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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Se não formos nós a gerir as nossas contas, quem o fará?

Como gerir o dinheiro | #EstudoemCasa@

 

No outro dia fui aos correios e, na área de atendimento do Banco CTT, estava um cliente que chegou ali a "matar"!

Estava a reclamar, com a funcionária, que o Banco lhe tinha tirado dinheiro indevidamente, e que tinha passado vergonha nas compras, por não ter podido pagar.

Que ainda no dia anterior tinha consultado o saldo, e tinha dinheiro na conta.

A funcionária, com toda a calma do mundo, explicou que ia ver o que se passava.

E que, se por acaso fosse algum erro do banco, iriam resolver a questão.

 

Ao consultar os movimentos, confirmou que o dito cliente estava com saldo negativo.

Verificou também que o mesmo se devia, para além de outras despesas, ao débito de dois valores, correspondentes a serviço de UBER, no valor de vinte e poucos euros cada um, que tinha sido feito naquele dia.

E ele afirmava que não tinha usado UBER naquele dia. Ao que a funcionária voltou a explicar que, provavelmente, usou antes, mas a empresa só descontou agora.

Então, já reclamava do banco, e da UBER! Que nunca mais usava os serviços. Que era uma estupidez. 

 

Voltou à carga, contra a funcionária, dizendo que, de qualquer forma, não fazia sentido, porque no dia anterior tinha feito o pagamento do ginásio, e ainda tinha ficado com bastante dinheiro na conta.

A funcionária explicou que esse valor do ginásio ainda não aparecia no extrato, pelo que ainda não tinha sido descontado, o que queria dizer que ainda iria ficar com mais saldo negativo.

E novamente reclamou do ginásio. Que ia pedir satisfações, porque não tinham descontado o valor.

 

Basicamente, era a funcionária a explicar-lhe tudo com paciência, e ele a atropelá-la, e a pedir-lhe para deixá-lo falar.

Que estava a contar com esse dinheiro para comprar comida, e agora como ia fazer.

E eu a pensar:

Então, mas ele não faz contas?

Não controla a conta?

Não sabe que ainda estão valores por descontar?

 

Eu sei que muitas vezes as lojas, estabelecimentos, serviços, não descontam na hora os valores que pagamos mas, caramba, se não formos nós a gerir as nossas contas, quem o fará?

Se sabemos que esses valores ainda não saíram da conta, e irão sair a qualquer momento, é óbvio que não podemos contar com esse dinheiro!

Que culpa têm os outros?

 

Erro a erro enche o hipermercado os bolsos

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Ou não.

Se os conseguirmos detectar, e evitar!

 

E eu até nem sou muito de conferir os talões. 

Saio muitas vezes prejudicada por isso mas, no meio da correria das compras e coisas ainda por fazer, não tenho paciência para estar ali a conferir item por item, de uma lista enorme.

 

Ontem fui às compras.

Tinha dois packs de garrafas de água. 

Um passou normalmente.

O outro, não estava a dar. Tinha passado só como 1 garrafa de água.

A funcionária pediu-me novamente um dos packs para voltar a passar.

Paguei. E ia já a sair quando me deu para olhar para o talão.

 

O que a funcionária fez foi registar um pack como tal, ao preço do pack e o outro, como não deu, registou como garrafas individuais, ao preço de cada uma, mais caro.

Ou seja, paguei valores diferentes, por dois packs exactamente iguais.

Voltei atrás, e fui falar com a funcionária.

Ela confirmou que tinha registado assim porque o pack não estava a passar e, se eu quisesse reclamar, teria que falar com a colega na caixa central.

 

Assim fiz.

E a funcionária acabou a levar na cabeça da chefe, algo que se poderia ter evitado.

Bastava ter chamado alguém no momento do atendimento, para a ajudar. Anular a garrafa individual e registar o pack que passou 2 vezes.

Não o fez.

 

Devolveram-me a diferença, e pediram desculpa pelo erro.

Não era nada de especial.

