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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"O Feitiço", na Netflix

Spellbound | Netflix Media Center 

 

"O Feitiço" é uma dos poucos filmes de animação que aborda o tema da separação ou divórcio de um casal, e a forma como a relação entre um casal afecta toda a dinâmica familiar, nomeadamente, os filhos.

 

Nesta história, Ellian vê os seus pais transformados em monstros, após um feitiço que lhes foi lançado. Na verdade, foram os próprios a proporcionar esse feitiço, sem o saber. 

O casal, outrora apaixonado e cúmplice começou, com o passar do tempo, a não se entender. A discutir, por tudo, e por nada.

O amor, a compreensão e a amizade deram lugar à irritação, à intolerância, à raiva. 

E esses sentimentos negativos atraíram para si forças obscuras que os transformaram em monstros.

 

Agora, Ellian, sabendo que não pode, por muito mais tempo, aguentar esta situação, e mantê-la em segredo, tenta, de todas as formas, recuperar os seus pais, e a vida como era antes, com os três juntos.

Só que, quando os pais se apercebem do que originou toda a situação, compreendem que nada poderá voltar a ser como antes, o que fará com que, desta vez, seja Ellian a correr o risco de, também ela, se transformar num monstro.

 

Porque Ellian atingiu o seu limite.

Pensando que os pais nunca pensam em como ela se sente, que só se preocupam consigo mesmos.

Acreditando que os pais não a amam.

E que se sacrificou, e tentou de tudo, em vão.

Cabe aos pais mostrar-lhe que, independentemente de tudo, o amor que sentem por ela é o mais importante.

 

A lição do filme é a de que, ainda que um casal se separe, os filhos continuarão a ser amados por ambos.

Sim, a rotina e a dinâmica familiar mudam. Mas isso não tem que, obrigatoriamente, ser mau.

Se houver um esforço conjunto, criar-se-ão novas dinâmicas, e os filhos sairão resguardados e protegidos por ambos.

E, muitas vezes, é preferível uma separação, mantendo a humanidade, do que viver a vida toda juntos, como "monstros", ignorando que há pessoas, por quem são responsáveis, a sofrer as consequências dos actos dos pais.

 

Para mim, o ponto mais negativo deste filme é, sem dúvida, o excesso de música cantada pelas várias personagens.

Era desnecessária. 

Poderiam ter perdido menos tempo em cantorias, e passar mais depressa à acção em si.

A música principal, e mais bonita de todas - The Way It Was Before, de Lauren Spencer-Smith, seria suficiente para fazer o filme brilhar, e passar a mensagem.

 

 

"Os Traidores"

(inovador mas...)

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Quando li sobre o novo programa da SIC, pensei: "ora aí está uma aposta diferente, e que pode vingar"!

Fazendo lembrar o célebre jogo "Among Us", onde existem vários jogadores sendo que, a maioria, são tripulantes e, depois, há um ou mais impostores que devem ser descobertos e eliminados do jogo (O objetivo dos tripulantes é identificar os impostores e/ou completar as tarefas ao redor do mapa, enquanto o objetivo dos impostores é eliminar os tripulantes. Os jogadores suspeitos são eliminados através de uma votação, que é iniciada quando uma reunião de emergência é chamada ou quando um cadáver é reportado. Os tripulantes vencem caso todos os Impostores sejam eliminados ou se todas as tarefas forem completadas. Já os impostores vencem caso estejam em número igualitário ao dos tripulantes.), fiquei na expectativa para ver como se ia desenrolar este programa.

Neste caso, com fiéis e traidores. E várias provas, em grupo, para superar, e aumentar o prémio final.

 

A escolha da apresentadora foi certeira.

O casting de concorrentes foi bem escolhido.

A ideia do jogo era promissora.

Mas...

 

A verdade é que lhe falta qualquer coisa.

E não está a chegar, pelo menos a mim, como eu esperaria.

Não está a cativar.

Atrevo-me, até, a dizer que está a ser secante.

 

Não terá a ver com o facto de ser gravado previamente, porque já houve programas do género, que prendiam.

Penso que falta dinâmica ao jogo. Que estará a ser mal aproveitado.

