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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

"Mãe de Aluguer", na Netflix

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Também conhecida como "Laços Maternos", esta é uma série sobre maternidade.

Em todos os seus sentidos, mostrando o que de melhor, e de pior, há, quando falamos de mães (e pais) e filhos, ou de avós e netos, sejam eles de sangue, ou de criação.

É uma história de amor, em todas as suas vertentes. Amor de amigos, amor de família, amor de irmãos.

E de perdão. Porque todos cometemos erros. Mas, de igual forma, todos podemos tentar corrigi-los. Tornarmo-nos pessoas melhores. Aprender com eles.

 

Quando percebi que a série tinha 24 episódios pensei: "Não dá, é muito!"

Gosto de séries pequenas. 

Ainda assim, estava com muita curiosidade, e após ver o primeiro episódio, soube que a iria ver até ao fim.

 

Yeni é uma mulher indígena que, juntamente com o seu pai, deixaram a sua terra natal à procura de uma vida melhor.

Têm, como amigos, Cuca e a neta, Sónia, que são como família.

Carlos e Júlia são um casal que desespera por ter filhos, sendo que Júlia não consegue engravidar. Então, apostam todas as fichas no último embrião, contratando uma barriga de aluguer.

Só que Júlia não a escolheu da forma que seria de esperar.

Aproveitando-se da pobreza e dificuldades de Yeni, e ainda piorando a situação, simulando um rapto no qual o pai de Yeni acaba por tirar a arma ao raptor e disparar contra ele, Júlia força Yeni a ser mãe de aluguer, em troca de tirar o seu pai da prisão.

O que Júlia não contava, era que o seu marido se apaixonasse por Yeni.

No dia do parto, Yeni dá à luz gémeos.

A menina, saudável, é entregue aos pais - Júlia e Carlos. Já o menino, é rejeitado por Nora, mãe de Carlos, por ter nascido com pé torto congénito, sendo abandonado, junto com Yeni, num banco de jardim.

 

 

 

A partir daí, começa tudo.

Dois irmãos separados.

Quem é a verdadeira mãe.

Quais as consequências de serem criados em ambientes familiares e condições diferentes.

E sem saberem da existência um do outro.

Após a rejeição, Yeni decide criar o menino, e será "obrigada" a esconder-se para impedir que o pior aconteça a ambos, constantemente em perigo e ameaçados.

 

Mas há muitos esquemas, muitas armadilhas, muita corrupção, e muitos interesses em jogo, engendrados por Elena e a sua família, que provocam danos irreparáveis não só a Yeni, como a um grupo de mulheres que se sujeitou ao tratamento da sua farmacêutica.

Muito sofrimento, muita chantagem, e muitas mortes.

 

Passada no México, "Mãe de Aluguer" aborda temas como a discriminação racial, em que as mulheres indígenas (e todo o povo indígena em geral), nomeadamente, as totonacas, como é o caso da personagem principal, são vistas como inferiores, meras empregadas, sem quaisquer direitos, nem mesmo a nível de saúde.

E de quem, gente poderosa, é capaz de se aproveitar, dadas as dificuldades que enfrentam nas suas vidas, para conseguir os seus intentos, sem olhar a meios, para atingir os fins.

 

Mas também nos dá a conhecer as tradições e cultura do povo Totonaca, como a dança dos "Voladores", as cerimónias fúnebres, ou os rituais para apresentação de um bebé, uma espécie de batizado.

 

"Mãe de Aluguer" acompanha Yeni, e todas as restantes personagens, desde o nascimento dos gémeos, até à sua adolescência, momento em que toda a verdade vem à tona, e muda o rumo daquelas vidas.

 

É uma história sobre justiça, ainda que não da forma, e no tempo, em que gostaríamos.

Mas mais vale tarde que nunca.

 

Fala de solidão, da falta de amor, de atenção, de presença.

De prioridades, muitas vezes, invertidas, distorcidas.

De querer agradar, ser aceite, numa constante competição sem sentido.

 

E mostra-nos que os laços que criamos, e a família que escolhemos ter, são o mais importante.

São a nossa rede de apoio.

Que nunca nos deixa cair.

Que está sempre lá.

Ainda que já não esteja cá...

 

 

 

 

 

 

Vacinados versus Não Vacinados

As divisões nas denominações pentecostais parecem estar no gerúndio

 

"Trabalhadores da RTP defendem que não vacinados não devem utilizar espaços coletivos."
"... ninguém que tenha recusado vacinar-se pode impor a sua presença em espaços fechados a colegas que se vacinaram, para proteção própria e para proteção alheia."

 

Não venho aqui defender nenhum dos lados.

