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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Se soubermos, de antemão, como vai ser toda a nossa vida...

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Onde fica a espontaneidade?

Se já soubermos o que vai acontecer?

E como vamos reagir?

 

Como nos deixamos surpreender pela vida, se a supresa for previamente revelada?

Onde fica a alegria?

O encanto?

A magia?

 

Como vivemos, a partir do momento em que já sabemos o que nos espera?

Fingindo não saber?

 

Aquilo que, num primeiro momento, pode parecer uma grande vantagem poderá, na prática, revelar-se um empecilho para a felicidade, para as relações com os outros, e consigo próprios, e tornar-se um desencanto, em vez de um dom.

 

 

Não adianta forçar relações

As relações não surgem, apenas e só, porque é suposto.

Porque é isso que se espera.

Ou existe algo que faz nascer e desenvolver essa relação, ou não adianta.

É quase como aquela semente que colocamos na terra mas, sem as condições adequadas, acaba por morrer lá enterrada. Ou até brota, mas logo murcha e morre.

 

No novo programa da SIC, "Amigos Improváveis", juntaram idosos e jovens, naquilo a que consideram amizades improváveis que é suposto transformarem-se, quem sabe, em amizades para a vida.

 

Ora, logo à partida, sendo um programa de televisão, a naturalidade e espontaneidade não serão as mesmas.

É suposto estarem abertos à experiência, darem-se bem, colaborarem.

Ainda assim, ao ver as relações entre os vários concorrentes, é possível perceber o que está ali a ser relativamente natural, ou forçado. 

 

 

Ana e Fernanda

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Há uma total falta de noção, de parte a parte, para saber como levar cada uma, a entrar no mundo da outra, e ficar ali numa espécie de consenso que dê para ambas.

Uma parecia rígida demais. Ainda assim, tem vindo a surpreender. A outra, parecia ter energia e vontade de animar a vida de ambas, mas só a vimos triste, adoentada, a chorar, e sem vontade de fazer o quer quer que fosse, que não fosse do seu gosto ou agrado.

Para já, a Ana deixou a casa da sua sénior.

Não me parece que resulte dali grande amizade.

 

 

Diogo e Silvina

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No caso da Silvina e do Diogo, apesar de a primeira usar, muitas vezes, uma capa de durona e picuinhas, ao mesmo tempo que, já na experiência, se mostra muito (demasiado) extrovertida, por contraste com um Diogo, aparentemente, mais tranquilo e tímido, acredito que possa resultar dali uma amizade para a vida. Mais do que com a candidata que lhe suceder, penso eu.

Em termos de prestação e entrega à experiência, o Diogo é um dos meus preferidos, e que mais se está a entregar.

 

 

Ana Catarina e Maria Lina

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A Ana Catarina e a Maria Lina estão ali de corpo, alma e coração. 

Parecem dar-se lindamente, sem forçar, sem estar ali com muito teatro.

Parecem mesmo neta e avó.

Acredito, e espero, que essa amizade continue fora da experiência.

Elegeria a sua prestação como a relação mais genuína.

 

 

Elisabeth e Tatiana

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Esta é uma relação que não me inspira.

Acredito que, quando a experiência terminar, vá cada uma para seu lado, sem qualquer relação de amizade.

A Elisabeth parece, ou quer mostrar-se, uma mulher "prá frentex", mas mostra também um lado demasiadamente despreocupado e desinteressado, diria até, algo desajeitado, que acaba por se reflectir na sua relação com a Tatiana que, não precisando ainda de mais paninhos quentes, também não saberá lidar com a atitude e comportamento da sua sénior.

 

 

João/ Natália e Pedro

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Adoro este casal, sobretudo o Sr. João.

Quanto ao Pedro, é o concorrente que, na minha opinião, mais se tem entregado à experiência e vivido a mesma na sua totalidade.

No local totalmente diferente do que está habituado, a fazer actividades que nunca imaginou, ele tem mantido o espírito aberto.

Não sei o quanto disso é porque até fica com conteúdos para o seu canal ou porque, para além de ter sido bem recebido e acolhido, também ele gosta dos séniores que o escolheram, e poderá resultar dali uma amizade. Ainda que não como a que imagino para a Ana Catarina e Maria Lina.

Ainda assim, a mim, parece-me que se darão melhor com o Pedro, do que com a Bárbara, que irá a seguir.

 

De qualquer forma, seja em programas de televisão, ou na vida real, a regra é a mesma: não adianta juntar as pessoas e dizer - agora sejam amigas - porque não funciona assim.

A amizade, tal como qualquer outra relação entre as pessoas, tem que vir de dentro de cada um de nós, tem que ser sentida, tem que ser recíproca, tem que ser verdadeira e genuína, tem que crescer naturalmente.

Ou nunca terá pernas para andar.

Muito menos, forçada.

 

Imagens: sic

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como perder totalmente o interesse num programa

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Fui uma fiel seguidora, nos últimos anos, do programa The Voice Portugal.

Conseguiu manter-me ligada a ele a cada domingo à noite, mesmo quando no dia seguinte acordava cheia de sono para ir trabalhar.

Nenhum outro programa me tinha feito mudar de canal e trocar. Até este ano...

 

 

Sim, este ano, ainda comecei a vê-lo, apenas para constatar que o programa (tal como provavelmente a maioria deles) está viciado, esgotado, sem nada de novo: as mesmas injustiças, os mesmos discursos, as mesmas desculpas esfarradas, os mesmos interesses, e um objectivo que é tudo menos aquele que apregoa.

Aos poucos, comecei a optar por assistir ao Casados à Primeira Vista, e gravar o The Voice para ver mais tarde. Mas nem me dou a esse trabalho. O pouco que vou vendo e lendo, permite-se ficar por dentro do que se passa, e acentuar mais a pouca vontade em perder tempo a segui-lo.

 

 

Mudem os apresentadores, mudem os mentores, mudem a dinâmica, sejam genuínos e espontâneos, e talvez voltem a conquistar audiências.

Aliás, acho que qualquer programa do género (incluindo o Casados à Primeira Vista, que já soa mais a encenação) teriam a receita de sucesso na novidade, aliada à espontaneidade. Porque é isso que mais agrada ao público.

Até lá, será sempre a diminuir, até acabarem de vez com o programa.