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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Uma ida ao hospital...

... e uma imensa vontade de não voltar a pôr lá os pés!

Consulta médica | Luiz Carlos Marques Cardoso

 

Ontem foi dia de consulta de Nefrologia do meu pai.

Chegados ao hospital, perguntámos a um vigilante onde ficava essa especialidade. Calculei que fosse no mesmo bloco dos internamentos, mas queríamos confirmar. Com maus modos, mandou-nos para a recepção central. Mais à frente, perguntámos a um outro vigilante, mais simpático, que nos disse que estávamos no lado oposto, e que teríamos que dar a volta a todo o hospital.

Não havia volta a dar, só entradas para estacionamento, pelo que voltámos ao mesmo sítio, e ao mesmo vigilante, que então disse ao meu marido para ficar na fila para estacionamento.

Eu e o meu pai saímos, e fomos perguntar a um terceiro vigilante, que nos confirmou que era na recepção central. 

Ou seja, andámos ali às voltas sem necessidade.

 

Chegados ao sítio certo, requisitar cadeira de rodas, para evitar que o meu pai tivesse que andar todo aquele percurso.

Na zona das consultas, tirar senha para confirmação.

E aqui tenho que enaltecer a única coisa boa desta ida ao hospital: uma vigilante que, sem necessidade nenhuma, nos disse para tirarmos uma senha prioritária, para ser mais rápido, e nos disse que podíamos (quem não estivesse a confirmar a consulta) entrar para o corredor, onde estava mais calmo, em vez de ali, junto com dezenas de pessoas.

Confirmada a consulta, algum tempo depois da hora, restava esperar pela chamada.

O meu marido aproveitou para almoçar. Eu estava sem fome. Com uma dor de cabeça horrível e constipada. Até parecia mais doente que o meu pai. A máscara também não ajudava.

 

Fomos então chamados. 

Entrei com o meu pai.

O médico fez umas perguntas básicas, tipo consulta de enfermagem, tirou notas do processo clínico de internamento, e mandou-nos à nossa vida!

Pronto, não foi bem assim.

Apenas nos disse que sem análises ou outros exames, não poderia fazer qualquer alteração à medicação, por isso, mantinha-se tudo como estava.

E como também não tínhamos qualquer noção do peso, valores da tensão arterial ou frequência cardíada, também não podia fazer muito.

É caso para dizer "em casa de ferreiro, espeto de pau". 

Então, um hospital não tem uma balança? Não tem um aparelho que meça esses valores?

Ah e tal, ou medem na farmácia, ou compram os aparelhos e fazem-no em casa.

 

O meu pai começou a queixar-se de uma dor.

O médico nem deu hipótese. "Aqui só vamos falar dos rins, o resto não é para aqui."

Disse que o meu pai está muito, demasiado magro - caquexia.

Explicámos que come bem mas, como agora tem tido episódios frequentes de diarreia, acaba por não adiantar muito.

Ah e tal, isso deve ser problema de intestinos, tem que ser com a médica de família.

Voltámos à dor, por insistência minha, uma vez que era mais ou menos na zona dos rins, ainda que possa ser outra coisa.

Ah e tal, isso deve ser líquido nos pulmões, tem que ir a uma urgência e fazer um RX.

 

Mas voltando, então, à única coisa que interessava ao médico - os rins.

Ficámos a saber que o meu pai está no estádio 4, de 5. E que a ideia é manter por ali, porque se passar para o último, é sinal que os rins deixaram de funcionar, e terá que se sujeitar a hemodiálise, ou diálise peritoneal.

No entanto, tudo está dependente da parte cardíaca. 

Ficámos a saber que não pode fazer nada com contraste pela veia. E que, em caso de toma de antibióticos, tem sempre que referir que é insuficiente renal, para ajustar a medicação.

E confirmámos que não pode tomar anti-inflamatórios para as dores. Só pomadas, ou gel.

 

Fora isso, já percebemos que a ideia é andar lá constantemente, seja nesta vigilância, seja a fazer análises e exames.

Ah e tal, tudo o que é passado aqui, é para fazer aqui.

Mas vejam se a médica de família passa credenciais para fazerem na vossa zona. Se não querem estar a vir cá...

Pois, não queremos!

É dispendioso, incómodo, massacrante. Não moramos em Lisboa. 

Já basta ter que ir às consultas.

 

Saímos do hospital. 

Fui comendo pelo caminho.

Passámos pela urgência de Mafra. O médico ainda perguntou se não queríamos ir à urgência do Santa Maria! Estão a ver a piada?! Só se fosse para passar lá dois dias.

