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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Cuidar de quem, um dia, também cuidou de nós

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Resistência e teimosia não duram para sempre, quando a saúde (ou a falta dela) reclama que os tempos são outros.

Os meus pais, sobretudo o meu pai, tiveram que se render ao facto de que teriam que mudar um pouco (grande) a sua vida.

 

E não é fácil conjugar um modo de vida calmo, sem pressas, vivido à medida das necessidades diárias, com o ritmo e falta de tempo que nós, filhos, levamos.

Os meus pais eram daquelas pessoas que hoje precisavam de uma coisa, e compravam. Amanhã, se precisassem de outra, iam novamente. Para o meu pai, era uma espécie de passeio, de convívio, uma forma de sair de casa.

Agora, tiveram que se adaptar à nova realidade - compras em quantidade, para vários dias, ao fim de semana, que é quando eu vou às compras para mim também.

O pão do dia, ou alguma coisa da farmácia, ou do banco, como estão aqui pertinho do trabalho, calham em caminho, mas os hipermercados não.

 

Acabaram-se os pagamentos em mão, os carregamentos nas lojas e afins. Passa a ser tudo por transferência bancária ou multibanco, até porque também calha em caminho, e poupa tempo e trabalho.

Fica tudo a meu cargo, porque sou a filha que está aqui mesmo ao lado deles.

E não custa nada cuidar de quem, um dia, cuidou de nós.

 

Não é fácil para eles.

Para o meu pai, é um castigo não poder sair de casa. Mas as dores não lhe permitem andar muito. Se tiver que ir a algum lado, é de táxi.

Depois, se forem como eu, haverá coisas que gostariam de ser eles a comprar, a escolher, a fazer, e vêem-se dependentes de terceiros.

 

Para mim também não o é.

São contas, facturas, pagamentos, compras, leituras dos contadores, e tudo o resto, a dobrar.

Ultimamente, até tenho levado a minha filha para me ajudar, se não, ainda me esqueço de alguma coisa.

Uma vez, estava a levantar dinheiro para mim mas, como os últimos movimentos tinham sido para os meus pais, já estava a inserir o código deles, em vez do meu.

 

Mas se não formos nós a cuidarmos dos nossos, e a ajudá-los, quem o fará?

Estranhos?

Enquanto eu puder, estou cá para eles. Da mesma forma que eles, apesar de tudo, ainda continuam cá, para mim, para o meu irmão, para os netos!

 

 

 

Quase a meio de 2020, é hora de voltar a emergir

Emergir - Espiritualidade - SAPO Lifestyle

 

Quando entrámos neste ano de 2020, que eu acreditei que seria um bom ano, a única resolução que pensei colocar em prática foi "pensar mais em mim".

E, claro, como todas as boas resoluções que fazemos, convictos de que as vamos levar a cabo, ao fim de algum tempo fui-me esquecendo dela.

 

Apesar de ser um ano que tinha tudo para correr bem, começou a andar a velocidade média, ficando aquém das expectativas para ele criadas.

Depois?

Depois veio a Covid-19, que mudou a vida, e os planos, de todos.

Uma realidade nunca antes vivida e, com ela, novas preocupações, novos hábitos e rotinas, novas prioridades.

E lá foram as resoluções, e expectativas, ao fundo.

 

É isso que sinto.

Que tenho estado a mergulhar estes meses todos, mas está na hora de voltar a emergir.

Estamos quase a meio do ano, e ainda vou a tempo de salvar o que resta dele. 

Então, repescando a resolução de "pensar mais em mim", espero, daqui em diante, aproveitar melhor os dias, com bom humor, paz, tranquilidade, energia e pensamento positivos, sempre que isso dependa somente de mim.

 

Não podemos controlar tudo o que nos acontece.

Mas podemos excluir o que não precisamos, sempre que nos faça mais mal que bem. E abdicar do que, ainda que necessário, nos prejudique.

Podemos bloquear aquilo que não queremos que entre na nossa vida.

Podemos agir de acordo com o que desejamos para nós.

Podemos escolher como reagir às situações.

 

Desvalorizar o que não tem importância.

Reduzir o stress.

Dar a volta aos problemas.

Criar defesas contra a toxicidade que nos rodeia.

 

Escolher a velocidade a que queremos avançar, o caminho que queremos percorrer, e quem querermos que esteja ao nosso lado a fazê-lo connosco.

 

E cuidar de nós.

Valorizarmo-nos.

Mimarmo-nos.

Ser felizes, sempre que isso esteja nas nossas mãos.

A discriminação já chegou aos gatos

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Num dos perfis que costumo visitar no facebook, deparei-me com este comentário, que acompanha umas fotografias de gatos a comer restos de comida que as pessoas deram para os alimentar:

 

"Enquanto existirem pessoas com a mentalidade destas, que colocam comida na via pública para os gatos, haverá sempre uma enorme colónia de gatos “vira latas” nas ruas de Mafra.

Até quando?"

Digam-me que eu não li bem o que aqui está escrito, porque não consigo acreditar que alguém tenha dito algo assim, sobre quem não tem culpa de ter vindo ao mundo e estar abandonado à sua sorte.

Não sei que a pessoa em causa estava a utilizar os gatos para acusar as pessoas, ou as pessoas para acusar os gatos mas, seja como for, foi um comentário triste e desnecessário.

Eu diria que, enquanto existirem pessoas com a mentalidade desta, que criticam aqueles que, não tendo nada a ver com o assunto, ainda assim exercem a sua bondade para com estes animais abandonados dando-lhes comida para que não morram à fome, continuará a haver discriminação, e gatos abandonados e maltratados nas ruas de Mafra.

Que alertem as pessoas que, ao alimentar estes gatos, tentem colocar a comida em recipientes para evitar que a comida fique espalhada pela rua, é uma coisa.

Que incentivem as pessoas a pegar num destes gatos, e ajudá-lo dando-lhe um tecto e melhores condições de vida, para que não corra perigos desnecessários na rua e se evite a procriação, é uma coisa.

Mas apelidar os pobres gatos de "vira latas", só porque não têm a sorte de ter tido uma família que os tratasse bem e lhes desse amor e carinho, é descer muito baixo. O que é que esses gatos têm a menos que aqueles que comem comidinha gourmet, que dormem refastelados numa cama quentinha, cujos donos os levam constantemente ao veterinário, e que são tratados como verdadeiros príncipes? A única coisa que têm a menos, é a oportunidade de uma vida melhor. Tal como acontece com as pessoas. Com os ricos e pobres. Mais nada.

Por isso, em vez de vir para as redes sociais criticar e dizer mal dos gatos de rua de Mafra, ocupem o vosso precioso tempo a lutar contra o abandono, os maus tratos, a discriminação, em medidas de protecção destes animais, e na busca de soluções válidas para o problema!