não viu o funcionário onde esperava que ele estivesse, está mesmo a implicar.

 

Que se acabe com certos abusos, aprovo.

Mas implicar com coisas que em nada afectam o serviço ou a empresa, e que o cliente autoriza, não faz sentido.

No entanto, como disse o cliente, é a empresa que paga ao funcionário, logo, este deve fazer o que a empresa ordena. Portanto, já deu a entender que, para todos os efeitos, ficará sempre ao lado da empresa, e não dos funcionários.

 

Como disseram depois ao meu marido, desde que este supervisor chegou, já vários funcionários foram despedidos, com base nesta forma de actuar, e outros tantos despediram-se, porque não estão para trabalhar neste clima intimidatório, onde se fabricam participações por todos os motivos e mais alguns.

Se era essa a intenção da empresa, está a ter sucesso.

Se não era, só fica a perder.

O que é demais nunca pode ser considerado normal

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Que bom seria se pudessemos escolher o tempo que faz, à nossa medida, e só para nós.

Mas, infelizmente, ainda não temos esse poder.

Vem o que vem, para todos, e ninguém pode fazer nada para o mudar.

 

Por isso, quando não nos agrada, e à falta de melhor que fazer, queixamo-nos.

Ora porque chove. Ora porque faz sol.

Ora porque está frio. Ora porque está calor.

Ora porque não corre uma aragem. Ora porque está vento.

 

No verão, por exemplo, quando está quente e oiço pessoas queixarem-se do calor, costumo dizer "estamos no verão, é normal".

No inverno, e sofrendo com o frio, sou eu que me queixo, e as pessoas que me respondem "é inverno, querias o quê?".

Sim, é normal que haja calor no verão, frio e chuva no inverno, e tempo ameno nas restantes estações. Ou era, porque há muito que as estações deixaram de ser "normais".

 

No entanto, por vezes é algo mais do que meras queixas nossas, de eternos insatisfeitos.

Tudo o que é demais, nunca pode ser considerado normal.

Temperaturas de 40º ou mais no verão não são normais.

Temperaturas de 0º ou menos no inverno, em quase todo o país, não são normais.

Pelo menos, não aqui em Portugal. Não nas nossas estações habituais. Não no sítio onde, por exemplo, eu vivo.

 

E, por isso mesmo, o nosso corpo não está preparado, nem tão pouco adaptado ou habituado a estes extremos.

Nem as nossas casas o estão. Ou as escolas. Ou muitos postos de trabalho. E, definitivamente, não as ruas.

Seja calor ou frio a mais, fenómenos extremos de vento ou chuva, ou quaisquer outros que nos apareçam pela frente.

 

Por muito que, noutras regiões, noutros países, noutro hemisfério, o cenário seja ainda mais duro e penoso, quem lá vive está acostumado e equipado para o efeito, porque é a norma.

Aqui, é a excepção.

Uma excepção a que não podemos fugir, mas que enfrentamos sem o mínimo de condições.

E que, a curto, médio ou longo prazo, terá repercussões na nossa saúde.