Mesmo assim, aqui em Mafra, no Centro de Saúde, às 17 horas, já não havia consulta de doença aguda. Fomos à urgência, umas 15 pessoas à frente. 

Desistimos.

 

Hoje, enviei email para o Centro de Saúde, a solicitar uma consulta ao domicílio, e coloquei a questão dos exames/ análises.

Estou à espera de resposta...

E é isto: se dúvidas houvesse de que uma pessoa doente fica ainda mais doente com tudo isto, estão, definitivamente, esclarecidas.

E a vontade de voltar a ir a um hospital é quase nenhuma.

 

 

E se acontecesse com os nossos filhos?

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Estreou na Netflix uma série documental sobre Madeleine McCann, intitulada "O Desaparecimento de Madeleine McCann".

 

 

 

 

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No primeiro episódio, explicavam porque é que, entre tantos casos de crianças desaparecidas diariamente, se deu tanta importância a este em específico, a ponto de ter tido impacto a nível mundial, fazendo correr muita tinta pela imprensa fora, e angariando a empatia e solidariedade de tanta gente, pela situação ocorrida: porque era algo com que as pessoas se identificavam, era algo que as pessoas pensavam "podia ter sido com o(a) meu(minha) filho(a)".

 

 

 

 

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E se, de facto, acontecesse com os nossos filhos?

 

E não, não podemos dizer que connosco nunca tal aconteceria, porque nunca iríamos deixar os nossos filhos num quarto, sozinhos, enquanto íamos jantar fora com uns amigos, ainda que fosse relativamente perto, e que lá dessemos um saltinho a cada meia hora.

Porque isso, apesar de errado, foi uma mera circunstância.

 

 

Quem nunca deixou um filho sozinho em casa, poque teve mesmo que sair e era ali perto, e não ia haver mal nenhum?

Quem nunca foi ali "num pé e voltou no outro", a casa de uma vizinha, e até familiar que viva a poucos metros, enquanto a criança estava entretida a brincar, ou dormia?

Quem nunca foi com os filhos às compras, ou qualquer actividade lúdica, e desviou as atenções deles por momentos?

Ou outras situações do género?

 

 

Fomos irresponsáveis por isso?

Talvez... Não o deveríamos, mas há certas coisas que não podemos prever, e nem sequer imaginamos. De qualquer forma, a responsabilidade é nossa, e não nos podemos ilibar dela. Vai acompanhar-nos daí em diante, e massacrar-nos a cada minuto que passa, sem os nossos filhos de volta, e até mesmo depois do regresso, ou da descoberta da verdade, na pior das hipóteses.

 

Se somos culpados?

Partindo do princípio de que se tratou, de facto, de um rapto por terceiros, a culpa é dessas pessoas. Não nossa.

 

 

No caso dos pais da Maddie, eles aparentam uma postura fria, seca, sem emoções que, para além de outras circunstâncias, os tornaram suspeitos de que teriam algo a ver com este desaparecimento.

Se fosse eu, acho que estaria algures entre o desesperada, chorosa, determinada, revoltada, esmagada pelo peso da culpa que, ainda que não fosse minha, sentiria na mesma.

Provavelmente, frustrada com toda a forma como estes casos são tratados pelas autoridades numa fase inicial que é, quase sempre, fundamental e crucial para se conseguir as melhores pistas.

O tempo que leva até que comecem a agir, e considerar que houve, de facto, um desaparecimento suspeito que é preciso investigar, é o tempo que pode levar uma criança desaparecer sem deixar rasto.

Depois, quando começam a dar real importância ao caso, e a investigar a sério, muitas vezes já é tarde demais.

 

 

Em casos como estes, penso que o mais difícil para os pais, é a incerteza, a dúvida, o não saber se o filho está vivo ou morto, se está bem ou em sofrimento, o que fizeram com ele, onde estará? Sobretudo quando se passam tantos anos, como é o caso.

E o porquê? Porquê o nosso filho?

 

 

Relembrando também o caso português do Rui Pedro, penso que estaria mais como a mãe dele, do que como a Kate McCann. Provavelmente, a enlouquecer a cada dia. Mas cada pessoa tem a sua forma muito própria de reagir às adversidades, sem que isso a faça menos sofrida, ou a caracterize como pessoa incapaz de sentir amor pelos filhos, ou dor pela perda.

