Partilhar o guarda roupa entre mãe e filha
Se, há uns anos, a minha filha ainda usava botas, com o tempo, as mesmas foram sendo substituídas por ténis.
Enquanto eu usava e, dali a uns tempos, tinha que comprar novas, ela deixou de usar, e foram ficando esquecidas nas caixas debaixo da cama.
Hoje, está tempo de chuva. Tenho roupa clara vestida, mas as únicas botas que tenho são pretas (ainda não renovei o calçado de inverno).
Lembrei-me que, em tempos, vi numa caixa, umas botas dela, castanhas. Ainda estão em condições de usar. Foi só limpá-las. Servem-me, e são confortáveis. Acho que vão ficar para mim.
Aliás, vinha pelo caminho a pensar que hoje estou totalmente reciclada, com coisas que eram da minha filha, que ela já não usa, e despachou para mim.
As calças, cinzentas, estão boas, nem largas, como algumas que tenho, que assim ficaram com o uso, nem demasiado apertadas, que me impeçam os movimentos.
A camisola, que ela adorava na altura em que foi comprada, e com a qual chegou a fazer a sessão fotográfica para o book, há uns anos, é agora passado para ela, mas presente para mim.
E o casaco, que até faz conjunto com a camisola, também me deu, porque não tem intenção de usar mais.
O seu estilo agora é outro. E quem ganha sou eu que, assim, fico com roupa nova sem gastar dinheiro!
Mas não sou só eu que uso as coisas dela.
No outro dia, quis usar um macacão preto que tinha comprado para as duas, mas não tinha sandálias a condizer. Como disse, ela é miúda de ténis. E nem quando a convidei para ir à sapataria comprar sandálias, quis ir.
Por isso, a solução foi usar as minhas, que comprei este verão.
No baile de finalistas do 9º ano, levou um vestido meu, dos meus 20 anos.
Por vezes, lá vai um casaco ou outro.
E, para dormir, já várias vezes me assaltou a gaveta das T-shirts e pijamas. Segundo ela, tenho umas T-shirts giras.
E assim, apesar de não sermos irmãs nem amigas, com a vantagem de termos um corpo muito parecido e calçar números próximos, vamos partilhando o guarda roupa entre nós.