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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Desafio de Escrita do Triptofano #8

A mala de uma mulher: cabe sempre tudo, e nunca se encontra nada!

thumbnail_Desafio de Escrita Triptofano.jpg 

 

Deofrásia vai com a família ao cinema.

Para poupar, coloca dentro da mala uma garrafa de água, umas bolachas e um pacote de leite, caso  tenham fome.

 

À chegada ao estacionamento, depois de tirar o ticket

Bitóles (para a mulher): Toma, mulher. É melhor ficares tu com o bilhete, que eu não tenho bolsos. Olha, e já agora, guarda-me aí a carteira e o telemóvel.

Ninufas (para a mãe): Oh mãe, posso pôr os meus fones na tua mala, para eu não perder?

 

E Deofrásia lá vai pondo tudo dentro da mala, que agora já nem fecha.

Quando acabam de ver o filme, Deofrásia já colocou na mala os bilhetes do cinema, e uns folhetos que lhe deram com a programação da semana seguinte.

 

Entretanto, o telemóvel toca

Deofrásia (tentando encontrá-lo): Raios, não vejo o telemóvel no meio disto tudo. 

E tanto tempo levou que, quando o encontrou, já não foi a tempo de atender a chamada.

 

À saída do shopping

Bitóles: Oh mulher, passa-me aí a carteira, para eu pagar o estacionamento.

Deofrásia (não vendo a carteira onde a tinha posto): Ai, Bitóles, queres ver que a carteira caiu lá no cinema? 

Bitóles: Tu não digas isso, mulher. Tu procura bem.

Deofrásia: É o que estou a fazer. Ah, está aqui. Ufa.

Bitóles: Só falta mesmo o ticket.

Deofrásia (tirando um molho de cartões da bolsa): O ticket, pois... Ora bem... churrasqueira, cabeleireiro, electrista, calendário... Ticket!

 

A caminho de casa, com o sol a bater de frente

Deofrásia (procurando na mala): Ia jurar que tinha aqui os meus óculos de sol.

Bitóles: Então, se os puseste, estão aí!

Deofrásia: Pois, só não sei onde!

Ninufas: Oh mãe, já que estás com a mão na massa, passa-me os fones.

Deofrásia (vasculhando): Mau... carregador... cabo... fones! Olha, e como é que a caixa de óculos veio parar aqui?!

 

Ao aproximar da portagem

Bitóles: Oh mulher, tens aí moedas para a portagem?

Deofrásia: Hum... deixa ver. Aqui nesta carteira não. Mas espera, tenho aqui um porta moedas. Pode ser que tenhas sorte. Afinal não, são só uns botões que guardei aqui. E aqui nesta bolsinha, será que pus algumas? Nada feito. São só umas moedas de escudo, que andava a coleccionar!

Bitóles: Santo Deus. Do que esta mulher se lembra!

 

À chegada a casa

Deofrásia: Olha, vou só ali a casa do meu pai.

Bitóles: E tens a chave?

Deofrásia: Claro. Tenho sempre aqui na mala!

 

À porta de casa do pai, já noite, com pouca luz, procurando a chave

Deofrásia: Mas que raio?! Onde está a chave? Carteira... lenços de papel... outra carteira... agenda... estojo... chaves do trabalho... Querem ver que perdi a chave?

 

Sem conseguir encontrá-la, Deofrásia corre até casa, e já desesperada, depeja todo o conteúdo da mala em cima da mesa.

Deofrásia: Ora vamos lá ver. Um saco... bolsa das pen's... travessão de cabelo... bloco de notas... Olha, a caneta que andava à procura no outro dia! E cá está ela, a maldita chave! 

Ninufas: Credo, mãe! Que confusão que aí vai! Porque é que guardas tanta coisa dentro da mala?

Deofrásia: Filha, a mala de uma mulher é como um armazém - cabe sempre tudo!

Ninufas: Pois, pois... Cá para mim está mais para poço sem fundo! Nunca se encontra nada!

 

 

Texto escrito para o Desafio de Escrita do Triptofano

 

Também participam:

Ana D.

Maria Araújo

Bii Yue

Triptofano

Maria

Bruno

 

 

 

 

 

 

Onde é que eu enfiei o raio dos livros?!

Resultado de imagem para desesperada

 

O problema das pessoas demasiado organizadas é que não gostam de tudo ao molho e fé em deus, e arrumam tudo, para desocupar o espaço que será necessário para algo mais útil.

O problema de ter todos os anos ter montes de livros, cadernos e material para arrumar, é que já não sabemos onde pôr tanta tralha, e temos que inventar.

Lá arrumado fica! O pior é quando temos que descobrir, meses depois, onde é que estão!

 

 

Segunda-feira, depois da primeira aula de Educação Visual, veio a lista de material para casa. Era preciso a capa do ano anterior, até para ver que material lá estava, ou era preciso comprar.

