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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Ler livros em espanhol

Notas da Leitora – Literatura e outros amores!

 

Sempre li livros em português.

Na escola, mais por obrigação que por gosto, um ou outro em inglês.

Quando percebemos alguma coisa de um determinado idioma, torna-se mais fácil.

 

Espanhol foi idioma que nunca estudei na vida.

O pouco que sei, é o que uma pessoa vai apanhando de séries e filmes, e o que ficou na memória, dos anos em que a minha filha teve espanhol, e me foi ensinando umas coisas.

 

Mas o gosto pela leitura é mais forte que a linguagem em que um determinado livro está escrito e, havendo vontade de ler uma determinada obra que, infelizmente, ainda não está traduzida para português, uma pessoa arrisca.

Foi assim com "Terra", de Eloy Moreno.

E, mais recentemente, com "Things We Never Got Over", de Lucy Score que, apesar de estar disponível em inglês e espanhol, achei que seria mais fácil ler neste último idioma. 

 

O que posso dizer é que, sendo livros cuja própria história cativa, e é escrita em linguagem corrente, acaba por ser uma experiência enriquecedora, que nos permite conhecer expressões típicas espanholas, e aumentar o nosso vocabulário.

É uma leitura intuitiva: ainda que não andemos com um dicionário atrás o tempo todo, e que não se compreenda palavra por palavra, captamos facilmente a mensagem, e o significado de algumas palavras.

No meu caso, é também contagiante!

Quando dou por mim, estou a pensar e a "falar para dentro" em espanhol. 

 

E, agora que lhe tomei o gosto, venham mais!

 

Vacinados versus Não Vacinados

As divisões nas denominações pentecostais parecem estar no gerúndio

 

"Trabalhadores da RTP defendem que não vacinados não devem utilizar espaços coletivos."
"... ninguém que tenha recusado vacinar-se pode impor a sua presença em espaços fechados a colegas que se vacinaram, para proteção própria e para proteção alheia."

 

Não venho aqui defender nenhum dos lados.

Sou uma "não vacinada" assumida. 

O meu marido é um "vacinado".

Cada um foi livre de tomar a sua decisão. E respeitamo-la.

Não digo que não venha a levar a vacina. Mas gostaria que fosse por iniciativa própria, sem "chantagens", "discriminações", "imposições". Pelo real motivo para o qual foi criada.

 

Adiante.

Como referi, respeito tanto quem foi vacinado, como quem não o foi.

E, sempre que vejo a necessidade de apresentar um certificado de vacinação, para poder fazer uma vida normal ou, pior ainda, notícias como esta que li hoje, sobre os trabalhadores da RTP, que querem fazer uma divisão entre vacinados e não vacinados, para protecção, não consigo deixar de me irritar com tamanha estupidez.

Porque, se me falarem de um teste negativo, ainda compreendo, porque é uma informação mais actual e, aparentemente, mais indicadora de que não haverá contágio.

Mas certificado de vacinação?!

 

Qual foi a parte que eu não percebi?

- A vacina não evita que a pessoa vacinada contraia o vírus, mas também não a impede de contagiar os outros, portanto, o risco de contágio funciona nos dois sentidos.

- Em caso de contágio, é a pessoa não vacinada que, por sua conta e vontade, mais risco corre, por os sintomas se manifestarem mais severos.

 

Será que, agora, os vacinados são "seres superiores", que não se misturam com a "ralé" não vacinada?

 

 

Das vacinas, prevenção e contágio das doenças

(o bicho papão da papeira)

Vetores de Garotinha Ter Caxumba e mais imagens de Caxumba - iStock

 

O meu marido foi, há dias, diagnosticado com papeira.

Que é altamente contagiosa.

Alguém o contagiou. Não se sabe quem. E numa altura em que quase todos nos andamos a proteger da Covid-19, até parece estranho apanhar algo que se transmite, basicamente, da mesma forma.

