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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Frase típica de um potencial agressor "Ah e tal, eu não ia mesmo agredir!"

Mulher agride amiga por ter ficado com seu ex-marido | Cambira Notícias

 

Quantas vezes, no meio de uma discussão, uma das partes envolvidas exalta-se mais, e "parte para cima" da outra, com uma atitude agressiva, como se, de facto, fosse agredir fisicamente a outra?

Se houver mais pessoas presentes, e nessas situações, a primeira coisa que fazem é colocar-se ao meio, entre uma e outra, para que as coisas não escalem, e os ânimos acalmem.

 

Depois, quando questionadas essas pessoas, quantas vezes não dizem: "Ah e tal, não acredito que fulano fosse mesmo agredir...".

Tretas!

Quando alguém se mete, se coloca no meio, agarra a pessoa que está mais exaltada, tenta separar as partes ou qualquer outra atitude do género, é porque, realmente, acreditou que as coisas poderiam descambar e, além de ofensas verbais, ocorrer agressões físicas entre elas.

 

Da mesma forma, depois de passada a tempestade, quando questionadas as partes envolvidas, é típico do potencial agressor afirmar: "Ah e tal, eu não ia mesmo agredir!"

Outra mentira descarada!

É óbvio que, não fossem outros colocar-se no meio, provavelmente, a agressão aconteceria mesmo.

Porque, nesses momentos, as pessoas estão a reagir a quente. Não pensam. Não estão a medir os seus actos.

Qualquer um de nós, até a pessoa mais pacífica, pode agredir numa situação dessas.

 

E acredito que, quando algumas pessoas dizem que ficam pior quando alguém se coloca no meio para separar, ou para as agarrar, o que querem mesmo dizer é que ficam fulas porque as estão a impedir de fazer aquilo que estavam prontas a fazer.

 

 

Dos refugiados...

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Quero, antes de mais, frisar que este não é, de todo, um post contra os refugiados.
 
 
Não sou, e espero nunca vir a ser, uma refugiada.
Nem quero imaginar o que é ter que, de um momento para o outro,  deixar a minha casa, a minha terra, o meu país, e fugir para outro lado qualquer, desconhecido, sem saber se chegarei lá com vida, ou se morro pelo caminho. E, se chegar com vida, o que me espera, num sítio onde não conheço ninguém, onde nem sequer falo a mesma língua, onde não tenho nada...
Perder, de um dia para o outro, família, amigos, pertences, o lar, o trabalho, a estabilidade, depois de anos de luta para conquistar tudo isso.
E ter que recomeçar, do zero. Ter que depender da boa vontade, caridade e solidariedade dos outros, sem nada que seja meu. 
Pois...
Só quem passa por isso sabe o que custa, o que dói, o quão frustrante, desolador e triste é.
Não desejo isso a ninguém.
 
 
Posto isto, claro que toda a ajuda é bem dada, e preciosa, para que os refugiados, que não têm culpa nenhuma da sua situação.
E é óbvio que o povo português é um grande apoio nesse aspecto, sempre pronto a ajudar, a dar aquilo que tem, e que não tem, para que os outros tenham um pouco.
Nada contra. Eu própria, se puder, o faço.
 
 
O meu post vai mais no sentido de certas injustiças que se observam nestes momentos, e direccionadas para aqueles que têm sempre mais poder nas mãos, mas parece que só o usam quando querem, quando lhes apetece, quando lhes convém, ou quando a isso, por força das circunstâncias, são obrigados.
E, quer queiramos, quer não, isso gera revolta.
 
É um pouco como aqueles pais que todos os dias dão feijão com arroz aos filhos, porque a vida está cara e não há dinheiro para mais, e mesmo que os filhos, uma vez ou outra, peçam algo diferente a resposta é sempre a mesma - não dá.
Mas, depois, seja porque esses mesmos pais se ofereceram para receber um parente, ou porque foram incumbidos ou "obrigados" a recebê-lo, e não querem fazer má figura, nem mostrar a sua verdadeira realidade, acabam por comprar uns bifes do lombo, um peixinho, até uma sobremesa, algo a que os próprios filhos nunca tiveram direito.
Ou seja, para os seus, nunca dava, nunca havia. Mas agora, para os outros, já se fazem excepções.
Com os refugiados, acontece a mesma coisa.
E, volto a dizer, a culpa não é deles.
 
 
Mas, na prática, acaba por se arranjar soluções, alternativas e facilitar muito mais aos refugiados que chegam ao nosso país, que aos próprios portugueses.
Como?
 
