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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Lucidez

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Pensar que, há muitos anos, era eu que a rejeitava.

Era eu que não queria nada com ela.

Porque ela me fazia lembrar aquilo que eu deveria fazer. O homem que eu deveria ser.

E eu ainda não queria assumir esse compromisso. 

Ainda queria viver muitas aventuras e sabia que, a partir do momento em que ela passasse a fazer parte da minha vida, isso chegaria ao fim.

 

Sabia que precisava dela. Sabia que ela faria parte do meu futuro.

Mas ainda não estava preparado para tê-la comigo.

Por isso, ia alternando, entre uma e outra.

No fundo, ela esteve sempre lá. 

Mas eram mais as vezes que a deixava de parte, a um canto, do que as que me permitia estar com ela.

 

Claro que, um dia, isso mudou.

Estava na hora. 

Já tinha idade para ter juízo. E assumi.

Desde então, caminhamos juntos, lado a lado.

Nunca me abandonou.

Nunca me deixou ficar mal.

Tem sido uma grande companheira, e decisiva, nos momentos mais importantes.

 

Agora, parece-me que isso está prestes a mudar.

Sinto que, de vez em quando, é ela que se afasta de mim. É ela que se ausenta, ainda que por breves instantes.

Como se estivesse a estudar a melhor forma de me abandonar de vez, fazendo-o um pouco de cada vez.

 

Sinto que, em determinados momentos, ela me falha.

Como se já não quisesse saber de mim.

Como se já não me fizesse falta. 

 

Nesses momentos, sinto-me confuso.

As coisas não parecem as mesmas.

A minha vida não parece a mesma.

 

Mas, depois, como se nunca tivesse deixado de ali estar, ela volta.

Volta, e faz-me perceber a figura ridícula que fiz, enquanto me deixou.

E sinto-me mal, por estar tão dependente dela.

E por ela me pregar estas partidas.

Ela, que nunca me deixou ficar mal age, agora, como se fosse esse o seu objectivo.

 

Oh, lucidez...

Porque é que me deixas sozinho, sem rumo, quando mais preciso que me guies?

Porque é que, agora, és tu que me rejeitas? 

Logo agora, quando mais preciso de ti.

 

Porque é que vais, e voltas, em vez de permanecer comigo?

Estarás, tu, a testar-me?

A vingar-te de mim?

 

Quando estás comigo, não consigo parar de pensar que, quando eu menos esperar, não voltarás mais, e me deixarás para sempre.

E se isso acontecer, o que restará de mim?...  

 

Quando começamos a desistir de procurar algo que não fazemos ideia onde possa estar

Procurar uma agulha no palheiro | Portugueasy

 

Num dia, temos tudo arrumadinho, organizado, cada coisa no seu respectivo lugar.

Depois, à medida que o tempo vai passando, vamos usando, tirando do sítio, e colocando depois, por falta de tempo, ou preguiça, para qualquer lado que seja prático, no momento.

E assim, ao longo de meses, e anos, lá se vai a organização. 

Porque nunca há tempo para arrumar quando ainda são poucas coisas, e acabamos por acumular tudo, dificultando a missão de procurar aquilo que há muito perdemos, não sabemos onde paira, nem onde possa estar.

 

Procuramos num lado, mas não está.

Procuramos noutro, mas só encontramos mais confusão.

E, às tantas, perguntamo-nos se, o que procuramos, ainda existirá. E se ainda existe, se algum dia o iremos encontrar. Ou encontrar a tempo.

Por vezes, quando não fazemos ideia de onde procurar, começamos a perder a esperança, e a achar que o melhor é dar por perdido definitivamente.

Se é certo que não devemos desistir, também é verdade que essa busca indefinida nos leva a perder muito tempo, sem saber se trará o resultado esperado.

E se até encontrarmos? Em que condições estará? Poderá voltar a ser usado? Servirá ainda o mesmo propósito? Ou foi tempo perdido para encontrar algo que, de qualquer forma, já não serve?

Quem sabe só assim, aceitando que não vale a pena procurar o que podemos nunca encontrar, ou que pode não estar no mesmo estado que um dia conhecemos, possamos dar oportunidade a algo novo.