 

A minha filha ainda não teve e, por isso, por prevenção, disse-lhe para se manter afastado dela, e se tiver que ir ao pé dela, para usar máscara.

Eu já tive, em pequena, pelo que, à partida, não correria grande risco.

 

Fui ver se havia vacina, e fiquei a saber que, em Portugal, existe desde 1987.

Funciona numa vacina tripla, contra sarampo, rubéola e papeira.

Depois, fui ver o boletim de vacinas da minha filha, para ver se tinha sido vacinada contra a papeira.

E lá estava, a vacina administrada em 2 doses, a primeira com 1 ano e a segunda com 5 anos.

 

Fui ver o meu boletim. Aparece uma primeira dose com 2 anos. E a segunda, aos 13 anos.

Ora, tendo eu nascido em 1978, quando levei a vacina, em 1980, ainda não havia a da papeira, pelo que suponho que tenha sido apenas imunizada contra a rubéola e sarampo. E antes de ter levado, aos 13 anos, lá contraí a doença que, na altura, me custou horrores.

 

Suponho que o meu marido, tendo nascido em 1983, tenha levado as duas doses da vacina.

Nunca teve papeira em criança. No entanto, agora que é adulto, contraiu.

 

A vacina previne a maioria dos casos mas, sobretudo, a gravidade dos casos.

Não a evita a 100%.

Não impede que alguém vacinado não possa vir a ter.

E que quem tenha tido não possa voltar a ter.

Mas minimiza, em muito, os riscos, e a incidência da doença de uma forma geral.

Seja para uma que já é muito rara nos países desenvolvidos, como a papeira.

Como para as mais actuais, e que ainda são comuns nos dias de hoje.

Esplanadas, máscaras e vírus - expliquem-me como se eu fosse muito burra!

esplanada cpo gd.jpg

 

Não sendo uma grande frequentadora de cafés, restaurantes ou esplanadas, compreendo perfeitamente que, beber um café, comer qualquer coisa, ou ter 5 minutos de conversa, com os amigos, família ou colegas, se faz melhor quando sentadinhos a uma mesa.

E com o tempo bom a ajudar, ainda melhor. Quem é que não gosta de estar sentado numa esplanada a apanhar solinho? Ou à sombra do chapéu, nos dias de maior calor?

É perfeitamente normal. Ou seria. Em tempos normais.

O que não é o caso.

 

Desde segunda-feira que é permitido voltar a fazer uso das esplanadas e, como as coisas, depois de nos terem estado vetadas, nos sabem sempre melhor, para além do facto de o interior dos espaços ainda não poder ser ocupado, houve uma inevitável corrida às mesmas, por parte de muitos portugueses.

Nada contra mas...

 

Expliquem-me, como se eu fosse muito burra, com direito a desenho se for preciso, como funcionam as regras de segurança numa esplanada.

Não falo de pessoas que estão sozinhas porque, partindo do princípio que as mesas cumprem a devida distância de segurança, não haverá grande risco.

Não falo de membros do mesmo agregado familiar, que esses também estão juntos noutros espaços e, suponho, sem restrições.

 

Falo de amigos, conhecidos, colegas de trabalho ou familiares que não vivem juntos, mas que se juntam à mesa, numa qualquer esplanada.

Enquanto não são servidos, e correndo o risco de transmitir o vírus, os mesmos devem permanecer com a máscara posta.

A partir do momento em que são servidos, como é óbvio, não podem comer ou beber de máscara, por isso, estão autorizados a retirá-la.

Então, e nessa altura, em que estão a menos de um metro de distância, sem máscara, a comer e, com toda a certeza, a conversar, provavelmente até mais tempo, do que aquele que passaram à espera, já não há risco de transmitir o vírus?

Depois, quando acabam, voltam a ter que pôr máscara porque o vírus já gozou a sua pausa, e volta ao ataque. E as pessoas que, até aí, estavam imunes, voltam a correr risco de contágio. É isto?

