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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Três Vidas, na Netflix

Três Vidas | Site oficial da Netflix

 

Baseada numa história verídica, ocorrida com três rapazes gémeos que foram separados, "Três Vidas" conta a história de três irmãs que serviram de "cobaias" numa experiência sobre trigémeos, levando cada uma, ainda bebé, para pais diferentes, e famílias e contextos sociais diferentes, sem que ninguém soubesse da existência das outras.

 

Ao longo de toda a sua vida, foram sendo vigiadas, controladas, monotorizadas, em prol da experiência e estudo secretos.

E, tal como elas, também outros gémeos foram usados em experiências idênticas, com o mesmo propósito.

 

Rebecca, Aleida e Tamara: uma investigadora forense, uma empresária e uma stripper.

Ao longo da série, elas vão encontrar-se, em momentos, e por motivos distintos.

E Rebecca não irá descansar enquanto não descobrir a verdade que as separou, e porque é que toda a gente parece empenhada em que essa verdade não seja revelada.

Ou fará tudo parte da experiência?

 

A única que sabia o que realmente aconteceu, e quem foi responsável por isso, era Aleida, que morre logo no primeiro episódio.

A partir daí, todos são suspeitos. Todos parecem esconder algo.

Incluindo as próprias famílias.

 

Uma série de 8 episódios que cativa e nos prende, com Maite Perroni a desempenhar 3 personagens totalmente distintas, com destaque para Tamara, que foi a que mais gostei das três!

 

"A Menina de Neve", na Netflix

Netflix

 

Lidar com o desaparecimento de um filho, sem saber o que lhe aconteceu, ou qual o seu destino, se está vivo ou morto, vivendo numa permanente dúvida, não é fácil.

Mas recuperar esse mesmo filho, com vida, e saber que ele nunca mais será o filho que perderam, mas um estranho, uma outra pessoa desconhecida, de quem terão que ganhar a confiança, a quem terão de conquistar, que pode nunca mais os voltar a considerar como pais será, igualmente, difícil. 

 

No entanto, entre um momento e o outro, há ainda que lidar com a culpa, seja porque os pais se culpam a si mesmos, ou porque culpam um ao outro. 

A impotência.

A frustração.

O andar para a frente com a vida, porque são empurrados para tal, mas sem dar, realmente, por ela, como se tivesse estagnado no momento em que tudo aconteceu.

 

No meio de toda esta tragédia, surge Miren, uma jornalista estagiária que tudo fará para descobrir o que aconteceu a Amaya.

Também ela uma vítima e, talvez por isso, a melhor pessoa para encontrar um agressor/ raptor.

E, quem sabe, consiga eliminar mais alguém, nessa missão.

Por todas as vítimas.

Por Amaya.

Por si mesma...

 

 

 

"Astúcia", de Sandra Brown

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Não considero que este seja o melhor livro da autora.

Mas é muito bom.

Embora o "mistério" tenha sido revelado demasiadamente cedo. Teria preferido que a dúvida se mantivesse por mais tempo.

 

Drex Easton dedica a sua vida a tentar apanhar um assassino que, para todos os outros, parece tratar-se apenas de um fantasma. De uma invenção sua.

Weston Graham sempre teve a sensação de que alguém o perseguia, mas nunca passou disso: uma sensação. Suficiente para o deixar mais alerta, mas ténue demais para o impedir de concretizar os seus planos.

Agora, ambos têm a oportunidade de estar frente a frente, como vizinhos.

Drex sabe que Jasper Ford é o seu homem - Weston Graham.

E Jasper, desconfia bastante deste novo vizinho, ao ponto de vigiar todos os seus passos, até perceber que a sua sensação se confirma, e tem uma forma física, e um rosto.

 

Talia Shafer, recém casada com Jasper, parece uma mulher com um sexto sentido apurado, que consegue ler as pessoas para além da capa com que se apresentam.

À medida que a história se vai desenrolando, ficamos a pensar se ela será a próxima vítima ou, pelo contrário, estão os dois a congeminar, juntos, o próximo golpe.

Afinal, Marion, a última vítima, era sua amiga.

