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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Sentimentos ambivalentes que as "despedidas" me provocam

Sobre despedidas e o partir... | ACESSA.com - Saúde

 

Existem pessoas que são avessas a despedidas. E as evitam a todo o custo.

E outras que fazem questão de as viver, que ampliam o seu significado, e as tornam ainda mais difíceis.

Eu tenho sentimentos ambivalentes em relação às despedidas.

 

Por um lado, quero-as.

Considero-as necessárias, importantes.

Faz-me sentir que, dessa forma, nada fica por fazer, ou dizer. 

É uma espécie de conclusão de um ciclo.

Um andar para a frente, e seguir o curso natural das coisas.

O deixar ir, partir, o apoiar e dizer que estamos lá, apesar de tudo.

 

Mas, por outro lado, deixam-me a sofrer antecipamente.

Deixam-me melancólica, saudosista.

A pensar no que passou, e já não volta, ou poderá não voltar.

 

É uma felicidade, ensombrada por uma tristeza, de certa forma, egoísta.

É um adeus, disfarçado de um "até breve" quando, muitas vezes, sabemos que nunca haverá essa brevidade.

 

É uma mistura de risos, com lágrimas.

De coragem, com fraqueza.

De suspensão, ou corte definitivo, com renovação, e recomeço.

 

É uma espécie de tormenta, que acreditamos que nos traz paz. Ou uma paz momentânea, que sabemos que se irá transformar em tormenta.

É uma espécie de "estou mal", mas vou ficar bem". Ou de "estou bem, mas logo me vou sentir mal".

 

Comovo-me sempre.

Com as minhas despedidas, e as dos outros.

Com as reais, e as fictícias.

Com as despedidas de pessoas, de animais, de momentos, de locais, até de livros ou séries que gosto!

 

Poderia evitar tudo isso.

Mas não quero.

As despedidas fazem parte da vida e, se é para vivê-la na sua plenitude, então que se experimente tudo o que ela traz consigo.

Incluindo, as despedidas.

Porque, para mim, abdicar delas, far-me-ia sentir ainda pior, do que viver o tubilhão de emoções com que elas me brindam.

 

Aprovação da eutanásia em plena pandemia é contraditório? Não!

Parlamento aprova Lei da Eutanásia - Mais Guimarães

 

A eutanásia foi hoje aprovada no parlamento.

Em plena pandemia.

E logo inúmeras vozes contestaram que era um absurdo. 

Que, na situação em que estamos, com a quantidade de pessoas que morrem todos os dias, devíamos lutar pela vida, e não por ainda mais mortes.

Que andamos todos a apregoar aos quatro ventos que queremos salvar os velhinhos, mas depois aprovamos uma lei que os "condena" à morte.

 

Acho que estão a confundir um pouco as águas.

Como se costuma dizer, uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa!

Cada um é livre de ser a favor ou contra a eutanásia.

Mas, sendo contra, utilizem-se argumentos válidos. Aqueles a que já se recorria antes da pandemia. Sem necessidade de, numa derradeira tentativa de boicotar a aprovação, se servirem dela para apoiar e suportar as opiniões.

 

Na pandemia, ninguém tem a possibilidade de escolher se quer viver ou morrer, morre quem não resiste ao vírus. Se calhar, se pudessem escolher, a maioria viveria...

Na eutanásia, só morre aquele que assim o desejar, e se as cisrcunstâncias permitirem tornar válido esse desejo. 

Na pandemia, morrem todos, independentemente de terem terem problemas de saúde ou serem pessoas saudáveis.

Na eutanásia, estamos a falar de um grupo muito restrito de pessoas, muitas apenas à espera da morte,  para as quais já não existe tratamento, que estão a sofrer sem que existam condições que apaziguem esse sofrimento, para as quais já não faz sentido a vida.

"A lei prevê, nomeadamente, que só podem pedir a morte medicamente assistida, através de um médico, pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável."

No fundo, na pandemia, a morte não depende de nós.

Com a eutanásia, sim.

 

Sim, é importante proteger todos, inclusive os idosos, desta pandemia, porque nem todos querem morrer.

E sim, é igualmente importante que, aqueles que assim o queiram, possam ter essa possibilidade de escolha e decisão sobre algo que só a si diz respeito, e que não prejudica mais ninguém.

 

 

Imagem: maisguimaraes

 

Reflexão do dia

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Será que existe mesmo...

 

"Inveja boa"

"Stress saudável"

"Ciúmes benéficos"

 

e tantas outras expressões contraditórias que utilizamos no dia-a-dia?

