À Conversa com Diogo Piçarra
Diogo Piçarra foi o vencedor da 5ª edição do concurso da Sic, Ídolos, no qual participou pela segunda vez (após uma primeira tentativa em 2009), e fez furor com todas as suas interpretações, nomeadamente, uma versão sua do tema do jurado Pedro Abrunhosa - Se Eu Fosse Um Dia O Teu Olhar, iniciativa que Pedro Abrunhosa elogiou e apreciou.
Sucedendo a Sandra Pereira, Filipe Pinto, Sérgio Lucas e Nuno Norte, Diogo Piçarra teve a oportunidade de frequentar um curso de música em Londres, e gravar um disco pela Universal.
Quase três anos depois, a 23 de Março de 2015, lançou "Espelho", o seu álbum de estreia que reflete não só a sua imagem e a sua voz, como também a interioridade que sempre o caracterizou, estando o seu cunho pessoal presente na composição, letra e interpretação das músicas.
O single "Tu e Eu", fez imenso sucesso e esteve, inclusive, presente na banda sonora da telenovela Mar Salgado.
Até agora, Diogo tem mostrado que não é um talento para cair no esquecimento, como a maioria dos participantes deste tipo de concursos televisivos, e que sabe agarrar as oportunidades e utilizá-las da melhor forma, para conseguir concretizar os seus objetivos.
No final de Novembro, o seu álbum de estreia foi reeditado, trazendo consigo um DVD extra, realizado por André Tentúgal, onde poderemos assistir a interpretações acústicas, ao vivo, a fazer lembrar os seus vídeos caseiros que costumava publicar no seu canal do Youtube.
Este DVD extra é composto por 6 temas, entre os quais um inédito - "Meu É Teu", gravado em dueto com a artista revelação Isaura, uma versão de "Por Quem Não Esqueci" dos Sétima Legião, e novas interpretações de temas do disco "Espelho" em formato acústico.
"Tu e Eu" também está presente, com Diogo Piçarra sozinho ao piano, numa interpretação muito emotiva.
Este ano, para além dos concertos no CCB, Em Lisboa, e na Casa da Música, no Porto, Diogo promove também o projecto "Diogo Piçarra em Pessoa" é um projeto criativo de descoberta, reinvenção e reconstrução da obra de Fernando Pessoa e seus heterónimos, destinado a alunos do 7.º ao 12.º anos de escolaridade, que inclui a edição de um livro, a exibição de uma peça de teatro e a adaptação musical de poemas.
É um projeto desenvolvido numa parceria entre Diogo Piçarra e a empresa Betweien, Spinoff da Universidade do Minho, especializada na área da educação, que pode ser apresentado e promovido por escolas públicas e privadas, câmaras municipais, associações ou outras instituições de cariz educativo que trabalhem direta ou indiretamente com o público-alvo a que se destina.
Diogo, “Tu E Eu” estamos hoje aqui para esta “Breve” conversa, onde nos vais mostrar o “Verdadeiro” Diogo, e não aquele que nos mostra o “Falso Espelho”!
Enquanto isso, pedimos um “Café Curto”, e sentamo-nos ali na “Margem”, num cenário “Perfeito” e, apenas por uns instantes, “Longe” do teu público que grita a plenos pulmões “Não te Vou Esquecer”!
Vamos lá ver se “Não Me Perco” no meio de tantas perguntas que gostaria de te fazer mas, se isso acontecer, que eu receba um “Sopro” de inspiração.
Assim sendo, depois de tanta “Volta” que dei aos temas do teu álbum está na hora de irmos ao que, realmente, os leitores do “Marta – O Meu Canto” querem ouvir. Por isso, hoje o “Meu É Teu”, mas só teu, e não do teu irmão gémeo, “Por Quem Não Esqueci”, ou melhor, não esquecerei de perguntar!
Diogo, como foi regressar ao Ídolos após uma primeira participação não muito bem sucedida? Sentes que, de alguma forma, se fez justiça?
Nunca sentirei que há justiça em concursos televisivos, até porque não acho que tenha sido o melhor concorrente, ou melhor, não há melhores concorrentes. Cada qual tem o seu estilo, personalidade e maneira de cantar. Tive foi muita sorte de Portugal ter simpatizado e gostado da minha voz, e nesse aspecto creio que a minha postura mais adulta e descontraída me ajudou, ao contrário da primeira participação.