Agora, há uma outra amiga nas suas vidas, Elaine. É certo que não tem tanto dinheiro como a própria Talia, mas...

 

E Drex, que tenta levar a cabo a sua missão, com a ajuda de dois amigos, através de métodos e vias não legais, mas mais eficazes, vê-se agora entre a promessa de vingar a morte da sua mãe, e a súbita paixão por Talia, que pode vir a ter que destruir também, embora ele não queira acreditar nisso.

 

Certo é que, até ao final, Jasper vai estar sempre uns passos mais à frente de Drex, a sua astúcia a levar a melhor, a desacreditar o homem que o quer apanhar, e a deixar marcas nos seus leais amigos.

Conseguirá Drex dar a volta à história, antes que toda a sua vida seja desfeita?

Conseguirá Drex cumprir a promessa que fez ao pai, no seu leito de morte, e seguir em frente com a sua vida?

Ou será Weston, Daniel ou Jasper, para sempre, uma pedra no seu caminho? 

 

No entanto, mais do que saber que a missão foi, ou não, bem sucedida, o que o final do livro nos revela sobre Drex, é o que mais vale a pena!

 

 

Sinopse:

"Weston Graham é um enigma.
O FBI recusa-se a admitir a sua existência.
Weston Graham é um camaleão.
Assume vários nomes e inúmeros disfarces, atrai mulheres ricas e desaparece - juntamente com elas e as suas fortunas - para reaparecer com uma nova identidade e uma nova vítima.
Sem provas ou pistas, qualquer investigação está condenada à partida, mas o agente Drex Easton sabe instintivamente que este homem é real, é perigoso, e não vai parar. Para Drex, o caso é pessoal, e ele não tenciona desistir de o apanhar.
Mas quem é Weston Graham, afinal?
Agora, pela primeira vez no seu longo jogo do gato e do rato, Drex tem um suspeito em vista. O atraente e charmoso Jasper Ford casou-se recentemente com Talia Shafer, uma bem-sucedida mulher de negócios. Drex insinua-se na vida do casal, fazendo-se passar por um vizinho, para os poder manter sob vigilância constante. Mas a situação complica-se quando Drex se aproxima demasiado de Talia.
Esta é a única oportunidade de Drex superar o astuto inimigo antes de este assassinar novamente e escapar à justiça para sempre. Mas primeiro terá de determinar se Talia é uma cúmplice implacável… ou se os seus dias estão contados."

"Um Sonho Só Nosso", de Nicholas Sparks

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"Um Sonho Só Nosso" não é, de todo, um dos melhores livros do Nicholas Sparks.

Atrevo-me a dizer que é daqueles que, se não lesse, também não faria falta, porque é mais do mesmo, e pouco marcante, quando comparado com outras obras do autor.

Ao mesmo tempo, é um livro estranho e, por isso, foi uma leitura estranha também.

O livro está dividido em duas histórias que, sabemos, são aparentemente distintas mas, a determinado ponto, irão convergir numa só.

 

A primeira parte inicia com a história de Colby e Morgan, que se conhecem na Florida, e se apaixonam.

Em comum, têm o gosto pela música.

Mas cada um deles tem vidas completamente opostas, e aquela aventura poderá não passar disso mesmo, já que dali a uns dias cada um seguirá a sua vida, os seus projectos, e uma relação à distância não parece boa ideia.

 

Intercalando com esta história romântica, surge uma outra, que de romântica tem muito pouco.

Uma história de sobrevivência.

Uma mãe e um filho em fuga, de um marido e pai violento.

 

Eu, habituada que estou a quebrar as "regras de leitura", de várias formas, uma delas, ler o final antes de lá chegar, dei por mim, agora, a quebrar mais uma: saltar capítulos/ partes do livro, porque me interessou muito mais a história de Beverly, do que a de Colby e, por isso mesmo, queria ler aquela até ao fim, deixando a primeira para trás.

Até que cheguei a um ponto em que a história de Beverly fica em suspenso, e percebo que tenho que voltar à do Colby, até encontrar o ponto em que ambas se unem, e se tornam uma só, até ao final.

