Começou logo bem, na sexta-feira à noite.
A ideia era aquecer antes de ir dormir
Roupa no aquecedor ou banho quente?
Banho quente. Que se tornou banho morno, quase frio.
Ainda saí da banheira para aumentar o esquentador, mas não resultou, e saí de lá com mais frio do que aquele que já tinha antes de entrar.
Com o marido, que entretanto chegou do trabalho, o mesmo.
Ou o gás estava congelado, ou a acabar.
Sábado, dia de compras do mês.
Acordei cedo. Apanhei fila no Lidl, tendo que esperar numa zona ventosa e fria, num dia já de si frio.
No Intermarché entrei sem problemas. Mas muita gente, e muitos encontrões. Muitas filas que evitei, pegando em produtos embalados para ser mais rápido.
O stress de sempre a tirar compras do carrinho, arrumar nos sacos, voltar a pôr no carrinho.
Uma dor de cabeça, do tempo que andei com a máscara, e da confusão.
Andei à procura de um termoventilador lá dentro. Não vi.
Só depois das compras pagas, e com um carrinho cheio, percebi que estavam cá fora.
Além de estar perto da hora de confinamento, não me apeteceu voltar às caixas.
Chamei um táxi.
Os de sempre não deviam estar a trabalhar. Mandaram um colega.
Sempre que mandam um colega é mais caro.
Uma viagem que costuma custar 4,50 a 5 euros, ficou em 5,80 euros. Não sei se são preços de ano novo.
Depois de tudo despachado em casa, e ainda com do de cabeça, sentei-me na sala, com as duas gatas ao colo. Parecia uma mãe de gémeos. Nem televisão, nem livros, nada.
À noite, chega a minha filha. Diz que passou o dia cheia de tosse.
Querem ver que somos duas covideiras?!
Domingo chega e a minha dor de cabeça não passa. Tenho o nariz ferido de tanto pingar com o frio, e limpar.
A filha já não tem tosse.
Poupei o dinheiro do termoventilador porque o meu pai tinha um em casa que não usa, e deu-me.
Pouco passava das 21h, e o pensamento era deitar cedo e dormir bem para ver se a dor de cabeça passava.
Estava a lavar a loiça.
Tinha o termoventilador e outro aquecedor ligados. O quadro dispara.
Desligo os aparelhos e um dos disjuntores não liga, fazendo disparar o geral.
Não temos luz.
Os telemóveis estavam todos com a bateria no mínimo.
Liguei para a EDP.
Tempo de espera superior a 5 minutos. Que se converteram em mais de uma hora à espera para atenderem a chamada.
A minha filha enviou mensagem ao meu marido. Ele tentou ligar. Atenderam-lhe logo. Disseram-lhe que já falavam comigo. Nunca ligaram.
Entretanto, ao fim de mais de uma hora de nervos, a ver a bateria a descarregar, e a ouvir milhentas vezes a mesma mensagem, lá me atenderam. Voltei a fazer o que já tinha feito, sem sucesso.
Disseram que iam enviar uma equipa num prazo de até 4 horas.
Contas feitas, por volta das 2.30 da manhã.
No tempo livre, acabei por perceber que era a tomada do quarto da minha filha que tinha queimado, juntamente com a extensão.
Andei a desarredar móveis, para que os homens conseguissem passar.
A fazer o possível sem luz. A tentar poupar a pouca percentagem de bateria que restava. A tentar não adormecer, com a minha filha e as duas bichanas na cama, na escuridão, com várias mantas por cima.
3 da manhã, e ainda ninguém tinha aparecido.
Envio sms ao marido para ele tentar saber se ainda iam, ou se estava acordada em vão.
Disseram-lhe para me avisar para esperar até às 4.
Entretanto lá me ligam. Dizem que estão ao portão.
Vou até à rua. Não me dizem nada. Só os vejo de volta dos contadores que estão na rua, que até nem são meus!
Lá lhes digo que o meu contador está dentro de casa.
Um deles entra. Olha para o contador como eu, que sou leiga e não faço a mínima ideia de para que servem aqueles disjuntores e ligações. Ele diz que temos corrente nas tomadas. Ligo o frigorífico, e confirmo.
Mas não há luz.
Volto a mencionar-lhe a questão da tomada, que já tinha dito ao início. Lá se resolve a ir ver.
E pronto, tomada fora, fios isolados e fez-se luz!
Agora é chamar o electricista, para tratar da tomada.
Nisto, deitei-me às 4 da manhã, para acordar às 06.20.
Mas não é que a dor de cabeça passou!