 

 

No entanto, se no caso Rui Pedro, apesar de não se saber o que aconteceu, parece não haver grandes dúvidas de que os pais nada têm a ver com o seu desaparecimento, no caso Maddie, não consigo deixar de considerar estranhas todas as circustâncias que envolveram o desaparecimento.

Terão vindo de férias a Portugal inocentemente, ou já com algo planeado?

Estará todo o grupo envolvido, e a protegerem-se entre si?

Terão simulado aquelas visitas de vigilância, para terem um álibi ou mostrar um comportamento cuidadoso, apesar da aparente negligência?

Terão inventado avistamentos para induzir as investigações nas pistas erradas, desviando-as do caminho do crime, e ganhando tempo?  

Estarão os pais, de facto, inocentes?

Perguntas para as quais nenhum de nós, algum dia, saberá a resposta...

 

Chefes e funcionários que não o sabem ser

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No mesmo dia, no mesmo local, duas situações que mostraram bem como algumas pessoas estão na profissão errada, e não têm perfil para o cargo que ocupam, ou função que desempenham.

 

 

 

A primeira passou-se entre duas funcionárias, e o contribuinte.

Ao que parece, a pessoa já tinha estado naquele serviço e sido atendida pela funcionária A, minutos antes. Agora, tinha sido chamada ao balcão da funcionária B. A funcionária A, que tinha acabado de voltar, ao ver a colega atender a pessoa, começou logo a reclamar. A reclamar com a colega, porque estava a fazer uma coisa que ela própria já tinha visto e dito que não faziam, e a reclamar com a pessoa em causa, a quem às tantas estava a chamar de mentirosa, e a acusar de enganar, e tentar conseguir o que queria, e que com ela não conseguiu, com outra colega.

A pessoa lá dizia que não tinha mentido. A colega pedia à outra para ter calma, que ainda não tinha feito nada, e que, tal como calhou com ela, poderia ter sido chamada novamente pela funcionária A. Que, por certo, ninguém estava ali a querer enganar ninguém e que, se a pessoa estava ali, tinha pelo menos que ser ouvida, e elas tentar ajudá-la.

E continuou o atendimento, perante a frustração da funcionária A, que não concordou com a atitude da colega. 

Pessoalmente, não gosto da funcionária A. Ou está de trombas, mal educada e arrogante, ou com um sorriso cínico. Poucas são as vezes que está de bom humor, e atende bem alguém. Mas, ainda que tivesse razão (e por vezes, graças a formas de trabalhar diferentes num serviço em que a regra deveria ser única, tentamos er atendidos por quem sabemos que nos coloca menos problemas), não deveria ter chamado a atenção à colega, nem dito aquelas coisas à pessoa que estava a ser atendida, para todos ouvirem.

 

 

Já a segunda situação, deixou-me ainda mais estupefacta. Passou-se entre uma chefe, e os funcionários, também na frente de todos (neste caso, eu, que era das últimas pessoas que ainda lá estava).

A pessoa no balcão ao lado do meu levava vários assuntos para tratar e, já se sabe que, quando assim é, podemos demorar ali horas. Tal como eu que, apesar de levar um só assunto, era complicado e demorou mais que o previsto.

Quando a pessoa ao meu lado finalmente saiu, entrou uma chefe no local, que se virou para o funcionário que tinha atendido a dita pessoa e disse: "demoraste muito tempo a atender a última pessoa, uma hora e meia". Fiquei tão parva com este comentário, que nem percebi se o funcionário lhe deu resposta.

A funcionária que me estava a atender, aproveitou que a chefe estava ali, para expor o problema com o meu assunto mas a chefe, ao invés de prestar atenção, estava descaradamente a ignorá-la, preferindo prestar atenção a outra coisa.

Quando finalmente se dignou prestar atenção à colega, pouco disse para a ajudar. Basicamente, limitou-se a concordar com o que a funionária estava a dizer. Não sei se por não ter apanhado nada, ou por não saber nada do assunto.

E ainda ficou por ali a tomar conta dos funcionários, a vigiar, saindo apenas uns minutos depois.

Acho que estes ditos "chefes" deveriam vir algumas vezes para o serviço de atendimento, para perceber o que os funionários passam com algumas situações, assuntos e contribuintes que atendem, para evitar estas "bocas" desnecessárias sobre o tempo de atendimento.

Ao que parece, mais do que atender bem e resolver os assuntos, o que conta é atender o máximo de senhas, no menor número de tempo, mesmo que não resolvam nada.

E assim se percebe porque, muitas vezes, à mínima coisa, nos despacham!