Sou uma "não vacinada" assumida. 

O meu marido é um "vacinado".

Cada um foi livre de tomar a sua decisão. E respeitamo-la.

Não digo que não venha a levar a vacina. Mas gostaria que fosse por iniciativa própria, sem "chantagens", "discriminações", "imposições". Pelo real motivo para o qual foi criada.

 

Adiante.

Como referi, respeito tanto quem foi vacinado, como quem não o foi.

E, sempre que vejo a necessidade de apresentar um certificado de vacinação, para poder fazer uma vida normal ou, pior ainda, notícias como esta que li hoje, sobre os trabalhadores da RTP, que querem fazer uma divisão entre vacinados e não vacinados, para protecção, não consigo deixar de me irritar com tamanha estupidez.

Porque, se me falarem de um teste negativo, ainda compreendo, porque é uma informação mais actual e, aparentemente, mais indicadora de que não haverá contágio.

Mas certificado de vacinação?!

 

Qual foi a parte que eu não percebi?

- A vacina não evita que a pessoa vacinada contraia o vírus, mas também não a impede de contagiar os outros, portanto, o risco de contágio funciona nos dois sentidos.

- Em caso de contágio, é a pessoa não vacinada que, por sua conta e vontade, mais risco corre, por os sintomas se manifestarem mais severos.

 

Será que, agora, os vacinados são "seres superiores", que não se misturam com a "ralé" não vacinada?

 

 

Ser bom aluno é quase tão bom, e tão mau, como ser rico!

wschmitz [licensed for non-commercial use only] / Características de um bom  aluno

 

Nunca sabes se os colegas se aproximam de ti porque gostam da tua pessoa, ou por interesse, porque querem copiar, ou que lhes faças os trabalhos

 

Tal como os ricos, que as pessoas identificam pelo dinheiro, propriedades, carros e tudo o mais que tenha, também o bom aluno é mais conhecido pelas notas, apelidado de crânio, sem conhecerem realmente a pessoa em si

 

Um bom aluno, aos olhos dos comuns da turma, nem sempre é visto com bons olhos, e aceite, por  considerarem, muitas vezes injustamente, que se acha melhor e mais inteligente que os outros, da mesma forma que se considera que os ricos estão num outro patamar e não se misturam com a classe média

 

Tal como os ricos que, apesar do dinheiro que têm podem ainda assim, não conhecer a felicidade, nem sempre ser bom aluno faz, desse aluno, uma pessoa feliz

 

Até mesmo os professores fazem questão de diferenciar, na forma de tratamento, tal como muita gente o faz com pessoas endinheiradas

 

E ambos acabam por se sentir, em alguns momentos, isolados.

 

"Amor com Data Marcada", na Netflix

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Quem disse que a vida de uma mulher solteira e sem namorado, é uma vida triste e amargurada?

Quem disse que estar só é sinónimo de vergonha? De exclusão?

Quem disse que a vida, para ser plenamente vivida, tem que ser a dois?

Quem disse que a felicidade de uma mulher depende, em grande parte, de uma relação amorosa?

 

Será mesmo assim, ou é uma ideia errada, formulada por aqueles para quem é inconcebível uma mulher estar bem e sentir-se bem consigo mesma e, logo, com todos à sua volta, sem precisar de um homem para o conseguir?

 

Uma coisa é certa:

A vida, os sentimentos, os momentos, tudo aquilo que experienciamos, ganham outra cor e outro sentido, quando partilhados.

Por isso, não raras vezes, as pessoas sozinhas não se sentem mesmo felizes. Não se sentem bem por não ter uma relação. Mas outras haverá a quem um parceiro não lhes faz falta, porque têm todo um outro tipo de suporte humano e familiar à sua volta.

No entanto, isso é algo difícil de compreender por quem não pensa da mesma forma.

 

E, embora, as mulheres sejam mais massacradas que os homens, também há muito boa gente a censurar um homem solteiro, sem qualquer intenção de manter relacionamentos sérios.

A pressão existe para ambos. Sobretudo da família, e dos amigos. Ainda que não seja exercida directamente.

A diferença, é que as mulheres são vistas como fracassadas, como as encalhadas, a vergonha da família, as “tias”.

Já os homens, podem ser eternos solteirões, mas não ganham uma conotação tão negativa.

 

Assim, para evitar essa pressão e sentimento de “não pertença” ao clube dos comprometidos, que incomodam os demais, que Sloane e Jackson fazem um pacto, de ser o par um do outro nos feriados e datas festivas que, habitualmente, “obrigam” à exibição de um parceiro do sexo oposto, calando assim as más línguas e acabando com o incómodo que a falta de um companheiro causava.

