Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Existe idade certa para começar a usar tampões?

 

Estamos no verão, e é normal que as meninas queiram aproveitar as férias na praia ou na piscina.

Enquanto são crianças, não há qualquer problema. Mas, quando se vêem na pré-adolescência, na puberdade, e têm que lidar com aquele visitante chato que teima em aparecer todos os meses - a menstrução, as coisas começam a complicar. Mas não é caso para isso.

Já lá vai o tempo em que ouvíamos dizer que não devíamos ir à praia com o período. Que não podíamos tomar banho porque fazia mal. Em que até dávamos um pulinho até à praia mas só nos despíamos da cintura para cima. Em que estar menstruada no verão, em plena época balnear, era um castigo!

Eu confesso que nunca segui nenhuma dessas regras, nem acreditei nesses mitos. 

Mas então, o que fazer quando a menstruação aparece e queremos ir à praia?, perguntam as meninas. É simples, vão! Existe uma solução eficaz chamada tampão.

Sim, ainda existe aquela desconfiança em relação a este método de absorção e protecção interno, e a crença de que o mesmo, quando utilizado por meninas muito novas, pode romper o hímen e fazê-las perder a virgindade. Mas não é verdade.

De qualquer forma, se os pais têm dúvidas, o melhor será esclarecê-las com o médico de família, com o pediatra, ou com um ginecologista.

 

Informações sobre o uso de tampões:

Os tampões têm por objectivo absorver o fluxo antes de sair do corpo. Alguns possuem aplicador, e são mais fáceis de colocar, mais cómodos e higiénicos.

Se houver desconforto, significa que não estará bem colocado, o que é normal acontecer nas primeiras vezes. Nesses casos, é melhor retirá-lo e inserir um novo de forma correta.

Podem ser usados em qualquer idade, a partir do primeiro período. A idade não é um fator determinante para recomendar ou não o uso de tampões.

O tampão é suficientemente fino para atravessar o orifício flexível do hímen sem o romper, tal como acontece com o fluxo menstrual, pelo que o seu uso nada tem a ver com a virgindade. Assim sendo, até mesmo as virgens podem usar sem receios.

 

Os tampões devem ser mudados periodicamente (de preferência de 4 em 4 horas), dependendo também da quantidade do fluxo.

Por esse mesmo motivo (quantidade de fluxo), existem também diferentes tipos de tampões. As mais novas devem começar pelo tamanho mais pequeno. Depois, é só ir adaptando conforme o fluxo é maior ou menor.

Posso dizer-vos que, há uns anos atrás, a minha relação com os tampões não era má, mas estava longe de ser uma amizade para a vida! Só utilizava mesmo em dias de praia, e só mesmo por 4 ou 5 horas. Nunca me senti muito confortável com eles. Mas que dão imenso jeito para estas ocasiões, lá isso dão!

Por isso, se tiverem que recorrer a eles, não tenham receio. Claro que, se tentarem utilizar o tampão e virem que não conseguem, que não se sentem seguras ou confortáveis, não devem insistir.

 

 

 

 

 

Pintar os troncos das árvores com cal

 

Ontem perguntei aqui qual o motivo para pintarem os troncos das árvores. 

A autora do blog 5minutosnaparagem deu-me a explicação que ela mesma um dia recebeu de um senhor a quem fez a mesma pergunta.

Fui investigar e, de facto, pintar o tronco das árvores de frutos com uma mistura de cal e água é uma técnica usada para proteger a casca dos danos do sol, bem como para prevenir infestações de pragas. Como? A pintura com cal reflete o calor do sol, criando uma superfície quente que os insetos não atravessarão. 

Este é um costume muito antigo, e utilizado também em alguns jardins, deixando as árvores com uma espécie de “saia” branca.

No entanto, existem motivos para acreditar que este procedimento resulta apenas de falta de conhecimento e crenças culturais, sendo na verdade, inútil e prejudicial às árvores. Isto porque algumas espécies de árvores, além de respirarem pelas folhas, utilizam os troncos para trocas gasosas que ajudam ao seu funcionamento, através de estruturas que, quando pintadas, são fechadas.