 

Em que utilizamos adjectivos positivos para caracterizar algo que, por si só, é negativo?

Ou serão apenas desculpas que utilizamos para minimizar aquilo que sentimos, para não parecer tão mal aos olhos dos outros?

 

 

 

 

Do amor...

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O amor não costuma fazer grandes amizades com as palavras. Sobretudo, quando essas palavras, pronunciadas inúmeras vezes, estão em constante contradição com a forma como aqueles que as dizem, agem.   

Outro dos grandes problemas do amor, é que nós queremo-lo tanto, que muitas vezes o procuramos em várias direções ao mesmo tempo, sem nunca chegar ao final de nenhuma, para saber se ele lá está. E, muitas vezes, tentamos alcançá-lo tão longe, quando ele está perto de nós. Simplesmente, não soubemos decifrar os sinais.

Talvez porque não estivéssemos ainda preparados para o encontrar, para o reconhecer, para o acolher.

Ou porque é tão mais fácil guiarmo-nos por ilusões, por fantasias que vamos criando na nossa mente e que, mais tarde, percebemos que não passaram disso mesmo.

Por vezes, conseguimos percebe-lo a tempo. Outras, chegamos tarde e desperdiçamos aquele amor que estava ali para nós.

Faz parte da vida…

E nós, vamos aprendendo com ela...

À Conversa com Miguel Rivotti

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Miguel Rivotti celebra os seus 25 anos de carreira em 2018, com o lançamento, em novembro, de um novo álbum "(Con)Tradição".
Contradição, porque contraria o “género musical” ao qual Miguel habituou o público que ainda hoje o segue, sem os querer contrariar. Com tradição, porque traz a este seu novo projeto de sonoridade contemporânea, a fusão de sons tradicionais que identificam a cultura musical portuguesa no mundo, com os sons de outras culturas.

 

Antes, brinda o público com o EP "Sempre Que O Fadista Canta", composto por três temas que farão parte do álbum.

 

Para conhecerem melhor Miguel Rivotti, aqui fica a entrevista:

 

 

 

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Quem é o Miguel Rivotti?

O Miguel Rivotti é um músico português que faz questão de entoar sempre com alma e coração cada palavra que canta.

Busco na arte sublime da música o meu conforto, o meu amparo e felicidade, e procuro através da mesma via, a música, proporcionar esse mesmo conforto, amparo e felicidade aos outros.

No fundo, tento que a minha música e a forma como abordo esta arte, seja um canal forte de comunicação entre as pessoas e que proporcione a todos quantos a ouvem momentos de felicidade e prazer. Se através da minha arte eu conseguir fazer alguém sentir-se melhor nem que seja por uns instantes, aí o meu objetivo é alcançado.

 

 

 

Como surgiu a música na sua vida?

Inicialmente, a música surgiu na minha vida de modo espontâneo, mas rapidamente passou a ter uma forma estruturada. Aos 4 anos de idade ingressei na classe infantil do Conservatório Regional Caloust Gulbenkian em Aveiro e nesse espaço, desde muito cedo tive uma educação privilegiada com acesso às diferentes áreas de expressão artística tais como Educação Musical, Piano, Canto, Dança Clássica, Expressão Plástica e Expressão Dramática.

Com regularidade assistia a concertos e pequenas audições que se realizavam no auditório do conservatório, visitava as diferentes exposições que se exibiam naquele mesmo espaço onde se valorizavam e apresentavam permanentemente as demais formas de expressão performativa.

Ou seja, o conservatório desde cedo foi muito importante para mim e cumpriu a sua função. Estimulou e educou!

Uma boa formação de base é muito importante numa criança e hoje sinto-me grato aos meus pais por me terem proporcionado essa oportunidade. Cedo percebi o poder comunicativo da arte e em particular da música e desde então fiquei apaixonado por essa forma de linguagem que nunca mais deixei.

 

 

 

Dedicar-se ao Fado foi algo que sempre teve em mente, ou acabou por enveredar por esse caminho de forma inesperada?

Não foi inesperado, mas também não foi programado. O Fado surgiu na minha vida muito cedo como um conjunto de músicas “muito interessantes” e cantado por figuras que enchiam um palco com a sua energia, carisma e imagem marcante.

Com o passar dos anos, o fado passou a falar diretamente para o meu íntimo, com melodias contundentes e letras que me surpreendiam a todo o momento, pois pareciam saber exatamente o que eu estava a sentir.