Onde é que estará a capa? - pensei eu.

Comecei por procurar na sala. Nada. Havia uma, mas era mais antiga.

Vi no meu quarto, debaixo da cama. Nada.

Fui ver nas caixas que estão no corredor. Tirei caixa atrás de caixa e mais caixinhas, para não encontrar nada, e ter que pôr tudo no sítio novamente.

Até que fui ver debaixo da cama da minha filha, e lá estava ela!

 

 

Ontem, quando cheguei a casa, a minha filha disse-me que ia precisar do livro de Geografia do 8º ano, para o professor dar uma parte da matéria que alguns alunos não tinham dado o ano passado.

Boa! Onde é que eu terei guardado os livros?

Comecei pelas ditas caixas do corredor. Não encontrei.

Vi na sala. Não encontrei.

Tirei todas as caixas que tinha debaixo da minha cama. Nada.

Revirei todas as caixas que a minha filha tinha no quarto. Nem sinal.

Voltei às caixas do corredor, para ver ao pormenor. Só encontrava coisas do 7º, 6º, 5º e até da primária. Mas nada de oitavo ano.

Não sabia onde mais procurar.

Fomos jantar, mas o meu cérebro continuava a tentar perceber onde teria eu enfiado o raio dos livros, e andava de divisão em divisão, a olhar para todo o lado, à espera de descobrir o tesouro.

 

Uma coisa é certa: eu não dei os livros, não os deitei fora, e a casa não tem buracos. E tinha a certeza que deviam estar por perto.

Exclui a casa de banho e a cozinha. Sobravam dois quartos e uma sala, mas já tinha procurado em todos os sitios possíveis e imaginários.

Fui ao quarto da minha filha ajeitar os cortinados, e só então se fez luz!

 

Quando andámos a dar voltas à roupa que a minha filha não vestia, desocupámos a gaveta da cómoda. Teria lá posto os livros?

Num misto de "descobri a pólvora" e "se não estiverem ali, não sei que mais faça", abri a gaveta e, voilá: todos os livros e cadernos do 8º ano arrumadinhos!

Eu sabia que estavam por perto. Quase me mordiam!

Quem é que se lembra de arrumar livros numa gaveta?!

Aquele momento em que se procura uma coisa...

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...e não se encontra nada!

Hoje tenho consulta de medicina do trabalho. É suposto levar o boletim de vacinas.

Só me lembrei disso hoje de manhã. Vou procurar ao sítio onde era suposto estar, e não encontro nada.

Tenho lá tudo: boletim da grávida (já lá vão 12 anos), cédula do baptizado (já lá vão os mesmos 12 anos), receitas de óculos e lentes de contacto, boletim da criança e o boletim de vacinas da minha filha, e outros papéis, mas o boletim de vacinas, nem vê-lo.

Ao almoço, vou procurar noutro sítio onde poderia estar. Encontro manuais de instruções, postais de natal, mapas, envelopes, o diploma do jardim de infãncia da minha filha, uma caixa com exames e análises feitas há séculos, e outros documentos, mas nada de boletim!

Quando não for preciso, aparece. Hoje, vou ter que ir sem ele. E explicar que, com a arrumação depois das obras de há dois anos (altura em que fui à consulta a última vez), ele evaporou-se!

E, entretanto, se não encontrar essa "agulha no palheiro" que é a quantidade de papéis, documentos e pastas lá de casa, o melhor é mesmo pedir uma 2ª via no Centro de Saúde!

De onde vem a inspiração?

 

A inspiração pode vir de tudo o que nos rodeia, até das coisas mais insignificantes e que podem, muitas vezes, passar despercebidas.

Ela pode vir de uma música, de um filme, de um livro, de uma frase, de uma palavra, de uma atitude, de uma notícia, de um acontecimento, de uma imagem.

Pode estar num simples objecto, numa flor, num animal, num desconhecido, num amigo, num familiar.

Pode vir dos nossos pensamentos, dos nossos sonhos, dos nossos desejos.

Mas nem sempre a conseguimos encontrar. Ela continua presente, mas nós não a vemos.

Há dias assim, em que por mais que queiramos escrever, não nos surge nenhuma ideia, nenhum tema, nada de nada. Sabemos que ainda há muito para escrever, que temos muito mais para escrever e desenvolver, mas falta a peça principal - a chave para desbloquear a nossa escrita - a inspiração.

Onde e como a conseguimos encontrar? Não faço ideia!

Mas sei que, quanto mais a procuramos, menos a encontramos. A maior parte das vezes, o "click" na nossa mente surge quando menos esperamos!

É uma questão de continuarmos a viver o nosso dia a dia com o espírito aberto, e esperar que a nossa mente se ilumine!