Sabem aqueles pais que queriam mesmo matricular os filhos naquela escola mas, por mil e um motivos, não conseguiram?
Pois, se calhar, agora, a escola dá um jeito de arranjar vagas.
Sabem aquelas famílias que são postas na rua, ou que estão em risco de perder a casa, e ir morar na rua, ou num carro, ou que vivem em condições miseráveis, sem que se arranje um sítio onde possam viver dignamente?
Pois, se calhar agora já se arranjam habitações.
Sabem aquelas pessoas que querem mesmo trabalhar, e correm todos os sítios e mais alguns, e as respostas são sempre as mesmas: não estamos a precisar, não tem competências, demasiados estudos, estudos a menos, não tem experiência, etc?
Pois, se calhar agora, criam-se, propositadamente, novos postos de trabalho.
Sabem quando têm que tratar de um documento qualquer, e fica soterrados em burocracias, perdem tempo e, muitas vezes, não resolvem nada?
Pois, se calhar agora, aos refugiados, tudo isso é facilitado.
O que só prova que, havendo vontade e predisposição para isso, é possível.
 
 
E a minha única pergunta é:
Não poderiam agir da mesma forma com os nossos? Em circunstâncias normais?
Serão os portugueses, no seu próprio país, menos do que os que para cá vêm?
Será preciso uma situação extrema, para deixarmos de ser tratados como enteados, e passarmos a ser vistos como filhos?
 
 
Reafirmo que os refugiados não têm culpa.
Como refugiada que fosse, também gostaria de um lugar onde ficar.
De poder trabalhar para não depender mais do que o necessário, da caridade alheia, e recomeçar a minha vida.
Também gostaria que a minha filha continuasse os seus estudos, ainda que num país estranho.
E, para tudo isso, seria preciso documentação.
 
 
Sei que, em determinadas circunstâncias, situações urgentes exigem medidas rápidas e excepcionais.
Mas gostaria que houvesse um esforço maior para que as menos urgentes, mas não menos importantes e necessárias, não ficassem postas de parte, como se não houvesse qualquer responsabilidade em dar-lhes a devida atenção. 
Como se não tivessem qualquer forma de as resolver, ainda que o quisessem.

Antes uma verdade sincera, que mil desculpas esfarrapadas

Vendas - As desculpas mais esfarrapadas que existem! | Blog ...

 

Por vezes, tenho a sensação que as pessoas têm medo de ser sinceras, mesmo quando está à vista de toda a gente, que estão, descaradamente, a enganar os outros.

Quando os seus gestos desmentem as suas palavras.

Até mesmo quando lhes abrimos, de certa forma, o caminho para a verdade, insistem em vir com desculpas que não convencem ninguém.

Mas acham que nós acreditamos nessas desculpas. E nós, fingimos que acreditamos, até ao dia em que não conseguirmos mais fingir.

Pessoalmente, prefiro uma verdade sincera, que mil desculpas esfarrapadas, que apenas atiram areia para os olhos, mas não nos impedem de ver a realidade.

 

E a realidade é que, quando partimos todos do mesmo nível, ou parecido, parece fazer sentido unir esforços para uma finalidade conjunta, um objectivo comum.

Mas, quando uma das partes começa a crescer, a mudar, a expandir, a tornar-se demasiado importante e famosa, talvez comece a pensar que, aquilo que outrora era um complemento, é agora algo que não se enquadra, que se torna pouco relevante ou, até, desnecessário.

Está no seu direito. Não existe nenhum contrato, nem nenhuma "obrigação".

Mas não custava nada dizê-lo à outra parte.

 

É totalmente estúpido continuar a levar as coisas adiante, a pedir colaboração, muitas vezes em cima da hora e com pouco tempo para, depois, arquivar sem dar uso, ou deitar ao lixo.

Não faz sentido. É perda de tempo, e esforço, para ambas as partes.

Que poderiam ser encaminhados noutras direcções, com maior proveito e utilidade.

Reflexão do dia

Resultado de imagem para pensar

 

 

Será que existe mesmo...

 

"Inveja boa"

"Stress saudável"

"Ciúmes benéficos"

 

e tantas outras expressões contraditórias que utilizamos no dia-a-dia?

 

Em que utilizamos adjectivos positivos para caracterizar algo que, por si só, é negativo?

Ou serão apenas desculpas que utilizamos para minimizar aquilo que sentimos, para não parecer tão mal aos olhos dos outros?

 

 

 

 

Sobre o fim da mudança da hora

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Muito se tem falado, nos últimos dias, sobre o fim da mudança da hora na União Europeia.

Pessoalmente, não me afecta em nada a mudança biananual, de que me lembro desde sempre.

É certo que, quando passamos para o horário de inverno, custa um pouco aquele anoitecer precoce. Mas no verão, sabe bem estar na praia até tarde, e ainda usufruir do final do dia. Sabe bem quando a hora muda e temos mais uma horinha para dormir. Para quem trabalha, é óptimo o turno acabar uma hora mais cedo naquela noite.

