As burocracias que um pedido de apoio domiciliário envolve
Tinha o meu pai acabado de ser internado no hospital, e já um assistente social, desse mesmo hospital, estava a ligar para a família, a informar que estava disponível para colaborar connosco, e ajudar, caso fosse necessário, após a alta hospitalar.
Desconhecia este apoio. A minha cunhada explicou-me que, em pacientes com determinadas idades ou limitações, existe essa intervenção e ponte.
Uma vez conhecida a data da alta, recorremos então ao dito assistente social (só existe um naquele hospital), para ver o que se poderia fazer, em termos de higiene pessoal (banhos), uma vez que seria nessa parte que o meu pai teria mais dificuldades, em casa.
Assim, o assistente social contactou a Santa Casa da Misericórdia da nossa área de residência, e falou com uma das técnicas, que lhe disse que tinham vaga, mas que só poderiam começar na semana seguinte.
Referi que não haveria problema.
Indicou-me que deveria entrar em contacto com a instituição, e pedir para falar com uma determinada pessoa, mencionando que era por intermédio do hospital, para me explicarem as várias modalidades de apoio, e dar início ao processo.
A semana seguinte, a que se referiam, é esta que hoje termina. Sem qualquer resposta.
Na terça-feira passada, tentei falar com a dita pessoa. Ou não estava. Ou estava em reunião. Ou estava, mas não no gabinete e, por isso, não poderiam passar a chamada.
Na quarta-feira, a mesma coisa. Ou seja, se nem conseguia chegar à fala com a pessoa para iniciar o processo, como é que poderia ter o apoio?!
Ficou lá um recado. Voltei a ligar. Disseram-me que a Dra. em questão já estava a par do assunto e que, ainda nessa tarde, me ligaria.
Não foi essa, mas outra, que me contactou. Não importava. Pelo menos já era um começo.
Explicou-me, então, que unicamente para o serviço de higiene (banho), não havia comparticipação, pelo que seria um serviço efectuado a nível particular e, como estavam na fase de alterações nas tabelas de valores, não me poderia dar o valor do serviço com brevidade.
Para poder ter comparticipação, teria que requisitar, no mínimo, 4 serviços. Não que o meu pai precise mas, justificando-se, em termos de valores, também não haveria mal.
Quer para um, quer para outro, foi-me solicitada, então, uma lista de vários documentos, que enviei na quinta-feira da semana passada.
Só na segunda-feira desta semana confirmaram a recepção da documentação.
E é isto.
O meu pai teve alta há mais de uma semana.
Continuamos sem resposta.
E sem apoio.