 

A ausência de compromisso, por comum acordo, gera uma cumplicidade e um à vontade muito maior, e eles acabam por se divertir e viver inúmeras peripécias juntos, de forma descontraída.

 

Até ao dia em que se dá o “click”.

O dia em que percebem que se estão a apaixonar um pelo outro, mas não querem admitir, dar o braço a torcer, e preferem fugir, daquilo que está a sentir, sobretudo Sloane, com receio de voltar a sofrer.

E, muitas vezes, o receio é nosso inimigo, fazendo-nos deitar tudo a perder, quando tínhamos tanto a ganhar.

Conseguirá Sloane perceber isso a tempo?

Get Even, na Netflix

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O que une quatro adolescentes que, à partida, não são amigas, nem aparentam ter qualquer afinidade entre elas?

Uma causa comum: acabar com as injustiças num mundo e, particularmente, numa escola, onde estas são a realidade, e a norma.

O grupo é então baptizado de DGM (Don’t Get Mad), já que o lema é “we don’t get mad, we get even”, ou seja, “nós não ficamos irritadas, nós vingamo-nos”.

 

E é isso que vão fazer, a todos aqueles que, de alguma forma, foram injustos, ou agiram de forma maldosa ou vergonhosa. Só que, logo no início, as coisas complicam-se, um adolescente e colega de escola morre, e o grupo é o principal suspeito.

 

Esta é uma série que foi buscar ideias a Control Z, Elite e até PLL, mas muito inferior a qualquer uma delas.

Valem os episódios curtos, de cerca de 25 minutos cada um, e um total de 10 episódios, que se acompanham bem mas que, em nenhum momento, nos tiram o fôlego, criam muito suspense, ou nos deixam boquiabertos com o final.

 

Esquecendo a parte do crime e da vingança, há outros conteúdos que se podem destacar e que, apesar de não muito aprofundados, contribuem com alguns pontos para a série.

 

Bree

É a minha personagem favorita. Filha de pais ausentes, com uma mãe que a abandonou e ao marido, e um pai que passa mais tempo a trabalhar do que em casa Bree tenta, à sua maneira, chamar a atenção do pai para a falta que a sua presença e o seu apoio fazem na sua vida.

Infelizmente, o pai parece não perceber o que está a acontecer, limitando-se a livrar a filha de problemas, e deixar-lhe dinheiro em cima da bancada, sem conseguir ter uma única conversa com ela.

Até porque, dada a ausência e falta de orientação, o pai não tem qualquer moral para condenar o que quer que seja e, a cada “pedido de socorro” atirado pela filha, ele ignora e cala-se.

 

Kitty

Kitty acha que tem que ser boa em tudo.

Mas veio para uma escola em que ser-se bom não significa conquistar aquilo que é merecido.

Outros valores (ou falta deles) falam mais alto.

Por receio que os pais fiquem decepcionados consigo, ao não ter sido escolhida para capitã da equipa de futebol, Kitty mente-lhes, até criar uma situação em que acabará por se tornar ela capitã.

Por culpa, após ter deixado a sua amiga numa noite de festa sozinha com um rapaz, por querer, ela própria, sair com outro, Kitty vai fazer de tudo para se vingar de quem fez mal à sua amiga.

Por necessidade de conseguir uma bolsa de estudos, Kitty quase não vive, dedicada que está aos estudos e aos treinos, mas o seu objectivo está cada vez longe de se concretizar.

 

Olívia

Olívia é a adolescente de classe média, que perdeu o pai há uns anos e vive com a mãe, que trabalha para poder pagar as contas e dar uma vida decente à filha.

As propinas da escola que frequenta são pagas pela avó, mas quem a transformou aos poucos na menina bonita e rica, foi Amber.

Ambas têm namorados. E ambas têm problemas com os quais não conseguem lidar.

Amber acha que o dinheiro compra tudo, até a amizade e o amor, e que quem vier a pertencer ao seu círculo restrito tem que ser como ela.

Olívia vai demorar a perceber que Amber é uma pessoa mesquinha, fútil, maldosa, e que não quer isso para si.

E é assim que se vai aproximando de Bree, Kitty e Margot.

 

Margot

É a nerd do grupo, com dificuldades em socializar e fazer amizades.

Prefere isolar-se no seu espaço até porque, das poucas vezes em que ousou achar que poderia ser diferente, acabou por ser traída e gozada.

Mas, a determinado momento, alguém lhe vai dar a força necessária para lutar contra os seus medos, e contra quem a quer rebaixar.

E o amor vai mesmo bater-lhe à porta.