Ontem, ao ver o segundo episódio, percebi que quase todo o programa foi assente em conversas entre concorrentes, teorias sobre quem serão os traidores, escolha sobre quem querem eliminar.

Apesar de ser interessante vê-los, maioritariamente, dar tiros ao lado (provavelmente seria o meu caso, se não soubesse), chegou um ponto em que já comecei a andar para a frente, para ver quando começava a acção.

E, depois, lá se viu 5 minutos de uma prova que, também ela, não entusiasmou.

 

Gosto do conceito das expulsões sem subterfúgios, sem manipulações (à partida).

Não concordo com a expulsão de alguém por escolha dos traidores.

Deveria ser uma decisão de todos, como fazem na mesa redonda.

E penso que deveriam dar mais tempo a todos, para mostrarem ao que vieram, antes de uma primeira expulsão.

É certo que eles são muitos, o programa conta apenas com 10 episódios e, por isso, há que eliminá-los.

Mas perde uma parte do suspense.

 

Portanto, se em dia de estreia "Os Traidores" chamaram a atenção do público, já nesta segunda semana, houve uma quebra, compreensível.

E suspeito que, ou o programa começa a mostrar mais provas, mais acção, e mais dinânica, ou arrisca-se a perder, a cada domingo, mais espectadores.

 

 

"Olha por Mim", na SIC

Olha Por Mim estreou e liderou no confronto direto com TVI

 

A sério, SIC?

Não podiam ter continuado com o "Estamos Aqui"? 

Tinham que nos "presentear" com este programa deprimente e tão parvo, que não convence ninguém?

 

No sábado, tinha eu acabado de ver uma série, quando me deparo com este programa. Já estava a mudar para outro lado mas o meu marido e a minha filha queriam ver, então, lá deixei ficar, e vi com eles.

Que o programa seja útil para que se descubram pessoas que não se vêem há anos porque, de alguma forma, acabaram por perder o contacto, ainda compreendo. A televisão tem outros meios que o cidadão comum não tem, e consegue fazer verdadeiros milagres, em nome das audiências.

 

Mas no caso de pessoas que estejam chateadas uma com a outra, em que tenha havido zangas, problemas, afastamento intencional, alguém acredita que basta irem a um programa de televisão para tudo ficar resolvido?

Eu não!

Das duas uma: ou aceitam participar, e percebe-se que é só pelos 5 minutos de fama ou, se realmente se quiserem entender, fazem-no fora das câmaras, sem se expôr.

 

Partindo do princípio que não existe um guião pré definido, e que as coisas aconteceram naturalmente, mostraram primeiro um pai a querer voltar a ter contacto com o seu filho, sendo que este não se mostrou receptivo em dar essa oportunidade. Não sei qual foi o motivo que o levou a rejeitar a participação mas, se fosse comigo, eu não aceitaria.

Soa a falso, a hipócrita. Se há situações para resolver, resolvem-se entre as partes envolvidas, sem necessidade de ir para a televisão.

 

Depois, a própria dinâmica da experiência, não abona muito a favor do programa.

Percebo a ideia do olhar, mas o tempo que ali ficamos a ver a olharem um para o outro, é excessivo. Dá vontade de mudar de canal, ou fazer uma pausa até estarem autorizados a falar um com o outro.

E, mais uma vez, a etapa seguinte não faz sentido. Se as pessoas aceitaram participar, e chegaram até à fase do olhar, parece-me lógico que, independentemente do que possa resultar desse encontro, irão querer falar um com o outro, logo, aquela retirada para pensar se querem voltar para a mesma sala, ou ficar por ali, é estúpida.

 

Apesar de já há muito utrapassado, gostava muito mais de ver o velhinho "Ponto de Encontro"!

 

Respondendo à pergunta da SIC:

“Pode um olhar entre duas pessoas que se afastaram, voltar a uni-las? 

O que une não é o olhar, é o que as pessoas realmente sentem. O olhar, quanto muito, deixa esses sentimentos transparecerem. Ou não...

Mas já que querem dar tanto ênfase ao olhar, que tal mudar o nome para "Olha Para Mim"?

Porque, basicamente, é isso que os participantes vão lá fazer - olhar um para o outro, e não um pelo outro.