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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Vislumbre de um brilho há muito perdido

(1 Foto, 1 Texto #62)

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Ao olhar para o brilho daquela baga, lembrou-se do brilho que, outrora, também irradiava e que, algures no tempo, e por força das circunstâncias, se foi perdendo.

Aquele brilho que advinha da tranquilidade, da alegria, da sua faceta mais descontraída, e divertida.

Um brilho, proveniente do enamoramento, da paixão, do amor.

 

Um brilho, há muito, perdido.

Que julgava nunca mais encontrar.

Mas que, nos últimos tempos, por ironia, parece querer reaparecer.

Como se, de repente, se lembrasse de lutar para ter o seu lugar de volta.

 

No entanto, este brilho é diferente.

Nem melhor, nem pior.

Apenas diferente.

Talvez por ser uma fase diferente. Uma vida diferente.

 

E é um brilho mais ténue.

Que, a qualquer momento, pode recuar.

E voltar ao lugar onde andou perdido, para não mais voltar.

Ainda assim, porque não deixá-lo luzir, por breves instantes?

 

Como uma última dança.

Mesmo quando já todos abandonaram o baile.

Quando a música estás prestes a acabar, e as luzes a desligar-se.

Antes que a magia se dissolva. 

E o brilho se apague para sempre...

 

 

Texto escrito para o Desafio 1 Foto, 1 Texto 

 

"Uma Valsa de Natal em Paris", na Netflix

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Mais uma comédia romântica natalícia vista aqui por casa!

Emma é uma contabilista que, num acto de generosidade, e pura loucura, pede ao patrão para a despedir no lugar do seu colega de trabalho (só mesmo em filmes!).

Leo é um dançarino profissional que perdeu o gosto pela dança, e abandonou a sua carreira.

 

A primeira vez que Emma viu Leo, foi num espectáculo em que este participou.

E foi graças a ele, e à sua amiga que lhe ofereceu a inscrição, que passou a frequentar aulas de dança.

Um ano depois, o destino faz com que Emma e Leo se encontrem novamente.

Ele anda à procura de um par para, a pedido do seu mentor, Henry, participar numa competição de dança em Paris.

Com mais uma ajudinha da sua amiga, Emma aceita ser o par de Leo, que a escolhe pela forma leve, descontraída e entusiasta como encara a dança, fazendo-o recordar aquela paixão inicial que ele próprio sentia, e que se perdeu no tempo.

 

A mensagem que o filme tenta transmitir acaba por passar muito por aí: por vezes, mais importante que ser perfeito, mais importante que a competição em si, mais importante que ganhar, é fazer as coisas de forma sentida, com paixão, com entrega, e fazer os outros sentirem algo através de nós, e daquilo que lhes oferecemos - neste caso, a dança (mas aplica-se a tudo na vida).

O importante é dar tudo de nós, e marcar aqueles que nos vêm, independentemente do resultado.

E isso, Emma e Leo conseguiram!

 

 

Imagem: netflix

 

 

Dança com as Estrelas: a gala mais emotiva!

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Não costumo ver o Dança com as Estrelas mas, este sábado, a minha filha estava a ver e apanhei a parte inicial, da desistência de um concorrente.

Entretanto, ontem, acabei por ver o programa completo.

E foi, certamente, a gala mais emotiva até ao momento.

 

Primeiro, pela desistência do Bernardo, convidado como todos, que tem levado, semana após semana, com críticas à sua permanência em competição quando é, claramente, o concorrente que menos sabe dançar, tirando o lugar a quem merecia mais.

Foi uma atitude bonita de se ver.

Teve consciência de que, a continuar, pelo apoio que tem dos fãs, estaria a ocupar um lugar no qual não se sentiria confortável, e que seria injusto, perante os seus colegas, com mais talento para a dança.

E também porque aquilo é só um programa de televisão. A via dele não dependia da permanência, ou da vitória.

Nunca foi isso.

Quer-me parecer que ele foi convidado e que, de certa forma, não querendo dizer "não", se viu a embarcar naquele desafio no qual afirmou, desde o primeiro dia, que era um "pé de chumbo".

 

Sejamos honestos: qualquer programa, cuja votação esteja a cargo do público, arrisca-se a decisões injustas. Nem sempre o público vai pelo talento. Mas, verdade seja dita, também nem sempre o júri, entendido no que está a ser avaliado, é imparcial.

Num programa ou competição em que os concorrentes estão a apostar as suas fichas, a tentar a sua sorte, a querer uma oportunidade ou a lutar por um prémio, e reconhecimento, que lhes pode mudar a vida, compreende-se a injustiça de ficar pelo caminho, quando se é melhor do quem quem fica.

Sempre assim foi. E continuará, infelizmente, a acontecer.

 

Mas, no Dança com as Estrelas, ninguém está ali a competir nesse sentido.

