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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

A idade traz limitações?

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É errado pensar que a idade traz limitações?

Ou, errado, é não reconhecer e aceitar essas limitações?

 

Não será regra.

Nem excepção.

Cada pessoa é diferente da outra, e o que acontece com uma, pode não acontecer com a outra.

Vemos por aí tanta gente nova, já com tantas limitações.

E tantos idosos que parecem ter mais vitalidade e juventude que os mais novos.

 

A idade é apenas um número?

Sim. E não.

Sim, porque não tem que nos definir, nem às nossas capacidades. Tão pouco tem que fazer-nos sentir de forma diferente, a cada número que é somado ao anterior.

Não, porque, queiramos ou não, o envelhecimento faz parte da vida, assim como tudo aquilo que ganhamos, ou perdemos, com ele.

Pode não se fazer sentir na mente, mas ser visível no corpo.

Mas, mesmo na mente, ela revela-se, muitas vezes, sob a forma de maturidade, e pela forma de encarar a vida.

 

A idade, por si só, não representa, automaticamente, limitação.

Ainda que saibamos que há limites naturais para determinadas acções, dependendo da idade de cada um, certo é que, muitas vezes, somos surpreendidos.

Há coisas que desafiam a lógica, o natural, e a idade.

E, por isso, não há qualquer problema em nos pôrmos à prova, em nos testarmos, em querer fazer isto ou aquilo, porque assim o desejamos, sem que a idade, por si, se interponha como obstáculo.

 

Mas quando a idade, realmente, acarreta limitações, devemos ignorá-las?

O avançar da idade, e aquilo que ele faz ao nosso corpo e à nossa mente, pode ser suficiente para nos brindar com limitações.

Nesse caso, é errado não reconhecer, aceitar e adaptar a essas limitações.

Podemos sempre tentar ignorar, ou contornar essas limitações.

Isso não significa que a mera força de vontade e determinação (que muitas vezes se transforma em teimosia e obsessão) consigam, de facto, levar a melhor.

 

 

 

Histórias Soltas #26: Emoções desvairadas

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Lidar com uma emoção de cada vez é uma coisa.

Dá tempo para assimilar.

Para tentar compreender.

Para "digerir".

Para contornar, combater ou eliminar.

Com tempo...

 

Lidar com todas ao mesmo tempo, é bem diferente.

Sem que nada o faça prever, elas chegam.

Desvairadas.

Descontroladas.

Desembestadas.

 

Chegam como uma avalanche.

Que arrebata.

Que engole.

Que desnorteia.

 

Num momento, uma euforia que surge, sabe-se lá de onde.

Capaz de fazer pairar. Quase voar.

Acreditar que ainda não é tarde. 

Que tudo pode mudar. 

Que tudo é possível.

Uma leveza, bem estar e paz, carregada de esperança.

Uma euforia que não é habitual. E que se estranha.

Mas sabe bem.

 

No momento seguinte,  uma tristeza sem motivo.

Sem razão.

Aquele aperto no peito.

Aquele nó na garganta.

Lágrimas que caem fora de horas.

Que não fazem sentido.

 

E, quando a montanha russa de emoções para, depois de várias voltas e loopings, tudo volta ao ponto de onde partiu.

A realidade do costume.

O "voltar à Terra".

O corpo a dar sinal de que não se deu bem com toda esta loucura. 

A pedir descanso, para recuperar.

 

E, depois, é como se nada tivesse acontecido.

Nenhuma emoção estranha.

Nada de anormal.

Tudo está no lugar de sempre.

Que, muitas vezes, não é lugar nenhum...

 

 

 

Hastag "corposimperfeitospessoasreais"

(porque a perfeição é aborrecida)

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O verão é sempre aquela altura do ano em que os nossos corpos ficam mais expostos.

Não só aos olhos dos outros, mas aos nossos próprios olhos.

E em que mais críticas recebem. A maior parte, vindas da própria pessoa.

 

Não é errado tentar ter um corpo mais saudável.

Mas que não se faça disso uma obsessão. E que as pessoas não acabem por se prejudicar com a mesma.

É importante aceitar e conviver com as pequenas imperfeições que qualquer um de nós tem.

Afinal, como se costuma dizer, a perfeição não existe e, ainda que existisse, seria aborrecida!

 

Por isso, nada de medos.

Mostrem-se como são!

 

Têm pele muito clara?

