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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Suspeitos", de Lesley Pearse

 

 

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"Suspeitos" é o mais recente livro de uma das minhas autoras favoritas.

No entanto, por várias vezes, tive de me certificar de que não estava enganada, e que a história era mesmo dela.

Porque, verdade seja dita, quando começamos a ler vários livros que, na sua maioria, andam sempre à volta do mesmo, desejamos uma mudança, ou surpresa. Mas, depois, quando a autora foge à norma, estranhamos.

 

Não terá sido a primeira vez que o fez mas, confesso, desiludiu-me um bocadinho.

Acho que houve um exagero na descrição inicial das personagens, sobretudo em termos físicos, que era desnecessária.

Depois, compreendo que a ideia era haver vários suspeitos, mas tantas personagens, a determinado momento, confundem-se. Valeu o esquema logo nas primeiras páginas.

 

O final também não foi surpreendente. Pelo contrário, foi previsível, e sem grandes reviravoltas.

Embora compreenda a mensagem que a autora quis passar, deveria, por isso mesmo, ter aprofundado mais a questão, o contexto, a personalidade e a convivência entre essas personagens. 

Tendo em conta o habitual número de páginas dos seus livros, umas páginas a mais neste, bem aproveitadas, não enfadariam ninguém.

 

 

Sinopse:

"Cuidado com o que desejas…
Nina e Conrad Best estão nas nuvens com a sua nova casa, a primeira que compram juntos. Sentem-se preparados para começar uma nova fase das suas vidas e Willow Close parece ser o lugar perfeito. Mas rapidamente percebem que algo está errado. No dia em que se mudam, encontram um grupo de vizinhos reunidos junto a um cordão policial. Umas das moradoras foi assassinada, o seu corpo encontrado no bosque.
A polícia acredita que alguém viu o assassino, mesmo que inadvertidamente, e decide entrevistar todos os moradores. Mas cada vizinho guarda seus próprios segredos. E todos eles estão longe de ser o que parecem à primeira vista. Coisas estranhas, até mesmo sombrias, acontecem atrás das suas portas fechadas…
Nina e Conrad pensavam ter realizado um sonho.
Estarão perante um pesadelo?"

"O Hospital de Alfaces", de Pedro Chagas Freitas

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Creio que foi o primeiro livro que li, deste autor.

Fi-lo, porque me andava constantemente a aparecer à frente a publicidade do mesmo.

E por curiosidade. Pelo título. E por alguns comentários ao mesmo.

 

Não é livro para mim.

Percebo a intenção. Compreendo (acho eu) a mensagem. 

Mas não me cativou.

 

São "chavões" a mais, impingidos para reforçar ideias.

Não me transmitiu qualquer emoção, como seria de supor.

Limita-se a debitar acontecimentos, sentimentos e frases, que mais parecem de auto-ajuda, sem conseguir envolver na história.

 

 

Citações do Livro:

 

"Não morres de coração congelado; só ficas mais difícil de derreter."
 
 
"Somos sempre mais complicados que os problemas que inventamos."
 
 
"Encobrimos o que sentimos como quem esconde o lixo debaixo do tapete. Depois tropeçamos nele, fingimos que a culpa foi do tapete."
 
 
"A única maneira de te manteres vivo é aprenderes a ridicularizar o que te mata."
 
 
"Se precisas de te perder para te encontrares, talvez devas começar a andar mais sem mapa."
 
 
 
Sinopse:
 
"A história de três gerações: avô, pai e filho entrelaçam-se em momentos tocantes que nos fazem refletir sobre o efémero da vida e como o amor nos salva em todos os momentos.
Este livro é uma história de amor. A mais bela das histórias de amor.
Aqui há hospitais, é verdade.
Há pais que choram, há mães que esperam, há filhos que resistem.
Acima de tudo, há amor.
Amor como cura, como anestesia, como diagnóstico.
Amor que não cabe nas paredes de um quarto de hospital,
nem nas palavras que tentam explicá-lo.
O Hospital de Alfaces é isso.
Uma história que dói, mas que abraça.
Uma história que sangra, mas que salva.
Uma história para quem já amou ao ponto de se perder.
E que descobriu que, mesmo perdido, ainda é possível continuar."

