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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Fugir dos "fantasmas", ou enfrentá-los?

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Nem sempre estamos com vontade, disposição ou força para enfrentar os "fantasmas" que vão surgindo na nossa vida.

Seja um problema, uma dificuldade, uma desilusão, uma perda, temos tendência a fugir, a tentar encontrar um refúgio ou bolha onde nos possamos esconder, e esquecer momentaneamente o que nos faz sentir mal.

 

Quantas vezes não demos por nós a "vingarmo-nos" numa ida às compras, numa viagem, numa ida ao ginásio, ou até naquele balde de gelado, naquele hamburguer XXL com todas as calorias a que temos direito, naqueles pacotes de bolachas, batatas fritas ou barras de chocolate que comemos porque precisamos de algo doce, ou salgado. Ou mesmo naquela garrafa de uma qualquer bebida à qual nunca ligámos muito mas que, naquele momento, parece ter alguma utilidade.

 

Pois... 

Acontece.

Funciona como um escape que nos proporciona um esquecimento, uma alegria ou felicidade temporária.

Mas a verdade é que não podemos fugir deles para sempre.

 

Esse efeito prazeroso que nos "anestesiou" dura pouco e, depois, quando passa, percebemos que ainda acrescentámos mais "fantasmas".

Para além de não ter resolvido o problema original, a pessoa que já estava deprimida, fica ainda mais quando ganha a noção de que gastou dinheiro, fez figuras tristes ou arruinou a dieta, por exemplo!

E ainda se sente pior, e culpada.

É como uma criança a quem é dado um brinquedo novo para parar a birra e faz efeito durante uns minutos mas, dali a pouco, já não tem graça, já não o querem, e volta a birra.

 

Podemos andar a vida toda a fugir dos "fantasmas", mas eles não vão desaparecer, nem deixar-nos em paz. 

Por isso, por muito que custe, é preferível enfrentar os fantasmas, do que fugir deles. 

Quem escreve seus males espanta!

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Costuma-se dizer que "quem canta seus males espanta".

E se aplicarmos este ditado à escrita, fará sentido?

 

Já aqui falei de como algumas pessoas se exprimem através da escrita, de uma forma que, provavelmente, não o conseguiriam verbalmente.

E a verdade é que escrever pode ser extremamente útil nas mais variadas situações:

 

- quando temos algo de muito bom e importante para dizer, e não temos com quem partilhar no momento, ou queremos partilhá-lo com toda a gente

 

- quando estamos irritados e precisamos de pôr cá para fora tudo o que nos vai na alma

 

- quando temos o cérebro a fervilhar de pensamentos, e o coração a entrar em colapso de tantos sentimentos que o habitam, e precisamos de um escape

 

- dar largas à nossa imaginação

 

- quando podemos, através da escrita, dar um pouco do nosso conhecimento ou contributo relativamente a algo, a outras pessoas

 

- escrever pelo simples prazer de escrever - textos, histórias, cartas, postais, mensagens e o que mais nos apetecer

 

Não precisamos de escrever para ninguém. Podemos, simplesmente, escrever para nós próprios.

Palavras e frases que ficarão fechadas no nosso mundo, e ali permanecerão eternamente, se ninguém as descobrir e ler um dia. 

O que importa é escrever. Para quem gosta, claro. E como "quem escreve, seus males espanta" porque não dar uso a esta ferramenta valiosa!

Quando a escrita exprime aquilo que não conseguimos dizer

Há quem tenha o dom da palavra; da oralidade. Há quem goste de conversar, de discursar, de dizer o que lhe vai na alma e no coração.

Há quem se consiga exprimir melhor a falar. Quem, dessa forma, se desnude e mostre a sua essência.

Mas existem, também, aqueles que não se dão bem com a fala. Que a utilizam como escudo, ou mecanismo de defesa. Que não conseguem dizer aquilo que verdadeiramente sentem, ao encarar as pessoas.

No entanto, fazem-no com grande à vontade e facilidade através da escrita. Dizem que um gesto vale mais que mil palavras. Mas as palavras também podem valer muito, ainda que apenas escritas.

 

Com uma folha de papel e uma caneta na mão, de forma instrospectiva, podemos revelar mais de nós, e daquilo de que somos feitos, do que numa hora de conversa.

A escrita pode ser um óptimo escape. Uma forma de manifestarmos os nossos receios, preocupações, justificações, alegrias, tristezas, frustrações, sonhos e desejos que, de outra forma, ficariam para sempre guardados dentro de nós, muitas vezes a oprimir-nos, sem que ninguém deles tivesse conhecimento.

E, mesmo que essas palavras escritas nunca cheguem a ser lidas senão por nós, faz-nos bem escrevê-las. Deitar tudo cá para fora.

Eu funciono melhor com a escrita. Muitas vezes, quando tentam ou querem ter uma conversa mais séria comigo, que também me diga respeito, fujo como o diabo da cruz! Brinco, disfarço, evito. Mas, se tiver que ser, é. No entanto, através da escrita, consigo exprimir-me muito melhor.

A minha filha, ao que parece, sai a mim! Sempre que quero conversar mais seriamente com ela, finge que não percebe, faz-se de parva, enerva-me, e não consigo obter resultado nenhum.

Mas conseguiu escrever, em pouco menos de 5 minutos, aquilo que eu não consegui ouvir da boca dela em mais de meia hora!