Aí, os fadistas deixaram de ser “só” figuras intensas e carismáticas e passaram a ser, para mim, almas cantantes, senhores de uma sabedoria imensa e capazes de acalmar as nossas mágoas e falar às nossas alegrias com um abraço ternurento transportado pelas guitarras.

É assim o meu fado! É de onde venho, onde estou e para onde quero ir. Reinventando-o com todo o respeito pela tradição, mas levando esta mágica longe e com força no mundo atual, “até que a voz me doa!”.

 

 

 

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O Miguel celebra, este ano, 25 anos de carreira. Quais são as principais diferenças que nota entre as suas primeiras músicas, e os temas mais recentes?

Diferenças bastante significativas, quer a nível do conteúdo textual e poético, quer em termos da estética e orquestração musical.

Sinto que no início da minha carreira eu cantava amores eufóricos e apaixonados, próprios da idade, e falava dos nossos primeiros desgostos de amor. Hoje canto o amor vivido, o verdadeiro sentido do amor, o desamor, a paixão, a alegria e o sofrimento, com experiência e saudade.

Acredito que o público que me ouviu ao início e me ouve agora compreenderá exatamente o que quero dizer e que reconhece o meu crescimento e maturação artística.

 

 

 

Para celebrar este aniversário, irá lançar em novembro um novo álbum “(Con)tradição”. Em que aspetos é que o público pode notar a (com)tradição que caracteriza o álbum?

“Contradição” porque contraria o género musical ao qual habituei o público que ainda hoje me segue, sem os querer contrariar. “Com tradição” porque apresento neste novo projeto de sonoridade contemporânea, a fusão dos sons tradicionais portugueses, tais como guitarra portuguesa, os bombos e os adufes, que identificam a nossa cultura, com outros sons do mundo, como a guitarra flamenca e a percussão afro e ibérica. Sinto que o (Con)Tradição é um roteiro perfeito para uma viagem aos “sons do mundo” encimado pela Alma Portuguesa.

 

 

 

Previamente ao lançamento do álbum, foi apresentado, a 1 de junho, um EP com 3 temas, que farão parte do mesmo. Pegando nesses temas, de que forma os completaria:

 

“Sempre que o fadista canta” com alma o verdadeiro sentido do Amor, o Homem conclui que é importante fazer “Renascer” todos os dias a vontade de sermos felizes. Para tal, importa acreditar, não perder a esperança num futuro melhor e alimentarmos diariamente a vontade de presentear quem nos ama com o melhor de nós, segredando-lhes em jeito de serenata, “Teu amor é flor” que deixaste em meu lugar, “Teu amor é a flor” que eu vou colher para te dar. Na sociedade consumista em que vivemos, a troca de afetos sinceros entre as pessoas começa a ser “coisa rara” pelo que importa apelar aos bons costumes como manda a tradição para que não vivamos contrários aos bons valores😊 (risos).

 

 

 

 

 

“Sempre que o fadista canta” é o nome deste EP. Pela sua experiência, que sentimentos pode despoletar no público um fadista, sempre que canta?

Acima de tudo deve despoletar no público um sentimento da “verdade das palavras” que o seu fado pretende transmitir.

Se eu canto um texto que não sinto, a verdade não acontece, e eu não consigo vestir a camisola na perfeição. Nesse preciso momento, o público será o primeiro a perceber que essa “verdade” está comprometida pela forma como nos entregamos aos temas que interpretamos.

Então eu sinto que, sempre que canto, devo colocar verdade e intensidade nas palavras e na forma como quero expressar a mensagem que tenho em vista. Quanto mais eu der de mim, maior e melhor será a comunicação com o meu público e eles serão os primeiros a reagir à minha entrega.

Sinto muito isso nos meus concertos. Vejo pessoas que vibram de alegria, mas também já vi pessoas que interiorizam de tal maneira as palavras e as melodias que canto, que choram de emoção, simplesmente porque aquela “estória” é a “história” deles também. Em cada concerto, sinto que tenho como missão proporcionar ao público uma viagem. Uma boa viagem! No final, levam um pouco de mim nas suas memórias. Levam de mim aquilo que para mim já não volta, mas que lhes ofereci com amor. A minha música, a minha energia, a minha entrega. Esse é o meu Fado!

 

 

 

De que forma contribuíram ou influenciaram, o contacto com músicos de diferentes culturas e em contextos diversos, a sua forma de ver a música, e criar a sua música?

Nós não vivemos num mundo isolado, muito menos os artistas, ao contrário do que as pessoas por vezes dizem que “vivemos num mundo à parte”.