Diria até que nem justificaria reclamar pelo valor em causa.

 

Mas cada erro que perdoamos, cada valor que não reclamamos, é dinheiro que o hipermercado encaixa. 

Por isso, e porque não gostei da falta de atitude da funcionária em resolver o problema, como se aquela fosse a única solução, e desse no mesmo, levaram comigo.

Não vale tudo por jogo... ou será que vale?

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Em qualquer jogo, como na vida, existem regras.

E, ainda que essas não sejam infringidas, há que saber estar.

 

Um jogo é um jogo e, como tal, sendo o objectivo ganhá-lo, cada um usa a estratégia que melhor lhe servir, para chegar à vitória.

Essa estratégia poderá ser individual, a pares, ou em grupo, ainda que só um acabe por sair vencedor.

Também na vida, usamos as ferramentas que estão ao nosso alcance, e ajudamos, ou somos ajudados, a conquistar os nossos objectivos.

Em ambos se elaboram planos, se tentam alcançar metas.

Em ambos  - jogo e vida real - temos, por vezes, meio mundo contra nós. Temos obstáculos. Temos barreiras.

Em ambos nos sentimos mais fortes, em determinados momentos, e vamos abaixo, noutros.

Mas em nenhum deles deveria haver agressões, seja elas físicas ou verbais, desrespeito, atitudes infantis e vingativas. 

Em nenhum deles deveria haver uma vitória, "espezinhado" os outros.

 

Quando se trata de reality shows, nomeadamente, o Big Brother, há sempre várias hipóteses: ou a pessoa está em personagem, ou encara o jogo como aquilo que é, um jogo, e vai delineando a sua estratégia que poderá passar por alternar entre si próprio e personagem, ou não, ou a pessoa assume, como muitos concorrentes fazem, que são eles próprios, e que mostram aquilo que são.

A julgar por esta actual edição, e se aquelas pessoas estão a mostrar aquilo que são, estão a mostrar que vale tudo por jogo.

Que o jogo está acima das "amizades", das relações, dos sentimentos.

Que o jogo está acima da imagem que possam passar cá para fora, e que as prejudica mais do que ajuda.

Que vale insultar, massacrar, humilhar, armar-se, viver em clima de constante guerra, desrespeitar, por dinheiro

E que vale, ao mesmo tempo, por vingança, acabar com o prémio pelo qual estão a lutar, deixando de fazer sentido continuar lá a fazer o que quer que seja.

 

Quando as pessoas começam a ficar perdidas, sem rumo, sem argumentos, sem nada que justifique as suas acções, então, se calhar, é melhor para para pensar no que está a fazer.

Ainda é ela própria? Ainda está em personagem?

Onde acaba uma, e começa a outra?

 

O que não se percebe, também, é aqueles concorrentes que se afirmam genuínos e, depois, a cada gesto irreflectido que fazem, que depois traz consequências, mostrarem-se arrependidos, e afirmar que não são aquela pessoa, que não são assim. Então, em que ficamos? São, ou não são? Ou é conforme convém?

Gosto de jogo limpo. Jogo sujo, nem tanto. 

 

E depois, há aqueles que apelam para que as pessoas que os criticam tenham alguma consciência do que dizem, e do que acusam, porque por vezes fazem críticas de mau gosto e acusações graves.

Pois eu diria para os mesmos, e para quem os defende, que essa consciência deve começar por quem tem as acções.

E que parece não medir, pesar, perceber o impacto e as repercussões que as mesmas podem ter, para si, e para quem os rodeia.

Será que compensa queimarmo-nos, por jogo e dinheiro?

 

Squid Game: a série de que toda a gente fala!

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Nos últimos tempos, não se fala de outra coisa senão nesta série da Netflix!

Do que tenho lido, só comentários positivos.

Há até quem acredite que será um sucesso ainda maior que La Casa de Papel.

 

A mim, não me inspirou muito quando vi o trailer.

A minha filha já viu. O meu marido começou a ver. 

