À Conversa com Diana Martinez & The Crib
Diana Martinez tem mostrado como se faz com os hits That’s Just How We Do It, Reverie e Put Your Love In Me (feat. The Black Mamba).
Agora, anuncia o álbum de estreia e as primeiras datas de apresentação ao vivo.
"How We Do It", uma edição da Primeira Linha com o apoio da Sony Music Entertainment, chegou às lojas a 10 de março, dia em que foi apresentado ao vivo, em Braga.
A este concerto seguem-se outros: no dia 30, no Cineteatro Alba em Albergaria-a-Velha, e logo depois na Casa da Música, no Porto, a 6 de abril, e no C.C. Olga Cadaval, em Sintra, no dia 16 de junho.
Para nos falar um pouco mais sobre este projecto e o primeiro álbum, tenho hoje à conversa a Diana Martinez, a quem desde já agradeço pela disponibilidade!
Aqui fica a entrevista:
Quem é Diana Martinez & The Crib?
A Diana Martínez é uma vocalista e compositora que nasceu com a música nos genes.
Apaixonada pelo R&B e as grandes canções pop, faz-se acompanhar neste primeiro projeto de originais de uma Crew experiente e talentosa. The Crib é essa equipa, mas também o mote, a filosofia que move o projeto: o nascimento da Diana como artista.
Como tem sido o teu percurso musical, desde o berço, que culminou com a formação Diana Martinez & The Crib, e deu origem a este primeiro trabalho?
Digamos que nasci com destino marcado para a música, mas o caminho foi-se fazendo pela estrada nacional e não pela autoestrada.
Quero dizer com isto que experimentei muito antes de saber que queria fazer o que estou a fazer agora; passei pelo Conservatório, pelas bandas de garagem, depois pelo Jazz, trabalhei como vocalista de apoio e até considerei deixar a música para segundo plano.
Finalmente com o João André algo encaixou, encontrámos a fórmula para juntar as qualidades dos dois em torno a um objetivo comum. A partir daí (2013, 2014) o meu percurso tem sido consistente e mais célere.
Quais são as tuas principais referências a nível musical?
Faço questão de mencionar em primeiro lugar os meus pais: eles, também músicos e talentosíssimos, mostraram-me este mundo incrível.
Nunca me censuraram discos, artistas, estilos... cresci a ouvir tudo e aprendi a trazer coisas diferentes para casa também.
Especificamente absorvi muito da cultura pop anglo-saxónica: as divas Mariah e Whitney, os grandes George Michael e Prince; mas ouvi muito hardrock e heavy metal dos anos 89/90, bem como MPB e jazz fusão, e música clássica.
Na adolescência descobri que era o R&B e o HipHop que me movia; então sem dúvida Alicia Keys, Justin Timberlake, Pharrell Williams, Beyoncé. E depois Jill Scott, Erykah Badu, D'Angelo...
O álbum “How We Do It” chegou no dia 10 às lojas. Como foi todo o trabalho de produção?
Foi praticamente um "Admirável Mundo Novo" para mim.
Eu já tinha trabalhado em estúdio para outros artistas e projetos, mas nunca para o meu próprio. A diferença é que sou eu agora quem segura as rédeas, quem toma as decisões, e isso foi uma adaptação que exigiu muito de mim.
Os momentos mais fixes são ver as canções a tornarem-se maiores do que eu. Os mais desafiantes foram reconhecer as minhas fraquezas, ter que dar o braço a torcer e tentar ver coisas que eu simplesmente não via.
Mas tive o privilégio de estar sempre, sempre com o meu produtor, João André, um veterano e um artista or seu próprio mérito há muitos anos.
Como definirias o estilo musical presente neste primeiro álbum?
Este é um álbum assumidamente R&B. Tem influências de muitas fases do R&B, desde as harmonias mais 90s, até ao spokenword e a sonoridade super eletrónica que o caracteriza atualmente.
Todos os temas do álbum são em inglês?
Sim. É a minha primeira língua musical! Sei que pode parecer estranho para muitas pessoas, mas de certeza que para outras faz todo o sentido. A minha geração cresceu a saber inglês quase por instinto, tal foi a injeção cultural que levámos. Por isso é o que faz mais sentido para este disco de estreia.