Para onde terá ido o ânimo?

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Se os últimos dias do ano até foram relativamente pacíficos, tranquilos, diria até, felizes, o mesmo não se pode dizer dos primeiros dias do novo ano.

A verdade é que 2025 começou com muito stress, e muitos nervos.

E, claro, tudo isso se traduziu, em termos físicos, numa total falta de energia, o corpo todo dorido, e o sistema imunitário enfraquecido e desregulado.

Já para não falar da dificuldade em respirar, que não parece querer dar tréguas (e já lá vão quase 5 anos nisto).

 

O ânimo perdeu-se, algures, pelo caminho, e não o tenho conseguido encontrar.

Há, antes, uma certa desilusão, uma certa descrença.

Poderia culpar o inverno.

Ou o mês de Janeiro.

Poderia dizer que é da falta de sol e calor.

 

Mas é, talvez, e apenas, o facto de estar sobrecarregada com mil coisas ao mesmo tempo.

A resolver problemas que nem sequer são meus, mas que não posso delegar em mais ninguém. 

A acudir aqui e ali, porque não sei dizer que não (embora já tenha começado a pôr em prática).

A lidar, e recuperar, de alguns sustos inesperados que, felizmente, não passaram disso.

E a digerir uma espécie de decepção que, acredito, pode vir a condicionar, ou inviabilizar definitivamente, um eventual futuro.

 

Sinto-me como se uma força invisível me estivesse a prender, literal e metaforicamente, os movimentos.

E não me permitisse seguir para lado nenhum.

Talvez na tentativa de me vencer pelo cansaço.

Ou na esperança de me dissuadir do que quer que seja.

 

Uma vida em suspenso.

À espera de um "empurrão" que, suspeito, tenho que ganhar força e coragem para, eu mesma, dar.

Quando o ânimo perdido voltar...

 

 

 

 

 

 

 

 

Desilusão

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Todos dizem que a melhor forma de não nos desiludirmos, é não esperarmos muito das pessoas.

Não criar muitas expectativas.

Mas há momentos em que já não se trata disso.

Em que a desilusão já não resulta de qualquer expectativa que pudessemos ter, mas de surpresa, por nos estar a ser mostrado um lado que desconhecíamos. Que diz muito sobre a pessoa que o mostra. E que não gostamos.

 

Não tem de vir, necessariamente, de conflitos, de discussões, de palavras ditas no calor do momento, de atitudes parvas. Pode vir quando não estamos a contar.

Numa simples conversa. 

 

Mas, por vezes, causa mais dano.

Porque não se limita a ferir. Não cicatriza, e deixa marca.

Simplesmente, mata.

Uma parte daquilo que sentimos morre com essa desilusão.

E não volta a ressuscitar...

Músicas que nos tocam: Christmas Lights, dos Coldplay

 

A primeira vez que ouvi esta música estava eu a sair do trabalho, e era a que tocava no momento na rua.

Não a conhecia.

Mas mexeu comigo.

Quando dei por mim, estava com lágrimas nos olhos.

 

Talvez o momento não tenha sido o melhor: tinha acabado de saber que o pai de um amigo do meu marido tinha falecido.

E isso fez-me solidarizar-me com ele, porque acabámos por passar por situações semelhantes e, inevitavelmente, as lágrimas eram por ele, que tinha acabado de perder o pai, e por mim, que perdi a minha mãe.

 

No entanto, hoje voltei a ouvi-la.

E voltou a tocar-me.

Definitivamente, é uma música que me comove.

 

Que me transmite nostalgia, saudade, desilusão mas, ao mesmo tempo, esperança.

Que me deixa triste mas, ao mesmo tempo, me faz sorrir.

É difícil de explicar.

 

Mas não o são todas as músicas que nos atingem o coração?!