E, embora possa ter deduzido ou desconfiado de uma ou duas coisas, estava longe de imaginar o que resultaria daquela junção.

 

"Um Sonho Só Nosso" tem um enredo onde se destaca a relação, amor e dedicação incondicional entre irmãos, independentemente de tudo. Irmãos que se têm um ao outro, e se apoiam mutuamente, ainda que em diferentes fases da vida. Que estão sempre lá.

Aborda também a bipolaridade, os episódios maníacos e depressivos que alguém, que sofra desta doença, pode experimentar, e os riscos que podem correr.

 

E, claro, como não poderia deixar de ser, fala de sonhos.

Sonhos que, por circunstâncias da vida, não se podem levar adiante. Que ficam perdidos. Aprisionados.

Sonhos que boicotamos, quando deveríamos tentar concretizá-los. Que só esperam por um impulso. Um empurrão.

Sonhos que se guardam, num cantinho especial. Que visitamos quando queremos fugir à realidade. Quando esta se torna demasiado dura. Pesada. 

Sonhos aos quais não temos coragem de arriscar dar-lhes asas, por temer que não consigam voar e encontrar o seu caminho, e se desfaçam pelo meio.

E que, assim, mantemos apenas como uma memória. Uma recordação que dura eternamente, sem nunca ser real, e sem nunca a vivermos, de verdade.

 

 

 

SINOPSE:

"Houve um tempo em que Colby Mills acreditou no seu futuro como músico - até ao dia em que uma tragédia deitou por terra todas as suas aspirações. Ocupado agora a gerir uma pequena quinta na Carolina do Norte, é num impulso que aceita tocar num bar na Florida, buscando apenas uma breve pausa na dureza da vida rural. Não contava era que a encantadora Morgan Lee entrasse na sua vida e o fizesse questionar tudo…
Filha de médicos proeminentes de Chicago, e com formação musical, também ela sonha com o estrelato, e a sua paixão pela vida é contagiante. Morgan e Colby parecem completar-se na perfeição. Os dois jovens não são os únicos a iniciar uma viagem de autodescoberta. Beverly também tenta encontrar o seu caminho, ainda que de maneira bem diferente. Tendo fugido com o filho de 6 anos ao marido violento, procura começar de novo num local tranquilo e discreto.
Mas com o dinheiro a escassear e o perigo a espreitar a cada esquina, o desespero obriga-a a tomar uma decisão que vai mudar tudo. Enquanto o jovem casal vive os altos e baixos do primeiro amor, a centenas de quilómetros de distância, Beverly vai pôr à prova a sua devoção pelo filho. E o destino depressa se encarrega de fazer o resto, colocando estas três pessoas em rota de colisão - e obrigando-as a questionar o poder dos sonhos perante a ameaça das amarras do passado."

"Dog Gone", na Netflix

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Quando vi o trailer deste filme, percebi logo que iria vê-lo.

Sim, é mais um filme sobre cães!

E sim, é daqueles que pode apelar ao sentimentalismo.

Mas, ao mesmo tempo, e como anunciam sempre que falam do filme "este filme não é sobre o cão, é sobre a relação entre pai e filho".

No entanto, o cão é o centro de tudo. A causa, e a consequência.

 

O filme é baseado em factos verídicos.

Embora muitas coisas tenham sido modificadas.

 

Relativamente ao filme, Fielding Marshall, um jovem prestes a licenciar-se, decide adoptar um cão.

Poder-se-ia dizer que o que o levou a tomar essa decisão não foi, por certo, salvar um animal de um abrigo. Embora o tenha, de facto, feito.

Mas, no fundo, talvez ele se estivesse a tentar salvar a si próprio.

Afinal, como Fielding afirma, o cão foi o único que o aceitou como ele era. Para quem estava sempre tudo bem. Para quem não tinha mal ser assim. Sem cobrar. Sem se envergonhar. Sem condenar.

E entre os dois nasceu e cresceu aquele amor incondicional que só quem tem animais ou lida, de alguma forma, com eles, sabe.

De qualquer forma, é difícil não gostar de Gonker, a partir do momento em que o conhecemos!

