À Conversa com Deolinda
“Nunca É Tarde” para se fazer aquilo de que se gosta, e criar um novo projeto musical, composto por irmãos, primos e um casal não se revelou, de todo, um “Bote Furado”!
Tudo começou em 2006, quando os irmãos Pedro da Silva Martins e Luís José Martins acharam que uma “Manta Para Dois” era grande demais, e quiseram juntar mais alguém à dupla, convidando a prima, Ana Bacalhau, para cantar algumas canções que Pedro tinha escrito. Ao perceberem que a voz da prima se adequava na perfeição, e dava às suas canções uma certa “Corzinha De Verão”, já não a deixaram escapar.
Mas como três “Pontos No Mundo” não seriam ainda suficientes, e porque consideraram que este rapaz seria um “Bom Partido”, convidaram também José Pedro Leitão, atualmente casado com Ana Bacalhau, para se juntar ao grupo, nascendo assim os Deolinda, uma nova banda que viria a surpreender positivamente o público. E “As Canções Que Tu Farias”, Deolinda!
Foi em 2008 que lançaram o seu álbum de estreia “Canção ao Lado”, que atingiu a dupla platina.
No ano seguinte, o grupo deu início à sua primeira digressão europeia, atuando em diversos países como Holanda, Suíça ou Alemanha. Terão sido “Bons Dias” aqueles em que viajaram para outras paragens para dar a conhecer o seu trabalho. Alguns, provavelmente, pautados pelo “Mau Acordar” dos membros da banda. Mas em muitos outros, o prazer e a alegria terão sido tão grandes que eles quase pareciam “Dançar De Olhos Fechados”, como diria “A Avó Da Maria”!
“A Velha E O DJ” é que tinham razão quando previram um grande futuro para esta banda, bastante aclamada pela imprensa nacional e internacional, e com trabalhos que conquistaram a preferência dos ouvintes e público em geral.
Em 2010, chegou o segundo álbum dos Deolinda, intitulado “Dois Selos e Um Carimbo”, que entrou diretamente para o n.º 1 do top de vendas português. Para single de apresentação, escolheram o tema "Um Contra o Outro”, embora espere que não tinha sido escrito numa altura em que os membros da banda estivesse “Desavindos”.
E assim, como uma “Canção Da Aranha” que vai tecendo a sua teia para nos prender, os Deolinda foram conquistando vários prémios, e o seu lugar de destaque na música portuguesa trazendo-nos, em 2013, o terceiro álbum de originais “Mundo Pequenino”.
Com brilhantes atuações em Portugal, entre as quais se destacam as do Coliseu dos Recreios e do Coliseu do Porto, Brasil e México, entre muitas outras, os Deolinda tornaram-se um grande “Berbicacho”. Isto porque é daquelas bandas que se gosta de ter sempre por perto, e das quais se espera sempre mais e melhor.
E eles assim fizeram, com este novo álbum “Outras Histórias”, que chegou a todas as lojas a 19 de Fevereiro, que conta com as participações de Manel Cruz (Ornatos Violeta) ou Riot (Buraka Som Sistema), entre outras, e no qual exploram novos caminhos relativamente ao estilo e repertório a que a banda nos tem vindo a habituar.
São eles os convidados de hoje, da rubrica "À Conversa Com...", pelo voz de José Pedro Leitão, a quem desde já agradeço a disponibilidade.
Como é que os Deolinda se formaram, e porque escolheram esse nome para a banda?
Os Deolinda formaram-se num almoço de família. Reunimo-nos os quatro à volta de três ou quatro canções que o Pedro trouxe para tocarmos e assim nasceu um grupo formado pelos quatro ainda sem nome. Num ensaio, precisávamos de um nome para a banda, numa rápida troca de ideias, o Luís sugeriu Ivone e passados uns segundos lembrei-me de Deolinda, e assim foi!
Como é que definem o vosso estilo musical?
É uma pergunta nada fácil de responder. Fazemos música popular portuguesa influenciada e inspirada na nossa tradição. No entanto, como adolescente e adulto o Rock, o Jazz e o Folk também me influenciaram muito.
Os Deolinda venceram vários prémios ao longo destes 10 anos de existência, entre os quais o Globo de Ouro na categoria de “Melhor Revelação do Ano”, em 2009, e de “Melhor Grupo” em 2011 e 2014. É gratificante ver o vosso trabalho reconhecido?
É muito gratificante ver o nosso trabalho reconhecido. Perceber que a música que fazemos nos satisfaz a nós quando a criamos e mais tarde ao público não poderia ser melhor. Permite-nos tocar para salas muitas vezes cheias e conhecer o nosso país e o mundo a fazer o que mais gostamos: música.
Tendo já atuado em grandes concertos, tanto em Portugal como em outros países, notam algumas diferenças em termos de recetividade do público à vossa música?
Sim. Em Portugal o nosso repertório é mais conhecido em profundidade, as pessoas cantam as músicas e esperam ansiosamente pelas suas preferidas. Fora de Portugal os concertos são para um público atento e com muita vontade de nos ouvir, mas que tem de ser conquistado música a música até acabarmos os concertos em grande festa e comunhão de música e culturas.
É verdade que, por vezes, os estrangeiros valorizam mais a música portuguesa que os próprios portugueses?
Acho que a nossa música é muito valorizada em Portugal, não noto diferença para o público estrangeiro. Enche-nos de orgulho ver que muita gente aprecia a música e a cultura Portuguesa fora de Portugal e que já visitaram ou têm vontade de conhecer a nossa música e país.
Neste novo álbum dos Deolinda, optaram por seguir novos caminhos e explorar um estilo e repertório diferente. Que “Outras Histórias” nos traz este quarto álbum de originais?
Neste quarto disco exploramos caminhos que se foram proporcionando ao longo dos tempos, nunca perdendo de vista as histórias que a Deolinda tem para contar em 2016. Contamos com convidados que nos ajudam a explorar e enriquecer as canções como Manel Cruz, Riot e arranjos de cordas em 3 temas pelo Filipe Melo, entre outros.
Em que é que este trabalho se distingue dos seus antecessores?
Explorámos ainda mais os nossos limites. As canções, os concertos e a experiência em estúdio levou-nos a esta exploração, quer em termos de arranjos, quer em termos rítmicos, que vão desde o Funaná, com o Riot, como a Bossa, em Canção Aranha.
Três anos se passaram desde que lançaram “Mundo Pequenino”. Este tempo foi essencial para se concentrarem na preparação do novo álbum?
Para além dos muitos concertos que fizemos com o Mundo Pequenino, há cerca de 1 ano, começámos a ensaiar as músicas para este disco. Este processo foi sendo intervalado com concertos durante o verão passado, até termos entrado em estúdio para gravar este disco no final de 2015. O equilíbrio entre os concertos e os ensaios permite-nos ter disponibilidade artística para fazer crescer um novo disco.
“Corzinha de Verão” é o primeiro single a ser lançado, e já roda nas rádios portuguesas. Como é que vai ser o verão dos Deolinda? Vai dar para apanharem uma corzinha, ou será um verão com uma agenda bem preenchida?
O verão vai ser preenchido com concertos em Portugal e no estrangeiro. Vai ser possível nos ensaios de som e nas viagens apanhar uma corzinha de verão.
Muito obrigada!
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Esta conversa teve o apoio da Universal Music Portugal que estabeleceu a ponte entre os Deolinda e este cantinho.