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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

As "bengalas" da nossa vida

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"Juliana foi, em tempos, uma exímia patinadora, vencedora de vários prémios entre os quais o tão almejado Patim de Cristal. Até que, um dia, sofreu um acidente que lhe provocou uma lesão grave, que a impediria de voltar a patinar, e a deixou com uma deficiência na perna. Desde então, para caminhar, não dispensava a preciosa ajuda da sua bengala. Ano após ano. No início, era uma necessidade. Agora, era apenas uma defesa sua. Demasiado segura com ela, foi difícil perceber que se poderia sentir igualmente forte, sem a bengala. Porque a força não vinha da bengala, mas da sua mente, da sua vontade, do seu desejo. E hoje, ela caminha perfeitamente, sem bengalas..." 

 

 

 

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Também nós, por vezes, somos como a Juliana.

De tão acostumados que estamos a determinadas coisas, situações, pessoas, sentimo-nos tão seguros, apoiados, protegidos, fortes, capazes, que nos mentalizamos que, sem elas, não conseguiremos viver a nossa vida, seguir em frente. Que dependemos delas e, sem as mesmas, nada fará sentido.

Querer tirar-nos isso, ter que viver de outra forma, colocar-nos noutras situações, é como tirarem uma parte de nós, que nos complementa, que nos ajuda, que precisamos. 

 

 

 

Mas esse pensamento não poderia ser mais errado.

Nem sempre é mau sair da nossa zona de conforto. 

Podemos sentir falta durante uns tempos, da comodidade, da segurança, do apoio, da confiança, da força e protecção que nos dava a nossa "bengala". Podemos estranhar não a podermos utilizar mais, e até sentirmo-nos um pouco perdidos sem ela.

Mas, com o tempo, percebemos que, na verdade, há muito que ela não nos fazia falta, há muito que poderíamos caminhar sem ajuda, e apenas tínhamos receio de encarar essa realidade, à qual já não estávamos habituados.

E compreendemos que, no fundo, somos mais livres, e vivemos muito melhor sem ela!

E assim vai a defesa dos animais

O antigo edifício da Santa Casa de Mafra está a ser demolido, dando lugar a um novo projecto, em parceria entre a Câmara Municipal de Mafra, e a Santa Casa da Misericórdia.

Nesse edifício, há anos devoluto e abandonado, vive uma colónia de gatos que conta, neste momento, com cerca de 20 gatos.

Foram lançados alertas nas redes sociais, para que as associações da zona pudessem fazer alguma coisa.

Eu própria falei com uma, e ofereci-me para tentar angariar fundos e meios de salvaguardar a colónia, antes que as obras começassem.

Mas o trabalho que têm é muito, a informação que lhes deram foi vaga, e não há ninguém com quem falar.

Essa via ficou inviabilizada.

 

Não acredito que nenhuma das entidades envolvidas no projecto desconhecesse a situação.

No entanto, as obras começaram, com os gatos lá.

 

 

 

 

Contactei com o PAN de Mafra, que me enviou a seguinte mensagem:

"Olá Marta, o primeiro passo é denunciar às autoridades, neste caso ao SEPNA, que faz parte da GNR e se dedica às questões ambientais, onde os maus tratos a animais de incluem."

Imaginei que o SEPNA se iria descartar mas, hoje, lá liguei.

Responderam-me que não têm nada a ver com o assunto, e que deveria ligar para a Câmara Municipal de Mafra, porque esta é que tem as colónias sinalizadas e pode saber o que devo fazer.

 

Liguei para a CMM. Responderam-me que tenho que lá ir fazer uma apresentação por escrito, ou enviar email. Depois, esperar que o processo seja encaminhado para quem de direito.

Em alternativa, posso ligar para o Canil Municipal, para ver se podem ajudar.

Foto de Clube de Gatos do Sapo.

(antes, deitavam-se aqui neste muro)

 

Foto de Clube de Gatos do Sapo.

(entretanto, com a demolição, a árvore tombou)

 

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(este é o aspecto, hoje)

 

Não se vêem os gatos. Devem estar escondidos, com medo do barulho. Desorientados, por ver que a sua "casa" está a desaparecer.

Os adultos podem fugir facilmente para os quintais vizinhos. Os bebés podem não conseguir.

 

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À hora de almoço estava este bebé em cima do muro que dá para a igreja. 

Todos os dias passo lá, vejam se ainda por lá andam, quem está vivo, se ainda é possível ali comer e matar a sede, sem ficarem esmagados.

Todos os dias oiço a escavadora, mesmo da minha casa. E a cada investida para derrubar mais um pedaço, o meu coração tem um sobressalto. De receio, de tristeza, de impotência.

 

Com este jogo do empurra, tanta burocracia, falta de informação de quem deveria saber mais do que nós, e falta de acção de quem tem os meios, torna-se difícil ajudar a tempo de impedir o pior e, mais difícil ainda, acreditar que alguém, realmente, se preocupa com a defesa do animais. 

 

Animais perigosos ou animais potencialmente perigosos?

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Muito se tem falado, nos últimos tempos, sobre a existência ou não de animais perigosos. A questão prende-se, mais especificamente, com cães perigosos, mas eu prefiro abranger toda a categoria "animais".

 

Ainda no outro dia falava sobre isso com o meu marido, que me dizia que não existem animais perigosos, e que são as pessoas que os tornam agressivos.