Que mensagem pretendes transmitir através das músicas que compõem este álbum?
Nunca idealizei nenhuma mensagem grandiosa enquanto compunha as canções que estão no disco...
Mas há pequenas e variadas mensagens um pouco por todo o disco; mensagens de ousadia e liberdade de expressão, mensagens que remetem para a esfera familiar, que traduzem algumas dores que passei ao crescer, mensagens que relembram de curtir a vida, de nos apaixonarmos loucamente por pessoas e por causas. Porque são estas as mensagens que eu própria recebo do mundo.
Que feedback tens recebido por parte do público?
Creio estar a ser muito bem recebida, tendo em conta que canto em inglês e que sou mesmo uma artista "nova na praça", como se costuma dizer. Sinto um carinho tremendo, uma curiosidade genuína do público e uma vontade de absorver a música que lhes damos. Parece-me que as pessoas respeitam imenso o facto de eu cantar ao vivo tal como está na gravação, sem playback. Isso vale logo o seu voto de confiança.
Dia 10 começou também a apresentação do álbum ao vivo, havendo já vários outros concertos agendados. Quais são as tuas expectativas relativamente a estes concertos?
Naturalmente espero ter muito público! Gosto muito da ideia de fazer alguns concertos mais intimistas, pois permite-me mais tempo com o público e mais proximidade. Como eu canto em inglês, gosto de vez em quando de contextualizar os ouvintes em relação ao que vão ouvir.
O disco conta com colaborações de André Tentúgal e Pedro Tatanka, entre outros. Como foi trabalhar com estes artistas?
O André tem-me acompanhado desde o início, realizou o meu primeiro vídeo, para a That's Just How We Do It, e é dele a maior parte das fotos oficiais de Diana Martinez & The Crib e que figuram no disco.
Quando o conheci, senti-me intimidada porque ele é uma tripla ameaça, um criativo gigante, com um gosto impecável.
Hoje tenho-lhe um carinho enorme, a We Are The Ones aproximou-nos muito, não só como artistas, mas como indivíduos que até podem vir de mundos diferentes, mas tem muitos pontos essenciais em comum.Curiosamente, vivemos na mesma rua!
Do Tatanka eu era fã há muitos anos, bem antes de conhecer o pessoal da minha agência, a Primeira Linha, que acabou por adotar também The Black Mamba e o Pedro.
Para mim ele é o melhor vocalista português que eu já ouvi; ouvi-lo, vê-lo atuar é tomar uma dose fortíssima da melhor droga do mundo.
Cantar com ele foi uma grande lição e um grande privilégio para mim, e sinto-me a mais sortuda por poder construir esta carreira com a ajuda dele.
Se pudesses escolher um artista/ banda português(esa) para dividir o palco contigo, quem seria?
Bom... A escolha mais lógica para mim seria Orelha Negra, porque quando eles apareceram eu fiquei aliviada por haver músicos aqui com a mesma paixão pela música urbana que eu. Seria um sonho dar voz aos sons deles. Também gosto muito do trabalho dos Karetus.
E se te fosse dada oportunidade de partilhar o palco com um artista internacional, sobre quem recairia a tua escolha?
Mmm, difícil! Por um lado acho que iria querer que fosse uma partiha irreverente, o que implica talvez excluir as minhas maiores influências sob o risco de não trazer nada de novo... Por outro, dava tudo para partilhar o palco com um Robert Glasper, um Mark Ronson ou um Bruno Mars.
Que objetivos gostarias de ver realizados ao longo de 2017?
Quero muito que este disco e os próximos singles ressoem nas pessoas. Eu tenho imenso orgulho nos The Crib e na nossa música, mas só faz sentido perseguir este sonho se houver um propósito exterior a mim e a nós. Estou ansiosa por percorrer o nosso país, conhecer novas cidades, adotar mais público, conhecer mais músicos e artistas. Num um futuro menos imediato gostava de compor um hino.
Muito obrigada, Diana!
Deixo-vos aqui um dos temas da Diana, para que possam conhecer um pouco mais a sua música:
Nota: Esta conversa teve o apoio da Agência PRIMEIRA LINHA (João Fernandes), que estabeleceu a ponte entre a artista e este cantinho, e a quem desde já agradeço.