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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Já Te Disse Que Me Fazes Falta?

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Depois de Já Te Disse Que Te Amo e de Já Te Disse Que Preciso de Ti, chega o terceiro e último livro da colecção, da autora Estelle Maskame.

 

No final do último livro, e depois de tudo parecer encaminhar-se para um final tempestuoso, mas feliz, Tyler acaba por ir embora, com a promessa de, um dia, voltar, deixando Eden entregue a si mesma, e a lidar com a confusão que ambos causaram, e com todas as consequências que daí resultaram.

 

Foram vários os meses sem notícias, sem respostas às mensagens, com chamadas ignoradas.

Foram vários meses de rejeição por parte do pai, do meio irmão Jamie, de amigos e de todos, em geral.

Foram vários meses de choro, de raiva, de dúvidas, de incertezas.

 

Hoje, Eden não suporta ver casais felizes, nem nada que esteja relacionado com amor. Hoje, Eden não quer ouvir falar de Tyler, nem tão pouco vê-lo à sua frente, algo que não acredita que aconteça, de qualquer forma.

 

Até ao dia em que ele volta, e ela se vê frente a frente com a pessoa que nos últimos meses passou a odiar.

Ali está ele, como se tivesse apenas ido passar uns dias fora e estivesse de volta, com um sorriso na cara, que depressa desaparece quando se depara com a reacção de Eden.

 

Por onde andou Tyler todo este tempo? O que fez? Como é agora a sua vida? Porque razão deixou Eden sem qualquer explicação durante todos aqueles meses, e volta agora?

Eden diz-lhe que já não o ama, que já desistiu dele há muito tempo, que nada resta e é tarde demais. Que não o quer ver. Será verdade?

 

Mas a sua madrasta, decidida a tentar resolver todos os problemas pendentes que afectam a sua família, desde que os dois largaram a bomba e a fizeram explodir, organiza um fim de semana em família, para finalmente conversarem e entenderem-se.

 

No entanto, as coisas não estão a correr bem para ninguém.

Eden ouve palavras duras do pai, e fica com a certeza de que ele a odeia, e nunca haverá uma relação de pai e filha entre eles.

Tyler não consegue convencer o padrasto de que as coisas mudaram, nem tão pouco ver o seu pedido de desculpas aceite.

Jamie não suporta nenhum dos dois - Eden e Tyler - e parece mesmo sentir nojo deles.

E Ella começa a desesperar, no meio de uma batalha entre os próprios filhos, a enteada e o seu marido. Ella tem a sua opinião, e apoia incondicionalmente o filho, mesmo que as suas atitudes não sejam aquelas que o marido gostaria.

 

Esta parte da história, tal como a primeira, acaba por explorar muito a vertente psicológica das várias personagens.

Porque reagem da forma que reagem, o que está por detrás dessas atitudes, o que nunca foi dito e que agora vem à tona.

 

Se tivesse que resumir este livro numa palavra, seria "perdão". 

É um livro sobre perdoar aqueles que nos magoaram, e perdoarmo-nos a nós próprios, pelos erros cometidos.

 

De encontrar um sentido para a nossa vida, de ter um objectivo traçado, de agir por nós, e não pelos outros.

De darmos, a nós e aos outros, uma nova oportunidade de fazer as coisas certas, de forma certa, com maturidade, com certezas, com confiança.

De deixar de recear a opinião dos outros, e preocuparmo-nos mais com o que realmente desejamos.

De tornarmos aquele lugar onde nos sentimos bem, o nosso lar.

 

 

Confesso que fiquei surpreendida por tudo o que fui descobrindo. Depois de tudo, algumas revelações provocam mesmo uma espécie de choque, e levam tempo a compreender e aceitar.

 

De toda a história, destaco a frase "Às vezes, as pessoas têm que ser egoístas. Às vezes, as pessoas têm de se pôr em primeiro lugar."

Mesmo que os outros não compreendam.

 

Se isto significa que Eden e Tyler ficam juntos, ou se seguem, definitivamente, cada um o seu caminho, só o saberão quando lerem a história! 

 

 

 

 

Pessoas em situação de carência não são menos que as outras

 

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Aqui em Mafra temos uma associação ou projecto de apoio social, que recebe donativos de vestuário, têxteis para o lar, acessórios e calçado, artigos para bebé, electrodomésticos, mobiliário, brinquedos e material didáctico, material informático (em estado de reutilização), produtos de higiene e limpeza, e bens alimentares, que se destinam aos residentes do concelho de Mafra, em situação de carência ou vulnerabilidade social.

O horário de funcionamento, não é muito flexível, nem alargado pelo que, normalmente, quando as pessoas vão ou vêm do trabalho, ou aos fins de semana e feriados, está fechada.

De qualquer forma, isso não é impedimento para ser solidário porque, mesmo estando a porta fechada, a entrada tem uns degraus e um espaço até à porta, onde podemos deixar lá as doações.

Assim fiz, no passado fim de semana, como é costume, mas fiquei indignada com o que vi: estavam meia dúzia de peças de roupa, simplesmente, espalhadas no degrau junto à porta. Como se fosse lixo.

Será que, à custa dos sacos serem pagos, a pessoa não quis desperdiçar um para colocar as roupas dentro? Será que não havia uma caixa onde pudesse ter posto a roupa? 

E, provavelmente, as pessoas que fazem isso são aquelas que mais exigem quando se trata da sua própria roupa. Mas, como é para os pobres, para os necessitados, para os coitadinhos que, como nada têm, qualquer coisa lhes serve, já não há problema em despejar a roupa no chão.

Pois as pessoas que, infelizmente, precisam e se vêm nessa situação não são menos que as outras. Podem não ter dinheiro, mas ainda têm dignidade. E o mínimo que merecem é respeito. Não são animais a quem qualquer trapo serve. 

Se querem doar, doem! Mas de igual para igual! Não de má vontade e com desprezo por quem não escolheu estar nessa situação, e tendo sempre em mente que um dia, quem sabe, podemos ser nós no mesmo lugar. E tenham o bom senso de, pelo menos, colocar os bens doados num saco, numa caixa, ou qualquer outra solução que os proteja, para que continuem a chegar em bom estado às mãos daqueles que irão utilizar!