Um dos prémios que ganhaste nessa altura foi uma bolsa de estudo na London Music School, em Londres, que é uma das mais prestigiadas escolas de música do Mundo. Como foi essa experiência?
Ir estudar em Londres, e ainda por cima algo que nunca tinha aprofundado (música), foi o melhor prémio que poderia ter recebido. Apaixonei-me pela cidade, aprendi piano, aprofundei os meus conhecimentos de produção, tive as melhores notas do curso, assisti a inúmeros concertos, enfim, suguei ao máximo o que aquela experiência me tinha para dar.
Apesar de, algumas vezes, a tua originalidade, e forma muito própria de interpretar os temas, não ser bem aceite pelos jurados, mantiveste sempre a tua identidade e postura. Consideras que é algo essencial e que, de certa forma, te distingue dos demais?
Pode ser algo bom, pois se der certo a responsabilidade é totalmente do artista, e o seu rumo é coerente e sincero. Mas por vezes essa atitude pode ser vista como arrogância, e hoje vejo que poderia ter dado o braço a torcer em alguns momentos e arrisquei demasiado. Enfim, é importante mantermo-nos fiéis ao que somos, mas às vezes é bom ouvir os outros.
Em 2012 venceste a 5ª edição do Ídolos. Este ano, escreveste a música “Chama por Mim” para o vencedor da 6ª edição, João Couto. Foi uma música criada para o vencedor, independentemente de quem fosse o escolhido, ou especificamente para o João Couto?
O convite surgiu por parte da minha editora, quase como um desafio para escrever a música do meu sucessor ao título de "Ídolo de Portugal". Tinha apenas dois dias para o fazer, aceitei de imediato e assim que cheguei a casa agarrei-me ao piano para ver o que saia e numa noite consegui escrever o tema.
Já alguém te perguntou se eras tu que cantavas essa música?
Já, muita gente. Já houve pessoas que abordaram os meus pais para dizer que gostam muito de me ouvir cantar a música nova "Chama Por Mim" que está na novela da SIC "Coração d'Ouro".
Porquê a escolha de “Espelho” para título do teu primeiro álbum? Porque ele é, acima de tudo, o teu reflexo?
A ideia surgiu enquanto eu e o meu irmão editávamos a capa, e ao rever os temas que faziam parte do disco, a música "Falso Espelho" chamou-nos a atenção e inspirou-nos para um nome que era sem dúvida o reflexo do nosso trabalho durante estes anos todos.
Em Novembro, o teu álbum foi reeditado, trazendo também um DVD com algumas atuações ao vivo. Conta-nos um pouco sobre como foi gravar esse DVD.
Uma experiência única, um dia sem dúvida para recordar. Para além de estar num sítio lindíssimo, contei também com a presença de inúmeros fãs que ajudaram a dar ainda mais magia. Transformar as minhas músicas e fazer arranjos para os violinos também me deu um enorme gozo, e no final de contas, ter um DVD também é mais um sonho tornado realidade!
E para quando um novo trabalho?
Neste momento estou a lançar um livro que se intitula de "Diogo Piçarra Em Pessoa", um projecto realizado em conjunto com a Betweien, que tem como objectivo incentivar ao estudo e leitura de Fernando Pessoa. Este livro é composto por 20 poemas do autor e 20 interpretações minhas, e, claro, também tive de criar os meus próprios heterónimos. Para além disso, terão à disposição páginas em branco para poderem criar os vossos heterónimos e escrever os vossos poemas e interpretações.
Onde vamos poder ouvir o Diogo Piçarra em 2016?
As próximas datas mais recentes são dia 10 de Março no CCB (Lisboa), 12 de Março no Theatro Circo (Braga) e 13 de Março na Casa da Música (Porto), para além destas estou a fechar muitas mais data para o Verão e prometo grandes palcos em 2016.
Diogo, muito obrigada pela tua participação nesta rubrica, e que continues a ter muito sucesso na tua carreira!
Obrigado eu Marta, desejo-te muita sorte na tua vida e no trabalho! :)
Mais informações sobre Diogo Piçarra em:
https://www.facebook.com/diogopicarra
Esta conversa teve o apoio da Universal Music Portugal que estabeleceu a ponte entre o Diogo Piçarra e este cantinho.