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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Ainda sobre as praxes, e a tragédia do Meco

 

Integração dos caloiros? Ou degradação da juventude actual, nomeadamente dos senhores praxantes?

 

 

Desde que surgiu a possibilidade de a tragédia do Meco ter sido originada por praxes, que não se fala de outra coisa. São inúmeras as notícias, os posts, os comentários e opiniões que se expressam, e se fazem ouvir sobre o tema. Este, será apenas mais um, mas não podia deixar de falar sobre ele.

Antes de mais, sou totalmente contra qualquer tipo de praxe.

Ah e tal, mas nem todas as praxes são iguais. Pode até ser. Acredito que haja excepções, como em tudo na vida. Duas pessoas diferentes em locais diferentes, podem ter experiências diferentes, ter sido tratadas de maneiras diferentes. Até num mesmo local isso pode acontecer. E é sobre essa experiência que falam. 

Mas as praxes, como as conhecemos, caracterizadas por demostração de poder dos veteranos sobre os caloiros, por humilhação, maus tratos físicos e psicológicos, por bullying, por brincadeiras parvas sem sentido que em nada ajudam os novos alunos a se integrar, incutindo-lhes apenas medo, levando-os a isolarem-se ainda mais e, muitas vezes, a faltar às aulas, essas sempre houveram, e continuarão a haver. Por mais legislação, controlo ou proibições que hajam. Porque quem não faz às claras, faz às escondidas. Quem não faz dentro, faz fora. 

Esta tragédia do Meco, como se não tivessem havido outras mais ao longo dos anos, pode ter servido para trazer novamente o tema das praxes para a praça pública, para nos obrigar a relembrar que nem tudo está a funcionar como deveria, e que há muitas coisas que se passam nas universidades que nem sequer temos conhecimento. Afinal, como diz o ditado, "quem vai no convento é que sabe o que vai lá dentro". 

Pode até contribuir, dada a mediatização do momento, para os ditos veteranos andarem mais calminhos, mais discretos, menos severos. Até mesmo para, em alguns casos, as praxes cessarem temporariamente. Mas acabarem de vez, duvido muito.

E por muito que digam que quem não quer ser praxado, não é, não acredito. Podem até recusar uma praxe, mas pode sair pior a emenda que o soneto. E quem estuda, muitas vezes longe de casa, num sítio onde não conhece ninguém, precisa de se sentir minimamente integrado, confiante, confortável, concentrado nos estudos, motivado. Não receoso, ameaçado, humilhado, oprimido, com vontade de desistir.

 

Relativamente aos estudantes da Lusófona, tenho algumas dúvidas se foram vítimas de praxe. 

A mim parece-me que pertenciam todos à comissão de praxes, que combinaram passar o fim de semana fora, e que se envolveram, de mútuo acordo, num qualquer ritual que terminou da pior forma possível. Custa-me acreditar que uma única pessoa dominasse outras seis, e que estas, estando a ser realmente praxadas, em vez de se revoltarem e agirem contra uma só, se deixassem mandar.

O que se passou realmente, ninguém sabe. E a pessoa que o poderá esclarecer, provavelmente, não falará.

Mas, se se concluir que o "dux", único sobrevivente e acusado de ter provocado a morte dos colegas, ameaçou, de alguma forma, seis colegas ou as suas famílias, obrigando-os a ir passar um fim de semana fora, que todas as acções que foram realizadas por eles e observadas por vizinhos, foram realizadas sob ameaça, que os seis colegas foram obrigados, sabe-se lá como, a ir para a praia e aproximarem-se da zona de rebentação e que, só e apenas por terem sido obrigados e ameaçados, acabaram por morrer, então acredito que tenha sido uma praxe.

Até lá, não me parece ser o caso... 

 

 

Praxei duas aranhas!

 

Deixei uma caixa, com a comida que a Tica não já não queria, no degrau do lado de fora, à porta de casa. Quando  fui buscá-la, a comida tinha desaparecido, mas estavam lá duas aranhas castanhas bem gordas!

Para início de praxe, pu-las a andar de carrocel: dei uns pontapés na caixa que a fizeram rodopiar.

A maior saltou para fora e foi esmagada por uma bota. A outra divertiu-se mais uns segundos, até que um looping a atirou ao chão, tendo o mesmo fim que a amiga.

Aqui em casa sou eu o "dux" e esta foi a forma de as integrar no meu meio!

 

P.S.: A cena vista ao vivo era mesmo para rir. Se eu fosse uma mulher destemida, tinha pegado na caixa, sacudido as aranhas e ido à minha vida. Mas como tenho pavor de aranhas, chegar perto da caixa estava fora de questão. Assim, andei aos chutos na caixa pelo quintal fora, à espera que se virasse e as aranhas saisse, para as matar, não fossem elas querer entrar lá em casa!