Nem todos podem ser morenos. É manter os cuidados com a pele, e não ter vergonha de ser "o leite" no meio do "chocolate".

 

Têm celulite?

A maior parte de nós tem. 

 

Têm uns quilinhos a mais/ a menos?

E daí? Há sempre peças que nos favorecem, e não vamos deixar de aproveitar por causa disso.

 

Pêlos indesejáveis?

Pois, era bom não os ter, porque só dão trabalho. Mas que fazer?

 

Estrias?

Sim, não são marcas bonitas de se ver. Mas, se não as podemos eliminar, resta ignorá-las. 

 

Uma barriguinha saliente?

Faz parte. Não vamos fazer jejum para ela ficar sempre lisinha, não é?

 

 

Acreditem que quem vos critica, está longe de ter o corpo perfeito.

Estão apenas a focar-se mais nos outros, para não verem as suas próprias imperfeições.

Por isso, libertem-se dessas críticas, desse receio, dessa autossabotagem.

 

Aproveitem a vida, e o corpo que vos foi temporariamente emprestado, e sejam felizes!

 

Deixem nos comentários aquilo que mais vos incomoda, e como tentam dar a volta à questão.

E se se atreverem, partilhem as vossas imagens, e as vossas imperfeições, sem vergonhas, usando as hashtag's:

 

#corposimperfeitospessoasreais

#corposimperfeitosmulheresreais

#corposimperfeitoshomensreais

 

 

Que demónio é este?...

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Mas que demónio é este, que por aqui ciranda?

Seja ele qual for, que volte depressa para de onde veio.

É impossível andar na rua.

 

Mal uma pessoa sai, fica à mercê dele.

Revoltoso, gélido, sem dar um único segundo de tréguas.

Esbofeteia-nos de um lado. E do outro.

Empurra-nos, fazendo-nos acelerar mesmo sem querer. Outras vezes, trava-nos, como se nos tentasse impedir de seguir caminho.

Desorienta-nos.

 

Já não basta a chama intensa que nos fere os olhos, também ele quase nos cega.

Enquanto nos debatemos com ele, nem nos atrevemos a respirar. Sustemos a respiração, até estarmos em relativa segurança.

Que só chega quando entramos em casa.

Até então, percorremos o caminho o melhor que conseguimos, quase sem o ver, em modo automatico, porque perceber onde estamos e com o que estamos a lidar é doloroso e cansativo demais.

 

Na rua, o demónio anda à solta.

Chama-se vento.

Já deveríamos estar habituados.

Mas o vento nem sempre está assim.

Com esta fúria desmedida. Com esta raiva descontrolada.

A fustigar cada centímetro da nossa pele, e do nosso corpo.

 

Em casa, continuamos a ouvi-lo.

A sentir que ele tenta, de todas as formas, quebrar as barreiras. Chegar até nós.

Mas não consegue.

E nós podemos, então, tranquilamente, abrir os olhos, que demoram a habituar-se à calmaria.

Podemos respirar de alívio.

Podemos descontrair o corpo que, só então, percebemos como estava contraído, e relaxar.

 

Até à próxima luta, quando tivermos que voltar à rua, e enfrentá-lo novamente.

 

 

Bloqueada...

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O frio bloqueia-me!

Literalmente.

E quando estou minimamente confortável, basta mexer-me um bocadinho, para voltar a sentir frio novamente.

Por isso, é como se o frio me "prendesse" e obrigasse a permanecer o mais quieta possível. 

Evito levantar-me o mais possível. E, muitas vezes, isso é mau para mim e para a minha saúde.

 

Mas não é só o frio.

Por vezes, sei o que tenho a fazer. Sei o que quero escrever. Sei por onde devo começar.

Mas se, por um lado, o pensamento quer começar, o corpo e um outro lado da mente continuam ali, parados, à espera de um empurrão.

Como se se recusassem a fazer o que deveriam. Como um protesto. Ou simples preguiça e falta de vontade.

 

No entanto, porque a melhor forma de combater o frio é manter-me em acção, em movimento, em actividade, sempre que não preciso de estar sentada, faço por tornar o tempo útil.

E porque há coisas que não podem mesmo ser adiadas, seja porque há prazos, seja porque depois se desvanecem as ideias, lá acabo por fazer e escrever o que há para ser feito, e escrito.

Até ao próximo bloqueio temporário!