Anticorpos

Da mesma forma que o nosso corpo produz anticorpos, como mecanismos de defesa do nosso sistema imunitário, contra vírus e bactérias, ou quaisquer outros agentes invasores que o querem destruir, também nós os criamos, a nível mental e emocional, para nos protegermos daquilo que nos pode fazer mal.
Só que, esses, vão formando camada em cima de camada.
Vão tecendo uma capa que fica cada vez mais resistente.
Que fica cada vez mais dicífil de despir.
Da mesma forma que, por vezes, esses anticorpos acabam por atacar células saudáveis que o nosso corpo identifica, por engano, como nocivas ou uma ameaça, também nós, com a nossa capa e os nossos anticorpos atacamo-nos, muitas vezes, a nós mesmos.
Não distinguimos o que é bom, do que é mau, e protegemo-nos de tudo, atacando tudo.
E, no fim, se calhar, acabamos por ficar doentes, na mesma.
Tudo em nós se ressente, porque nada está a funcionar como deveria.
Porque estamos tão determinados a nos defendermos de tudo e todos, que essa determinação acaba por nos toldar o pensamento, e condicionar a vida.
Não experimentamos as desilusões e as tristezas, mas também não vivemos a alegria, e os momentos felizes.
É aquela velha máxima de "não morremos da doença, morremos da cura"!