Não concordo totalmente com ele. Existem animais que nasceram para ser livres, e viver nos seus próprios habitats. Que são, pelas suas mães/ pais, preparados para sobreviver nesse habitat, a desenvolver o seu instinto, a caçar as suas presas. Aqui não existe "mão humana". Apenas a própria natureza dos animais. Sendo que a maior parte, quando ataca humanos, é por estes estarem no seu território, por uma questão de instinto, sobrevivência, defesa do seu território, protecção. Ou então, quando os humanos tentam mudar a sua natureza, tentando domesticá-los, trazendos para fora do seu habitat, prendendo-os. Até podem conseguir. E um desses animais a que apelidamos de "selvagens" até pode ser bastante meigo para os humanos, e conviver bem entre eles. Mas o risco está presente. Pode não se manifestar, mas está presente.

 

Assim, no que respeita aos animais em geral, a pergunta que coloco é:

Existem animais perigosos, ou animais de raça/ espécie potencialmente perigosa?

É que um animal de raça/ espécie potencialmente perigosa, quando bem educado e treinado, ou devido à sua própria personalidade, pode ser um animal perfeitamente sociável e meigo.

Por outro lado, um animal aparentemente inofensivo, pode virar, de um momento para o outro, uma fera e atacar, sem sabermos bem porquê.

Mas também o próprio ser humano é assim. Quantas vezes não temos conhecimento de actos bárbaros praticados por pessoas de quem nunca suspeitaríamos, e que considerávamos "boas pessoas". Sim, por vezes o bandido é aquele homem de família exemplar, e não o ladrão da esquina, de quem todos suspeitaríamos. 

 

O que acontece, na maioria das vezes, é que o potencial está lá, seja em que animal/ raça/ espécie for, existindo raças/ espécies com maior potencial que outras, e pode permanecer sempre adormecido, sem se dar por ele, ou ser despoletado pelo próprio instinto, por acicatamento, por factores externos à sua personalidade, pelos que o educam e rodeiam, ou por quem lhes tenta fazer mal.

Será, talvez, aí que a "mão humana" entra: na forma como lida, educa e incita ou mantém adormecido esse potencial. E isso dependerá, muitas vezes, do carácter e personalidade do próprio dono, da forma como ele próprio age, da forma como cumpre ou não as regras de segurança para com os demais.

E o que é certo é que não faltam exemplos de animais potencialmente perigosos, que foram capazes de atitudes que muitos humanos nunca teriam, e que já salvaram muitas vidas humanas. E ainda dizem que os perigosos são eles...

 

 

Quando a escrita exprime aquilo que não conseguimos dizer

Há quem tenha o dom da palavra; da oralidade. Há quem goste de conversar, de discursar, de dizer o que lhe vai na alma e no coração.

Há quem se consiga exprimir melhor a falar. Quem, dessa forma, se desnude e mostre a sua essência.

Mas existem, também, aqueles que não se dão bem com a fala. Que a utilizam como escudo, ou mecanismo de defesa. Que não conseguem dizer aquilo que verdadeiramente sentem, ao encarar as pessoas.

No entanto, fazem-no com grande à vontade e facilidade através da escrita. Dizem que um gesto vale mais que mil palavras. Mas as palavras também podem valer muito, ainda que apenas escritas.

 

Com uma folha de papel e uma caneta na mão, de forma instrospectiva, podemos revelar mais de nós, e daquilo de que somos feitos, do que numa hora de conversa.

A escrita pode ser um óptimo escape. Uma forma de manifestarmos os nossos receios, preocupações, justificações, alegrias, tristezas, frustrações, sonhos e desejos que, de outra forma, ficariam para sempre guardados dentro de nós, muitas vezes a oprimir-nos, sem que ninguém deles tivesse conhecimento.

E, mesmo que essas palavras escritas nunca cheguem a ser lidas senão por nós, faz-nos bem escrevê-las. Deitar tudo cá para fora.

Eu funciono melhor com a escrita. Muitas vezes, quando tentam ou querem ter uma conversa mais séria comigo, que também me diga respeito, fujo como o diabo da cruz! Brinco, disfarço, evito. Mas, se tiver que ser, é. No entanto, através da escrita, consigo exprimir-me muito melhor.

A minha filha, ao que parece, sai a mim! Sempre que quero conversar mais seriamente com ela, finge que não percebe, faz-se de parva, enerva-me, e não consigo obter resultado nenhum.

Mas conseguiu escrever, em pouco menos de 5 minutos, aquilo que eu não consegui ouvir da boca dela em mais de meia hora! 

 

Tribunal de Júri

"A Comarca do Baixo Vouga acaba de anunciar os quatro jurados que participarão no julgamento de José Guedes, acusado de matar uma prostituta em Aveiro. O julgamento inicia-se a 15 de Outubro, no Tribunal de Aveiro.

A par dos três juízes, os quatro jurados efectivos decidirão não só quais os factos provados em julgamento, como o grau de eventual culpabilidade do arguido e o tipo de pena ou de medida de segurança a aplicar, em caso de condenação."

 

 

O Tribunal de Júri, embora não tão comum como noutros países, começa a ser cada vez mais utilizado em Portugal. E quase sempre por uma questão de estratégia, tanto pela acusação como pela defesa.

Pela defesa, de forma a atenuar a sentença. Pela acusação, em busca de uma pena severa.

Em ambos os casos, apela-se à razão, às emoções e ao coração do povo. E, assim sendo, a questão que se coloca é se serão estes julgamentos mais justos, ou se a injustiça permanece...