 

Mas fica sempre a dúvida se, tendo a sorte de encontrar, não estaria tal e qual como tínhamos deixado, apenas abafado com tudo o que tínhamos, entretanto, atirado para cima...

 

Estratégia para enganar ou mera falta de visão minha?

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No hipermercado onde costumo fazer as compras, são vários os fins de semana em que têm campanhas especiais para os clientes, que consistem em dar vales de 10 euros, por um determinado valor em compras (que nem sempre é o mesmo), vales que poderão ser utilizados posteriormente, em futuras compras, de valor igual ou superior.

 

Por norma, têm vários cartazes, na entrada e espalhados pela loja, a anunciar.

Nesses cartazes, o que mais salta à vista, em tamanho grande, é o número 10. O resto vem em tamanho mais pequeno.

No passado sábado, quando entrei, vi o tal cartaz com o número 10. Em letras mais pequenas, dizia que a oferta respeitava a compras no valor de 40 euros, e era limitada a 80 euros de compras.

 

Ora, o meu cérebro, habituado à campanha dos vales, associou automaticamente a oferta a essa campanha. 

Claro que não estive a fazer compras de propósito para chegar a esse valor, mas até ultrapassou, e estava convencida de que iria ganhar dois vales.

 

Afinal, e depois de ir confirmar a informação de forma mais detalhada, após interpelar a funcionária para a oferta, percebi que o 10 gigante se referia a 10% de desconto no valor das compras, a acumular em cartão.

Terá sido estratégia para enganar quem lá fosse ou, simplesmente, falta de visão minha?

Agora que penso nisso, a verdade é que o tal limite de 80 euros não faz qualquer sentido, porque os 10% que acumulou no cartão foi do total da minha conta, que era superior a 80 euros.

 

Pelo sim, pelo não, vou estar muito mais atenta das próximas vezes que for às compras.

 

Nesse mesmo supermercado, e a propósito das falsas promoções que apregoam, reparei no outro dia que uma embalagem de rolos de papel higiénico, que costumo comprar a € 2,99, estava em promoção.

Só que a dita promoção, apregoada por eles, era de um desconto de 2 euros (de € 3,99 para € 1,99) quando, na verdade, o desconto era apenas de 1 euro. Em vários meses que compro o mesmo papel, ele nunca custou € 3,99.

 

 

Não sou mulher de shoppings

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Ontem fomos ao Colombo.

Precisávamos de comprar umas coisas.

 

Entrámos na primeira loja. Estava cheia. 

Era preciso muita destreza para conseguir andar por aqueles corredores, sem encalhar, tropeçar ou esbarrar em alguém.

E com um saco a ficar cada vez mais cheio, na mão.

Fomos aos provadores. A mim, pareceram-me um verdadeiro labirinto!

 

Lá experimentámos as roupas. 

Estava um calor infernal dentro da loja.

A fila nas caixas era enorme. Valeu-nos as caixas (cerca de 10) estarem todas em fucionamento, e os funcionários serem despachados.

 

Fomos à segunda loja. 

Ainda mais cheia.

Fila para os provadores.

Segurar sacos da loja anterior, malas e casacos, e a roupa que queríamos experimentar naquela (não demos com os sacos/ cestos).

Cada pessoa só podia levar 6 peças. Dividimos pelas duas.

Não podíamos entrar as duas no mesmo provador. Lá fiquei eu cá fora, com a tralha toda, enquanto a minha filha experimentava o restante.

Fila para as caixas.

Quase toda a gente a suar, porque vinha da rua toda encasacada, e ali estava um forno.

Uma pessoa está habituada às lojinhas aqui da vila e arredores, mais pequenas, com menos pessoas, com menos confusão, e depois estranha quando se depara com estas modernices e dinânimas.

 

Enquanto isso, do lado do meu marido...

Os sofás cá fora, cheios. Não dava para se sentar à espera.

Os cafés, cheios.

Onde poderia apanhar ar fresco, estava toda a gente a fumar.

 

À saída..

Não encontrámos o carro.

Nem sequer o lugar onde o tínhamos estacionado.

Eu tinha anotado o local mas, aparentemente, não existia! Tinha quase absoluta certeza que era naquele piso, mas não o estávamos a ver.

Subimos ao outro piso. Nada.

Pedimos ajuda.

