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Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Marta O meu canto

Guardamos tanta coisa só para nós - opiniões, sentimentos, ideias, estados de espírito, reflexões, que ficam arrumados numa gaveta fechada... Abri essas gavetas, e o resultado é este blog!

Focar num único rumo ou dispersar por vários?

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Na vida, há pessoas que:

 

Se contentam com pouco, estando satisfeitas com aquilo que têm. Embora sabendo que um pouco mais seria bem vindo, não consideram que isso justifique mudanças, e permanecem sempre da mesma forma, a não ser que algum facto involuntário as obrigue à mudança.

 

Querem sempre mais, nunca estando satisfeitas com aquilo que têm.

 

Ter ambição, desde que com conta, peso e medida, não é mau. Nem tão pouco desejar um futuro melhor, um bom ordenado, melhores horários, e outras regalias que não existem na situação actual.

Mas, dentro deste grupo, encontramos dois tipos de pessoas:

 

- as que sabem exactamente aquilo que querem, que definem a sua meta, e seguem esse caminho com um objectivo concreto, ainda que possa ser realizado ou não, e não se dispersam;

 

- as que querem várias coisas ao mesmo tempo, ou que não fazem a mínima ideia do que querem, e acabam por se dispersar por vários caminhos, que por vezes nunca chegam a atravessar até ao fim, mudando para outros que também não completam, numa tentativa de chegar a uma meta, seja ela qual for.

 

Mudar, se essa mudança é fundamental para o nosso bem estar, arriscar e perder, e voltar a tentar, enveredar por novos caminhos quando já vimos tudo o que tínhamos a ver nos antigos, quando chegamos à meta e precisamos de novas para alcançar, não tem que ser necessariamente algo de mau.

 

Mas eu gosto daquilo que é aparentemente seguro. Gosto de ter um plano, uma linha definida, uma meta concreta. E tenho alguma dificuldade em compreender aqueles que não têm esta forma de estar. Que hoje querem uma coisa, e é para norte que vão, mas amanhã já não é aquilo que querem, e afinal o caminho é para sul, e passados uns dias afinal querem ir para oeste, para chegar à conclusão que o caminho ideal é a este, e é isso que definitivamente querem. E, uns tempos mais tarde, já mudaram de ideias outra vez.

 

Para mim, é mais fácil uma pessoa conseguir algo focando-se nisso a 100%, do que querer várias coisas ao mesmo tempo, dispersando-se por todas elas, correndo o risco de não conseguir nenhuma. Como se costuma dizer "quem tudo quer, tudo perde" e "mais vale um pássaro na mão, que dois a voar".

 

É-me ainda mais difícil compreender quando se trata de adultos, com responsabilidades assumidas, que ambicionam estabilidade na sua vida. Porque esta dispersão parece-me tudo menos estável. Que miúdos acabados de sair do liceu, ou até da universidade, se sintam assim, ainda se compreende. Mas adultos, numa idade em que deveriam ter já a sua vida organizada, é mais difícil...

 

E, depois, pergunto-me: serão assim em tudo na vida? É que se, em determinados assuntos, essa dispersão e mudança constante de planos e ideias, não causam muitos estragos, haverá outras decisões que, depois de tomadas, não há volta a dar para voltar atráscom elas. E que está ao lado de pessoas assim sente tudo menos segurança e estabilidade.

 

E por aí, são mais de se focar, ou dispersar?

O que acham que trás mais vantagens ou desvantagens?

 

As crianças e a importância de um espaço só delas

 

 

Até que ponto uma criança precisa de um espaço que possa chamar de seu?

Não faço a mínima ideia, não sou especialista no assunto, nem tenho conhecimento válido para afirmar, com certeza, que é de facto fundamental.

Os tempos são de crise, e cada vez mais se vêem casais a mudarem para casa dos pais, a ter que partilhar quartos e camas, e todos os outros espaços de uma casa que não é sua.

A minha filha, na nossa casa, tem o seu próprio quarto. E não é que ela passe lá muito tempo que não seja para dormir, mas é dela. Tem as suas coisas, os seus brinquedos (embora estes estejam espalhados um pouco por toda a casa), a sua cama - é o seu cantinho.

E era algo assim que eu gostava que ela tivesse à sua espera, nos dias em que vai com o pai. Já chegou a acontecer, ela ir dormir a casa da madrasta, onde pelo menos tem um quarto só para ela. Mas falta também estabilidade.

É sempre uma incógnita, a cada fim de semana, saber onde, como e com quem vai dormir. Ora vai para casa da madrasta (que eu prefiro e fico mais descansada), ora vai para casa dos avós. Ora dorme sozinha, ora dorme com os primos ou com a tia, ou com todos na mesma cama. E, sinceramente, não acho que isso seja muito saudável para ela.

Talvez por isso, porque nunca sabe para que lado vai, também não tem nada de seu em nenhum lado que não seja a nossa casa. O que ela quer, leva de casa para aqueles dias, e traz de volta. Porque não tem um espaço seu do outro lado, onde também possa ter as suas coisas. 

O quarto da criança é o espaço que normalmente, contém o que lhe é íntimo, desde a cama, onde dorme e sonha, até aos brinquedos, livros de histórias e outros. É como que um refúgio, um espaço privilegiado para a criança enfrentar os seus medos, frustrações e angústias. 

E ela tem isso cá. Mas gostava mesmo que também tivesse do outro lado...

 

 

    

 

As madrastas da minha filha

 

"Na teoria, madrasta é aquela que casa com o pai e adota os filhos, morando junto com eles e exercendo o papel de mãe, ocupando o seu lugar, substituindo-a e assumindo a responsabilidade por esse papel. Não será madrasta aquela que é, simplesmente, mulher do pai, se os filhos continuarem com a mãe natural."

 

Assim, uma vez que a minha filha vive comigo, não tem madrasta.

Mas a verdade é que eu considero as companheiras do pai da Inês suas madrastas. E não digo isto pelo lado negativo. Pelo contrário.

Embora se associe a palavra madrasta a uma pessoa má, nem sempre essa é a realidade.

Considero que a minha filha teve, até agora, muita sorte com as suas madrastas.

A primeira, com quem conviveu cerca de dois anos, gostava muito dela, era amiga e, pelo que sei, sempre a tratou bem. E a Inês gostava muito dela.

Da actual, com quem convive há menos tempo, não posso dizer nada diferente. Pelo que vou apanhando, e por aquilo que a Inês me diz, dão-se muito bem e gostam muito uma da outra.

Se fico com ciúmes? Não! Fico feliz e aliviada porque, para mim, o mais importante é que a tratem bem e ela se sinta bem. O mais importante é que ela tenha estabilidade. Que alguém cuide dela nos dias em que não está comigo.  

Por isso, atrevo-me a afirmar que as madrastas da minha filha, são as melhores madrastas que ela poderia ter!