Quando a esmola é grande...
...o desempregado nem sempre desconfia!
E algumas vezes dá-se mal por acreditar em tudo o que lhe dizem.
No outro dia, vimos o caso daquelas pessoas a quem lhes foi prometido trabalho, adiantaram o dinheiro das fardas, e acabaram por perder o dinheiro e continuar sem trabalho.
Outras empresas há que, após entrevista com o candidato, lhe dão para a mão um contrato de trabalho sem termo para assinar, uma farda para começar a trabalhar, um posto à escolha entre vários, e lhe informam para estar atento ao telemóvel porque na semana seguinte vai ser chamado.
Mas os dias passam, e nada. O candidato liga para a empresa, e esta tranquiliza-o, afirmando que estão a criar as condições necessárias para o desempenho da função. Mas a verdade é que, no suposto local de trabalho, não existe ainda nada, nem tão pouco se sabe quando irá existir, uma vez que já outras pessoas, há meses atrás, foram ao mesmo local, à procura do mesmo.
Temos então um desempregado que, na sua boa fé, acreditando que, na posse da farda da empresa e com um contrato assinado, comunicou ao centro de emprego que já tinha conseguido trabalho, perdendo o direito ao subsídio de desemprego, e que se vê em casa sem nada de concreto em que se fiar.
Um desempregado que está cheio de vontade de trabalhar e que, à custa do suposto emprego que tinha encontrado, deixou de ir a entrevistas e testes de outras empresas que entretanto o chamaram. Um desempregado que mudou completamente a sua vida em função desse trabalho que lhe prometeram.
Mas como as despesas ao fim do mês não são pagas com as pessoas sentadas à sombra de um posto de trabalho que ainda não existe nem tem data prevista para iniciar, pendente de respostas de eventuais clientes, há que virar para outro lado, e não desperdiçar oportunidades.
E, assim, o desempregado que aparentemente já tem trabalho, vai a uma entrevista e é seleccionado para iniciar num posto de trabalho um pouco mais longe, a trabalhar mais horas, mas com mais garantias de veracidade.
Pelo menos o local de trabalho existe, e é já para começar no início do próximo mês. A ver vamos...