Quando viajo, tenho a preocupação de estar atento às culturas locais. Gosto de conversar com as pessoas, procuro integrar-me o mais possível nos meios mais genuínos que me mostrem as culturas por onde passo, evitando que me mostrem somente o que é mostrado aos turistas. Gosto muito de participar em intercâmbios culturais que não estejam unicamente confinados à música e isto permite-me recolher mais informação que depois serve de inspiração ao que escrevo e canto.

A música local de cada cultura é de uma riqueza incrível e reflete a alma e o que há de mais genuíno de cada cultura. Confesso que sou um apaixonado pela etnomusicologia e sempre que posso faço investigação na área. Ao longo das minhas viagens e ao longo destes meus 25 anos de carreira, tive o privilégio de trabalhar com diferentes músicos, de diferentes países e todos eles trouxeram uma musicalidade e contributo artístico distinto, quer aos meus concertos, quer às gravações em estúdio.

Sinto muito orgulho nos músicos que me acompanham. São excelentes performers, compreendem muito bem a mensagem que pretendo transmitir na Tour (Con)Tradição e isso facilita muito o meu trabalho.

A par dos meus músicos, o meu manager é um excelente defensor da qualidade dos meus concertos e de toda a produção que é feita quer em estúdio quer ao vivo. Isso dá-me muita segurança quanto à qualidade do que apresentamos.

Somos, profissionalmente, muito perfecionistas e não descoramos os pormenores. O meu público merece o melhor de mim. Sinto que tenho a Team certa nesta nova fase da minha vida artística e estou-lhes muito grato por tudo.

 

 

 

Neste novo álbum, conta com a colaboração de autores e compositores, que assinam alguns dos poemas. Como é que surgiram estas colaborações, e como descreveria essa experiência?

Foi uma das melhores experiências que vivi até hoje em termos artísticos e um grande orgulho poder reunir pessoas de quem gosto e admiro muito, quer enquanto pessoas, quer enquanto profissionais.

Ter à minha frente pessoas genuínas, com um brilho fantástico nos olhos quando se falava sobre os poemas ou melodias certas para o “Miguel Rivotti”, fez-me sentir muito especial e acarinhado por todos eles.

Ao longo de um ano e meio que demorou a conceção global do álbum, o ambiente entre autores, compositor, músicos e técnicos, foi fantástico e facilitou muito todo o processo criativo. Formámos uma bonita família. O Ernesto Leite enquanto autor/compositor, o Mário Rui Pereira, enquanto autor, Cristina Caras Lindas e Dora Reis, autoras, tiveram uma capacidade fantástica para me radiografar e passarem para a escrita as palavras certas que combinam com a minha maneira de ser e de estar na vida. Este disco é autobiográfico. Sou eu!

 

 

 

Onde é que o público poderá ver e ouvir o Miguel Rivotti?

Para já iniciei a promoção do primeiro EP “Sempre que o fadista canta” na televisão, rádios, jornais, revistas, blogues da especialidade e outros, que tão simpaticamente têm apadrinhado este meu trabalho com a sua divulgação. Sinto-me muito grato! Confesso que não sei como agradecer tantas manifestações de apreço que tenho recebido da parte de tanta gente desde o dia 1 de junho a partir das redes sociais, através da página do facebook Miguel Rivotti Oficial, site oficial e até mesmo pelo Instagram.

O EP está disponível em todas as lojas e plataformas digitais e presente em 284 países. O segundo EP será lançado no 5 de outubro e traz aí uma surpresa 😊 à qual o público não ficará, de certo, indiferente ao som contagiante que irei apresentar.

Desejo muito colocar o nosso país a cantar melodias que se tornem viciantes. “Sempre Que o Fadista Canta” e o “Renascer” já são exemplo disso e o que aí vem será com toda a certeza melhor.

No dia 9 de novembro acontecerá a distribuição digital e física do álbum (Con)Tradição. Seguir-se-ão um conjunto de show-cases de apresentação do álbum em diferentes pontos do país durante os meses de novembro, dezembro e janeiro que também serão atempadamente anunciados nas redes sociais para conhecimento do público em geral.

Para já, conto com a ajuda do público que me segue e que gosta da minha música, na divulgação do videoclip do primeiro EP “Sempre Que o Fadista Canta”, esperando que este vos anime em grande no verão que se avizinha.

Boa sorte para todos!

 

 

 

Muito obrigada, Miguel!

 

 

Nota: Esta conversa teve o apoio da editora Farol Música, a qual cedeu também as imagens e o vídeo.