 

Uma das questões que o filme aborda é algo pelo qual, cada vez mais, os jovens passam na actualidade: que futuro após a licenciatura?

O que queremos? O que esperam de nós? O que é correcto fazermos?

Fielding vê todos os seus amigos com um plano traçado, com trabalhos nos quais irão começar após a licenciatura.

Mas ele não sabe ainda bem o que quer fazer. É o único que não tem nada planeado, ou pensado.  

Será assim tão mau?

Quantos jovens não têm tudo delineado e, depois, no fim, acabam por mudar de ideias. Por não querer nada daquilo.

O que há de tão errado em não se saber bem que caminho seguir e, por isso, não ter ainda escolhido nenhum?

 

E nesta questão, os pais de Fielding parecem estar desiludidos com o filho. Fazem alguma pressão inicial. 

"Acusam-no" de não saber o que quer da vida, de não ser responsável, e acabar uma licenciatura para depois voltar a morar em casa dos pais, sem nada em vista.

Isto fá-lo sentir rejeitado, e incompreendido pelos pais. Sobretudo, pelo pai. 

Por outro lado, e apesar de defender que os pais devem estar lá para dar algum espaço aos filhos, sem pressões, e apoiá-los, o filme também mostra que os pais estão apenas a ser pais e, como tal, preocupam-se com os filhos, com o seu futuro. Se calhar, nem sempre demonstrando da melhor forma. Mas, ainda assim, trata-se de querer ver os filhos bem, e não vergonha ou desilusão.

 

Outra das constatações que retiramos do filme é que um filho ou um pai pode tentar, várias vezes, e de várias formas, mostrar o seu ponto de vista ao outro, sem sucesso. A mensagem não passa. Não há comunicação.

Porque se recusam a ouvir.

No entanto, se for uma pessoa estranha a dizer, exactamente, a mesma coisa, já conseguem perceber. Talvez porque não esteja a ser uma imposição, mas uma simples conversa, e cada um esteja mais aberto e receptivo à mensagem. 

 

Portanto, com Gonker a viver juntamente com o seu adorado dono em casa dos pais deste,  Fielding leva-o a passear no Trilho dos Apalaches, e o cão desaparece. E agora, todos se mobilizam, numa contagem contra o tempo para encontrá-lo, antes que seja tarde demais. Porque Gonker sofre de uma doença e precisa de ser medicado dentro de dias.

Tal como disse no início, fui avisada "O filme não é sobre o cão. Se ele vive ou morre. Ele não morre."

Mas não é por saber isso, à partida, que custa menos vê-lo perdido, ou ver os esforços que os donos incetam para o encontrar.

 

Para a mãe de Fielding, é mesmo uma "repetição" de algo pelo qual ela passou, e que vai mexer muito com ela.

Para Fielding, é doloroso porque ele era o seu companheiro mais fiel, e leal. E quanto mais os dias passam, sem o encontrar, mais ele se vai abaixo. Mas, mesmo doente, não deixa de tentar nem que, para encontrar Gonker são e salvo, tenha ele que morrer.

Já para o pai, é uma demanda a que ele se entrega de corpo e alma, pelo cão, pela mulher, e pelo filho, e por si mesmo.

Ele acredita, até ao fim, que é possível encontrar Gonker.

Até que os dias passam sem notícias, e o estado de saúde do seu filho piora a cada novo dia de luta, altura em é obrigado a dar as buscas por terminadas.

 

Então mas, afinal, o cão aparece?

Aparece, sim!

E ainda estará com Fielding durante uns bons anos.

 

Quanto ao filme, e de tanto falarem que era sobre a relação entre pai e filho, esperava mais.

Tal como esperava mais sobre a busca do Gonker, ou seja, uma aventura de dias, entre pai e filho, a percorrerem o trilho, a acampar juntos, e a tentar compreender-se um ao outro, enquanto procuravam o cão.

E, não sendo um filme sobre o cão, ele cumpriu a sua parte, como elo comum, e até deu mais do que lhe seria exigido.

É um filme que se vê bem, e bom para quem gosta de animais.

Mas, verdade seja dita, já vi melhores.