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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

O "público-alvo"

(e os danos colaterais)

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"Público-alvo é um grupo de pessoas que compõem o perfil de consumidores para o qual um determinado negócio se destina."

 

É quase impossível não pensar neste termo, no dia a dia, uma vez que, cada vez mais, existem diversos "públicos-alvo", para diferentes produtos, tais como livros, e situações, como cursos, formações profissionais, e por aí fora.

Já o "público-alvo" propriamente dito, pode estar relacionado com a idade, com gostos pessoais, com categorias profissionais, com hobbies, e tantas outras características, que levam a que se chegue à conclusão que, lançando algo será, aquele grupo específico, o principal interessado.

 

Claro que isso não significa que os restantes não possam ter interesse nesse mesmo produto/ negócio.

Então, nesse caso, se o grupo escolhido é o "público-alvo", o que se poderá chamar aos restantes?

Eu atrever-me-ia a dizer que os restantes são os "danos colaterais"!

Aqueles a quem não era, inicialmente, dirigido mas, por uma falha do alvo, ou por poder a mais da "arma", acabaram por ser atingidos.

No bom sentido, claro!

 

 

A teoria da obsolescência programada

 

De certeza já se aperceberam, tal como eu, que determinados produtos que compramos actualmente não têm nem metada da durabilidade dos mais antigos.

Muitas vezes comentei com familiares que, hoje em dia, se fabricam, propositamente, produtos para durarem pouco, para que as pessoas se vejam obrigadas a comprar novos produtos ao fim de algum tempo.

Salvo algumas excepções, claro, se repararem, os produtos tendem a durar o mesmo tempo que oferecem de garantia. Findo esse prazo, é normal começarem a surgir problemas que terão de ser resolvidos à nossa custa. Isto quando não vêm com aquela conversa de "ah e tal, isso não vale a pena mandar arranjar, é melhor comprar novo"!

Acredita-se que é uma estratégia das empresas de programarem os seus produtos – ou o seu tempo de vida – para durar menos do que a tecnologia actual permite, levando o consumidor a comprar novos modelos. Isto é mais visível nos automóveis, electrodomésticos e produtos electrónicos.

No entanto, este fenómeno a que chamam de obsolescência programada, não é recente. Parece que já data dos anos 50, quando a explosão do consumo em massa mudou a forma de trabalhar de algumas empresas.

Há várias formas de esta absolescência acontecer: 

- o próprio consumidor considera que o produto que tem em casa já é velho, tendo em conta novos modelos que foram lançados

- quando as empresas diminuem a durabilidade dos seus produtos, forçando os consumidores a comprar o dobro ou o triplo do que comprariam 

- quando o arranjo dos produtos sai mais caro que a compra de um novo produto 

 

Esta situação provoca o aumento da produção de lixo, gera mais gastos de energia e matérias-primas, e emissão de poluentes.

Mas há quem defende que nada disto é real, e que o único motivo para que os produtos tenham menos durabilidade é o avanço da tecnologia e o progresso.

O que é certo é que a maior parte dos electrodomésticos que aqui tenho em casa, já duram há mais de 10 anos. E tenho quase a certeza de que, se for agora comprar novos, nem uma terça parte desse tempo devem durar!

 

 

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Atenção redobrada...

...é o que se exige, hoje em dia, a todos os consumidores, para que não sejam enganados ou saiam prejudicados nas compras que fazem!

E é algo que eu nunca cumpro! À custa disso, já me aconteceram várias situações em que não dei conta do erro, e "paguei" literalmente por ele.

Uma vez pedi, na secção do talho, pernas de frango, que é uma das coisas relativamente baratas que se compra. Peguei no saco, paguei junto com outras compras e vim para casa. Quando olhei para a etiqueta do preço, pensei "isto devem ser umas pernas de frango de ouro"! Tinham marcado o preço de uma carne mais cara!

Outra vez, também na secção do talho, pedi meio quilo de bifes de peru e meio quilo de bifes de frango. Deram-me um quilo dos primeiros!

Já na caixa, acontece várias vezes levar duas embalagens de pão de forma - uma familiar e outra especial torradas - e registarem as duas ao preço da mais cara.

Claro que eu só dou por isso já em casa. Nunca fui de estar atenta, conferir talões, contar o troco. Quero é pegar nas compras, despachar-me e chegar a casa. E depois não estou para me chatear e perder tempo a reclamar.

Mas, da última vez, fi-lo.

Peguei num livro para a minha filha que estava marcado, no próprio livro, a € 8,91. Uma etiqueta branca com o preço a preto muito sumido que quase não se via, mas dava para perceber com algum esforço. Paguei juntamente com as compras do mês. Em casa, quando estava a ver o talão, percebi que o tinham registado a € 9,90!

No dia seguinte, fui lá reclamar. Queriam ficar com o meu talão, mas disse que precisava dele. Resolveram as coisas de outra maneira, devolveram-me os € 0,99 e fui mais satisfeita para casa. Não é pelo valor em si, porque já tive prejuízos maiores. 

Mas não podem estar sempre a "comer-me" (e aos outros) por parva, e eu a deixar!

 

Sobre a polémica da carne de cavalo...

 

A pergunta de hoje do sapo é: "Concorda que as refeições com carne de cavalo apreendidas pela ASAE sejam entregues a instituições de solidariedade?"


Ao que parece, toda esta polémica em torno das refeições com carne de cavalo, assenta sob um único aspecto: não constar nas ditas embalagens/ rótulos, a menção de que continham carne de cavalo.

Na verdade, parece não haver qualquer perigo para a saúde, até porque a carne de cavalo é saudável,não constituindo, como tal, uma questão de segurança alimentar.

Assim sendo, concordo com a retirada de todos os produtos do mercado para substituição da informação neles contida e, apurando-se a responsabilidade da burla, com a aplicação das respectivas coimas.

A questão que se coloca, após essa operação, é o destino a dar a tais produtos.

Se concordo que sejam entregues a instituições de solidariedade? Se em vez disso as deitarem fora, então acho bem doarem a quem precisa. Há tanta gente a passar fome e não é justo desperdiçar comida. Mas, como diz Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas, "pode surgir a ideia de que para as instituições que servem os pobres qualquer coisa pode servir". Ou seja, comida embalada retirada do mercado que não serve para o consumidor comum, já serve para os pobres que dependem das instituições. De certa forma, é como se estivessem a reduzir ainda mais a condição dessas pessoas.

Então e as empresas que pagaram os produtos, não deveriam ter direito a eles, depois de "legalizados"? Não deveriam poder vendê-los a qualquer consumidor? Afinal, embora possam haver algumas empresas envolvidas na fraude, outras há que foram, provavelmente, também elas, enganadas.

Seria mais nobre as próprias empresas tomarem essa decisão ou, por exemplo, ajudar as instituições com o dinheiro proveniente da venda desses produtos.

Mas, sim, em última análise, que sejam entregues às instituições, que podem sempre analisar essa acção sob uma outra perspectiva: os seus beneficiários serão privilegiados por estarem a comer refeições com carne de cavalo, muito mais saudável que a de bovino!