 

Ou seja, o vírus deixa as pessoas comer em paz, mas pode atacar antes e depois das refeições?

Faz sentido?

A sério que não percebo...

 

Como lido diariamente com a ameaça do Covid-19?

Resultado de imagem para covid 19

 

Há uns tempos, disse que não sabia se tinha mais receio de ser contagiada pelo vírus, ou pelo histerismo que me rodeava.

Mantenho a mesma ideia.

Se não me assusta o vírus? Claro que sim!

Mas assustam-me mais comportamentos extremos, tanto daqueles que se preocupam demais e pensam que o mundo está prestes a acabar, como daqueles que acham que o vírus só veio cá passar a Páscoa, e até é fixe conviver com ele.

Assusta-me quem, em nome das medidas preventivas, usa e abusa do álcool até ficar com as mãos em carne viva. Tal como me assusta quem nem sequer pensa em lavar as mãos.

Assusta-me quem se quer fechar e isolar de tudo e todos, ainda que não esteja em risco, tal como quem ignora os avisos para evitar espaços públicos e grandes aglomerados de pessoas.

Assusta-me quem deixe tudo para mais tarde e ignore as eventuais consequências de uma infecção pelo vírus, tal como quem associa, automaticamente, o vírus a morte certa.

Assusta-me quem peca por falta de prevenção, como pelo excesso, como aqueles que andam por aí a açabarcar e esvaziar os hipermercados, não vão ter que ficar vários meses em casa.

Assusta-me que, de um momento para o outro, se feche e pare tudo, tal como me assusta que se deixe andar tudo normalmente, como se nenhum vírus andasse por aqui.

Vejo muita gente preocupada em ser contagiada, mas poucas a tentar evitar o contágio.

Vejo as entidades competentes e responsáveis quererem evitar a propagação do vírus, com medidas que em nada contribuem para esse fim, agindo de acordo com aquele velho ditado "Depois da casa roubada, trancas a porta!".

Vejo exigir, a uns, quarentena profilática e, a outros, permitir o livre trânsito, sem qualquer rastreio.

 

No outro dia, perguntaram-me? Não tens receio pela tua filha?

Claro que sim. Mas não vou deixar esse receio a limite, enquanto ela puder viver com o mínimo de normalidade.

E, tal como referi, não considerava o fecho das escolas uma boa medida, neste momento, como acabou por se comprovar ontem quando vimos alunos, sem aulas, a aproveitar o dia de sol, nas praias portuguesas.

 

No meu dia a dia:

Não utilizo transportes públicos, pelo que, por aí, não há perigo.

Mas tenho, por vezes, que me deslocar a serviços públicos, a trabalho, seja correios, conservatórias, finanças, onde se desloca um grande número de pessoas, das mais diversas proveniências, e concentradas num pequeno espaço.

Por outro lado, também vem muita gente aqui onde trabalho, por vezes, regressada de outros países. Ou que trabalham, também elas, em espaços públicos, ou locais de risco de contágio, como hospitais.

E vivo numa vila que recebe, dirariamente, turistas de várias nacionalidades

Ainda assim, mantenho-me serena, dada a situação, e dentro dos possíveis.

Não vou deixar de trabalhar, enquanto isso me for permitido. Não vou deixar de andar na rua, enquanto não houver ordem em contrário.

 

Acredito que, o que tiver que ser, será.

Não facilito, mas também sei que, muitas vezes, protegemo-nos tanto, de todas as formas e mais alguma e, depois, sem saber como, acaba mesmo por nos calhar aquilo que tentámos evitar.

Porque nem sempre conseguimos proteger todas as frentes e, enquanto estamos focados numas, outras podem ser fintadas. 

 

Por isso, como em tudo na vida, haja precaução e prevenção, sim! Mas haja bom senso, também!

E, apesar de tudo o que nos é atirado para cima, seja das redes sociais, seja da comunicação social, alguma calma. 

Até porque o stress pode afectar o sistema imunitário, e elevar ainda mais o risco de infecção.