Tinha a ideia de ser uma série de terror. Ao meu marido, só o ouvia rir, e até lhe perguntei se era uma comédia!

Acabei por ver o resto do primeiro episódio. E assistimos ao segundo.

Não sei se era por estar com sono, cansada, ou se é mesmo da série, mas achei que lhe faltava acção. Que estava a ser muito parada.

Entretanto, a acção vai aumentando, mas nem por isso a considero uma série fenomenal, como a têm pintado até aqui.

 

No fundo, o que se retira de Squid Game é:

- quando as pessoas não têm nada a perder, arriscam tudo, até a própria vida

- vale tudo por dinheiro

- num jogo onde só um pode vencer, depressa os amigos se tornam inimigos

- os que têm o poder na mão, tornam as pessoas meros peões no seu jogo

- pode-se medir o grau de desespero quando, perante a hipótese de liberdade, as pessoas voltam a querer jogar, independentemente das consequências

- há quem se divirta à custa de mortes gratuitas, sofrimento, miséria dos outros

 

Ainda assim, porque nem todas as pessoas são iguais, haja quem ainda se preocupe com os demais. Quem ponha os companheiros acima de um prémio. Quem arrisque a vida, para salvar a dos outros.

Quem pouco tem, mas ainda tenta dar esse pouco aos outros. Quem não se deixa comprar. Quem se mantém fiel à sua humildade e simplicidade, apesar de tudo o que passou.

 

 

O Caminho da Felicidade, de Teresa Caetano

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Felicidade…

Algo que sentimos, que nos faz bem, que não sabemos bem definir, e não fazemos a mínima ideia onde encontrar.

Seria tão mais fácil se pudéssemos chegar ali ao mercado e pedir uns quilos de felicidade, como quem compra alimento quando tem fome, ou um medicamento quando está doente.

Mas não…

Algo tão precioso não poderia ser alcançado assim.

É preciso merecê-la, lutar por ela, tentar encontrá-la ou, simplesmente, estar aberto e disponível para a reconhecer, para a receber, para tirar o máximo partido dela.

 

O problema é que nem todos a vêem da mesma forma, com os mesmos olhos, pela mesma perspectiva.

E o que é a felicidade para uns, nem sempre o é para outros.

 

Eu acredito que é por as pessoas procurarem tanto e de forma tão “cega” aquele ideal de felicidade que construíram, aquela “forma” que imaginaram que, simplesmente, a felicidade pode estar mesmo ali à frente delas, e não a distinguirem naquele momento.

A felicidade é tida como algo tão grandioso e gigantesco, que se torna difícil acreditar que ela possa estar ali, em coisas tão pequenas e, aparentemente, insignificantes.

 

 

Para mim, não existe um caminho único para a felicidade.

Existem vários, uns maiores, outros mais pequenos, uns mais importantes, outros secundários, uns mais rectos, outros mais sinuosos, uns mais rápidos, outros mais demorados, que vamos percorrendo ao longo da vida, e que, juntos, complementando-se, nos levam lá, onde queremos estar, ao que queremos alcançar.

 

E custa ver as pessoas abdicarem de percorrer alguns desses caminhos, por considerarem que bastaria um deles, para chegar à felicidade com que sempre sonharam.

Ainda que, no momento, acreditem nisso, só mais tarde poderão perceber o quão enganadas estavam.

E, mais tarde, pode ser tarde demais…

 

 

Em "O Caminho da Felicidade", são-nos dadas três perspectivas diferentes do que seria o ideal de felicidade, de cada uma daquelas pessoas: a do amor, a da saúde e a do dinheiro.

Logo por aqui, a questão lógica seria "mas não se pode juntar as três"?

Por vezes é possível, outras nem tanto.

E, nesta história, Alice, Madalena e Luís fizeram as suas escolhas.

 

A que melhor compreendo e, provavelmente, quereria para mim, seria a da Alice. Penso que acaba por representar a vida dos meus pais, a forma como me criaram a mim e ao meu irmão. Nunca tivemos muito, mas nunca nos faltou nada, sobretudo, amor.