A ideia que fica é que aqueles concorrentes estão a divertir-se, a superar-se, e a entreter o público.

Só isso.

Claro que gostam de passar à gala seguinte. Claro que gostam de ganhar.

Mas não é o mais importante.

A prova disso foi mais uma atitude, desta vez, do Miguel Cristovinho, no final quando, ao se ver apurado e, com isso, vendo a amiga terminar o percurso, pôs o seu lugar à disposição desta (o que não foi aceite pela produção).

No Dança com as Estrelas, há camaradagem, amizade, união. E competição, sim, mas saudável.

Porque, no fundo, nenhum deles está dependente do programa, ou da vitória para nada. Nenhum deles vai fazer carreira na dança.

 

Estes foram dois dos momentos mais marcantes da gala.

Mas não só.

Os concorrentes deram a conhecer-se um pouco mais, e dançaram músicas que lhes dizem muito, e que contam um pouco da sua história.

Foi bonito ver o Nelson Évora começar a actuação com a bandeira portuguesa e a medalha que coloca, na imagem, ao pescoço do pai.

Foi bonito ver a garra da bailarina, par do Bernardo, na última dança com o concorrente.

Foi bonito ver a Luisinha a dançar enquanto a avó tocava piano.

 

Ainda bem que, pelo meio, houve momentos mais descontraídos, com a Sílvia Rizzo, a Ana Guiomar e a Matilde Breyner a contagiar com energia e boa disposição.

 

 

Imagem: tviplayer

 

 

Into The Beat: Dança com o Coração, na Netflix

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Este fim de semana foi dedicado, entre as tarefas do costume, a ver filmes.

Um deles foi este "Into The Beat: Dança com o Coração".

Sim, é mais um filme de dança. Em que a protagonista se junta a um grupo de hip hop e descobre uma nova paixão.

Em que o protagonista desperta o lado mais emocional da dança na sua mais recente companheira.

Como já vimos em tantos outros filmes do género.

 

Mas, o que diferencia este, dos demais, é a pressão. O peso de um nome. Do legado familiar. O compromisso, a responsabilidade, o dever.

O continuar do que ficou por fazer, por conquistar.

A mãe de Katya era bailarina. Mas, a determinada altura, talvez devido a algum acidente, terá morrido.

O pai de Katya é um bailarino de topo, reconhecido e prestigiado, no auge da sua carreira. Mas sofre um acidente, e nunca mais poderá dançar.

Katya é bailarina desde que se lembra. É uma das melhores da turma. E gosta de dançar.

É a "sucessora". Aquela que vai dar continuidade ao nome e ao trabalho dos pais.

 

Só que, enquanto tenta conquistar o sonho, que talvez seja mais do pai do que dela própria, ela descobre o hip hop.

E percebe que, ao contrário do ballet, é o hip hop que a faz sentir aquilo que os pais sempre descreveram que sentiam quando dançavam.

No entanto, o pai não lhe permite abdicar de todo um trabalho de uma vida, por causa de uma "dança de rua".

Ela tem um dever a cumprir, e não se pode desviar do caminho. Tem um nome a defender, e não pode defraudá-lo, por conta do que julga ser um "capricho".

Até mesmo a própria professora de dança a tenta convencer de que são apenas dúvidas passageiras, e que Katya deverá ignorar, mantendo-se firme.

 

Mas, quanto mais pressão sente, mais Katya sofre, entre aquilo que ela quer realmente, e aquilo que esperam dela. Entre tentar não magoar uns e outros, acabando por se magoar a ela própria, sem que ninguém a compreenda ou ajude.

É um filme.

Mas, quantas vezes, não acontece isto na vida real? Pais que projectam os seus sonhos nos filhos? Pais que criam expectativas, que não querem ver defraudadas?

Pais que pressionam, que limitam, que não deixam os filhos voar por si próprios?

 

É um bom filme para reflectir sobre o que é realmente importante para os nossos filhos, e como devemos apoiá-los a conquistar os seus próprios sonhos.

Porque é isso que os fará felizes e, se os amamos, nos fará, enquanto pais, felizes também!

 

Pássaros

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Ora sobem. Ora descem.

Ora vão. Ora voltam.

Andam em bandos.

 

 

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Por vezes, cruzam-se no céu, seguindo voos opostos.

Outras, voam em sintonia, como se fosse uma coreografia ensaiada.

E por ali andam, no ar, alheios a tudo o que acontece cá em baixo.

 

 

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Ora pousam num ramo. Ora tornam a voar.

Por vezes, andam na relva.

Ou bicam, no chão, o que lhes sirva de alimento. 

 

 

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Mas logo voltam aos céus.

Onde são mais livres. Mais felizes.

Afinal, a dança continua...

E o canto também!

 

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