À minha filha, já lhe doíam os pés.

 

O meu marido foi com o homem à procura, enquanto nós ficámos ali mesmo, à espera.

Pousei os sacos no chão. 

A minha filha descalçou-se. Já não aguentava mais.

 

Passados alguns minutos, lá apareceu o meu marido no carro.

Afinal, sempre existia o lugar de estacionamento que tínhamos apontado, e tínhamos estado quase ao pé dele!

 

Apesar da confusão e fila para sair do estacionamento, conseguimos escapar.

 

Ir às compras em época natalícia, é para esquecer. O homem de lá disse que quase parecia que havia jogo do Benfica!

Acho que, agora, só para o ano é que lá voltamos.

Quando um parvo se mete com outro, só pode dar confusão!

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Era para ser uma viagem de autocarro como outra qualquer, da praia até casa, mas acabou por se tornar uma viagem atribulada, com direito a GNR e tudo!

 

Um homem entrou no autocarro, no terminal, e sentou-se nuns bancos atrás de nós.

Estava a falar ao telemóvel, pelo que percebi depois, com uma mulher. No início da conversa, parecia uma daquelas pessoas calmas, de bem com a vida, tudo "na paz".

Dizia ele que só o facto de estar vivo já era razão para estar bem. Depois, continuou a dizer que a outra pessoa confiava demais nos outros, e não o devia fazer, que ninguém tem que saber tudo dela, porque podem servir-se disso, enfim, uma conversa normal.

 

 

Até que, do nada, começa a gritar bem alto que ela não devia confiar em ninguém, com direito a uns quantos palavrões pelo meio.

Um homem que estava um pouco mais à nossa frente, sentiu-se incomodado, virou-se para o outro e disse-lhe para ter cuidado com a língua, que estava toda a gente a ouvir.

O dito, ou não ouviu, ou fez orelhas moucas.

Continuou a falar, a dizer que todas as mulheres são umas p*****, menos a mãe dele, e que ela era uma vagabunda, e que a mulher que estivesse ao lado dele tinha que ser discreta.  Tudo, com palavrões pelo meio.

 

 

O tal homem que estava à nossa frente estava a passar-se. Abanava a perna, movia as mãos como se as estivesse a aquecer para o combate.

Às tantas, fez aquilo que se calhar todos nós estávamos a pensar, mas não quisemos fazer: levantou-se, foi até ao outro, e voltou a chamar-lhe a atenção. Mas, talvez a forma como o fez, não tenha sido muito feliz. Mandou o homem calar-se.

O homem passou-se, começou a discutir com o outro. O primeiro disse que depois já conversavam, voltou ao seu lugar e ligou para a GNR.

O resto do caminho foi passado com o atrasado do telemóvel a reclamar, que já tinha pedido desculpa pelos palavrões, mas que o outro não era ninguém para o mandar calar, etc, etc., continuando a dizer asneiras, pelo que o arrependimento não se notou.

 

 

Estávamos a chegar ao terminal de Mafra, quando o parvo 1 pergunta se já estava ali a espera dele, ainda a provocar.

Olhei pela janela, e vi o carro da GNR, com dois agentes do lado de fora. O parvo 2 sai nessa paragem, e pede ao motorista para esperar um pouco.

O motorista, entretanto, depois de deixar entrar os passageiros, levanta-se, vira-se para trás, e pergunta se está tudo bem.

O parvo 1 vai ter com ele e, entretanto, entram os agentes no autocarro, que lhe dão uma descasca pelo comportamento pouco adequado e falta de respeito para com os outros passageiros. Depois de tomarem nota dos dados do homem, avisam-no de que, se tiverem mais alguma queixa dele, irá seguir viagem, mas noutro carro!

 

Não sei se o homem se aguentou calado até ao final da viagem, porque saímos na paragem seguinte, mas por aqui se vê que até aquelas pessoas que parecem mais calmas e tranquilas, podem virar bestas, e arranjar confusão desnecessariamente.

 

Neste caso, um parvo que não tem educação nenhuma e não sabe estar nem falar com as pessoas, com outro parvo que parecia cheio de vontade de dar umas boas peras mas que, depois, parece ter ficado com medo, ou querer evitar uma confusão maior que aquela que arranjou quando lá foi tirar satisfações.