 

Já a Madalena, irritou-me profundamente. Apesar de tudo pelo que passou, ela não tinha que fazer daquilo que aconteceu com os outros, ou no passado, uma regra sem excepção para o presente. É que ela tinha ali a felicidade mesmo escarrapachada à sua frente, mas a teimosia, a crença "cega" de que apenas a saúde importava, fê-la perder a oportunidade de agarrar a felicidade, de a deixar fugir, e ser apanhada por outra.

De que adianta uma vida saudável, se for vivida sozinha. De que adianta ajudar tanta gente, se não se ajudar a si própria?

 

O Luís, fez a escolha mais lógica, tendo em conta o mundo em que cresceu. Afinal, é suposto o dinheiro comprar tudo. E, sejamos honestos, o dinheiro em si pode não ser sinónimo de felicidade e saúde, mas que ajuda, de diferentes formas, lá isso ajuda. E contribui para uma boa parte da felicidade, quando bem usado.

 

A personagem que mais me cativou foi a Maria.

Maria é uma mulher, filha de pais ricos, da chamada "alta sociedade". Seria de supor que Maria fosse uma mulher fútil, habituada a comprar tudo o que quisesse, habituada a um casamento de fachada, a manter a imagem da família perfeita.

Mas Maria é uma mulher que exige muito mais da vida. E que se preocupa com muito mais do que futilidades. Ela vai ser mãe e pai, de um filho que é rejeitado pela própria família por ser diferente, e vai fazer de tudo para proteger e apoiar o filho nas diferentes etapas, dificuldades e superações da sua vida.

 

 

O que mais me emocionou, e me fez derramar umas lágrimas (há algum tempo que um livro não me tocava assim), foi ver como algumas decisões tomadas impediram estas pessoas de ser mais felizes, a forma como ignoraram a chave para a sua felicidade e a deitaram fora, muitas vezes por puro orgulho, por teimosia, por não se predisporem a deixá-la entrar, como se não fossem merecedores dela, como se lhes pudesse fazer mais mal que bem.

Foi ver vidas adiadas por décadas e décadas, algumas com uma última oportunidade à sua espera. Outras, desperdiçadas para sempre.

Foi ver como a inflexibilidade, a frieza e a rigidez podem levar, muitas vezes, a que as pessoas fiquem sozinhas.

Como, por vezes, percebem tarde demais que erraram, e já não podem voltar atrás no tempo.

Porque a vida, e a felicidade, não esperam eternamente. 

E, no fundo, apesar de todas as decisões que tomaram, e escolhas que fizeram, acabaram juntos no mesmo sítio, unindo e interligando as suas histórias de vida.

Talvez as coisas tenham um momento certo para acontecer. Talvez tudo aconteça por uma razão. Talvez, por mais voltas que tenham dado, estivessem destinados a encontrar-se ali.

Onde tudo começou. E onde tudo, um dia, acabará.

Até lá, que possam continuar, ou começar, a ser verdadeiramente felizes, no tempo que ainda lhes resta.

 

 

Sinopse

 

"Alice, Madalena e Luís conhecem-se num lar da terceira idade e decidem contar as suas histórias de vida. Cada um deles defende que o caminho para a felicidade tem um objetivo diferente. Alice vive para o amor; Madalena tem como prioridade a saúde; Luís dá mais importância ao dinheiro.

Ao recordarem as suas experiências, entre os vinte e os oitenta anos, acabam por compreender qual o verdadeiro caminho para ser feliz.

Mais do que um turbilhão de emoções, este romance permite uma reflexão sobre as escolhas que fazemos durante a vida.

Qual será o caminho certo para a felicidade?"

 

 

 Autor: Teresa Caetano

Data de publicação: Novembro de 2019

Número de páginas: 305

ISBN: 978-989-52-7009-5

Colecção: Viagens na Ficção

Idioma: PT