Em termos estéticos, pintar apaga a beleza natural das árvores, tornando os locais, onde as mesmas se encontram, artificiais e feios paisagisticamente.

Além disso, não nos esqueçamos de que a árvore é um ser vivo. Não é um móvel de madeira, nem um poste, para ser pintado conforme o Homem quer. 

A fé dos que ficam

 

A propósito do acidente em Cernache, Coimbra, que envolveu vários peregrinos da zona de Mortágua, que se deslocavam a Fátima, e que tirou a vida a 5 deles, afirmava uma familiar, consternada com a triste notícia:

"Deus existe? Não deve existir, porque se existisse não deixava isto acontecer!".

Por sua vez, o pároco que se disponibilizou para dar apoio aos familiares das vítimas, explicou que é difícil as pessoas aceitarem. E perceberem que estes peregrinos, que se encontravam a caminho de Nossa Senhora de Fátima, mais não fizeram que seguir o seu caminho, mas até ao Senhor!

Ora, para quem acredita em Deus, esta poderá ser uma forma de consolo, de resignação, de aceitação. Acreditar que a vida é uma breve passagem e que os que partiram se encontram agora num lugar melhor, junto a Deus, para onde, um dia, todos iremos.

Mas, mesmo entre aqueles que acreditam, a dúvida pode surgir. É, sobretudo, nestas alturas que as crenças tendem a sofrer abalos, que a existência de um Deus justo e bondoso pode ser questionada e posta em causa.

Como fica a fé dos que cá ficam, ao ver os outros partir?

Cá em casa, temos opiniões totalmente distintas. O meu marido acredita em Deus. Eu não.

Muitas vezes ele me diz: "Se Deus não existisse, não estaríamos cá hoje, depois do acidente. Se Deus não existisse, as dificuldades por que passei não teriam sido ultrapassadas. Deus está sempre comigo. Connosco. Mesmo que não acredites nele."

E eu contraponho: "Como posso acreditar que existe um Deus - bondoso, justo, omnipresente, protector - quando vejo tantos inocentes morrer à fome, morrer nas guerras, morrerem com as mais variadas doenças, em acidentes estúpidos, e até mesmo em peregrinações para mostrar a sua devoção e fé.

Quando vejo crianças (e adultos) inocentes serem violadas, agredidas, mal tratadas, assassinadas, por humanos sem escrúpulos, que continuam cá a gozar a sua vida.

Como posso acreditar num Deus que permite que isso aconteça, sem nada fazer, levando inocentes e deixando cá quem não merece?"

Há que diga: "Ah e tal, não é Deus que faz as guerras, que cria as doenças e mata as pessoas. É o Homem"!

Pois têm razão, sim senhor. Talvez o único erro de Deus tenha sido o de criar o Homem. Porque, onde está o Homem, está o perigo.

Mas se não podemos acusar Deus pelo que de mal acontece neste mundo, porque deveremos então, atribuir-lhe os créditos pelo que acontece de bom?

Na vida existem as forças do bem e as forças do mal. Estão em constante luta e nem sempre vence quem deveria. Quer-me parecer que Deus está sozinho na luta, contra vários adversários, porque por cada suposta vitória, há uma dúzia de derrotas no mundo!

"Ah e tal, a vida é só uma passagem. Se partiram, é porque já cumpriram a sua missão aqui, e vão agora para outras mais importantes".

Mas quem pode afirmar, com certeza, que assim é?

E se assim for, porque é que, por vezes, até os mais crentes se revoltam perante essa verdade incontestável que lhes tentam impingir e fazer acreditar, questionando Deus, desestabilizando a sua fé?

 

O Baptismo na actualidade

 

Na Igreja Católica, o baptismo é o sacramento através do qual o Sacrifício Pascal de Jesus Cristo se aplica às almas, tornando-as, em primeiro lugar, filhas de Deus Pai, mas também membros da Santa Igreja de Cristo e abrindo o caminho para a salvação eterna.

