Já muitas vezes me fiz esta pergunta.
Não só durante o meu percurso escolar, mas também agora que a minha filha está nesse mesmo caminho.
É certo que algumas disciplinas, não sendo tão importantes, não deixam de ter um papel no currículo do aluno, seja ele o de fornecer um conhecimento adicional, o de descobrir novos talentos, ou um papel meramente lúdico.
Mas continuo a achar que há disciplinas que não fazem muito sentido.
Vejamos, por exemplo, a disciplina de Educação Tecnológica. Pelo nome, ficamos a pensar que vai ser algo sobre as novas tecnologias. Ao olhar para a matéria do livro, ficamos com uma ideia do conteúdo, diferente do que pensámos. Mas pouco do que aí vi foi falado. No primeiro período, aquilo que deram e cujos trabalhos serviram de base para a nota, foi o que é a tecnologia, a técnica e o objecto técnico. E a construção de um telefone antigo, muito primitivo, com copos de plástico. Este período, não faço ideia do que aprenderam. Testes não houve, e os trabalhos foram desenhados.
No entanto, para isso, existe a disciplina de Educação Visual. Que acaba por repetir uma parte da matéria de Matemática!
No meu tempo, cheguei a ter uma disciplina de Electrotecnia, onde aprendíamos (eu nem por isso), por exemplo, a ligar circuitos eléctricos. E de que é que isso me serviu? De nada!
Também tive uma disciplina intitulada Oficinas de Expressão Dramática, que era opcional, com a Informática como alternativa. E parece-me que ninguém seguiu carreira nessa área.
Já para não falar do meu "ódio de estimação" - a Educação Física! Por mais que digam que é fundamental, porque incute desde cedo nas crianças o hábito de praticar exercício físico, e desenvolve o corpo e a mente, não consigo aceitar que seja uma disciplina obrigatória. E depois, de que adiantam essas aulas se continuamos a ver essas crianças com excesso de peso, obesidade e com maus hábitos alimentares? E muitas sem vontade nenhuma de estar nas aulas nem de fazer o que manda o programa?
E a Educação Musical? Sim, até pode ser divertido. Mas por que raio será a flauta o único instrumento que se aprende a tocar?
Se dependesse de mim, haveria muitas disciplinas que, embora não acabando, passariam a ser opcionais. E com conteúdos bem diferentes dos que agora são ensinados.
A Finlândia, por exemplo, cujo sistema de ensino é considerado um dos melhores do mundo, prepara-se para abandonar as tradicionais disciplinas, optando por recorrer a grandes temas e não a dicsciplinas específicas. E dá como exemplo o que se piode ensinar sob o tema União Europeia - línguas, história, geografia, etc.
"Ensinando os alunos a relacionar os conceitos e as teorias com a realidade, pretende-se evitar que a célebre pergunta "mas afinal, para que é que isto serve?" (http://visao.sapo.pt/finlandia-prepara-se-para-acabar-com-disciplinas-nas-escolas=f814495#ixzz3VObLXAGN)
E vocês, também consideram que existem disciplinas supérfluas, ou nem por isso?