Quando as pessoas não têm opinião própria
Hoje em dia, quase toda a gente tem uma opinião a dar, qualquer que seja o assunto.
Umas mais informadas ou fundamentadas que outras, é certo. Mas as pessoas gostam de mostrar o seu ponto de vista e, se em muitos casos, nem sequer lhes é pedido, ou não serve para nada, noutros, as opiniões são bem vindas.
Não vem mal ao mundo em partilhar e trocar opiniões, e até pode ser enriquecedor, ou gerar boas conversas e debates.
Mas, para isso, é preciso que as pessoas apresentem aquela que é, de facto, a sua opinião.
E o que se vê, por vezes, é que as pessoas nem sempre têm opinião e, como tal, vão atrás das opiniões alheias, consoante a sua conveniência. Hoje, até são da mesma opinião que fulano x mas, amanhã, se for preciso, já são da opinião de fulano y que, por acaso, até é contrária à do x!
Ou, pior, mudam de opinião sem qualquer critério, só porque sim. Porque é melhor ir atrás da maioria. Ou porque é mais cool ser do contra.
São opiniões que, na prática, não valem nada porque, na verdade, as pessoas que as pronunciam não têm sequer uma opinião formada.
Já em relação àqueles que, realmente, mostram a sua opinião, esta acaba por gerar, muitas vezes, em vez de discussões saudáveis, verdadeiros pesadelos para quem as pronuncia.
Porque quem está do lado de lá, nem sempre está preparado para ouvir opiniões contrárias à sua. E, a única forma de evitar dissabores, é manter-se calado, ou concordar com os outros.
Por isso, para quem está no lugar do ouvinte diria que há que respeitar todas as opiniões, ainda que contrárias à sua. Se fosse para todos pensarmos da mesma forma, e termos o mesmo ponto de vista, tinham-nos feito robots, e programavam-nos para tal.
Para quem está no lugar de opinante, que dê a sua opinião, se de facto tiver alguma, ou mantenha-se calado, se não a tiver, em vez de estar a roubar as dos outros.