 

"Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no Baptismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para a qual todos os homens são chamados. A gratuidade pura da graça da salvação é particularmente manifesta no Baptismo das crianças. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça inestimável de tornar-se Filho de Deus se não lhe conferissem o Baptismo pouco depois do nascimento. (CIC 1250)"

 

E é um acto carregado de simbolismo:

- a água, que é derramada sobre a testa da criança, representa vida nova,

- o óleo simboliza a força da graça de Deus contra o mal,

- a vela é a luz da fé,

- a roupa branca indica a pureza do corpo e da alma daquele recebe o baptismo.

 

Existe o baptismo cristão adulto, considerado o baptismo de arrependimento e remissão de pecados, que deve ser uma acção voluntária, e o baptismo cristão infantil, realizado em crianças sob a autoridade dos pais ou tutores da sua educação religiosa, considerado o baptismo de consagração.

 

Mas, hoje em dia, porque se baptizam as crianças e adultos? Por crenças religiosas? Ou por outros motivos que nada têm a ver com religião?

A mim parece-me que, actualmente, muitas pessoas não conhecem o verdadeiro significado do baptismo. Eu própria não sabia!

Se sou baptizada? Sou!

Baptizei-me por opção, aos 24 anos, por um simples motivo - para poder ser madrinha da minha sobrinha, tinha que ser baptizada!

Ora, se eu não fazia a mínima ideia do que era o baptismo nem tão pouco sou religiosa, porque motivo quis ser madrinha? Porque uma madrinha, mais do que acompanhar o afilhado na vida religiosa, deve ser como uma segunda mãe para ele, ajudá-lo e apoiá-lo.

 

E baptizei a minha filha porquê? Para não ter que passar pela mesma "burocracia" que eu, quando for adulta! 

Sim, são motivos que nada têm a ver com religião, assim como aqueles que o fazem porque é uma boa ocasião para reunir familiares, pela festa, pelos presentes que possam receber. E que escolhem padrinhos pelo dinheiro que têm.

Se não são razões válidas? Provavelmente, não.

Mas também não é válido fazer dos actos religiosos um negócio lucrativo para os padres ou para as igrejas, que é o que muitos fazem.

Para que vejam, para me baptizar numa determinada igreja, em tempo recorde, tive que pagar. Para baptizar a minha sobrinha nessa mesma igreja, tive que pagar. Valores pré definidos, tipo tabela de preços: x por isto, y por aquilo.

Já quando baptizei a minha filha, noutra igreja, o padre foi categórico: não tem que pagar nada pelo baptismo, porque não é um acto que se cobre. Se quiser dar alguma coisa, pode fazê-lo. Se não, não será por isso que a sua filha não será baptizada. Isto sim, merece aplausos!

Paguei, mas paguei com gosto. E dei mais do que pelo da minha sobrinha, mas porque assim quis!

 

 

 

Pensamentos

 

 

Uma vez disseram-me que, por vezes, é bom haver algo ou alguém que entre na nossa vida para a destabilizar, para lhe dar um abanão e, quem sabe, até a virar do avesso!

Sobretudo quando temos hábitos, posturas, crenças e rotinas tão instaladas e vincadas. Quando criámos uma determinada metodologia, ordem e sequência, que orienta os nossos actos, e a maneira de estar e encarar a vida e as pessoas à nossa volta.

Principalmente, quando só conseguimos observar o mundo segundo a nossa perspectiva, e permanecemos resistentes à mudança. Resistentes a baixar o escudo e deixar alguém entrar no nosso casulo. Resistentes a viver tantas coisas que, assim, acabamos por perder, não experimentar, e não desfrutar. 

De qualquer forma, além da apreensão que sinto quanto à veracidade deste pensamento e à sua real eficácia, estou pouco receptiva a rotações superiores a 90º graus!