Mas isto é apenas uma opinião e gosto pessoal. Cada um tem a sua e, já sabemos, é impossível agradar a gregos e a troianos, como se costuma dizer.

 

 

Este ano, a Comissão Europeia lembrou-se, no meio dos seus tempos mortos, de que queria saber a opinião dos europeus acerca da sua concordância, ou não, com a existência de um horário de verão e um horário de inverno, e sobre uma possível alteração.

Depois de apuradas as respostas abrir-se-iam duas alternativas: ou se manteria o horário de verão, ou se daria aos países a hipótese de escolher o próprio horário.

 

Entre os argumentos analisados pela Comissão Europeia, para pôr um ponto final na mudança da hora, está o facto desta mudança ter efeitos negativos para a saúde. 

Pergunto eu: e não havendo mudança, não haverá também efeitos negativos na saúde? Fica a questão...

 

 

Voltando à consulta pública, poderia ser uma consulta séria, rigorosa e bem organizada, mas a Comissão Europeia decidiu brincar aos inquéritos, como fazem os estudantes nos seus tempos de escola, e pegar apenas numa pequena amostra de população europeia, com determinados requisitos obrigatórios, para efectuar o seu estudo, e que serviria para representar a opinião de todos os europeus.

 

 

Assim, foi feita uma consulta pública online, que esteve em aberto até 16 de agosto passado, e na qual participaram apenas 4,6 milhões de europeus.

 

Para quem não sabe, a União Europeia tem cerca de 508 milhões de habitantes, tendo a terceira maior população do mundo.

Destes 508 milhões, apenas 4,6 milhões responderam, sendo que cerca de 3 milhões de participantes eram alemães. E, dessas 4,6 milhões de respostas, apuraram que 84% delas concordavam com o fim da mudança da hora. 

 

No entanto, a Comissão Europeia fez, dessa maioria de respostas a favor do fim da mudança da hora, de uma minoria de europeus que se manifestaram, a maioria que conta como opinião da maioria dos 508 milhões de habitantes e, assim, decidiu avançar com a proposta para acabar de vez com esta mudança.

 

 

Na minha opinião, quem for analisar esta proposta deve ter em conta que este estudo/ inquérito não pode ser considerado válido, porque não representa, de todo, a opinião de todos os europeus. Antes, pelo contrário, apenas daqueles que tiveram conhecimento, vontade, tempo e meios para participar.

 

 

Em segundo lugar, embora todos os países estejam ligados pelo facto de pertencerem à União Europeia e, como tal, terem que seguir um conjunto de normas e directivas comuns, bem como haver necessidades, a nível económico e financeiro, que justifiquem a uniformização do horário, a minha opinião vai muito ao encontro das palavras de Manuel Carvalho da Silva, coordenador do Centro para os Estudos Sociais da Universidade de Coimbra "Do ponto de vista do interesse das pessoas, e para proteção da sua saúde e manutenção de hábitos e aspetos culturais, é muito mais lógico que cada país tenha uma hora mais próxima da realidade do fuso horário em que está inserido"

 

Os argumentos apresentados para apoio ao fim da mudança da hora são tão fracos que, tenho a certeza, são facilmente rebatidos com outros de sentido contrário, como a questão da saúde, da poupança da energia e por aí fora. São as chamadas "desculpas esfarrapadas" para justificar interesses que nada têm a ver com o bem estar dos europeus.

 

 

Mais uma vez, no meu caso concreto, estou tão habituada a esta mudança que a encaro com naturalidade e não me afecta por aí além. Não vejo qualquer vantagem no fim dessa mudança, pelo contrário.

Aliás, se a decisão de acabar com o fim da mudança da hora avançar, das duas, uma: ou vai ser ainda mais complicado para nós, habituar-mo-nos ao novo horário tendo em conta os nossos hábitos escolares, laborais e pessoais, com as óbvias consequências na nossa saúde, bem estar, e até produtividade (ninguém estará no seu máximo a trabalhar ou estudar boa parte do tempo ainda de noite), ou terão que ser implementados novos hábitos para os cidadãos, que se adaptem à nova realidade (começar as aulas ou o trabalho mais tarde, e sair mais tarde, sem poder aproveitar a luz solar para outras actividades, por exemplo), e que implicarão um longo processo de habituação, que nada de positivo trará a curto prazo.

 

Por isso, se, depois de consultada a opinião de todos (e por todos entende-se os 508 milhões de europeus), a maioria preferir o fim da mudança da hora é, em seguida, necessário, um estudo aprofundado e devidamente fundamentado, de todas as implicações positivas e negativas, e do real impacto que tal provocará em cada um dos países em particular.

 

Porque, se há países que preferem manter o horário de inverno, outros haverá que preferem ficar permanentemente com o horário de verão.

 

E porque o facto de pertencermos todos a um mesmo grupo, não significa que não possamos ter a nossa própria identidade e características próprias.